Como já virou tradição no mês de janeiro, a gravadora Universal Music põe nas lojas a edição atualizada da coletânea Axé Bahia, criada nos anos 90 pela PolyGram. O CD Axé Bahia 2011 enfileira 19 possíveis sucessos da folia de Salvador (BA). Eis a seleção de 2011, retrato fiel da vulgarização da música pop baiana rotulada como axé music, cuja produção é industrializada:
1. Acelara Aê (Noite do Bem) - Ivete Sangalo2. Saudação a Caboclo (Selei meu Cavalo Selei) - Margareth Menezes
3. Apertadinho - Netinho
4. Xequerê - Banda Cheiro de Amor
5. Tchubirabirom - Parangolé
6. Selo de Qualidade - Harmonia do Samba
7. Anjo Bebê - Asa de Águia
8. Tão Sonhada - Banda Eva
9. Blá Blá Blá - Jammil & Uma Noites
10. Eu Quero Só Você - Chicabana
11. Sapatinho (Dança da Cinderela) - É O Tchan
12. A Gente se Vê Depois da Chuva - Tomate
13. Tá Tudo Bem - A Zorra
14. Ela é Total Flex - Alexandre Peixe
15. Pra que Chorar? - Duas Medidas
16. Firme e Forte - Psirico
17. Molejo - Rapina
18. Incendeia - VoaDois
19. Hamurabi Sabe - Ramon Cruz
16 comentários:
Como já virou tradição no mês de janeiro, a gravadora Universal Music põe nas lojas a edição atualizada da coletânea Axé Bahia, criada nos anos 90 pela PolyGram. O CD Axé Bahia 2011 enfileira 19 possíveis sucessos da folia de Salvador (BA). Eis a seleção de 2011, retrato fiel da vulgarização da música pop baiana rotulada como axé music, cuja produção é industrializada:
1. Acelara Aê (Noite do Bem) - Ivete Sangalo
2. Saudação a Caboclo (Selei meu Cavalo Selei) - Margareth Menezes
3. Apertadinho - Netinho
4. Xequerê - Banda Cheiro de Amor
5. Tchubirabirom - Parangolé
6. Selo de Qualidade - Harmonia do Samba
7. Anjo Bebê - Asa de Águia
8. Tão Sonhada - Banda Eva
9. Blá Blá Blá - Jammil & Uma Noites
10. Eu Quero Só Você - Chicabana
11. Sapatinho (Dança da Cinderela) - É O Tchan
12. A Gente se Vê Depois da Chuva - Tomate
13. Tá Tudo Bem - A Zorra
14. Ela é Total Flex - Alexandre Peixe
15. Pra que Chorar? - Duas Medidas
16. Firme e Forte - Psirico
17. Molejo - Rapina
18. Incendeia - VoaDois
19. Hamurabi Sabe - Ramon Cruz
SÓ LIXO! Salvo alguns artitas, mas as "músicas" ......
Abraços,
Marcelo Barbosa - Brasília (DF)
PS: Apesar de não curtir o gênero, mas sinto falta dos axés bons do fim dos 80 e início dos 90.
Salvo numa boa " A gente se vê depois da chuva " com o Tomate.A música tem uma boa levada pop e esse menino canta muito!
Tomate, Eva e Maga! O resto é.... sei lá, todos tentam né! Poucos conseguem.
A sua amiguinha Ivete (que aliás é queridinha de toda a mídia, já que aparece até como comissária de bordo e jogadora de bocha) está aí no meio dessa "nobre" lista...Realmente lamentável....Culpa de vocês também que ficam babando o ovo dessa (sub)cultura...
Sou baiano, e compositor, e acho tudo isso muito triste, pricipalmente por conviver o ano inteiro com estes e outros. Felizmente, nessa cidade nem todo mundo é D'Oxum.
A Bahia infelizmente fez disso seu cartão de visita.
A maioria gosta, dá muitos turistas e muita grana.
Pena não enxergarem o quão danoso é descer tanto o nível para sua riquíssima cultura.
Como diria um entusiasta dessa coletânea: É a força da grana que ergue e destrói coisas belas.
Em tempo, lixo musical não é previlégio da Boa Terra - aqui em Recife o nível do "brega"(não confundir com os valorosos Reginaldos Rossis da vida) é daí pra baixo - o problema ao meu ver é fazer disso sua cara.
A Bahia é muito mais bonita do que isso.
PS: Tinha axés bem legais mesmo, Marcelo, no fim dos anos 80.
Me lembro de um mocinha que cantava descalça: Sené, Sené, Sené, Senegal...
E mesmo Sarajane trazia a maravilhosa picardia baiana, mas sem a tenebrosa vulgaridade.
Enfim, tá faltando romantismo - em todos os sentidos.
Grande Zé,
Discutíamos isso numa lista de carnaval. A sub-cultura domina e as grandes gravadoras só querem apostar nas apelações. A Universal pra mim tirando o Zeca só tem lixo. Ivete, ai a Ivete.... eu até gosto da voz, mas as músicas eu passo.
Abraços,
Marcelo Barbosa - Brasília (DF)
PS1: Retificando acima: artiStas.
PS2: Nem tudo NA Bahia está perdido. Temos os sambas de Roque Ferreira e Mariene de Castro. Como diria o grande poeta: "eu acredito na rapaziada". Nessa sim, o resto é RESTO!
PS3: Saudades das rádios no fim dos 70 e início dos anos 80 com a minha Rainha Beth estourada na mídia com sambas de carnaval como: Firme e Forte, Suor no Rosto, Vou Festejar, Caciqueando, Toque de Malícia, pout-pourri de marchinhas e tantos outros e NUNCA precisou apelar para esse tipo de baixarias de péssima qualidade.
Concordo, só gostaria de entender o que aqui se chama de "vulgaridade" (apelo do corpo? nisso a canção popular, desde os priórdios é mestre).
Bem como gostaria de saber qual é a música hoje cuja produção é não industrializada. Qual o sentido da palavra industrializada aqui?
Abração
A própria mídia divulga esse lixo e faz crer que toda a Bahia o curte. Engano: nem todo baiano é burro. A resposta que eu dou é que não compro esse tipo de lixo e nem ouço rádios que massacram os ouvidos das pessoas com o resultado da ação de dois neurônios (quando muito). Um dia isso acaba. Só espero que não venha coisa pior.
Leonardo, vulgaridade nada tem a ver com exposição do corpo...
A tal da vulgaridade nem se explica muito, se sente.
Quanto a música industrializada, é uma designação pra música feita como se fosse salsicha na fábrica e cuja ÚNICA intenção é vender.
Sacou?
Zé, sacar eu saco, mas gosto de complexificar a coisa.
Por exemplo: a vulgaridade que se sente é sempre sentida e filtrada pela subjetividade de quem ouve. Portanto, sinto falta de uma análise desinteressada pelo gosto pessoal.
E aqui caímos no mesmo ponto da tal música industrializada. qual música não quer ser vendida? Há público para toda a diversidade musical: de Ivete a Cage. Além disso, os próprios artistas (dos mais variados estilos, gostos e gêneros) hoje lutam por novas leis de direitos autoras.
Ahh, Leonardo, mas tem coisas que são subjetivas. Não tem jeito.
Todo artista quer vender, ser ouvido... Sem dúvida.
O problema é quando a intenção é só essa. Por isso coloquei a palavra única em letra maiúscula.
PS: Minha tendência é mais pra simplificar, mas gosto muito dos complexifidores.
Abraço
ok, ok, Zé.
abraço
essa "música" permanece em evidência até hoje graças, em parte, aos grupos que ganham muito dinheiro com o Carnaval baiano, que hoje (infelizmente) é exportado pelas micaretas e os tais "fora-de-época". Quando o governo de Pernambuco proibiu que se tocasse "acsé meusic" por lá, muita gente na época achou exagero e discriminação, mas foi a melhor atitude, pois, graças à bendita censura, Recife e Olinda preservaram o frevo, as marchinas e o verdadeiro clima de festa popular. A outra parcela de culpa é de certos artistas baianos de prestígio, que adoram dizer que tudo é lindo; os jornalistas soteropolitanos com diploma comprado endossam, recebem entardas vip para camarotes e outras "benesses". Daí temos um espetáculo de grosseria, que já passou do ponto há muitos anos e deveria ser proibido por atentado ao pudor, à cultura, às raízes, ao bom senso, à estética e até ao patrimônio público, pois os decibéis acima do permitido dos "trios" já estão afetando as estruturas seculares dos fortes da Barra e de outras construções do Centro Histórico de Salvador. Há duas semanas, ouvi na Praça da Piedade uma dessas "músicas", em volume altíssimo, perto havia crianças e idosos sentados nos bancos. O o refrão dizia assim: "Bota a b*c*t* no p*u/bota a b*c*t* no p*u/bota a b*c*t* no p*u/Pra você ficar legal". É por essas e outras que sou a favor da volta da Censura para impedir absurdos dessa natureza, pois ela não atrapalha (e até estimula) a criatividade. Ironicamente, foi durante o período em que esteve em vigor no Brasil que se produziu o melhor da música popular brasileira.
Postar um comentário