Título: Diminuto
Artista: Carlinhos Brown
Gravadora: Candyall Music / Sony Music
Cotação: * * * * 1/2
Ainda que as conexões e parcerias de Carlinhos Brown com Arnaldo Antunes e Marisa Monte tenham mostrado desde os anos 90 a habilidade do profícuo compositor para pisar em outros terreiros musicais, o artista continua associado ao baticum afro-baiano por ser um habitual fornecedor de hits para as principais cantoras ligadas ao universo da axé music. Mas basta uma audição sem preconceito de Diminuto - um dos dois álbuns de inéditas lançados por Brown com patrocínio do projeto Natura Musical - para que se redimensione o lugar do artista na música brasileira. Produzido pelo próprio Brown (com contribuições adicionais de Beto Villares, Liminha e, sobretudo, Alê Siqueira), Diminuto é álbum calmo, melódico, urdido com sons orgânicos. Como mostra a linda faixa Romântico Ambiente, título da turnê nacional que já percorre o Brasil desde 22 de outubro de 2010, Brown dialoga inspirado em Diminuto com a tradição da canção. E tal diálogo é feito com um mix de referências que evoca desde os tons celtas e mouros - perceptíveis já na introdução do xote Veleiros Negros - até a pegada popular do pagode romântico, mote de Tara (Solvendo as Falas). Rótulos à parte, Diminuto apresenta majestosa safra melódica de dez inéditas autorais, com destaque para a abolerada Mãos Denhas - faixa na qual o ilustre sogro de Brown, Chico Buarque, declama texto do genro, Suor Caseiro - e para a poética toada ruralista Vi, Voou, parceria de Brown com Arnaldo Antunes que evoca os sons do sertão com inspiração ainda maior do que a bela Pestaneja. Entre reggae turbinado com a pegada do trio Paralamas do Sucesso e com metais que remetem tanto à música latina quanto à gafieira carioca (Verdade, Uma Ilusão, da lavra dos Tribalistas) e samba tradicional (Centro da Saudade, parceria de Brown com Davi Moraes e Pedro Baby), Diminuto é disco surpreendente e grandioso que situa o globalizado Carlinhos Brown além do terreiro afro-baiano e o põe definitivamente entre os melhores compositores de sua geração.
5 comentários:
Ainda que as conexões e parcerias de Carlinhos Brown com Arnaldo Antunes e Marisa Monte tenham mostrado desde os anos 90 a habilidade do profícuo compositor para pisar em outros terreiros musicais, o artista continua associado ao baticum afro-baiano por ser um habitual fornecedor de hits para as principais cantoras ligadas ao universo da axé music. Mas basta uma audição sem preconceito de Diminuto - um dos dois álbuns de inéditas lançados por Brown com patrocínio do projeto Natura Musical - para que se redimensione o lugar do artista na música brasileira. Produzido pelo próprio Brown (com contribuições adicionais de Beto Villares, Liminha e, sobretudo, Alê Siqueira), Diminuto é álbum calmo, melódico, urdido com sons orgânicos. Como mostra a linda faixa Romântico Ambiente, título da turnê nacional que já percorre o Brasil desde 22 de outubro de 2010, Brown dialoga inspirado em Diminuto com a tradição da canção. E tal diálogo é feito com um mix de referências que evoca desde os tons celtas e mouros - perceptíveis já na introdução do xote Veleiros Negros - até a pegada popular do pagode romântico, mote de Tara (Solvendo as Falas). Rótulos à parte, Diminuto apresenta majestosa safra melódica de dez inéditas autorais, com destaque para a abolerada Mãos Denhas - faixa na qual o ilustre sogro de Brown, Chico Buarque, declama texto do genro, Suor Inteiro - e para a poética toada ruralista Vi, Voou, parceria de Brown com Arnaldo Antunes que evoca os sons do sertão com inspiração ainda maior do que a bela Pestaneja. Entre reggae turbinado com a pegada do trio Paralamas do Sucesso e com metais que remetem tanto à música latina quanto à gafieira carioca (Verdade, Uma Ilusão, da lavra dos Tribalistas) e samba tradicional (Centro da Saudade, parceria de Brown com Davi Moraes e Pedro Baby), Diminuto é disco surpreendente e grandioso que situa o globalizado Carlinhos Brown além do terreiro afro-baiano e o põe definitivamente entre os melhores compositores de sua geração.
Acho Brown super estimado. Seu trabalho como compositor é belíssimo. Soul by soul, Busy man, Aganjú e várias outras canções provam isso. Ainda lembro de Allez y, canção feita para Bethânia e gravada no álbum Âmbar, magistral. Ta na hora de okhar pro Mano Bronw com a devida atenção.
Imagino que você tenha querido dizer/escrever subestimado, em vez de superestimado, Leonardo. Concordo com você e já estou ansioso para ouvir esses novos trabalhos de Brown.
Imagino que você tenha querido dizer/escrever subestimado, em vez de super estimado, Leonardo (2)
sim. subestimado! (rsrsrsrsrs)
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