sábado, 30 de abril de 2011

Caixa com álbuns dos 60 mostra como órgão de Lincoln era espetacular

Resenha de caixa de CDs
Título: O Rei dos Bailes
Artista: Ed Lincoln
Gravadora: Discobertas
Cotação: * * * *

Aquarela do Brasil já tinha até desbotado por conta de tantas regravações sem brilho quando, em 1960, o samba-exaltação lançado em 1939 por Ary Barroso (1903 - 1964) ganhou cores novas no toque do órgão de Ed Lincoln. A gravação abriu Órgão Espetacular (1960), o primeiro dos seis álbuns lançados pelo pianista entre 1960 e 1966 na extinta companhia Musidisc, da qual foi diretor musical e arranjador. Reeditados pela primeira vez em formato digital, estes seis álbuns voltam ao catálogo embalados na caixa O Rei dos Bailes, editada pelo selo Discobertas neste mês de abril de 2011. O título da caixa não é marqueteiro. Nascido em Fortaleza (CE) em 1932, o cearense Eduardo Lincoln Barbosa Sabóia tocava baixo quando migrou para o Rio em 1951. Mas logo trocou o baixo pelo piano e, a partir de 1955, começou a tocar na efervescente noite carioca. Nessas incursões noturnas, Lincoln volta e meia pilotava também um órgão. E foi como organista que ele se tornou um músico de fato espetacular e se consagrou como o rei dos bailes cariocas dos anos 60. Sua sonoridade foi sedimentada nestes seis álbuns ora embalados na caixa da Discobertas com reprodução das capas e da arte gráfica original. Órgão Espetacular (1960), Ed Lincoln, seu Piano e seu Órgão Espetacular (1961), Álbum Nº 2 (1962), Ed Lincoln, seu Piano e seu Órgão Espetacular (1963), A Volta (1964) e Ed Lincoln (1966) eram títulos até então raríssimos que tinham virado objetos de culto fervoroso na Europa, em especial na Inglaterra, país onde as gravações de Ed Lincoln para temas como Cochise (Ruy Santos) viraram hits nas pistas britânicas dos anos 90. Cochise, a propósito, integra o repertório do álbum de 1966 ao lado de O Ganso (parceria de Lincoln com Orlandivo) e de É o Cid (de Lincoln e Sílvio César), dois temas que deram fama ao organista no Brasil. Digitalizados a partir das fitas masters originais, os seis álbuns passaram na sequência por processo de remasterização. Ouve-se, de fato, um som límpido que faz justiça ao órgão elétrico de Ed Lincoln, um dos símbolos da música dos anos 60 na fase pré-Tropicália. O suingue ouvido na maioria das 12 faixas de A Volta - álbum de 1964 que lançou o sucesso Ai que Saudade Dessa Nega! (Ed Lincoln) e que foi embalado na caixa com ótima faixa-bônus, Centenário (Durval Ferreira e Orlandivo) - mostra como, em determina época, o som do órgão de Ed Lincoln foi realmente espetacular. Por isso, a caixa O Rei dos Bailes soa essencial para quem busca a preservação da memória fonográfica brasileira. Os bailes de Ed eram da pesada.

Ao pilotar 'All You Need Is Now', Ronson repõe Duran na boa rota original

Resenha de CD
Título: All You Need Is Now
Artista: Duran Duran
Gravadora: Tape Modern / Lab 344
Cotação: * * * 1/2

Em 2007, ao gravar o álbum Red Carpet Massacre, o Duran Duran se associou a Timbaland e a Justin Timberlake para (tentar) se reposicionar na cena pop contemporânea. Apesar do relativo êxito da boa balada Falling Down, gravada com os vocais de Timberlake, o disco resultou pífio. Quatro anos depois, o grupo britânico volta ao mercado fonográfico com álbum pilotado por ninguém menos do que Mark Ronson, produtor de incensados discos de Amy Winehouse e Lily Allen. Desta vez, não houve a busca insana por sons mais modernos. Décimo-terceiro álbum de estúdio do Duran, recém-lançado no Brasil pelo antenado selo Lab 344, All You Need Is Now surpreende positivamente ao repor o grupo em sua trilha original. Por mais que tenha timbres eventualmente mais contemporâneos, sobretudo na faixa-título, All You Need Is Now poderia ter sido perfeitamente lançado nos anos 80, década áurea do tecnopop que consagrou o Duran Duran e enquadrou o grupo no escaninho dos New Romantics. Leave a Light on, Blame the Machines e Girl Panic! são temas extremamente fiéis ao espírito da discografia inicial da banda. Safe (In the Heat of the Moment) se diferencia um pouco por conter o rap de Ana Matronic (das Scissor Sisters), mas não destoa do repertório deste primeiro álbum independente do Duran. E, para quem gosta de baladas, Being Followed e a especialmente bonita The Man Who Stole a Leopard (com a adesão dos vocais de Kelis) cumprem bem a função dentro de repertório que soa coeso. Aliás, a contribuição de Ronson não se estende à produção que respeita as tradições do Duran. Ele é parceiro dos músicos em seis das 14 faixas. Entre elas, A Diamond in the Mind, uma quase-vinheta tocada com cordas. E o fato é que, lá pelo fim do disco, ainda se ouve faixas razoavelmente interessantes como Runway Runaaway. Enfim, quando o fim já parecia estar próximo por conta de uma série de álbuns equivocados, o Duran Duran recupera o fôlego com este vintage All You Need Is Now.

Nenhum de Nós lança álbum 'Contos de Água e Fogo', pilotado por Ray Z

Anunciado em agosto de 2010 com o lançamento do single Outono Outubro, o 14º álbum de estúdio do grupo gaúcho Nenhum de Nós, Contos de Água e Fogo, foi efetivamente lançado neste mês de abril de 2011 em edição do selo Imã Records distribuída nas lojas pela empresa Radar. O rock que inspirou o título do disco, Água e Fogo, conta com o vocal do guitarrista Duca Leindecker. Temas inéditos como Primavera no Coração sinalizam a influência do BritPop no som da banda. Contudo, as conexões do Nenhum de Nós foram feitas com artistas da América Latina, em especial dos países vizinhos do Rio Grande do Sul. O músico uruguaio Sócio é parceiro e co-produtor de Mistério Profundo, tendo colaborado também na produção de Um Pouquinho, faixa que ecoa sons do rock mexicano. Já 3 Mil Léguas tem letra assinada (em português) pelo argentino Pablo Uranga. Por sua vez, Leoni é o parceiro da faixa Melhor e Diferente. Em disco pontuado por guitarras, com as ouvidas no rock Corrente, duas músicas - Exatamente Igual e Início Fim - sobressaem pelo fato de terem sido formatadas com cordas. O CD Contos de Água e Fogo foi produzido por Ray Z em parceria com o próprio grupo gaúcho.

'Entrenós' junta Pinheiro a Suely Mesquita, Nilze, Fred, Hermila e Arranco

A foto de Cristiano Soares flagra o cantor carioca João Pinheiro com a cantora e compositora Suely Mesquita dentro do fusca vermelho de 1966 em que foi ambientada a filmagem do clipe de Corrente, samba de Chico Buarque, lançado simultaneamente em 1976 em discos do compositor e do grupo MPB-4. O clipe foi filmado em Santa Teresa, no Rio de Janeiro (RJ). O dueto de Pinheiro e Mesquita faz parte do próximo CD do cantor, Entrenós, produzido por André Agra para a Sala de Som Records. Com lançamento previsto para o segundo semestre deste ano de 2011, o disco de duetos Entrenós junta Pinheiro a nomes como Arranco de Varsóvia (Mar de Maravilha, parceria do cantor com o grupo), Eliana Printes (Todo Mundo Sabe, parceria de Printes com Adonay Pereira), Fênix (Barulho, de Marcos Sacramento), Fred Martins (Chega, de Martins), Hermila Guedes (Tudo o que Eu Tenho, versão de Everything I Own, o hit do grupo norte-americano Bread) e Luanda Cozzetti (Vatapá, de Dorival Caymmi).

Edição dupla de 'Born This Way' tem três músicas e cinco remixes a mais

Nas lojas em 23 de maio de 2011, simultaneamente com a edição standard de Born This Way, a Special Edition (foto) do álbum de Lady Gaga tem três músicas e cinco remixes adicionais.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Entre 'covers' e hits, Jota Quest faz sua festa de 15 anos com pegada pop

Resenha de festa-show
Título: J15 - 15 Anos na Moral
Artista: Jota Quest (com Rogério Flausino em foto de Rodrigo Amaral)
Local: Armazém 4 do Pier Mauá (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 28 de abril de 2011
Cotação: * * * 1/2

Para promover a turnê que celebra seus 15 anos de sucesso (contados a partir do ingresso em 1996 na gravadora Sony Music), o grupo mineiro Jota Quest fez festa no anexo do Armazém 4 do Pier Mauá, na zona portuária do Rio de Janeiro (RJ). A festa começou na noite de 28 de abril de 2011. Atração principal da festa, o show começou já na madrugada desta sexta-feira, 29 de abril, e resultou atípico na carreira do quinteto mineiro pela quantidade de covers no roteiro e pela presença de convidados inusitados como Otto e Pitty (leia os quatro posts anteriores). Tais covers acabaram tomando o espaço de hits emblemáticos (Fácil, O Vento, Amor Maior) em roteiro que, em tese, teria caráter retrospectivo. Também atípico e sem pagantes, o público da festa-show era formado por amigos, artistas, profissionais da mídia, trabalhadores da indústria fonográfica e, sobretudo, convidados dos patrocinadores - estes citados nominalmente pelo vocalista Rogério Flausino mais de uma vez. Com a cerveja rolando farta e gratuita, o show tinha tudo para ser uma daquelas apresentações que todo mundo finge que vê. Mas não foi. Mesmo sem ter a forma definitiva do espetáculo da turnê Jota Quest - 15 Anos na Moral, que vai percorrer 20 cidades brasileiras em rota que começa por Palmas (Tocantis) em 14 de maio, o show foi visto. Com sua pegada pop, o Jota Quest cativou a atenção do público desde que entrou no palco e puxou a mediana É Preciso (Próxima Parada), uma das três inéditas da coletânea dupla Quinze, posta nas lojas neste mês de abril. Já não há soul no som do quinteto. A alma ligeiramente soul do início do Jota Quest parece ter ficado aprisionada no primeiro álbum da banda editado pela Sony Music, o que continha o cover esbranquiçado de As Dores do Mundo (Hyldon). Mas o público do Jota Quest não quer ouvir soul. Quer dançar ao som de música pop - e isso, justiça seja feita, o grupo faz com dignidade. Por isso, músicas como Encontrar Alguém e Na Moral soam quase sempre sedutoras, nem tanto na discografia irregular do quinteto, mas sobretudo no palco, habitat de Rogério Flausino, o carismático e elétrico vocalista da banda.  Por mais que o talento dos outros quatro músicos do grupo tenham peso nessa bem-sucedida receita pop (e os solos da guitarra de Marco Túlio se fazem ouvir em boa parte dos números), Flausino é a cara do Jota Quest. Com seu canto exteriorizado, ele sabe equilibrar temas de pulsação pop (De Volta ao Planeta), baladas (Só Hoje), covers bem-sacados (O Sol, da banda mineira Tianastácia) e até um eventual lado B da discografia da banda (Qualquer Dia Desses, faixa obscura do segundo álbum do Jota Quest). Há quem goste. Há quem odeie. Mas é inegável que o Jota Quest sabe fazer a festa para quem quer apenas diversão e arte em proporções nem sempre equilibradas. 

Bonfá e Dado dão moral para o Jota Quest no show dos 15 anos do grupo

Foi como uma banda cover da Legião Urbana que o Jota Quest estranhamente encerrou a festa-show dada pelo quinteto mineiro no anexo do Armazém 4 do Pier Mauá, na zona portuária no Rio de Janeiro (RJ), para promover a turnê Jota Quest - 15 Anos na Moral. Remanescentes da banda que projetou Renato Russo (1960 - 1996), o guitarrista Dado Villa-Lobos e o baterista Marcelo Bonfá - vistos com o Jota Quest na foto de Rodrigo Amaral - foram os últimos convidados do show iniciado já na madrugada desta sexta-feira, 29 de abril de 2011. Na companhia dos dois legionários, o vocalista Rogério Flausino soltou a voz em Ainda É Cedo, Tempo Perdido e Pais e Filhos. Embora os sucessos da Legião Urbana tenham sido cantados em coro fervoroso pelo público de convidados, o fecho do show - em tese de tom retrospectivo - resultou surpreendente e esquisito. Alguma coisa pareceu fora da ordem no fim.

Jota Quest recebe Seu Jorge para cantar 'Ive Brussel', música de Ben Jor

Nem todo mundo associa de imediato Seu Jorge ao Jota Quest, mas foi com a participação do cantor que o grupo gravou um de seus sucessos, Na Moral, faixa do álbum Discotecagem Pop Variada (2002) que dá título neste ano de 2011 à turnê Jota Quest - 15 Anos na Moral. Por isso, Seu Jorge foi um dos convidados da festa-show dada pelo quinteto mineiro no anexo do Armazém 4 do Pier Mauá, na zona portuária no Rio de Janeiro (RJ), para promover a turnê que vai percorrer 20 cidades brasileiras a partir de 14 de maio em rota que começa por Palmas (Tocantins). Com o Jota Quest, Jorge cantou Ive Brussel, tema de seu xará Jorge Ben Jor que foi originalmente gravado pelo Zé Pretinho em dueto com Caetano Veloso em 1979. O dueto de Seu Jorge com o vocalista Rogério Flausino - vistos em foto de Rodrigo Amaral - foi uma das surpresas do bom show iniciado com atraso já na madrugada desta sexta-feira, 29 de abril.

Com Otto, Jota Quest revive Chico Science na prévia da turnê de 15 anos

O improvável encontro de Otto com o Jota Quest foi uma das grandes surpresas da festa-show dada pelo grupo mineiro no anexo do Armazém 4 do Pier Mauá, na zona portuária no Rio de Janeiro (RJ), para promover a turnê Jota Quest - 15 Anos na Moral, que vai percorrer 20 cidades brasileiras a partir de maio. O vocalista Rogério Flausino e Otto - vistos em foto de Rodrigo Amaral - cantaram Manguetown, parceria de Chico Science (1966 - 1997) com Lúcio Maia e Dengue. O tema foi gravado pela Nação Zumbi em seu segundo álbum, Afrociberdelia, editado em 1996. Na empolgação, ao comentar a participação de Otto no show, Flausino se enganou e disse ao público de convidados que o movimento rotulado como Mangue Beat também completava 15 anos como o Jota Quest. Erro histórico, já que o primeiro álbum da Nação Zumbi - Da Lama ao Caos, pedra fundamental do Mangue Beat - foi lançado em 1994. Mesmo feita com a cara do Jota Quest, fora dos tradições do movimento, a abordagem de Manguetown por Flausino e Otto resultou empolgante - com direito a coreografias. Inusitado...

Jota Quest recebe Pitty na festa-show que badala turnê de seus 15 anos

Pitty foi a primeira convidada chamada pelo Jota Quest ao palco armado no anexo do Armazém 4 do Pier Mauá, no Rio de Janeiro (RJ), para o grupo fazer a festa-show que deu prévia da turnê Jota Quest - 15 Anos na Moral. O show começou já na madrugada desta sexta-feira, 29 de abril de 2011. Pitty convocou dois músicos de sua banda  - entre eles, o guitarrista Martin Mendezz, com quem forma o duo Agridoce - para cantar com o Jota Quest seu hit Me Adora, de refrão irresistível e pop com o cancioneiro do quinteto mineiro. O quente dueto de Pitty com o vocalista Rogério Flausino pode ser conferido na foto de Rodrigo Amaral.

Luiza Possi segue cantando e grava DVD em São Paulo com Ivete e Zizi

Luiza Possi vai fazer seu segundo registro ao vivo de show na noite desta sexta-feira, 29 de abril de 2011, em apresentação na casa Citibank Hall, em São Paulo (SP). Na gravação, que vai dar origem ao segundo DVD e CD ao vivo da artista, intitulados Seguir Cantando, Luiza recebe como convidadas as cantoras Ivete Sangalo e Zizi Possi. Com sua mãe, Luiza vai fazer dueto em Cacos de Amor e O Amor Vem para Cada um. O roteiro do show inclui músicas como Vem Ver (Pedro e Rita Altério), Deixa Estar (Tó Brandileone), Abençoador (Paulo Novaes) e Dias com Mais Horas (Luiza Possi e Dudu Falcão). A cantora vai abordar ainda sucessos de Rita Lee (Desculpe o Auê), Roberto Carlos (O Portão) e Zeca Pagodinho (Maneiras, samba de Chico da Silva). Coprodução do Canal Brasil,  a gravação tem direção musical do guitarrista Conrado Goys. Já a filmagem em si do DVD Seguir Cantando vai estar a cargo do diretor Pablo Uranga.

Marya Bravo canta Zé Rodrix em CD que registra show 'De Pai para Filha'

Dois anos após dar início à sua discografia com bom CD de peso roqueiro, Água Demais por Ti (Sesc Rio Som, 2009), a atriz e cantora Marya Bravo se prepara para lançar em junho de 2011 pela gravadora Joia Moderna o álbum De Pai para Filha - As Canções de Zé Rodrix. Trata-se do registro de estúdio do show em que Bravo canta somente músicas de seu pai, o cantor e compositor Zé Rodrix (1947 - 2009). O repertório abrange sucessos como Casa no Campo, Mestre Jonas e Soy Latino Americano entre temas pouco conhecidos - caso de Quando Você Ficar Velho.  Na foto, Marya posa rodeada pelos músicos Pedro Garcia (bateria), Bruno Pederneiras (guitarra e violão), Daniel Martins (baixo) e Pedro Augusto (piano e órgão), que formam a Eletrobanda e tocam no show e no CD a ser editado pela gravadora do DJ Zé Pedro.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Belo show expõe a cara e a alma musical de Mart'nália antes do sucesso

Resenha de show
Título: Minha Cara
Artista: Mart'nália (em foto de Rodrigo Amaral)
Local: Teatro Rival (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 27 de abril de 2011
Cotação: * * * * 
Show em cartaz no Teatro Rival (Rio de Janeiro, RJ) até 29 de abril de 2011, às 21h30m

Mart'nália tem duas caras musicais. A atual surgiu em 2002 com o sucesso hype do álbum Pé do meu Samba (2002) e se cristalizou em 2005 com a popularidade do CD Menino do Rio (2005), que emplacou o samba Cabide (Ana Carolina) na trilha sonora da novela Paraíso Tropical (2006). A Mart'nália de agora cai no samba com leveza pop. A artista de antes do sucesso bebia mais na fonte do funk e do soul sem jamais desprezar o samba, berço de sua existência musical. É esta cara antiga de Mart'nália que reaparece no show Minha Cara, em cartaz no Teatro Rival, no Rio de Janeiro (RJ), até sexta-feira, 29 de abril de 2011. No show, dirigido por Martinho da Vila, Mart'nália revive o repertório de Minha Cara, seu segundo CD, lançado originalmente em 1997 pela ZFM Records e reeditado em 2009 pela gravadora Biscoito Fino. O show é sedutor e requintado. Mart'nália se permitiu o luxo de convocar para o show os músicos que gravaram Minha Cara. Estão com a cantora no palco do Rival o baixista Ivan Machado (produtor do disco e diretor musical do show), o baterista Paulinho Black, o violonista Cláudio Jorge, o tecladista Itamar Assiére (autor dos arranjos) e o também tecladista Jorjão Barreto (requisitado eventualmente para os vocais de temas como o samba baiano Nas Águas de Amaralina). Morto em novembro de 2010, o percussionista Ovidio Brito (1945 - 2010) é representado em cena por seu neto, Menino Brito, também percussionista, integrante da banda de Mart'nália já há alguns anos. E o fato é que, sob a direção segura de Martinho da Vila, Mart'nália apresenta um de seus melhores shows. O bloco solo inicial já cativa de cara: a sós com seu tamborim, a cantora entoa Pé do meu Samba (Caetano Veloso). Na sequência, troca o tamborim pelo pandeiro e revive Cabide. Em seguida, pega o violão para cantar Para um Amor no Recife (Paulinho da Viola) e - então já com o auxílio luxuoso da percussão de Menino Brito - Preciso me Encontrar, obra-prima de Candeia (1935 - 1978), mestre de quem Mart'nália gravou A Flor e o Samba no disco Minha Cara. Tal como no CD, A Flor e o Samba desabrocha no show ao lado de um samba antigo de Martinho da Vila, Parei na Sua, pretexto para Mart'nália sambar no palco enquanto a cortina se fecha. Entre o minimalista bloco inicial e este esfuziante número final, Mart'nália mostra que sua alma musical extrapola a roda de samba. Se Não me Balança Mais (Mart'nália e Viviane Mosé) ginga no suingue cubano, Pra que Vou Recordar o que Chorei? (Carlos Dafé) cai para o charm sem perder sua alma soul. E por falar em soul, Coleção - sucesso de um mestre do gênero, o sumido Cassiano - prova que, como intérprete, Mart'nália jamais deve ser enquadrada no rótulo de sambista. Embora o samba pontue o show com números como Grande Amor (Martinho da Vila) e Conto de Areia (Toninho e Romildo). Artista diplomada nos mais nobres quintais do Rio de Janeiro (RJ), Mart'nália põe na avenida até um belo samba-enredo, O Samba É a Minha Escola (Cláudio Jorge, Mart'nália, Agrião e Paulinho da Aba), derrotado na disputa para representar a escola de samba Unidos de Vila Isabel no Carnaval de 1997. Enfim, o show é fiel à cara de Mart'nália naquele ano de 1997. Mesmo quando extrapolam o repertório do disco - ao reviver o samba Nas Águas de Amaralina (Martinho da Vila, gravado por Mart'nália no CD Menino do Rio) e ao tocar um tema instrumental de George Benson, por exemplo - Mart'nália e banda dão às músicas a cara de Minha Cara. Disco que apresentou a primeira boa parceria da cantora com Mombaça, Entretanto. É fato que uma ou outra música soa pouco inspirada - notadamente Calma (Arthur Maia e Mart'nália) - mas isso não tira o brilho de um show coeso que, no bis, inclui abordagem de Deixa Eu Cantar, música de Dudu Falcão que foi gravada em 1988 por Nana Caymmi para o álbum Nana. Dudu - para quem não sabe - é o compositor da música que deu nome a Minha Cara, disco em que Mart'nália se mostrou cheia de charme, com a alma encharcada de chão e soul. Ainda no bis, o samba pop Ela É a Minha Cara (Celso Fonseca e Ronaldo Bastos) encerra de vez o show mostrando a cara atual de Martn'ália, leve e já sapeca.

Volta 'Mosaico', CD que registra parceria de Toquinho com Paulo Pinheiro

Lançado originalmente em 2005, o CD Mosaico ganha reedição da gravadora Biscoito Fino neste mês de abril de 2011. No disco, Toquinho registra 12 músicas de sua parceria com Paulo César Pinheiro. Oito foram compostas para o espetáculo de teatro Outros Quinhentos, escrito por Millôr Fernandes e encenado em 2000 em São Paulo (SP). A peça gerou a parceria. Anos depois, Toquinho e Pinheiro fizeram mais quatro músicas para completar o repertório de Mosaico. Em 12 faixas, a dupla passeia por ritmos como samba, canção, fado e maracatu. Marujo, Descobrimento, Tambor Cafuzo, Negro ReiAlém do Mar são títulos da parceria que estão perpetuados no disco ora reeditado em escala nacional, seis anos após o seu lançamento. 

Nelson Freire celebra bicentenário de Liszt com CD 'Harmonies du Soir'

Em 2011, o mundo da música clássica festeja o bicentenário de nascimento do compositor e pianista húngaro Franz Liszt (22 de outubro de 1811 - 31 de julho de 1886), pioneiro da modernidade erudita. O pianista brasileiro Nelson Freire dá sua contribuição aos festejos com o CD Liszt: Harmonies du Soir, editado pela Decca neste mês de abril de 2011 e já lançado no Brasil pela Universal Music. Com o virtuosismo que já lhe deu fama mundial,  Freire toca temas como Ballade nº 2 in B minor, S171, Hungarian Rhapsody nº 3, S244/3 e Sonetto 104 del Petrarca, S161/5, selecionados de forma assumidamente pessoal. A faixa-título encerra o CD.

Anthrax completa 30 anos de carreira e finaliza o álbum 'Workship Music'

O Anthrax prepara sua volta ao mercado fonográfico neste ano de 2011, quando o grupo norte-americano de heavy metal - formado em 1981 - completa três décadas de existência. O quinteto finaliza seu décimo álbum de estúdio, Workship Music, cujo lançamento está previsto para setembro. Trata-se do primeiro disco de estúdio da banda em oito anos. O sucessor de We've Come for You All (2003) vem sendo descrito pelos músicos como o "mais emocional" do Anthrax. Seja como for, Workship Music reintegra o vocalista Joey Belladona ao grupo. O cantor, que esteve na banda entre 1984 e 1992, retornou ao Anthrax em 10 de maio de 2010.

Steven Tyler lança segundo single solo em 7 de maio, '(It) Feels so Good'

Voz e cara do Aerosmith, Steven Tyler dá continuidade à sua discografia solo paralelamente ao trabalho com o grupo norte-americano de rock pesado. Seis meses após apresentar Love Lies, single editado em novembro de 2010, Tyler anuncia o lançamento de um segundo single, (It) Feels so Good, agendado para 9 de maio de 2011 nos Estados Unidos. Tema já está nas rádios.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Sai de cena aos 56 anos Neusinha Brizola, a intérprete do hit 'Mintchura'

Vista acima em foto de 1983, ano em que iniciou efêmera carreira de cantora com o hit Mintchura, Neusinha Brizola saiu de cena nesta quarta-feira, 27 de abril de 2011, vítima de complicações pulmonares decorrentes de hepatite. Filha do controvertido político Leonel Brizola (1922 - 2004), Neusa Maria Goulart Brizola tinha 56 anos. Seu único sucesso foi Mintchura, gravação de 1983, produzida por Paulo Coelho e lançada em compacto editado pela gravadora Som Livre. Parceria de Neusinha com Joe Euthanazia, a música foi para as paradas no embalo do sucesso que o pop rock carioca começava a fazer nas rádios (e nas televisões) naquele ano. Aproveitando a onda e o fato de Mintchura ter se tornado um hit popular, a Som Livre lançou ainda em 1983 o primeiro LP de Neusinha. Na sequência, em 1984, a efêmera cantora gravou mais dois compactos pela gravadora, mas ambos fracassaram e deram fim à carreira de Neusa.

Show de Kessous reitera e até acentua a espantosa semelhança com Marisa

Resenha de Show
Título: Monique Kessous
Artista: Monique Kessous (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Teatro Rival (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 26 de abril de 2011
Cotação: * * * 1/2

 Foi obra do acaso, mas pareceu até provocação: no momento em que o público começou a ocupar as mesas do Teatro Rival, para ver o show apresentado por Monique Kessous na noite de 26 de abril de 2011, começou a tocar Ainda lembro, gravação feita por Marisa Monte para seu álbum Mais (1991). Acaso se transformou em ironia pelo fato de o (bom) show reiterar e acentuar a espantosa semelhança de Kessous com Marisa, já evidente no terceiro álbum da cantora, Monique Kessous, produzido por Rodrigo Vidal e lançado em novembro de 2010 pela Sony Music. No show, essa incômoda similaridade salta não somente aos ouvidos - pelas vozes de timbres parecidos e pela maneira de cantar - mas também aos olhos. Dona de beleza esbelta, Kessous lembra Marisa por esse porte esguio e até pela postura corporal em cena - o uso das mãos, por exemplo, remente ao gestual da artista que, em maior ou menor escala, tem servido de matriz para as cantoras surgidas a partir de 1990. Basta ver um registro audiovisual de números do show como Coração (Monique Kessous, 2010) e o medley que agrega A quantas anda (Monique Kessous, 2010) e Levo a minha vida assim (Monique Kessous, 2010) para comprovar essa semelhança que ultrapassa o estágio de mera influência. Se esse vínculo com Marisa for natural, é preciso trabalhar a postura cênica de Kessous para diminuí-lo. Se for estratégia da gravadora Sony Music (que fez mistério sobre a identidade de Kessous ao lançar o single de Frio), esse marketing precisa ser repensado. Até porque o show ratifica o talento da artista carioca como cantora e como compositora. Como cantora, Kessous já exibe segurança precoce em cena. É uma cantora de verdade - afinada, sem truques de estúdio - que dá a impressão de ter tido formação lírica. Como compositora, ela parece ter bom domínio do idioma pop, com ênfase na canção popular romântica - gênero com o qual dialoga, por exemplo, sua música Calma aí, alocada no roteiro após a melodiosa Frio, hit radiofônico por excelência. Não foi por acaso que um dos números mais aplaudidos do show foi sua releitura de Espumas ao vento (Accyoli Neto, 1997), tema popular abordado com classe por Kessous. A propósito, sempre que canta repertório alheio, Kessous o faz com personalidade. Na sua voz de soprano, o frevo Bloco do prazer (Moraes Moreira e Fausto Nilo, 1979) sai mais devagar para que se possa apreciar a letra. Disritmia (Martinho da Vila, 1974) também reaparece com pulsação diferente da habitual num dos poucos números que Kessous mostra que, se quiser, pode se distanciar da matriz-Marisa. Em contrapartida, o clima portenho da abordagem de Sonhos (Peninha, 1977) se diluiu no show. De todo modo, Sonhos já soa batida após tantas interpretações. Kessous contagia mais quando, longe da obviedade, rebobina com suingue Qual é, baiana? (Moacyr Albuquerque e Caetano Veloso, 1971), tema lançado por Caetano Veloso no compacto duplo O Carnaval do Caetano (Philips, 1971) e regravado por Gal Costa sete anos depois no disco Água viva (Philips, 1978). Também surpreende, mas sem contagiar tanto, a abordagem do r & b Ain't no Sunshine (Bill Withers, 1971) em ritmo que tangencia a levada do reggae. E, surpresa por surpresa, a causada pela aparição no roteiro de Swing de Campo Grande (Moraes Moreira, Paulinho Boca de Cantor e Galvão, 1972) é boa, mas também é má pelo fato de o cancioneiro d'Os Novos Baianos ser referência fundamental do universo de ninguém menos do que ela, Marisa Monte, influência presente em demasia num show cuja direção musical, elegante e contemporânea, recusa mudernices para não tirar o foco da voz e do repertório (pop)ular de Monique Kessous. A banda é boa, a cantora é boa, enfim, o show é bom, apesar do bis morno com Tempo - música de 2010, assinada por Kessous com Charles Silva - e O tic-tac do meu coração (Alcyr Pires Vermelho e Valfrido Silva, 1935). Contudo, enquanto o fantasma da comparação com Marisa Monte continuar rondando Monique Kessous, a compositora da linda valsa Noites sem luar (Monique Kessous, Denny Kessous e Fernanda Shcolnik, 2010) - apresentada no show de 26 de abril em inebriante dueto com Moska -  não vai marcar a própria identidade no país das cantoras. Uma pena, já que, ao cantar o xote-rock Revendo amigos (Jards Macalé e Waly Salomão, 1972) em clima de baioque, Monique Kessous mostra que também seduz o espectador quando consegue ser somente... Monique Kessous.

Kessous recebe Moska em show no Rio para cantar a valsa 'Noites sem luar'

 Ao gravar o terceiro álbum (Monique Kessous, lançado pela Sony Music em novembro de 2010), a cantora e compositora carioca Monique Kessous convidou Moska para fazer dueto com ela em Noites sem luar, belíssima valsa composta por Monique com o irmão Denny Kessous e com Fernanda Shcolnik. Tal dueto foi revivido ao vivo na noite de terça-feira, 26 de abril de 2011, em show feito pela cantora no Teatro Rival, na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Na sequência de Noites sem luar, obra-prima de gênero que remete à fase pré-moderna da música brasileira, Monique Kessous e Moska - vistos em foto de Mauro Ferreira - interpretaram juntos em tom caloroso Pensando em você, uma das canções mais românticas (e belas) do repertório autoral do carioca Paulinho Moska.

Aretha abre selo e lança seu 38º álbum, 'A Woman Falling Out of Love'

Três anos após lançar disco natalino de repercussão e alcance reduzidos (This Christmas, 2008), Aretha Franklin volta ao mercado fonográfico. A diva do soul e do r & b abriu selo, Aretha's Records, por onde edita em 3 de maio de 2011, nos Estados Unidos, seu 38º álbum de estúdio, A Woman Falling Out of Love. Por ora, o disco vai ser vendido somente na rede de lojas Walmart. Mas uma edição em formato digital já tem lançamento no iTunes agendado para 3 de junho. O primeiro single é How Long I've Waited, uma das duas faixas compostas e produzidas pela própria Aretha (a outra é This You Should Know). Em Faithfull, a cantora volta à origem gospel em faixa cantada em dueto com uma cantora do gênero, Karen Clark-Sheard. A Woman Falling Out of Love oferece como faixa-bônus My Country 'Tis of Thee, o tema de Samuel Francis Smith e Thesaurus Musicus que Aretha cantou em 2009 na posse do presidente dos Estados Unidos Barack Obama. Sweet Sixteen, New Day e U Can't See me são outras músicas do álbum, o primeiro de Aretha Franklin após os problemas de saúde - suposto câncer no pâncreas não confirmado oficialmente - enfrentados pela cantora ao longo de 2010. 

Tecladista do Guns N' Roses, Pitman toca no DVD solo de Rodrigo Santos

Tecladista da atual formação do grupo Guns N' Roses, Chris Pitman toca com Rodrigo Santos em duas faixas do primeiro DVD solo do baixista do Barão Vermelho. Repetindo a participação que já tinha feito em alguns shows de Santos, Pitman gravou no estúdio Jam House, no Rio de Janeiro (RJ) os covers de Holiday in the Sun e Surrender, músicas dos repertórios dos grupos Sex Pistols e Cheap Trick, respectivamente. Filmado sob a direção de João Elias Jr. desde 2010, o DVD solo de Rodrigo Santos está em fase final de produção e vai sair ainda em 2011. 

EMI lança no Brasil disco de 2006 que une a voz de Stacey ao sax de Jim

No embalo da vinda do casal Jim Tomlinson e Stacey Kent para show na Sala São Paulo (SP) na próxima quarta-feira, 4 de maio de 2011, a EMI Music lança no Brasil The Lyric, álbum que une a voz da cantora de jazz ao sax do músico, produtor e arranjador. O disco foi lançado originalmente em março de 2006, na Europa. O CD enfileira no repertório treze standards internacionais, sendo que dez são ouvidos na voz de Stacey Kent. Soladas pelo sax jazzístico de Jim Tomlinson, as três exceções são Something Happens to me (Jack Segal e Marvin Fisher) e os temas brasileiros Manhã de Carnaval (Luiz Bonfá e Antonio Maria) e Outra Vez (Antonio Carlos Jobim). Reunido, o casal vai da versão em inglês de Corcovado (Antonio Carlos Jobim com letra de Gene Lees) a Stardust (Hoagy Carmichael e Mitchell Parish), passando por What Are You Doing the Rest of Your Life? (Michael Legrand, Alan Bergman e Marilyn Bergman) e My Heart Belongs to Daddy (Cole Porter). The Lyric sai no Brasil com capa diversa da original.

Smashing Pumpkins vai reeditar álbuns de estúdio e coletâneas até 2013

Enquanto prepara seu nono álbum de estúdio (Oceania, previsto por ora para ser lançado em setembro de 2011 com dez faixas), o grupo norte-americano Smashing Pumpkins anuncia, em parceria com a gravadora EMI Music, as reedições de seis álbuns de estúdio e de duas de suas oito compilações. Turbinadas com faixas-bônus, as reedições vão chegar às lojas entre 2011 e 2013. Para este ano de 2011, estão programados os relançamentos dos álbuns Gish (1991) e Siamese Dream (1993) - este com a provável adição do cover de Sweet Home Alabama (Lynyrd Skynyrd) - além da coletânea Pisces Iscariot (1994). Em 2012, a banda de Billy Corgan repõe em catálogo o álbum Mellon Collie and the Infinite Sadness (1995), a caixa de gravações raras The Aeroplane Flies High (1996) e o álbum Adore (1998). Por fim, em 2013, chegará às lojas uma edição dupla que agrega os álbuns gêmeos Machina - The Machines of God e Machina II - The Friends and Enemies of Modern Music, ambos lançados pelo grupo em 2000.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Heart rebobina hits no DVD 'Night at Sky Church', já disponível no Brasil

Em agosto de 2010, a dupla norte-americana Heart voltou ao mercado fonográfico com Red Velvet Car, álbum de inéditas que injetou fôlego na trajetória das irmãs Ann e Nancy Wilson (apesar de a voz de Ann já não ostentar o viço dos tempos áureos do duo). Cinco meses antes de lançar o disco, mais precisamente em 5 de março de 2010, a dupla registrou ao vivo em sua terra natal, Seatle (EUA), o show perpetuado no DVD intitulado Night at Sky Church e lançado nos Estados Unidos um ano depois, em 8 de março de 2011. Com apenas um mês de atraso, Night at Sky Church já se encontra disponível no mercado brasileiro em edição da gravadora ST2. Entretanto, quem já tem os dois DVDs anteriores do Heart, Alive in Seattle (2003) e Dreamboat Annie (2007), pouco ou nada tem a ganhar com a aquisição de Night at Sky Church. Além de rebobinar hits dos anos 70 e 80, como Barracuda, o Heart mostra poucas músicas novas que seriam lançadas em Red Velvet Car, caso de WTF. O maior diferencial reside na participação da cantora Alison Krauss em These Dreams, Safronia's Mark e Your Long Journey, sendo que as duas últimas músicas contam também com a adesão do compositor e músico canadense Ben Mink. O DVD  apresenta duas faixas-bônus, Back to Avalon e Kick It Out.

Sai no Brasil DVD que exibe tributo a Les Paul comandado por Jeff Beck

A gravadora ST2 está lançando no Brasil neste mês de abril de 2011 o DVD Rock'n'Roll Party - Honoring Les Paul. O DVD exibe o show comandado pelo guitarrista Jeff Beck em tributo a Les Paul (1915 - 2009) no Iridium Jazz Club, em Nova York (EUA), em 9 de junho de 2010. Na data, Les Paul - um dos inventores da guitarra elétrica - completaria 95 anos. Por isso, Beck liderou turma - formada por nomes pouco ou nada conhecidos fora do circuito musical norte-americano - para saudar Paul em roteiro que incluiu temas como Sitting on Top of the World e How High the Moon. O show teve a presença do sumido David Bowie, mas apenas na plateia.

Produzido por Chico Neves, o quarto disco solo de Herbert sai este ano

Onze anos após O Som do Sim (2000), Herbert Vianna agenda o lançamento de seu quarto disco solo para este ano de 2011. No CD, já inteiramente gravado com produção de Chico Neves, o cantor dos Paralamas do Sucesso - visto em foto de Maurício Valladares - regrava músicas que deu para cantores e grupos. Esse cancioneiro de Herbert lançado por outras vozes inclui duas baladas propagadas por Ivete Sangalo - Se Eu Não te Amasse Tanto AssimA Lua Q Eu te Dei  - e uma canção que o compositor deu para Roberto Carlos, Quando Você Não Está Aqui, mas que acabou sendo lançada por Maria Bethânia em 2001 em seu álbum Maricotinha.

APTR reverencia o teatro musical de Bibi em noite de prêmios e emoção

Em noite de prêmios e emoção, a APTR - Associação dos Produtores de Teatro do Rio de Janeiro - reverenciou a vida e os 70 anos de carreira de Bibi Ferreira. Além de ter recebido seu troféu das mãos de ninguém menos do que Fernanda Montenegro, a homenageada do 5º Prêmio APTR de Teatro - entregue no Teatro Carlos Gomes, no Rio de Janeiro (RJ), na noite chuvosa de 25 de abril de 2011 - teve momentos emblemáticos de sua trajetória no teatro musical revividos pelas atrizes Amanda Costa e Izabella Bicalho. Amanda cantou versão em português de I Could Have Danced All Night, tema do musical My Fair Lady, encenado por Bibi no Brasil em 1962. Bicalho entoou Gota d'Água, música-título da histórica adaptação de Medéia estreada por Bibi em 1975 com texto e música de Paulo Pontes e Chico Buarque de Hollanda.  Mestre de cerimônias do evento, o ator Fernando Eiras fez um belo número musical, seduzindo a plateia ao cantar poeticamente Sonho Impossível, tema do musical O Homem de La Mancha, encenado por Bibi em 1973.  No fim da cerimônia, a própria Bibi entrou em cena e recitou breve texto da adaptação de Medéia antes de cantar medley com Gota d'Água e Basta um Dia, as duas composições mais conhecidas do musical. Bibi Ferreira - vista em foto de Cristina Granato - foi o espetáculo em noite de teatro, música e sobretudo grande emoção.

Joia Moderna relança em junho '...Maravilhosa', álbum 'cult' de Wanderléa

Em 1972, após momentânea saída de cena por conta de problemas pessoais, Wanderléa assinou contrato com a gravadora Philips e deu o primeiro passo em direção a uma imagem e a um som mais adultos com a gravação do álbum ... Maravilhosa, lançado naquele mesmo ano pelo selo Polydor. Foi a primeira tentativa da Ternurinha de se dissociar do pueril e limitador universo musical da Jovem Guarda. Decorridos 39 anos, ... Maravilhosa volta ao catálogo já com aura cult. A reedição do álbum integra o segundo lote de lançamentos da Joia Moderna, a gravadora especializada em cantoras aberta pelo DJ Zé Pedro no início deste ano de 2011. A oportuna reedição de ...Maravilhosa chega às lojas em junho com libreto que apresenta fotos e textos inéditos sobre o disco e o show homônimo. Em trabalho renovador, Wanderléa foi do iniciante Hyldon (Vida Maneira e Deixa) a Gilberto Gil (Back in Bahia), passando por Assis Valente (Uva de Caminhão) e por Jorge Mautner (Quero Ser Locomotiva).

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Além de compor com Guinga, Ana Carolina amplia parceria com Krieger

A obra autoral de Ana Carolina está ficando mais sortida. Além de iniciar parceria com Guinga, com quem compôs Leveza da Valsa para a trilha sonora do filme Meu País, a artista está ampliando sua parceria com Edu Krieger. Iniciada em 2010 com o samba Pra Tomar Três, a parceria de Ana - vista em foto de André Schiliró - com Krieger já contabiliza vários títulos ainda inéditos em disco. Mas não tem fundamento o boato de que eles gravarão um CD juntos.

EP que sai em junho revive o duo de Eminem com 'rapper' Royce da 5'9''

Eminem retomou a parceria e a amizade com o rapper Royce da 5'9'' - com quem se juntara momentaneamente em fins dos anos 90 em dupla intitulada Bad Meets Evil (o mesmo nome da música gravada por eles no primeiro álbum de Eminem, The Slim Shady LP, de 1999). Os rappers se reaproximaram e entraram em estúdio para fazer algumas gravações que vão ser lançadas em EP agendado para 14 de junho de 2011 e editado pela Shady Records / Interscope.

Britney lança remix de 'Till the World Ends' que inclui Ke$ha e Nicki Minaj

Através do Twitter, Britney Spears lançou nesta segunda-feira, 25 de abril de 2011, um remix de Till the World Ends, uma das melhores faixas de seu sétimo álbum de estúdio, Femme Fatale, nas lojas desde 29 de março. O remix conta com a participação de Ke$ha - autora da música - e da rapper Nicki Minaj. Já o clipe da música foi filmado a partir da gravação original.

Autor da trilha do filme 'Amor?', Lenine lança em junho seu álbum 'Chão'

Lenine vai lançar em junho de 2011 álbum de inéditas intitulado Chão. Tal como a coletânea Lenine.Doc - Trilhas (2010), o sucessor de Labiata (2008) chegará às lojas com distribuição da gravadora Universal Music. Enquanto o disco não sai, é possível ouvir a trilha sonora criada por Lenine - visto em foto de Nana Moraes - com seu filho Bruno Giorgi para o filme Amor?, em cartaz nos cinemas desde 15 de abril. Na trilha, o compositor e Giorgi assinam versões instrumentais de sucessos do cancioneiro brasileiro como Beatriz (Edu Lobo e Chico Buarque). 

Intérprete de peito aberto, Nana chega - íntegra e coerente - aos 70 anos

Nana Caymmi chega aos 70 anos na próxima sexta-feira, 29 de abril de 2011, com uma integridade e uma coerência raras na cena musical brasileira. Anunciada pela EMI Music, a caixa com os discos gravados pela cantora para a Odeon ainda não chegou às lojas. Já Rio Sonata - o documentário impressionista do francês-suíço Georges Gachot - entrou em cartaz no Brasil, expondo toda a grandeza do canto de Nana. Grandeza que logo fez sua voz sair da sombra gigante de seu pai, um certo Dorival Caymmi (1914 - 2008), ainda que a filha-fã tenha estado sempre perto da obra do patriarca de uma das famílias mais musicais do mundo. Essa voz é tão pessoal, tão única, que ninguém ousa comparar Nana com outras cantoras. Nana é Nana. Ponto. E o fato é que Dinair Tostes Caymmi - vista em foto de Lívio Campos - completa sete décadas de vida já entronizada no primeiro time de intérpretes nacionais. A voz intensa a credencia especialmente a entoar temas de alta voltagem emocional. Poucas cantoras sabem retratar todas as emoções contidas nas letras de um samba-canção ou de um bolero. Nana sabe. Contudo, Nana nunca faz drama. De início um diamante bruto que foi sendo lapidado com o tempo, a voz de Nana derrama sentimento sem jamais passar do ponto. Seu canto é refinado sem ser rebuscado. Eterno porque nunca pretendeu ser moderno. Algumas de suas gravações mais emblemáticas - Beijo Partido (1975), Se Queres Saber (1977), Contrato de Separação (1979), Mudança dos Ventos (1980) e Resposta ao Tempo (1998), entre muitas outras - estão aí para mostrar o quanto o canto de Nana Caymmi é atemporal. Inclusive porque sua coesa discografia - impecável, sem nenhuma concessão ao repertório popularesco - também adquiriu valor atemporal. Os ventos do mercado fonográfico mudaram. Mas Nana Caymmi não mudou. Ouça Medo de Amar (Vinicius de Moraes) - na arrepiante tomada feita para o filme Rio Sonata - e perceba que nesse recente take de estúdio há a mesma intensa emoção da gravação de Meu Silêncio (Claúdio Nucci e Luiz Fernando Gonçalves) feita por Nana para seu álbum de 1980, Mudança dos Ventos. Tal registro - na qual a cantora  transmite na voz a tristeza e o vazio deixados pela ausência de um amigo - é apenas um exemplo de como há pérolas a serem pescadas no baú fonográfico de Nana Caymmi, intérprete de peito aberto.

domingo, 24 de abril de 2011

Espiritualizado, Simon celebra amor sagrado em 'So Beautiful or so What'

Resenha de CD
Título: So Beautiful or so What
Artista: Paul Simon
Gravadora: Hear Music / Universal Music
Cotação: * * * 1/2

À beira dos 70 anos, a serem completados em outubro, Paul Simon busca o sagrado em seu primeiro álbum de inéditas em cinco anos, So Beautiful or so What, lançado mundialmente neste mês de abril de 2011. A intenção de Simon e do produtor Phil Ramone foi reviver o modo artesanal com o que o artista gravava seus discos nos anos 70 - década que gerou obras-primas da carreira solo do artista, notadamente o álbum Paul Simon (1972), forte marco inicial da trajetória individual do parceiro de Art Garfunkel nos anos 60. Qualquer que tenha sido o modo de produção, So Beautiful or so What flagra o cantor e compositor norte-americano em boa forma. Disco de grande carga espiritual, So Beautiful or so What está impregnado de sensível religiosidade em seus questionamentos sobre o sentido da vida. Já na (boa) faixa de abertura, Getting Readdy for Christmas Day, há samples de trechos do homônimo sermão feito em 1941 pelo reverendo J. M. Gates (1884 - 1945), pastor que era também cantor de gospel. Em The Afterlife, Simon se imagina com certa espirituosidade em existência além da vida material. Acima de dogmas religiosos, o álbum celebra o amor sagrado - como já sinaliza o título de uma das dez inéditas, Love Is Eternal Sacred Light - entre ritmos que transitam entre o folk (Love & Blessings, um dos temas menos inspirados) e o bluegrass (Dazzling Blue, um dos temas mais inspirados). Ecos da obra-prima afro de Simon, Graceland (1986), são bem perceptíveis nos arranjos urdidos com cordas e percussões delicadas. Questions for the Angels reitera o tom espiritual de álbum que inclui tema instrumental (Amulet) e balada (Love and Hard Times) de real beleza. Sem flertes com os sons contemporâneos, So Beautiful or so What se situa em algum lugar do passado da discografia solo de Paul Simon. E isso confere dignidade adicional a um álbum extremamente honesto de um artista que acredita em anjos e, sobretudo, no amor.

Harper lança em maio 'Give Till It's Gone', CD que traz faixas com Ringo

Cinco anos após o duplo Both Sides of Gun (2006), Ben Harper volta ao mercado fonográfico em 17 de maio de 2011 com o lançamento de seu décimo álbum de estúdio, Give Till It's Gone. Gravado em Los Angeles (EUA), o disco apresenta duas parcerias de Harper com Ringo Starr, a psicodélica Spilling Faith e o tema instrumental Get There From Here. O beatle toca bateria nas duas faixas. Já promovido com o single Rock'n'Roll Is Free, tema inspirado no rock de Neil Young, Give Till It's Gone apresenta inéditas como Don't Give up on me Now, Feel Love, Dirty Little Lover e I Will Not Be Broken. O álbum vai ser lançado pela Virgin Records.

Paralamas planejam gravar disco acústico em espanhol para a Argentina

Dando a partida nas comemorações de seus 30 anos de carreira, o grupo Paralamas do Sucesso planeja gravar disco acústico em espanhol. O projeto fonográfico vai ser direcionado sobretudo ao mercado da Argentina, país que foi receptivo ao pop rock latino do trio na primeira metade dos anos 90, período em que a banda - em foto de Maurício Valladares - amargou período de menor popularidade no Brasil por conta da recepção fria obtida pelos álbuns Os Grãos (1991) e Severino (1994). Por enquanto, o trio promove o CD e DVD Multishow ao Vivo - Brasil Afora.

Beastie Boys apresentam em 3 de maio 'Hot Sauce Committee Part Two'

Primeiro álbum de inéditas dos Beatie Boys em quatro anos, Hot Sauce Committee Part Two tem lançamento agendado nos Estados Unidos para 3 de maio de 2011. O sucessor de The Mix-Up (2007) é, a rigor, uma edição atualizada do álbum que MCA, Mike D e Ad-Rock começaram a gravar em 2008, mas que abortaram em 2009, bem perto do lançamento, quando MCA foi diagnosticado com câncer. Dois singles -Too Many Rappers (gravado com a adesão de Nas) e Lee Majors Comes Again - chegaram a ser lançados em 2009. Por isso, Make Some Noise - o single lançado em 11 de abril - já é a terceira faixa promocional de Hot Sauce Committee Part Two, álbum que será editado pela Capitol, gravadora atualmente vinculada à EMI Music.

Já editado no Brasil, 'Underneath the Pine' traz Toro y Moi mais orgânico

Lançado nos Estados Unidos em fevereiro de 2011, o segundo álbum de Toro y Moi - codinome artístico do compositor e produtor norte-americano Chazwik Bundik - foi editado no Brasil sem atraso. A edição nacional de Underneath the Pine é do selo Vigilante, da gravadora Deck. O álbum soa mais orgânico do que seu antecessor, Causers of This (2010). Embora enquadrado no rótulo chillwave (termo criado para designar música eletrônica mais calma e melódica), o som de Toro y Moi parece ser essencialmente pop, a julgar por músicas como How I Know, um dos onze temas de Underneath the Pine. Outras faixas do disco são New BeatGo with You.

sábado, 23 de abril de 2011

Microservice vai encaixotar gravações de Inezita Barroso na Copacabana

Dentro da série de lançamentos criados a partir da exploração do rico catálogo da Copacabana, a empresa Microservice vai pôr nas lojas, em junho de 2011, caixa com gravações feitas pela cantora sertaneja Inezita Barroso na extinta gravadora brasileira entre 1955 e 1980. Produzida por Rodrigo Faour, a caixa se chama O Brasil de Inezita Barroso. O acervo da Copacabana pertence atualmente à inglesa EMI Music, mas foi licenciado por três anos para a Microservice.

Com falas rasas, 'Salve São Francisco' não afunda por causa da música

Resenha de CD / DVD
Título: Salve São Francisco
Artista: Geraldo Azevedo e convidados
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * *

Projeto de Geraldo Azevedo, Salve São Francisco vem à tona anos após sua idealização com a pretensão de ser um filme dirigido por Lara Velho sobre o rio São Francisco, o Velho Chico. Contudo, o que o DVD - editado pela gravadora Biscoito Fino neste mês de abril de 2011 - exibe não merece o status de documentário. O roteiro de Bruno de Carvalho costura takes de Azevedo em estúdio com seus convidados - todos nascidos nos cinco Estados (Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Sergipe) banhados pelo rio - com falas rasas do anfitrião e dos cantores que entoam com ele músicas que falam sobre o Velho Chico. Se Salve São Francisco não afunda com tantos depoimentos rasos que exaltam o rio com frases-clichês como "O São Francisco não alimenta só a terra e os indivíduos, mas a alma da gente", é por conta da qualidade do repertório temático, embalado com elegância acústica pelo produtor Robertinho de Recife sob a direção musical de Azevedo. Há músicas realmente bonitas no cancioneiro que mistura títulos inéditos com regravações de músicas como Riacho do Navio (Luiz Gonzaga e Zé Dantas), faixa que agrega as vozes de Azevedo e Alceu Valença. Parceria de Geraldo Azevedo com Carlos Fernando, Santo Rio - a toada que Azevedo canta com a voz e o acordeom de Dominguinhos - é exemplo da inspiração do compositor pernambucano. Da safra inédita, vale destacar também a melodiosa Águas Daquele Rio, tema do qual Geraldo Amaral é autor e convidado. Amaral, aliás, é parceiro de Azevedo e Clóvis Nunes em Opara (São São Francisco), faixa de tom bossa-novista que se ajusta bem à voz miúda da amapaense-mineira Fernanda Takai. Opara ilustra em Salve São Francisco a influência que o canto divisor de águas de João Gilberto causou em Azevedo. Fora de sua seara autoral do compositor, Azevedo abarca músicas como O Ciúme (Caetano Veloso) - entoada com cordas em dueto suave com Ivete Sangalo - e Francisco Francisco (Roberto Mendes e Capinam), joia que soa sem brilho nas vozes de Mendes e Azevedo. Talvez fosse até difícil perceber toda a beleza do tema se não houvesse o registro soberano feito por Maria Bethânia no CD Pirata (2006). Íntima desse universo interionado banhado pelo Velho Chico, Bethânia é a apropriada convidada de Carranca que Chora, poética parceria de Azevedo com Capinam. Bethânia se impõe em time de intérpretes que inclui ainda Djavan - que embarca sem a força habitual em Barcarola do São Francisco (Geraldo Azevedo e Carlos Fernando) - e Moraes Moreira, que revive Petrolina e Juazeiro, sua parceria com Azevedo que propaga a união entre Pernambuco e Bahia, dois Estados banhados pelo São Francisco. Há ainda Saudade do Vapor, tema pop de Vavá Cunha, gravado com a participação do autor em arranjo que destaca a guitarra de Robertinho de Recife. Enfim, a música salva uma produção que jamais chega a ser um filme sobre o rio e sobre os problemas ambientais que ameaçam o Velho Chico, muso inspirador de tantas belas canções. Por isso, prefira logo o CD editado simultaneamente com os áudios das 12 gravações.