Mauro Ferreira no G1

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sábado, 19 de fevereiro de 2011

Esperanza Spalding acerta o tom de seu jazz em 'Chamber Music Society'

Resenha de CD
Título: Chamber Music Society
Artista: Esperanza Spalding
Gravadora: Heads Up (Concord Music) / Universal Music
Cotação: * * * *

Não foi por acaso que Esperanza Spalding recebeu o prêmio de Artista Revelação na última edição do Grammy Awards. Embora dado com dois anos de atraso, uma vez que a artista foi projetada em 2008 com o lançamento de seu segundo álbum, Esperanza, o prêmio é justo e merecido. Com seu terceiro álbum, Chamber Music Society (2010), recém-lançado no Brasil pela Universal Music, a cantora, compositora e contrabaixista norte-americana se consagra efetivamente como a grande descoberta do jazz nos últimos anos. Produzido pela própria Esperanza em parceria com Gil Goldstein, Chamber Music Society é disco de jazz mesmo. Não há flertes com o pop jazz de Diana Krall e Cia. Ao contrário, Esperanza apresenta um disco de arranjos arrojados que buscam eventualmente a interação do jazz com o universo da música erudita, evocado pelo trio de cordas formado por Entcho Todorov (violino), Lois Martin (viola) e David Eggar (violoncelo). A interação entre os dois mundos musicais é perceptível já na introdução da bela Little Fly, destaque entre os 11 temas do disco. A grande maioria, como os autorais Really Very Small e Chacarera, não possui letra, sendo levados por Esperanza em refinados vocalises. Outros têm, caso de Wild Is the Wind, tema feito por Dimitri Tiomkin e Ned Washington para o filme homônimo de 1957. Na faixa, a cantora esbanja categoria vocal em interpretação aconchegante. Influenciada pela música brasileira, a artista também se aventura em abordagem de Inútil Paisagem, música de Tom Jobim e Aloysio de Oliveira, entoada por Spalding em versão bilíngue que salpica versos em inglês e português entre os vocais da cantora. Fã de Milton Nascimento, de quem rebobinou Ponta de Areia em seu álbum Esperanza (2008), a artista convocou o compositor brasileiro para fazer dueto em Apple Blossom, faixa que reitera a sofisticação ousada deste personalíssimo Chamber Music Society.

2 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Não foi por acaso que Esperanza Spalding recebeu o prêmio de Artista Revelação na última edição do Grammy Awards. Embora dado com dois anos de atraso, uma vez que a artista foi projetada em 2008 com o lançamento de seu segundo álbum, Esperanza, o prêmio é justo e merecido. Com seu terceiro álbum, Chamber Music Society (2010), recém-lançado no Brasil pela Universal Music, a cantora, compositora e contrabaixista norte-americana se consagra efetivamente como a grande descoberta do jazz nos últimos anos. Produzido pela própria Esperanza em parceria com Gil Goldstein, Chamber Music Society é disco de jazz mesmo. Não há flertes com o pop jazz de Diana Krall e Cia. Ao contrário, Esperanza apresenta um disco de arranjos arrojados que buscam eventualmente a interação do jazz com o universo da música erudita, evocado pelo trio de cordas formado por Entcho Todorov (violino), Lois Martin (viola) e David Eggar (violoncelo). A interação entre os dois mundos musicais é perceptível já na introdução da bela Little Fly, destaque entre os 11 temas do disco. A grande maioria, como os autorais Really Very Small e Chacarera, não possui letra, sendo levados por Esperanza em refinados vocalises. Outros têm, caso de Wild Is the Wind, tema feito por Dimitri Tiomkin e Ned Washington para o filme homônimo de 1957. Na faixa, a cantora esbanja categoria vocal em interpretação aconchegante. Influenciada pela música brasileira, a artista também se aventura em abordagem de Inútil Paisagem, música de Tom Jobim e Aloysio de Oliveira, entoada por Spalding em versão bilíngue que salpica versos em inglês e português entre os vocais da cantora. Fã de Milton Nascimento, de quem rebobinou Ponta de Areia em seu álbum Esperanza (2008), a artista convocou o compositor brasileiro para fazer dueto em Apple Blossom, faixa que reitera a sofisticação ousada deste personalíssimo Chamber Music Society.

Luca disse...

não entendi o preconceito com o som da Diana Krall. nem todo jazz precisa ser cabeça