Mauro Ferreira no G1

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quarta-feira, 4 de maio de 2011

De volta ao quintal, Fundo canta sua verdade em (bom) disco de inéditas

Resenha de CD
Título: Nossa Verdade
Artista: Fundo de Quintal
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * 1/2

"Aqui nada mudou. Mudar por quê?", pergunta o Fundo de Quintal nos versos iniciais de Nossa Verdade, samba de Sereno e André Renato que dá título ao disco de inéditas recém-lançado pela gravadora Biscoito Fino. Sem mudanças, o bom CD repõe nos trilhos a discografia do grupo carioca, diluída após redundantes registros ao vivo de show que vinham minando a força da obra fonográfica do sexteto. Nossa Verdade traz o Fundo de volta para seu quintal. Tanto que Ubirany, Bira Presidente, Sereno, Ademir Batera, Flavinho Silva e Ronaldinho celebram o próprio samba em temas como Lá Debaixo da Tamarineira (Flavinho Silva, Ronaldinho e André Rocha), Cacique, a Consagração (grande samba de Sereno e André Renato que festeja os 50 anos do bloco Cacique de Ramos com a adesão de Beth Carvalho), Coisa da Raça (Sereno, Flavinho Silva e Ronaldinho - outro samba bonito que se destaca no repertório) e O Poder de Curar (regravação do samba de Arlindo Cruz, Sombrinha e André Rocha). Sem falar em Nossa Verdade, que dá título ao disco e termina em clima de roda de samba. É fato que o álbum tem a mais alta dose de romantismo da discografia do Fundo de Quintal. Contudo, temas como Subtração (Sereno) e Fera no Cio (Cleber Augusto, Jorginho Chinna, Djalma Falcão e Bicudo) estão acima da média do subgênero rotulado de pagode romântico. Em que pese um ou outro samba menor como Romance Proibido (Ubirany, Serginho Madureira e Capri), Nossa Verdade preserva grande parte do D.N.A. melódico e poético do grupo entre samba de roda (Teu Jogo, de Roque Silva, Diógenes, Tiê, Gilberto Gomes e Flávio Cardoso) e partido alto (Nossa Bossa, de Claudemir e Dado). E ainda ostenta a nobreza que ilumina Luz da Alvorada, parceria de Ivone Lara com Délcio Carvalho e Paulinho Carvalho. Bem que poderia terminar com Luz da Alvorada o disco produzido por Rildo Hora e Paulinho Sete Cordas, já que o Fundo de Quintal e o CD nada ganham ao rebobinar Conselho e Insensato Destino, sucessos de Almir Guineto nos anos 80. Ainda assim, o saldo do oportuno Nossa Verdade é mais do que positivo.

3 comentários:

Mauro Ferreira disse...

"Aqui nada mudou. Mudar por quê?", pergunta o Fundo de Quintal nos versos iniciais de Nossa Verdade, samba de Sereno e André Renato que dá título ao disco de inéditas recém-lançado pela gravadora Biscoito Fino. Sem mudanças, o bom CD repõe nos trilhos a discografia do grupo carioca, diluída após redundantes registros ao vivo de show que vinham minando a força da obra fonográfica do sexteto. Nossa Verdade traz o Fundo de volta para seu quintal. Tanto que Ubirany, Bira Presidente, Sereno, Ademir Batera, Flavinho Silva e Ronaldinho celebram o próprio samba em temas como Lá Debaixo da Tamarineira (Flavinho Silva, Ronaldinho e André Rocha), Cacique, a Consagração (grande samba de Sereno e André Renato que festeja os 50 anos do bloco Cacique de Ramos com a adesão de Beth Carvalho), Coisa da Raça (Sereno, Flavinho Silva e Ronaldinho - outro samba bonito que se destaca no repertório) e O Poder de Curar (regravação do samba de Arlindo Cruz, Sombrinha e André Rocha). Sem falar em Nossa Verdade, que dá título ao disco e termina em clima de roda de samba. É fato que o álbum tem a mais alta dose de romantismo da discografia do Fundo de Quintal. Contudo, temas como Subtração (Sereno) e Fera no Cio (Cleber Augusto, Jorginho Chinna, Djalma Falcão e Bicudo) estão acima da média do subgênero rotulado de pagode romântico. Em que pese um ou outro samba menor como Romance Proibido (Ubirany, Serginho Madureira e Capri), Nossa Verdade preserva grande parte do D.N.A. melódico e poético do grupo entre samba de roda (Teu Jogo, de Roque Silva, Diógenes, Tiê, Gilberto Gomes e Flávio Cardoso) e partido alto (Nossa Bossa, de Claudemir e Dado). E ainda ostenta a nobreza que ilumina Luz da Alvorada, parceria de Ivone Lara com Délcio Carvalho e Paulinho Carvalho. Bem que poderia terminar com Luz da Alvorada o disco produzido por Rildo Hora e Paulinho Sete Cordas, já que o Fundo de Quintal e o CD nada ganham ao rebobinar Conselho e Insensato Destino, sucessos de Almir Guineto nos anos 80. Ainda assim, o saldo do oportuno Nossa Verdade é mais do que positivo.

scenarium comunicação disse...

Mauro, boa tarde!!
Gostaria de ter o seu e-mail para enviar uma pauta...
O meu é robertamatttoso@yahoo.com.br
Abraços,
Roberta Mattoso.

Bia disse...

Oba!!! Fundo de Quintal é pagode da melhor qualidade, como já diz a música de Arlindo e Almir!
Ansiosa para ouvir!
Abraço,
Bia