Mauro Ferreira no G1

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sábado, 6 de novembro de 2010

Dançante, 'American Songbook V' repõe Rod na pista trivial dos clássicos

Resenha de CD
Título: Fly me to the Moon... The Great American Songbook Volume V
Artista: Rod Stewart
Gravadora: J. Records / Som Livre
Cotação: * * 1/2

Depois de tentar fazer pulsar novamente sua velha veia roqueira em Still the Same... Great Rock Classics of Our Time (2006) e de surpreender positivamente com enérgico songbook de soul, Soulbook (2009), Rod Stewart assume novamente o posto de senhor da canção norte-americana no quinto volume de seu  The Great American Songbook, a série que injetou fôlego comercial na discografia do artista. Nas lojas dos Estados Unidos desde 19 de outubro de 2010, Fly me to the Moon... chega ao mercado brasileiro neste mês de novembro com distribuição da gravadora Som Livre. Já na primeira das 12 faixas da edição standard do álbum, That Old Black Magic (Harold Arlen e Johnny Mercer, 1942), salta aos ouvidos o tom mais dançante do disco, reiterado em Beyond the Sea (Charles Trenet e Jack Lawrence, 1946) e em I've Got You Under my Skin (Cole Porter, 1936), clássico sinatriano introduzido por um baixo pulsante no registro de Rod. A produção luxuosa de Richard Perry e Clive Davis dá o convencional tom orquestral aos clássicos reunidos em Fly me to the Moon... The Great American Songbook Volume V, evocando a era de ouro da canção norte-americana. Mas o fato é que há crooners muito mais credenciados do que Rod para comandar a dança de salão. Falta-lhe suingue para encarar um standard do porte de I Get a Kick Out of You (Cole Porter, 1934). A emissão de sua voz rouca também não valoriza como deveria What a Difference a Day Makes (María Grever e Stanley Adams, 1934), tema celebrizado em 1959 na gravação de Dinah Washington (1924 - 1963). Rod se sai melhor no papel de crooner romântico, como mostra sua interpretação terna de My Foolish Heart (Victor Young e Ned Washington, 1949), destaque deste quinto  songbook americano do cantor. Como Fly me to the Moon... rebobina clássicos gravados por Frank Sinatra (1915 - 1998), caso de September in the Rain (Harry Warren e Al Dublin, 1937), os registros de Rod acabam soando pálidos, trivais, na inevitável comparação. Fly me to the Moon (Bart Howard, 1954), por exemplo, não alça voo na voz de Rod Stewart com a leveza exigida pela música. Escorado em açucarado arranjo orquestral, o cantor transforma Fly me to the Moon numa balada que preserva sua classe somente porque se trata de uma obra-prima de beleza ímpar que resiste (até) a cantores menos habilidosos. O mesmo podendo ser dito de Moon River (Johnny Mercer e Henry Mancini, 1961), o standard que fecha Fly me to the Moon... num clima mais lento do que o da dançante primeira metade do disco. Contudo, como prova o sucesso comercial do álbum nos Estados Unidos, há quem goste de ouvir Rod Stewart transitando pela canção norte-americana. E é para esse público que as lojas recebem também a Deluxe Edition de Fly me to the Moon... The Great American Songbook Volume V, que traz um segundo CD com seis faixas adicionais (All of me, Cheek to Cheek e When I Fall in Love, entre outras) que certamente não alteram o convencional padrão do songbook desse ex-roqueiro, ora convertido em senhor da canção norte-americana.

Um comentário:

Mauro Ferreira disse...

Depois de tentar fazer pulsar novamente sua velha veia roqueira em Still the Same... Great Rock Classics of Our Time (2006) e de surpreender positivamente com enérgico songbook de soul, Soulbook (2009), Rod Stewart assume novamente o posto de senhor da canção norte-americana no quinto volume de seu The Great American Songbook, a série que injetou fôlego comercial na discografia do artista. Nas lojas dos Estados Unidos desde 19 de outubro de 2010, Fly me to the Moon... chega ao mercado brasileiro neste mês de novembro com distribuição da gravadora Som Livre. Já na primeira das 12 faixas da edição standard do álbum, That Old Black Magic (Harold Arlen e Johnny Mercer, 1942), salta aos ouvidos o tom mais dançante do disco, reiterado em Beyond the Sea (Charles Trenet e Jack Lawrence, 1946) e em I've Got You Under my Skin (Cole Porter, 1936), clássico sinatriano introduzido por um baixo pulsante no registro de Rod. A produção luxuosa de Richard Perry e Clive Davis dá o convencional tom orquestral aos clássicos reunidos em Fly me to the Moon... The Great American Songbook Volume V, evocando a era de ouro da canção norte-americana. Mas o fato é que há crooners muito mais credenciados do que Rod para comandar a dança de salão. Falta-lhe suingue para encarar um standard do porte de I Get a Kick Out of You (Cole Porter, 1934). A emissão de sua voz rouca também não valoriza como deveria What a Difference a Day Makes (María Grever e Stanley Adams, 1934), tema celebrizado em 1959 na gravação de Dinah Washington (1924 - 1963). Rod se sai melhor no papel de crooner romântico, como mostra sua interpretação terna de My Foolish Heart (Victor Young e Ned Washington, 1949), destaque deste quinto songbook americano do cantor. Como Fly me to the Moon... rebobina clássicos gravados por Frank Sinatra (1915 - 1998), caso de September in the Rain (Harry Warren e Al Dublin, 1937), os registros de Rod acabam soando pálidos, trivais, na inevitável comparação. Fly me to the Moon (Bart Howard, 1954), por exemplo, não alça voo na voz de Rod Stewart com a leveza exigida pela música. Escorado em açucarado arranjo orquestral, o cantor transforma Fly me to the Moon numa balada que preserva sua classe somente porque se trata de obra-prima de beleza ímpar que resiste (até) a cantores menos habilidosos. O mesmo podendo ser dito de Moon River (Johnny Mercer e Henry Mancini, 1961), o standard que fecha Fly me to the Moon... num clima mais lento do que o da dançante primeira metade do disco. Contudo, como prova o sucesso comercial do álbum nos Estados Unidos, há quem goste de ouvir Rod Stewart transitando pela canção norte-americana. E é para esse público que as lojas recebem também a Deluxe Edition de Fly me to the Moon... The Great American Songbook Volume V, que traz um segundo CD com seis faixas adicionais (All of me, Cheek to Cheek e When I Fall in Love, entre outras) que certamente não alteram o convencional padrão do songbook desse ex-roqueiro ora convertido em senhor da canção norte-americana.