segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Tim baixa na festa de santo Brown, rei da miscigenação afropopbrasileira

Resenha de Show
Título: Sarau du Brown
Artista: Carlinhos Brown (em foto de Mauro Ferreira)
Convidados: Daniela Mercury, Marcelo Jeneci e Nando Reis
Local: Museu do Ritmo (Salvador, Bahia)
Data: 13 de fevereiro de 2011
Cotação: * * * *

Até Tim Maia (1942 - 1998) baixou no Sarau du Brown realizado na noite de 13 de fevereiro de 2011 no Museu do Ritmo. Aproveitando a presença de Daniela Mercury em cena, o anfitrião Carlinhos Brown convocou os outros dois convidados da noite, Marcelo Jeneci e Nando Reis, para subir novamente ao palco e, de improviso, começou a cantar a Festa de Santo Reis, música de 1971 em que Tim, embebido do mesmo espírito de miscigenação que move Brown, misturou a soul music com a música nordestina. Na sequência, sempre em clima de improviso, outro hit do Síndico em 1971, Não Quero Dinheiro (Só Quero Amar), sacudiu o público que lotou a pista e os camarotes do Museu do Ritmo. Tradicional evento do verão de Salvador (BA), o Sarau du Brown é festa em que o anfitrião, rei da miscigenação, aglutina sons da Nação afro-pop-brasileira. Dentro do clima, Daniela, Jeneci e Nando saudaram os 70 anos de Dominguinhos com o xote Eu Só Quero um Xodó, reviveram sucessos de outro rei, Luiz Gonzaga (1912 - 1989), e cantaram a valsa João e Maria (Sivuca e Chico Buarque) antes de Brown puxar E.C.T. - hit de Cássia Eller (1962 - 2001) composto por Nando, Brown e Marisa Monte - e Pedindo pra Voltar (hit da Timbalada que foi parar na voz de Marisa Monte). O fim foi com Andarilho Encantado, tema de Daniela e Marcelo Quintanilha, gravado pela cantora para o Carnaval de 2010 para saudar os 60 anos do Trio Elétrico. Em casa, Daniela interagiu o tempo todo com Brown num balé mulato de música e dança. Tímido, Jeneci se garantiu no toque de sua sanfona. Já Nando, extrovertido, entrou no tom festivo do show que durou mais de quatro horas e que foi aberto no clima melódico da canção Romântico Ambiente, primeira música da apresentação solo de Brown. Na companhia de banda de forte pulsação e de bailarinas que davam o colorido da festa, o anfitrião tocou músicas como Seo Zé - que culminou em solo de percussão - e Tantinho. Com baticum típico do samba carioca, Carnavália foi um dos pontos altos do show de Brown. A música do trio Tribalistas incendiou o público, que pulou ao som do tema. "Que fogo é esse?", perguntou, surpreso, o próprio Brown. Na sequência, a batida ficou mais leve - mas nem por isso menos contagiante - na versão em ritmo de samba de You're the Sunshine of my Life, música de Stevie Wonder, "mestre da inspiração para todo mundo", como saudou Brown. Sob a regência da miscigenação, Quanto ao Tempo (Carlinhos Brown e Michael Sullivan) - tema gravado por Ivete Sangalo como balada e pelo grupo Paralamas do Sucesso em ritmo de reggae - virou pagode no registro de Brown enquanto Na Baixa do Sapateiro (Ary Barroso) baixou na batida do samba-reggae. Já Ashansu, em clima de jam afro, desaguou em solo de percussão que poderia ser rotulado de hendrixiano se o guitarrista Jimi Hendrix (1942 - 1970) tivesse tocado percussão. Vassourinhas, com letra de Brown, foi o pretexto para fazer o público dar uma volta no ritmo, ou seja, correr ao redor do palco posicionado no centro da pista do Museu. E o ritmo é sempre animado no Sarau du Brown, o rei nativo da miscigenação.

6 comentários:

  1. Até Tim Maia (1942 - 1998) baixou no Sarau du Brown realizado na noite de 13 de fevereiro de 2011 no Museu do Ritmo. Aproveitando a presença de Daniela Mercury em cena, o anfitrião Carlinhos Brown convocou os outros dois convidados da noite, Marcelo Jeneci e Nando Reis, para subir novamente ao palco e, de improviso, começou a cantar a Festa de Santo Reis, música de 1971 em que Tim, embebido do mesmo espírito de miscigenação que move Brown, misturou a soul music com a música nordestina. Na sequência, sempre em clima de improviso, outro hit do Síndico em 1971, Não Quero Dinheiro (Só Quero Amar), sacudiu o público que lotou a pista e os camarotes do Museu do Ritmo. Tradicional evento do verão de Salvador (BA), o Sarau du Brown é festa em que o anfitrião, rei da miscigenação, aglutina sons da Nação afro-pop-brasileira. Dentro do clima, Daniela, Jeneci e Nando saudaram os 70 anos de Dominguinhos com o xote Eu Só Quero um Xodó, reviveram sucessos de outro rei, Luiz Gonzaga (1912 - 1989), e cantaram a valsa João e Maria (Sivuca e Chico Buarque) antes de Brown puxar E.C.T. - sucesso de Cássia Eller (1962 - 2001) composto por Nando - e Pedindo pra Voltar (hit da Timbalada que foi parar até na voz de Marisa Monte). O fim foi com Andarilho Encantado, tema de Daniela e Marcelo Quintanilha, gravado pela cantora para o Carnaval de 2010 para saudar os 60 anos do Trio Elétrico. Em casa, Daniela interagiu o tempo todo com Brown num balé mulato de música e dança. Tímido, Jeneci se garantiu no toque de sua sanfona. Já Nando, extrovertido, entrou no tom festivo do show que durou mais de quatro horas e que foi aberto no clima melódico da canção Romântico Ambiente, primeira música da apresentação solo de Brown. Na companhia de banda de forte pulsação e de bailarinas que davam o colorido da festa, o anfitrião tocou músicas como Seo Zé - que culminou em solo de percussão - e Tantinho. Com baticum típico do samba carioca, Carnavália foi um dos pontos altos do show de Brown. A música do trio Tribalistas incendiou o público, que pulou ao som do tema. "Que fogo é esse?", perguntou, surpreso, o próprio Brown. Na sequência, a batida ficou mais leve - mas nem por isso menos contagiante - na versão em ritmo de samba de You're the Sunshine of my Life, música de Stevie Wonder, "mestre da inspiração para todo mundo", como saudou Brown. Sob a regência da miscigenação, Quanto ao Tempo (Carlinhos Brown e Michael Sullivan) - tema gravado por Ivete Sangalo como balada e pelo grupo Paralamas do Sucesso em ritmo de reggae - virou pagode no registro de Brown enquanto Na Baixa do Sapateiro (Ary Barroso) baixou na batida do samba-reggae. Já Ashansu, em clima de jam afro, desaguou em solo de percussão que poderia ser rotulado de hendrixiano se o guitarrista Jimi Hendrix (1942 - 1970) tivesse tocado percussão. Vassourinhas, com letra de Brown, foi o pretexto para fazer o público dar uma volta no ritmo, ou seja, correr ao redor do palco posicionado no centro da pista do Museu. E o ritmo é sempre animado no Sarau du Brown, o rei nativo da miscigenação.

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  2. Mauro, estás em Salvador?! Quanta honra! Também estive nesse Sarau... e achei um barato! Já comprei ingressos pra o próximo! Até lá, ok!!

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  3. Mauro, E.C.T. é uma parceria de Carlinhos Brown, Marisa Monte e Nando Reis.

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  4. Marcio, grato pelo alerta. Já corrigi o texto. Merítissimo, valeu pelas boas-vindas. Abs, MauroF

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  5. Mauro, manda a idéia pra La Mercury gravar Show de Estrelas do Jeneci, ficaria linda em sua voz!

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  6. Gostaria de conhecer essa letra de Carlinhos Brown para "Vassourinhas".

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