Mauro Ferreira no G1

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segunda-feira, 9 de maio de 2011

Fenômeno de vendas, '21' chega ao Brasil e atesta crescimento de Adele

Resenha de CD
Título: 21
Artista: Adele
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * * * *

Fenômeno comercial do mercado fonográfico neste primeiro semestre de 2011, com vendas que já superam os quatro milhões de cópias apenas nos Estados Unidos e na Inglaterra desde o lançamento em janeiro, o segundo álbum de Adele, 21, ganha atrasada edição brasileira via Sony Music. Antes tarde do que nunca! Sucessor de 19 (2008), 21 expõe o crescimento dessa cantora e compositora britânica que completou 23 anos em 5 de maio. O mote do repertório autoral foi uma desilusão amorosa. E - como Amy Winehouse já demonstrou com o arrasa-quarteirão Back to Black (2006) - uma dor-de-cotovelo profunda às vezes pode ser a musa inspiradora de grandes discos. Já sem qualquer resquício adolescente como seu antecessor 1921 é um grande disco. Adele amadureceu sua visão de mundo neste álbum produzido por Paul Epworth e Rick Rubin. 21 destila já na faixa de abertura, Rolling in the Deep, uma raiva que de certa forma conecta 21 a Jagged Little Pill (1995), a obra-prima da cantora e compositora canadense Alanis Morissette. Mas a conexão fica por aí. Adele anestesia sua dor de amor com doses bem calculadas de soul, blues, folk e country. Rolling in the Deep, por exemplo, tem algo de soul embebido em blues. It Hadn't Been for Love evoca a atmosfera da country music norte-americana. Contudo, em essência, 21 apresenta baladas curtidas em piano com uma melancolia e uma desilusão que encobrem os acessos de raiva. E o fato é que baladas como Someone Like You e Turning Tables tocam na ferida bem aberta da decepção amorosa de forma tão pungente que 21 jamais perde a atenção do ouvinte. "Eu ateei fogo à chuva / E me sinto perdida em meio às chamas", admite Adele em versos de Set Fire on Rain, tema de tom mais poético, uma das (muitas) faixas de 21 que atestam a evolução da artista em repertório que ambienta com propriedade Lovesong, o cover do grupo The Cure. 21 é 10.

6 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Fenômeno comercial do mercado fonográfico neste primeiro semestre de 2011, com vendas que já totalizam quatro milhões de cópias apenas nos Estados Unidos e na Inglaterra desde o lançamento em janeiro, o segundo álbum de Adele, 21, ganha atrasada edição brasileira via Sony Music. Antes tarde do que nunca! Sucessor de 19 (2008), 21 expõe o crescimento dessa cantora e compositora britânica que completou 23 anos em 5 de maio. O mote do repertório autoral foi uma desilusão amorosa. E - como Amy Winehouse já demonstrou com o arrasa-quarteirão Back to Black (2006) - uma dor-de-cotovelo profunda às vezes pode ser a musa inspiradora de grandes discos. Já sem qualquer resquício adolescente como seu antecessor 19, 21 é um grande disco. Adele amadureceu sua visão de mundo neste álbum produzido por Paul Epworth e Rick Rubin. 21 destila já na faixa de abertura, Rolling in the Deep, uma raiva que de certa forma conecta 21 a Jagged Little Pill (1995), a obra-prima da cantora e compositora canadense Alanis Morissette. Mas a conexão fica por aí. Adele anestesia sua dor de amor com doses bem calculadas de soul, blues, folk e country. Rolling in the Deep, por exemplo, tem algo de soul embebido em blues. It Hadn't Been for Love evoca a atmosfera da country music norte-americana. Contudo, em essência, 21 apresenta baladas curtidas em piano com uma melancolia e uma desilusão que encobrem os acessos de raiva. E o fato é que baladas como Someone Like You e Turning Tables tocam na ferida bem aberta da decepção amorosa de forma tão pungente que 21 jamais perde a atenção do ouvinte. "Eu ateei fogo à chuva / E me sinto perdida em meio às chamas", admite Adele em versos de Set Fire on Rain, tema de tom mais poético, uma das (muitas) faixas de 21 que atestam a evolução da artista.

aguiar_luc disse...

O Disco do ano sem sombras de dúvidas!

Vitor disse...

Agora que todo mundo ja baixou da internet ou comprou de sites como Amazon e ebay eles lançam. Eu mesmo acabo comprando tudo de fora ja que as versões deles são mais caprichadas e as vezes o valor é menor que aqui (5 dolares do cd + 7 dolares do frete no maximo)

Venus disse...

Esse álbum chegou muito tarde por aqui, já se vão quase 4 meses desde o lançamento, que coisa... E concordo com Vitor, com o dólar em baixa, vale a pena importar álbuns internacionais. Hoje só compro álbuns produzidos aqui de artistas nacionais.

Start disse...

Vitor falou e disse! Pena que veio tarde... Mas pelo menos é uma chance para o grande público conhecer música de qualidade!

/Diego Xavier disse...

Estava ouvindo aqui enquanto trabalho. Quando me dou conta, uma música familiar: Lovesong, do The Cure. O cover ficou um mimo, amei - e o CD é mara.