quarta-feira, 2 de março de 2011

Graziela Medori exibe o d.n.a. dos pais no seu primeiro disco, 'A Hora É Essa'

Resenha de CD
Título: A hora é essa
Artista: Graziela Medori
Gravadora: Lua Music
Cotação: * * *

 Filha de Cláudia, grande cantora que o Brasil foi esquecendo por conta de carreira mal conduzida, Graziela Medori estreia no mercado fonográfico aos 25 anos com CD produzido por seu pai, o baterista Chico Medori. Graziela não nega o sangue. O D.N.A. de Cláudia é perceptível no canto de Graziela. O suingue e pegada de Medori, autor de temas como Brazuca nervosa e Dengo, também saltam aos ouvidos no primoroso primeiro terço do disco A Hora É Essa. Da lavra de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, a faixa-título - lançada pela subestimada cantora Célia em 1972 - é joia da fase em que o Tremendão estava embebido do samba-rock. Do mesmo ano de 1972, a propósito, vem curiosamente a outra pérola pescada por Graziela no baú de sua própria casa: Eu não sou causa, sou consequência, balanço ripongo da fase pop de Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle que Cláudia lançou em compacto. Surpreendentemente, após quatro impactantes faixas iniciais, cheias de groove e pressão, A Hora É Essa quebra sua aparente unidade e pega a estrada rítmica do Nordeste em xote de Romulo Fróes, Fez chover, pontuado pelo acordeom de Dominguinhos, de quem Graziela revive também O amor morreu (1974), título menos inspirado da obra do compositor com Anastácia. Mais tarde, em trilho mais urbano, o disco apresenta regravação de balada de Lobão, Chorando no campo (1987), revivida em tempo mais lento que dilui parte da beleza melódica da canção. Na sequência, com segurança incomum para cantoras estreantes, Graziela cai no samba sincopado de João Bosco e Aldir Blanc (Ou bola ou búlica, 1979) e apresenta tema de seu contemporâneo Edu Krieger (Nosso baile, aquém da produção normalmente inspirada de Krieger). O fato é que A hora é essa deixa boa impressão no todo, pela cantora e pela produção de Medori.

2 comentários:

  1. Filha de Cláudia, uma grande cantora que o Brasil foi esquecendo por conta de uma carreira mal conduzida, Graziela Medori estreia no mercado fonográfico aos 25 anos com CD produzido por seu pai, o baterista Chico Medori. Graziela não nega o sangue. O D.N.A. de Cláudia é perceptível no canto de Graziela. O suingue e pegada de Medori, autor de temas como Brazuca Nervosa e Dengo, também saltam aos ouvidos no primoroso primeiro terço do disco A Hora É Essa. Da lavra de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, a faixa-título - lançada pela subestimada cantora Célia em 1972 - é joia da fase em que o Tremendão estava embebido do samba-rock. Do mesmo ano de 1972, a propósito, vem curiosamente a outra pérola pescada por Graziela no baú de sua própria casa: Eu Não Sou Causa, Sou Consequência, balanço ripongo da fase pop de Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle que Cláudia lançou em compacto. Surpreendentemente, após quatro impactantes faixas iniciais, cheias de groove e pressão, A Hora É Essa quebra sua aparente unidade e pega a estrada rítmica do Nordeste em xote de Rômulo Fróes, Fez Chover, pontuado pelo acordeom de Dominguinhos, de quem Graziela revive também O Amor Morreu (1974), título menos inspirado da obra do compositor com Anastácia. Mais tarde, em trilho mais urbano, o disco apresenta regravação de balada de Lobão, Chorando no Campo (1987), revivida em tempo mais lento que dilui parte da beleza melódica da canção. Na sequência, com segurança incomum para cantoras estreantes, Graziela cai no samba sincopado de João Bosco e Aldir Blanc (Ou Bola ou Búlica, 1979) antes de apresentar tema de seu contemporâneo Edu Krieger (Nosso Baile, aquém da produção normalmente inspirada de Krieger). E o fato é que A Hora É Essa deixa boa impressão, no todo, pela cantora e pela boa produção de Medori.

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