Mauro Ferreira no G1

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sexta-feira, 29 de abril de 2011

Entre 'covers' e hits, Jota Quest faz sua festa de 15 anos com pegada pop

Resenha de festa-show
Título: J15 - 15 Anos na Moral
Artista: Jota Quest (com Rogério Flausino em foto de Rodrigo Amaral)
Local: Armazém 4 do Pier Mauá (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 28 de abril de 2011
Cotação: * * * 1/2

Para promover a turnê que celebra seus 15 anos de sucesso (contados a partir do ingresso em 1996 na gravadora Sony Music), o grupo mineiro Jota Quest fez festa no anexo do Armazém 4 do Pier Mauá, na zona portuária do Rio de Janeiro (RJ). A festa começou na noite de 28 de abril de 2011. Atração principal da festa, o show começou já na madrugada desta sexta-feira, 29 de abril, e resultou atípico na carreira do quinteto mineiro pela quantidade de covers no roteiro e pela presença de convidados inusitados como Otto e Pitty (leia os quatro posts anteriores). Tais covers acabaram tomando o espaço de hits emblemáticos (Fácil, O Vento, Amor Maior) em roteiro que, em tese, teria caráter retrospectivo. Também atípico e sem pagantes, o público da festa-show era formado por amigos, artistas, profissionais da mídia, trabalhadores da indústria fonográfica e, sobretudo, convidados dos patrocinadores - estes citados nominalmente pelo vocalista Rogério Flausino mais de uma vez. Com a cerveja rolando farta e gratuita, o show tinha tudo para ser uma daquelas apresentações que todo mundo finge que vê. Mas não foi. Mesmo sem ter a forma definitiva do espetáculo da turnê Jota Quest - 15 Anos na Moral, que vai percorrer 20 cidades brasileiras em rota que começa por Palmas (Tocantis) em 14 de maio, o show foi visto. Com sua pegada pop, o Jota Quest cativou a atenção do público desde que entrou no palco e puxou a mediana É Preciso (Próxima Parada), uma das três inéditas da coletânea dupla Quinze, posta nas lojas neste mês de abril. Já não há soul no som do quinteto. A alma ligeiramente soul do início do Jota Quest parece ter ficado aprisionada no primeiro álbum da banda editado pela Sony Music, o que continha o cover esbranquiçado de As Dores do Mundo (Hyldon). Mas o público do Jota Quest não quer ouvir soul. Quer dançar ao som de música pop - e isso, justiça seja feita, o grupo faz com dignidade. Por isso, músicas como Encontrar Alguém e Na Moral soam quase sempre sedutoras, nem tanto na discografia irregular do quinteto, mas sobretudo no palco, habitat de Rogério Flausino, o carismático e elétrico vocalista da banda.  Por mais que o talento dos outros quatro músicos do grupo tenham peso nessa bem-sucedida receita pop (e os solos da guitarra de Marco Túlio se fazem ouvir em boa parte dos números), Flausino é a cara do Jota Quest. Com seu canto exteriorizado, ele sabe equilibrar temas de pulsação pop (De Volta ao Planeta), baladas (Só Hoje), covers bem-sacados (O Sol, da banda mineira Tianastácia) e até um eventual lado B da discografia da banda (Qualquer Dia Desses, faixa obscura do segundo álbum do Jota Quest). Há quem goste. Há quem odeie. Mas é inegável que o Jota Quest sabe fazer a festa para quem quer apenas diversão e arte em proporções nem sempre equilibradas. 

4 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Para promover a turnê que celebra seus 15 anos de sucesso (contados a partir do ingresso em 1996 na gravadora Sony Music), o grupo mineiro Jota Quest fez festa no anexo do Armazém 4 do Pier Mauá, na zona portuária do Rio de Janeiro (RJ). A festa começou na noite de 28 de abril de 2011. Atração principal da festa, o show começou já na madrugada desta sexta-feira, 29 de abril, e resultou atípico na carreira do quinteto mineiro pela quantidade de covers no roteiro e pela presença de convidados inusitados como Otto e Pitty (leia os quatro posts anteriores). Tais covers acabaram tomando o espaço de hits emblemáticos (Fácil, O Vento, Amor Maior) em roteiro que, em tese, teria caráter retrospectivo. Também atípico e sem pagantes, o público da festa-show era formado por amigos, artistas, profissionais da mídia, trabalhadores da indústria fonográfica e, sobretudo, convidados dos patrocinadores - estes citados nominalmente pelo vocalista Rogério Flausino mais de uma vez. Com a cerveja rolando farta e gratuita, o show tinha tudo para ser uma daquelas apresentações que todo mundo finge que vê. Mas não foi. Mesmo sem ter a forma definitiva do espetáculo da turnê Jota Quest - 15 Anos na Moral, que vai percorrer 20 cidades brasileiras em rota que começa por Palmas (Tocantis) em 14 de maio, o show foi visto. Com sua pegada pop, o Jota Quest cativou a atenção do público desde que entrou no palco e puxou a mediana É Preciso (Próxima Parada), uma das três inéditas da coletânea dupla Quinze, posta nas lojas neste mês de abril. Já não há soul no som do quinteto. A alma ligeiramente soul do início do Jota Quest parece ter ficado aprisionada no primeiro álbum da banda editado pela Sony Music, o que continha o cover esbranquiçado de As Dores do Mundo (Hyldon). Mas o público do Jota Quest não quer ouvir soul. Quer dançar ao som de música pop - e isso, justiça seja feita, o grupo faz com dignidade. Por isso, músicas como Encontrar Alguém e Na Moral soam quase sempre sedutoras, nem tanto na discografia irregular do quinteto, mas sobretudo no palco, habitat de Rogério Flausino, o carismático e elétrico vocalista da banda. Por mais que o talento dos outros quatro músicos do grupo tenham peso nessa bem-sucedida receita pop (e os solos da guitarra de Marco Túlio se fazem ouvir em boa parte dos números), Flausino é a cara do Jota Quest. Com seu canto exteriorizado, ele sabe equilibrar temas de pulsação pop (De Volta ao Planeta), baladas (Só Hoje), covers bem-sacados (O Sol, da banda mineira Tianastácia) e até um eventual lado B da discografia da banda (Qualquer Dia Desses, faixa obscura do segundo álbum do Jota Quest). Há quem goste. Há quem odeie. Mas é inegável que o Jota Quest sabe fazer a festa para quem quer apenas diversão e arte em proporções nem sempre equilibradas.

Eduardo disse...

Eu sou daqueles que odeiam. Não dá pra entender como uma banda tão anêmica consiga fazer esse sucesso. Escassez dos tempos, acredito. Valeria, com algum esforço, uma notinha de rodapé (e não 5 posts, como se realmente fosse um acontecimento). Dureza...

Luca disse...

Valente, o Mauro define o blog como 'guia jornalístico'. Ora, o Jota é notícia, sim.

Cássia disse...

Não gosto da voz do Rogério Flausino, nem do repertório do Jota Quest.