segunda-feira, 21 de março de 2011

Zélia saboreia o gesto de gravar o DVD que festeja seus 30 anos em cena

Crônica de gravação de DVD
Título: Pelo Sabor do Gesto em Cena
Artista: Zélia Duncan (em fotos de Rodrigo Amaral)
Local: Theatro Municipal de Niterói (Niterói, RJ)
Data: 20 de março de 2011 - Sessão das 15h
Cotação: * * * * *

"Tô muito feliz!... Tô muito feliz!...", reiterou Zélia Duncan para a plateia de fãs e amigos após cantar Duas Namoradas (Itamar Assumpção e Alice Ruiz) na gravação ao vivo do DVD Pelo Sabor do Gesto em Cena. Era tarde de domingo, 20 de março de 2011, e a felicidade estava mesmo estampada na face e na voz da cantora. O Theatro Municipal de Niterói - o palco mais nobre da terra natal da artista, onde a turnê nacional do show Pelo Sabor do Gesto alçou voo em 4 de julho de 2009 - estava lotado por um público afetivo, ansioso por assistir à primeira das duas apresentações que iriam perpetuar em vídeo o show dirigido com sensibilidade pela atriz Ana Beatriz Nogueira. Um belo show - clique aqui para ler a resenha da estreia nacional de Pelo Sabor do Gesto - que nasceu do disco mais bonito e mais romântico de Zélia Duncan. A gravação por si só já era motivo de felicidade. Mas havia algo mais em cena. Zélia gravava seu quarto DVD solo no momento em que se prepara para festejar 30 anos de carreira iniciada em maio de 1981 em Brasília (DF). "Não sinto o peso de completar 30 anos de carreira. O peso é o da alegria. Eu me sinto uma sobrevivente", se autodefiniu a artista no palco cheio de significados afetivos para a niteroiense. E foi nesse palco, em cena, que Zélia saboreou cada gesto ao gravar ao vivo seu DVD. A presença de convidados - Christiaan Oyens, Fernanda Takai, John Ulhoa, Marcelo Jeneci e Moska - abrilhantou gravação que acrescentou ao roteiro do show a inédita Borboleta (de Zélia com Jeneci), sensível parceria com Moska (O Tom do Amor, cantada com o autor e com Oyens) e um sucesso dos tempos em que Roberto Carlos (Por Isso Corro Demais, de 1967) ainda era o Rei da juventude. Além das sutis alterações no roteiro, o novo figurino - assinado por Ronaldo Fraga - deu charme adicional a uma gravação que transcorreu sem erros. Sob a direção musical de Ézio Filho, Zélia saboreou cada gesto, cada música, do registro ao vivo de show que nunca perdeu a delicadeza do CD que o gerou.

Mais do que uma sobrevivente, Zélia chega aos 30 anos de carreira maior do que quando começou sua carreira. Se os anos 80 foram dedicados aos shows feitos antes da fama, os 90 marcaram o início do reconhecimento e da popularidade. Um disco irregular quando a cantora ainda assinava Zélia Cristina, Outra Luz (1990), abriu caminhos e espaços na mídia. Mas a verdadeira estreia fonográfica viria em 1994 com o CD intitulado Zélia Duncan. Foi quando Zélia Duncan se tornou verdadeiramente um nome, de início associado ao pop folk, estilo sedimentado no posterior álbum Intimidade (1996). Contudo, Acesso (1999) fechou a trillogia gravada na Warner Music em tom roqueiro. De gravadora nova, Zélia então procurou se renovar. Embora irregular, Sortimento (2001) foi o disco em que Zélia começou a expandir seu repertório e abrir o leque de parceiros, gerando um primeiro registro ao vivo de show, Sortimento Vivo (2002). Mas foi com Eu me Transformo em Outras (2004), seu primeiro disco de intérprete, que Zélia Duncan se agigantou na cena brasileira, em evolução reiterada pelos posteriores Pré-Pós-Tudo-Bossa-Band (2005) e Pelo Sabor do Gesto (2009). Entre um e outro CD, Zélia se transformou numa mutante e caiu na estrada com Simone em show perpetuado em DVD. Sem caráter retrospectivo, a gravação do DVD Pelo Sabor do Gesto em Cena - dirigido por Hugo Prata sob produção dividida entre a gravadora Biscoito Fino e o Canal Brasil - foi mais um momento feliz de uma carreira que chega com fôlego aos 30 anos.

7 comentários:

  1. "Tô muito feliz!... Tô muito feliz!...", reiterou Zélia Duncan para a plateia de fãs e amigos após cantar Duas Namoradas (Itamar Assumpção e Alice Ruiz) na gravação ao vivo do DVD Pelo Sabor do Gesto em Cena. Era tarde de domingo, 20 de março de 2011, e a felicidade estava mesmo estampada na face e na voz da cantora. O Theatro Municipal de Niterói - o palco mais nobre da terra natal da artista, onde a turnê nacional do show Pelo Sabor do Gesto alçou voo em 4 de julho de 2009 - estava lotado por um público afetivo, ansioso por assistir à primeira das duas apresentações que iriam perpetuar em vídeo o show dirigido com sensibilidade pela atriz Ana Beatriz Nogueira. Um belo show - clique aqui para ler a resenha da estreia nacional de Pelo Sabor do Gesto - que nasceu do disco mais bonito e mais romântico de Zélia Duncan. A gravação por si só já era motivo de felicidade. Mas havia algo mais em cena. Zélia gravava seu quarto DVD solo no momento em que se prepara para festejar 30 anos de carreira iniciada em maio de 1981 em Brasília (DF). "Não sinto o peso de completar 30 anos de carreira. O peso é o da alegria. Eu me sinto uma sobrevivente", se autodefiniu a artista no palco cheio de significados afetivos para a niteroiense. E foi nesse palco, em cena, que Zélia saboreou cada gesto ao gravar ao vivo seu DVD. A presença de convidados - Christiaan Oyens, Fernanda Takai, John Ulhoa, Marcelo Jeneci e Moska - abrilhantou gravação que acrescentou ao roteiro do show a inédita Borboleta (de Zélia com Jeneci), sensível parceria com Moska (O Tom do Amor, cantada com o autor e com Oyens) e um sucesso dos tempos em que Roberto Carlos (Por Isso Eu Corro Demais, 1967) era apenas o Rei da juventude e conquistava todo o Brasil.

    Mais do que uma sobrevivente, Zélia chega aos 30 anos de carreira maior do que quando começou sua carreira. Se os anos 80 foram dedicados aos shows feitos antes da fama, os 90 marcaram o início do reconhecimento e da popularidade. Um disco irregular quando a cantora ainda assinava Zélia Cristina, Outra Luz (1990), abriu caminhos e espaços na mídia. Mas a verdadeira estreia fonográfica viria em 1994 com o CD intitulado Zélia Duncan. Foi quando Zélia Duncan se tornou verdadeiramente um nome, de início associado ao pop folk, estilo sedimentado no posterior álbum Intimidade (1996). Contudo, Acesso (1999) fechou a trillogia gravada na Warner Music em tom roqueiro. De gravadora nova, Zélia então procurou se renovar. Embora irregular, Sortimento (2001) foi o disco em que Zélia começou a expandir seu repertório e abrir o leque de parceiros, gerando um primeiro registro ao vivo de show, Sortimento Vivo (2002). Mas foi com Eu me Transformo em Outras (2004), seu primeiro disco de intérprete, que Zélia Duncan se agigantou na cena brasileira, em evolução reiterada pelos posteriores Pré-Pós-Tudo-Bossa-Band (2005) e Pelo Sabor do Gesto (2009). Entre um e outro CD, Zélia se transformou numa mutante e caiu na estrada com Simone em show perpetuado em DVD. Sem caráter retrospectivo, a gravação do DVD Pelo Sabor do Gesto em Cena - dirigido por Hugo Prata sob produção dividida entre a gravadora Biscoito Fino e o Canal Brasil - foi mais um momento feliz de uma carreira que chega com fôlego aos 30 anos.

    ResponderExcluir
  2. Admito que curti mais o Pré-pós, mas admiro Zélia e suas opções

    ResponderExcluir
  3. Que texto!!! Você é meu ídolo! Sempre traduz muito bem o que os artistas querem dizer, no palco ou em disco. Muito bom mesmo! Obrigada por mais essas linhas de prazer! Chris Fuscaldo

    ResponderExcluir
  4. Zélia está linda nessas fotos. Esse figurino valorizou ainda mais a beleza diferente dela.

    Sou muito fã dela. Esse DVD deve ficar lindo.

    abração,
    Denilson

    ResponderExcluir
  5. Nossa, esse DVD deve estar sensacional!

    ResponderExcluir
  6. Conheci melhor Zélia Duncan através do seu trabalho " Eu me Transformo em Outras". Depois na turnê do Amigo é Casa com Simone aqui no Brasil e em Portugal. Eu gosto da cantora e compositora Zélia Duncan mas gostaria que ela tivesse mais tempo para produzir álbuns alheios com a qualidade que ela demonstrou na elaboração da caixa Timoneiro do Hermínio.ZD é uma força da natureza em criatividade e bom gosto. As cinco estrelas que voce atribuiu a esse Dvd são, sem dúvida, presságio de algo muito bom que virá por aí.
    Abraço
    Eulalia

    ResponderExcluir
  7. Acompanho Zélia Duncan há muitos anos e este show veio cheio de talento, talento este que Zélia traz desde o início. A cantora sela estes 30 anos de carreira com deliciosas surpresas numa gravação repleta de criatividade e emoção.
    Penso que o ponto alto do show foi o Tom do Amor. A presença de Moska, Christyaan Oyens e Zélia, exalando poesia, me deixou nas nuvens! Também é fundamental destacar a parceria de Marcelo Jeneci com ZD em Borboleta. Ainda quero trazer minhas palavras sobre Corro Demais, do nosso rei Roberto Carlos. Por fim, destaco a interpretação impecável de Zélia Duncan em suas canções, que, acompanhada por uma banda espetacular e cercada de profissionais de enorme capacidade, levou a plateia a desfrutar de momentos de intenso prazer musical. Parabéns a nossa Estrela e toda sua equipe.

    ResponderExcluir

Este é um espaço democrático para a emissão de opiniões, sobretudo as divergentes. Contudo, qualquer comentário feito com agressividade ou ofensas - dirigidas a mim, aos artistas ou aos leitores do blog - será recusado. Grato pela participação, Mauro Ferreira

P.S.: Para comentar, é preciso ter um gmail ou qualquer outra conta do google.

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.