Mauro Ferreira no G1

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sábado, 18 de dezembro de 2010

No politizado 'Maya', M.I.A. não seduz tanto como em 'Arular' e em 'Kala'

Resenha de CD
Título: Maya ( / \ / \ / \ Y / \)
Artista: M.I.A.
Gravadora: XL Recordings / Lab 344
Cotação: * * 1/2

Quem ouvir Steppin Up e Lovalot  - segunda e quinta das 12 faixas de Maya, o terceiro álbum de M.I.A. - vai identificar uma levada seca que remete ao batidão do funk carioca. A influência do Miami Bass no som dessa rapper inglesa (descendente de refugiados do Sri Lanka) é evidente desde o primeiro álbum de M.I.A., Arular (2005). Só que o sucessor de Kala (2007) é o menos interessante dos três discos da artista. Recém-lançado no Brasil pelo selo Lab 344, sob licença da XL Recording, Maya foi urdido por time de DJs e produtores norte-americanos (Blaqstarr e o já recorrente Diplo) e ingleses (Rusko e Switch) de música eletrônica. Mas algo soa diferente, fora da ordem. Os tambores tribais da faixa que introduz o CD, The Message, logo são suplantados por ruídos e guitarras. Com sua sujeira, Teqkilla é boa faixa que exemplifica bem o barulho causado por M.I.A. entre ecos de punk (ouvidos na controvertida Born Free), reggae (It Takes a Muscle, cover do repertório do grupo Spectral Display) e batidas de electro. Barulho amplificado pelo alto teor de politização dos versos de faixas como Meds and Feds. A rapper faz discurso irado a favor da liberdade e circulação democrática da informação. Na teoria, Maya pode até soar sedutor. Mas o fato é Arular e Kala foram mais impactantes, ainda que ambos sejam discos superestimados pela crítica. M.I.A. não é isso tudo.

Um comentário:

Mauro Ferreira disse...

Quem ouvir Steppin Up e Lovalot - segunda e quinta das 12 faixas de Maya, o terceiro álbum de M.I.A. - vai identificar uma levada seca que remete ao batidão do funk carioca. A influência do Miami Bass no som dessa rapper inglesa (descendente de refugiados do Sri Lanka) é evidente desde o primeiro álbum de M.I.A., Arular (2005). Só que o sucessor de Kala (2007) é o menos interessante dos três discos da artista. Recém-lançado no Brasil pelo selo Lab 344, sob licença da XL Recording, Maya foi urdido por time de DJs e produtores norte-americanos (Blaqstarr e o já recorrente Diplo) e ingleses (Rusko e Switch) de música eletrônica. Mas algo soa diferente, fora da ordem. Os tambores tribais da faixa que introduz o CD, The Message, logo são suplantados por ruídos e guitarras. Com sua sujeira, Teqkilla é boa faixa que exemplifica bem o barulho causado por M.I.A. entre ecos de punk (ouvidos na controvertida Born Free), reggae (It Takes a Muscle, cover do repertório do grupo Spectral Display) e batidas de electro. Barulho amplificado pelo alto teor de politização dos versos de faixas como Meds and Feds. A rapper faz discurso irado a favor da liberdade e circulação democrática da informação. Na teoria, Maya pode até soar sedutor. Mas o fato é Arular e Kala foram mais impactantes, ainda que ambos sejam discos superestimados pela crítica. M.I.A. não é isso tudo.