Mauro Ferreira no G1

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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Wildner transita por trilha 'indie' do Mercosul em 'Caminando y Cantando'

Resenha de CD
Título: Caminando y Cantando
Artista: Wander Wildner
Gravadora: Fora da Lei
Cotação: * * * 1/2

Projetado como vocalista do grupo gaúcho Replicantes e desde 1996 em carreira solo que gerou o subgênero punk brega, Wander Wildner transita com espírito folk e estradeiro por trilhas indies do Mercosul em seu sexto álbum, Caminando y Cantando. Nas lojas em dezembro de 2010, mas já com 10 de suas onze faixas disponíveis para audição na página do artista no portal MySpace, o álbum está mais para tango argentino do que para blues ou punk, como Wildner sinaliza na regravação de A Palo Seco, um dos clássicos amealhados por Belchior ao longo dos anos 70. Calcado nos violões, o disco irmana tema do primeiro disco do cantor Jimi Joe (Dani) e música do repertório do extinto grupo gaúcho Almôndegas (Clô, de Toninho e Diniz) em rota sulista que passa por Santa Catarina (Boas Notícias, do músico catarinense Gustavo Kaly), Uruguai (Puertas y Puertos, balada bilíngue feita em parceria com o músico uruguaio Santiago Guidotti, da banda Sonido Top) e Argentina (Calles de Buenos Aires, tango composto Arthur de Faria e Jimi Joe). Se há algo de quase punk em Calles de Buenos Aires, há algo de realmente brega em A Razão do meu Viver, canção romântica de Sérgio Luffing. E, nessa trilha que repisa sons e músicas dos anos 70, há muito da desilusão asfixiante daquela década em Viajei de Trem - belo lado B do primeiro álbum de Sérgio Sampaio (1947 - 1994), Eu Quero É Botar meu Bloco na Rua, editado em 1973 - e na supra-citada A Palo Seco, lançada por seu autor Belchior em 1974. Aberto por As Coisas Mudam, tema inspirado no filme O Pequeno Grande Homem (1970), Caminando y Cantando é disco gravado em Porto Alegre (RS), mas gestado a partir das andanças do artista gaúcho por cidades como Buenos Aires e Montevidéu. Com capa assinada pelo artista gráfico Koostella, o álbum enfileira baladas que sangram romantismo e desespero, em fina sintonia com a discografia solo de Wander Wildner. 

Um comentário:

Mauro Ferreira disse...

Projetado como vocalista do grupo gaúcho Replicantes e desde 1996 em carreira solo que gerou o subgênero punk brega, Wander Wildner transita com espírito folk e estradeiro por trilhas indies do Mercosul em seu sexto álbum, Caminando y Cantando. Nas lojas em dezembro de 2010, mas já com 10 de suas onze faixas disponíveis para audição na página do artista no portal MySpace, o álbum está mais para tango argentino do que para blues ou punk, como Wildner sinaliza na regravação de A Palo Seco, um dos clássicos amealhados por Belchior ao longo dos anos 70. Calcado nos violões, o disco irmana tema do primeiro disco do cantor Jimi Joe (Dani) e música do repertório do extinto grupo gaúcho Almôndegas (Clô, de Toninho e Diniz) em rota sulista que passa por Santa Catarina (Boas Notícias, do músico catarinense Gustavo Kaly), Uruguai (Puertas y Puertos, balada bilíngue feita em parceria com o músico uruguaio Santiago Guidotti, da banda Sonido Top) e Argentina (Calles de Buenos Aires, tango composto Arthur de Faria e Jimi Joe). Se há algo de quase punk em Calles de Buenos Aires, há algo de realmente brega em A Razão do meu Viver, canção romântica de Sérgio Luffing. E, nessa trilha que repisa sons e músicas dos anos 70, há muito da desilusão asfixiante daquela década em Viajei de Trem - belo lado B do primeiro álbum de Sérgio Sampaio (1947 - 1994), Eu Quero É Botar meu Bloco na Rua, editado em 1973 - e na supra-citada A Palo Seco, lançada por seu autor Belchior em 1974. Aberto por As Coisas Mudam, tema inspirado no filme O Pequeno Grande Homem (1970), Caminando y Cantando é disco gravado em Porto Alegre (RS), mas gestado a partir das andanças do artista gaúcho por cidades como Buenos Aires e Montevidéu. Com capa assinada pelo artista gráfico Koostella, o álbum enfileira baladas que sangram romantismo e desespero, em fina sintonia com a discografia solo de Wander Wildner.