Título: A Coruja e o Coração
Artista: Tiê (em foto de Rodrigo Amaral)
Local: Teatro Rival (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 21 de abril de 2011
Cotação: * * * 1/2
"Agora a gente vai se abraçar porque é isso que banda faz", disse Tiê - depois de degustar emocionada Chá Verde ao piano - para os cinco músicos que a acompanhavam na feliz estreia carioca do show A Coruja e o Coração. Dito e feito. Abraçada aos músicos de sua banda, Tiê agradeceu o público que lotou o Teatro Rival na noite de 21 de abril de 2011 para ver a primeira apresentação no Rio de Janeiro (RJ) do show baseado no segundo disco da cantora e compositora paulista. Estar cantando com banda deu colorido adicional à música confessional de Tiê no recém-lançado álbum A Coruja e o Coração. Em cena, a presença de uma banda também faz que o pop doce da artista ganhe alguma cor (embora a iluminação propriamente dita do show tenha poucos matizes e nuances). Em Hide and Seek (Tiê e Thiago Pethit), pop country cantado em português apesar do título em inglês, Tiê se permite até dançar pelo fato de não tocar violão no número. Pra Alegrar o meu Dia (Tiê, Karina Zeviani e Rafael Barion) é pop solar que também se ajusta bem a essa nova fase de Tiê e, não por acaso, encerra o show. Curiosamente, por sua natureza intimista, o som da artista alcança maior intensidade nos momentos mais minimalistas do show aberto e fechado (no bis) com Na Varanda da Liz (Plínio Profeta, Tiê e João Cavalcanti). A confessional valsa-canção Te Mereço (Tiê) - solada por Tiê ao piano, com intervenções precisas da guitarra econômica de Plínio Profeta - é número interiorizado de envolvente beleza. Antes, também ao piano, a cantora apresenta Perto e Distante (Tiê, Plínio Profeta e Pedro Granato), com o baixista Gianni Dias fazendo os vocais que, no disco, são do cantor uruguaio Jorge Drexler. A atmosfera minimalista do número valoriza a canção. Mas Tiê agora tem banda. E o bom de ter uma banda é poder alternar os tons de roteiro que nunca extrapola os repertórios dos dois álbuns da artista. E, verdade seja dita, as palmas dos músicos e da plateia acentuam a ambiência flamenca da releitura de Você Não Vale Nada (Dorgival Dantas), que resulta mais vivaz no show do que no disco. Em contrapartida, a abordagem em cena de Só Sei Dançar com Você (Tulipa Ruiz) dá razão a quem prefere a gravação de Tulipa (que não entrou em cena, embora tivesse sido anunciada oficialmente como convidada do show). E assim, entre folks sensíveis como Passarinho (Tiê e Dudu Tsuda) e country de contorno pop como Stranger But Mine (Tiê), entre a delicadeza e um esboço de extroversão, caminha o roteiro de A Coruja e o Coração. Para quem já ouviu o disco, o show reitera que a melodiosa Piscar o Olho (Plínio Profeta, Tiê, Rita Wainer e Karina Zeviani) é destaque entre a atual safra de inéditas de Tiê e que Já É Tarde (Tiê e Karina Zeviani) é o tema mais insosso da safra. No todo, a presença de uma banda em cena faz com que o som de Tiê ganhe cores e fique menos linear no seu tempo de delicadeza, embora haja quem prefira o sabor de Chá Verde.
4 comentários:
"Agora a gente vai se abraçar porque é isso que banda faz", disse Tiê - depois de degustar emocionada Chá Verde ao piano - para os cinco músicos que a acompanhavam na feliz estreia carioca do show A Coruja e o Coração. Dito e feito. Abraçada aos músicos de sua banda, Tiê agradeceu o público que lotou o Teatro Rival na noite de 21 de abril de 2011 para ver a primeira apresentação no Rio de Janeiro (RJ) do show baseado no segundo disco da cantora e compositora paulista. Estar cantando com banda deu colorido adicional à música confessional de Tiê no recém-lançado álbum A Coruja e o Coração. Em cena, a presença de uma banda também faz que o pop doce da artista ganhe alguma cor (embora a iluminação propriamente dita do show tenha poucos matizes e nuances). Em Hide and Seek (Tiê e Thiago Pethit), pop country cantado em português apesar do título em inglês, Tiê se permite até dançar pelo fato de não tocar violão no número. Pra Alegrar o meu Dia (Tiê, Karina Zeviani e Rafael Barion) é pop solar que também se ajusta bem a essa nova fase de Tiê e, não por acaso, encerra o show. Curiosamente, por sua natureza intimista, o som da artista alcança maior intensidade nos momentos mais minimalistas do show aberto e fechado (no bis) com Na Varanda da Liz (Plínio Profeta, Tiê e João Cavalcanti). A confessional valsa-canção Te Mereço (Tiê) - solada por Tiê ao piano, com intervenções precisas da guitarra econômica de Plínio Profeta - é número interiorizado de envolvente beleza. Antes, também ao piano, a cantora apresenta Perto e Distante (Tiê, Plínio Profeta e Pedro Granato), com o baixista Gianni Dias fazendo os vocais que, no disco, são do cantor uruguaio Jorge Drexler. A atmosfera minimalista do número valoriza a canção. Mas Tiê agora tem banda. E o bom de ter uma banda é poder alternar os tons de roteiro que nunca extrapola os repertórios dos dois álbuns da artista. E, verdade seja dita, as palmas dos músicos e da plateia acentuam a ambiência flamenca da releitura de Você Não Vale Nada (Dorgival Dantas), que resulta mais vivaz no show do que no disco. Em contrapartida, a abordagem em cena de Só Sei Dançar com Você (Tulipa Ruiz) dá razão a quem prefere a gravação de Tulipa (que não entrou em cena, embora tivesse sido anunciada oficialmente como convidada do show). E assim, entre folks sensíveis como Passarinho (Tiê e Dudu Tsuda) e country de contorno pop como Stranger But Mine (Tiê), entre a delicadeza e um esboço de extroversão, caminha o roteiro de A Coruja e o Coração. Para quem já ouviu o disco, o show reitera que a melodiosa Piscar o Olho (Plínio Profeta, Tiê, Rita Wainer e Karina Zeviani) é destaque entre a atual safra de inéditas de Tiê e que Já É Tarde (Tiê e Karina Zeviani) é o tema mais insosso da safra. No todo, a presença de uma banda em cena faz com que o som de Tiê ganhe cores e fique menos linear no seu tempo de delicadeza.
Adorei o show aqui em São Paulo. Acima das expectativas como o disco
Nossa, espero que as "expectativas acima" do show n se comparem as do disco... pq, olha, o CD é LEGALZINHO... todas as regravações deixaram a desejar: O forró(?), a musiquinha chatinha do ainda mais chatinho Thiago Pethit... e o erro do século q foi ela gravar "só sei dançar com você" q é anos luz melhor na voz da Tulipa - que é da mesma geração que ela, apareceram agora... já pensou se Ana e Vanessa, Marisa e Calcanhotto resolvem ficar dividindo repertório? pfff...
Mas se a cotação é essa aí, a mesma do Ensaio de Cores da Ana Carolina, que verei pela terceira vez, eu PRECISO ir! Pq deve ser MUITO BOM, hein?
Aliás, às vezes faço umas pesquisas no blog antigo e, no mais antigo ainda: "no estúdio" e me assusto de verdade com essas cotações... tem ficado muito incoerente! =/
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