Resenha de filme
Título: O Garoto de Liverpool (Nowhere Boy, 2009, Canadá e Inglaterra)
Direção: Sam Taylor-Wood
Elenco: Aaron Johnson (John Lennon), Kristin Scott Thomas (Mimi), Anne-Marie Duff
(Júlia) e Thomas Brodie-Sangstger (Paul McCartney), entre outros
Cotação: * * * 1/2
Em cartaz nos cinemas brasileiros a partir de 3 de dezembro de 2010
É sintomático que O Garoto de Liverpool - filme que foca a adolescência de John Lennon (1940 - 1980), ora em cartaz nos cinemas brasileiros - termine ao som de Mother, canção em que Lennon se dirige postumamente à sua mãe, Júlia, morta por conta de um atropelamento justamente quando começava a estabelecer uma relação tardia com o filho. O fantasma da rejeição materna sempre rondou a vida e a obra de Lennon - antes, durante e depois dos Beatles. Daí o fascínio exercido por este belo longa-metragem que marca a estreia cinematográfica da diretora Sam Taylor-Wood. Roteirizado por Matt Greenhalgh a partir do livro de memórias de Julia Baird, meia-irmã de Lennon, o filme está centrado na relação conturbada do futuro Beatle - então um garoto que, como tantos outros de sua época, amava Elvis Presley (1935 - 1977) - com sua mãe. É um relacionamento conflituoso que roça o incesto e que tinha como terceiro vértice do triângulo Mimi, a tia que criou Lennon desde quando ele tinha cinco anos. O tom novelesco de O Garoto de Liverpool é de um bom folhetim. Contudo, a narrativa sedutora não chega a cair no melodrama, mas tampouco aprofunda os perfis esquematizados das três personagens centrais. Mimi - encarnada com apropriada austeridade por Kristin Scott Thomas - representa o protótipo da repressão britânica. Júlia - vivida com igual brilho por Anne-Marie Duff - simboliza a liberdade pela qual a vida cobra um preço. Entre as duas, paira o disputado adolescente John Lennon, tipificado de forma crível nas telas pelo estreante Aaron Johnson. A rigor, O Garoto de Liverpool esboça retrato quase superficial da personagem-título, sem mergulhar nas profundezas da mente por vezes atormentada e desajustada de Lennon. Contudo, os conflitos exteriorizados da adolescência do garoto são interessantes o suficiente para que o filme jamais deixe de prender a atenção mesmo sem fazer referência explícita aos Beatles - mesmo quando entra em cena um engomado Paul McCartney (Thomas Brodie-Sangstger), o parceiro com quem Lennon (então já imerso no mundo da música, incentivado pela mãe) iria fazer a cabeça de toda uma geração. Mas isso é outra história. A contada com segurança por Sam Taylor-Wood em O Garoto de Liverpool é mais folhetinesca e vem embalada por trilha sonora nada sentimental, recém-editada em CD no Brasil pela gravadora Sony Music. No caso, vale a pena ver o filme e ouvir também o disco.
É sintomático que O Garoto de Liverpool - filme que foca a adolescência de John Lennon (1940 - 1980), ora em cartaz nos cinemas brasileiros - termine ao som de Mother, canção em que Lennon se dirige postumamente à sua mãe, Júlia, morta por conta de um atropelamento justamente quando começava a estabelecer uma relação tardia com o filho. O fantasma da rejeição materna sempre rondou a vida e a obra de Lennon - antes, durante e depois dos Beatles. Daí o fascínio exercido por este belo longa-metragem que marca a estreia cinematográfica da diretora Sam Taylor-Wood. Roteirizado por Matt Greenhalgh a partir do livro de memórias de Julia Baird, meia-irmã de Lennon, o filme está centrado na relação conturbada do futuro Beatle - então um garoto que, como tantos outros de sua época, amava Elvis Presley (1935 - 1977) - com sua mãe. É um relacionamento conflituoso que roça o incesto e que tinha como terceiro vértice do triângulo Mimi, a tia que criou Lennon desde quando ele tinha cinco anos. O tom novelesco de O Garoto de Liverpool é de um bom folhetim. Contudo, a narrativa sedutora não chega a cair no melodrama, mas tampouco aprofunda os perfis esquematizados das três personagens centrais. Mimi - encarnada com apropriada austeridade por Kristin Scott Thomas - representa o protótipo da repressão britânica. Júlia - vivida com igual brilho por Anne-Marie Duff - simboliza a liberdade pela qual a vida cobra um preço. Entre as duas, paira o disputado adolescente John Lennon, tipificado de forma crível nas telas pelo estreante Aaron Johnson. A rigor, O Garoto de Liverpool esboça retrato quase superficial da personagem-título, sem mergulhar nas profundezas da mente por vezes atormentada e desajustada de Lennon. Contudo, os conflitos exteriorizados da adolescência do garoto são interessantes o suficiente para que o filme jamais deixe de prender a atenção mesmo sem fazer referência explícita aos Beatles - mesmo quando entra em cena um engomado Paul McCartney (Thomas Brodie-Sangstger), o parceiro com quem Lennon (então já imerso no mundo da música, incentivado pela mãe) iria fazer a cabeça de toda uma geração. Mas isso é outra história. A contada com segurança por Sam Taylor-Wood em O Garoto de Liverpool é mais folhetinesca e vem embalada por trilha sonora nada sentimental, recém-editada em CD no Brasil pela gravadora Sony Music. No caso, vale a pena ver o filme e ouvir também o disco.
ResponderExcluirMuito bom este filme. Isn't he a bit like you and me?
ResponderExcluirMais um que preciso conferir com urgencia - e quase fui, no dia do lançamento (ano passado).
ResponderExcluirBela resenha!
Tava mais do q na hora de realizarem esse documentário.
ResponderExcluirAnsioso