Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


sábado, 6 de novembro de 2010

Em 'Olympia', Bryan Ferry evoca sem nostalgia o 'art rock' do Roxy Music

Resenha de CD
Título: Olympia
Artista: Bryan Ferry
Gravadora: Virgin Records / EMI Music
Cotação: * * * *

Três anos depois de pôr a classe de seu art rock a serviço do cancioneiro de Bob Dylan no álbum Dylanesque (2007), Bryan Ferry evoca com a mesma classe, mas sem nostalgia, o som do Roxy Music em Olympia, álbum de inéditas que estampa na capa imagem da ex-modelo Kate Moss. Coincidência ou não, Olympia se impõe entre os grandes discos de Ferry, sobretudo pela qualidade do repertório, que destaca músicas como Me Oh My (faixa na qual figura a guitarra do ex-Pink Floyd David Gilmour) e Heartache by Numbers (tema que agrega Scissor Sisters). A evocação do som do Roxy Music salta aos ouvidos em Song to the Siren, cover do original de Tim Buckley, de 1970, ano em que Ferry já arquitetava sua entrada no mundo da música. Song to the Siren é uma das faixas de Olympia que reconectam Ferry a Brian Eno (sintetizadores), Phil Manzanera (guitarra) e Andrew Mackay (oboé), seus três companheiros no grupo inglês que surgiu em 1971, se dissolveu em 1983 e se reuniu (sem Eno) em 2001. Outro classudo cover de Olympia é No Face, No Name, No Number, tema de Steve Winwood e Jim Capaldi, composto em 1967 para o primeiro álbum do grupo The Traffic. Contudo, Olympia não mira o passado. A colaboração com o duo inglês de música eletrônica Groove Armada em Shameless insere Ferry - com a habitual classe - na cena clubber contemporânea. Entre flertes com o rock (Alphaville) e com o soul (BF Bass - Ode to Olympia, cujos versos indignados citam redes sociais como Facebook e MySpace), Olympia se revela um álbum coeso ao longo de suas 10 faixas, reiterando a beleza artística da música de Bryan Ferry.

2 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Três anos depois de pôr a classe de seu art rock a serviço do cancioneiro de Bob Dylan no álbum Dylanesque (2007), Bryan Ferry evoca com a mesma classe, mas sem nostalgia, o som do Roxy Music em Olympia, álbum de inéditas que estampa na capa imagem da ex-modelo Kate Moss. Coincidência ou não, Olympia se impõe entre os grandes discos de Ferry, sobretudo pela qualidade do repertório, que destaca músicas como Me Oh My (faixa na qual figura a guitarra do ex-Pink Floyd David Gilmour) e Heartache by Numbers (tema que agrega Scissor Sisters). A evocação do som do Roxy Music salta aos ouvidos em Song to the Siren, cover do original de Tim Buckley, de 1970, ano em que Ferry já arquitetava sua entrada no mundo da música. Song to the Siren é uma das faixas de Olympia que reconectam Ferry a Brian Eno (sintetizadores), Phil Manzanera (guitarra) e Andrew Mackay (oboé), seus três companheiros no grupo inglês que surgiu em 1971, se dissolveu em 1983 e se reuniu (sem Eno) em 2001. Outro classudo cover de Olympia é No Face, No Name, No Number, tema de Steve Winwood e Jim Capaldi, composto em 1967 para o primeiro álbum do grupo The Traffic. Contudo, Olympia não mira o passado. A colaboração com o duo inglês de música eletrônica Groove Armada em Shameless insere Ferry - com a habitual classe - na cena clubber contemporânea. Entre flertes com o rock (Alphaville) e com o soul (BF Bass - Ode to Olympia, cujos versos indignados citam redes sociais como Facebook e MySpace), Olympia se revela um álbum coeso ao longo de suas 10 faixas, reiterando a beleza artística da música de Bryan Ferry.

AnnaStesia disse...

Bryan Ferry realmente é muito cool! Grande artista e um homem incrível. Charmoso, chic, culto e inteligente. A qualidade de seus trabalhos é fascinante. Sem contar as capas dos álbums (desde o Roxy Music), lindas obras de arte.