Mauro Ferreira no G1

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terça-feira, 22 de março de 2011

Pior disco do Strokes, 'Angles' expõe a desarmonia e involução do grupo

Resenha de CD
Título: Angles
Artista: The Strokes
Gravadora: Sony Music
Cotação: * *

Ambientadas em clima turbulento, com interrupções e recusa das faixas inicialmente pilotadas por Joe Chiccarelli, as gravações do quarto álbum de estúdio do grupo norte-americano The Strokes - Angles, lançado nos Estados Unidos nesta terça-feira, 22 de março de 2010 - refletem o som sem energia e algo artificial que se ouve no disco, o pior da banda de Julian Casablancas. O (bom) single Under Cover of Darkness até disfarçou, mas o fato é que o Strokes soa quase irreconhecível em Angles, sendo que a mudança resulta em involução. É difícil identificar em faixas como Two Kind of Happiness - tema que flerta descaradamente com o tecnopop dos anos 80 - a banda que surgiu no mundo do disco em 2001 com Is This It, álbum cheio de guitarras, testosterona e energia juvenil. Dez anos depois, Angles flagra o Strokes embebido em sintetizadores, em eletrônica - com dosagem além da conta como exemplificam Games e, sobretudo, a robótica You're So Right - e numa artificialidade que tira a energia de faixas como Taken for a Fool. Sim, há um ou outro rock. caso de Gratisfaction, no qual ainda é possível identificar a velha chama perdida. Machu Picchu também é um momento aceitável. No todo, porém, entre rocks e baladas como Call me BackAngles reflete a desarmonia e a crise interna que explodiu na gravação do álbum. A ideia foi descentralizar o poder de criação do repertório, até então dominado por Casablancas. Todos os músicos tiveram direito a criar na gravação feita - quase sempre sem a presença do vocalista que era o principal compositor do grupo - no estúdio da casa do estúdio do guitarrista Albert Hammond Jr. A intenção democrática pode ter sido boa, mas o resultado é ruim. Quando termina com Life Is Simple in the Moonlight, balada que evoca o clima suave da Bossa Nova em algumas passagens, Angles deixa a triste sensação de que o fim do Strokes pode estar bem próximo...

5 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Ambientadas em clima turbulento, com interrupções e recusa das faixas inicialmente pilotadas por Joe Chiccarelli, as gravações do quarto álbum de estúdio do grupo norte-americano The Strokes - Angles, lançado nos Estados Unidos nesta terça-feira, 22 de março de 2010 - refletem o som sem energia e algo artificial que se ouve no disco, o pior da banda de Julian Casablancas. O (bom) single Under Cover of Darkness até disfarçou, mas o fato é que o Strokes soa quase irreconhecível em Angles, sendo que a mudança resulta em involução. É difícil identificar em faixas como Two Kind of Happiness - tema que flerta descaradamente com o tecnopop dos anos 80 - a banda que surgiu no mundo do disco em 2001 com Is This It, álbum cheio de guitarras, testosterona e energia juvenil. Dez anos depois, Angles flagra o Strokes embebido em sintetizadores, em eletrônica - com dosagem além da conta como exemplificam Games e, sobretudo, a robótica You're So Right - e numa artificialidade que tira a energia de faixas como Taken for a Fool. Sim, há um ou outro rock. caso de Gratisfaction, no qual ainda é possível identificar a velha chama perdida. Machu Picchu também é um momento aceitável. No todo, porém, entre rocks e baladas como Call me Back, Angles reflete a desarmonia e a crise interna que explodiu na gravação do álbum. A ideia foi descentralizar o poder de criação do repertório, até então dominado por Casablancas. Todos os músicos tiveram direito a criar na gravação feita - quase sempre sem a presença do vocalista que era o principal compositor do grupo - no estúdio da casa do estúdio do guitarrista Albert Hammond Jr. A intenção democrática pode ter sido boa, mas o resultado é ruim. Quando termina com Life Is Simple in the Moonlight, balada que evoca o clima suave da Bossa Nova em algumas passagens, Angles deixa a triste sensação de que o fim do Strokes pode estar bem próximo...

Luca disse...

Um disco de uma banda de rock ão pode ser tido como ruim só porque tem mais sintetizador do que guitarra. Os Strokes mudaram, não tem mesmo que ficar fazendo o mesmo disco.

Anônimo disse...

O Strokes é banda de um disco só.
É como aquele jogador que vc pensa que vai ser bom e ele não vinga.

Onias Lopes disse...

eu gosto muito de strokes, mas a sensação que eu sempre tive foi que cada album foi menor que o anterior.

eles fizeram um grande primeiro album, isso é fato.

Marcio Teixeira de Mello disse...

Melhor disco da banda. Ousado, criativo. Livre.

"Sintetizadores além da conta"? Queria saber qual é a conta.