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domingo, 28 de novembro de 2010
'Something for Everybody' mostra que o tempo não passou para o Devo
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Primeiro álbum do Devo em 20 anos, Something for Everybody flagra o grupo norte-americano no túnel do seu tempo, devotado a um synth-pop que marcou época entre o fim dos anos 70 e o início dos 80. Apego ao passado que, no caso do Devo, resultou em álbum surpreendentemente vigoroso, um dos melhores da discografia da banda - formada atualmente por Mark Mothersbaugh (voz e sintetizadores), Bob Mothersbaugh (guitarras), Bob Casale (guitarra) e Gerald Casale (baixo), com a adesão do baterista Josh Freese (que já pilotou as baquetas em grupos como Guns'N'Roses e Nine Inch Nails). Sem cair na tentação de querer soar contemporâneo, o Devo recicla seu som mecanizado na mesma velha onda dos tempos áureos. Sintetizadores se irmanam com guitarras e criam som moldado para as pistas sem diluir a acidez e a crítica bem-humorada que são os ingredientes diferenciados do sintetizado pop pós-punk do Devo. Mas o que faz realmente a diferença em Something for Everybody - sucessor do fraco Smooth Moodle Maps (1990) - é o vigor da safra de inéditas. Músicas como Fresh, Mind Games (com visão ácida sobre os relacionamentos amorosos), Step up, Please Baby Please e Cameo - para citar somente alguns destaques do repertório - estão no mesmo alto nível dos temas de álbuns áureos como Q: Are We Not Men? A: We Are Devo (1978) e Freedom of Choice (1980). Apenas a balada No Place Like Home, alocada como a penúltima das 12 faixas do álbum, destoa do animado repertório, turbinado com riffs poderosos e refrões pegajosos. Fiel à sua eterna New Wave, o Devo exibe tal vigor em Something for Everybody que, mesmo apegado ao passado da banda, o CD jamais exala cheiro de naftalina.
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