Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


sábado, 28 de maio de 2011

Gayotto experimenta sonoridades no repertório autoral de 'Proponhomix'

Resenha de CD
Título: Proponhomix
Artista: Luiz Gayotto
Gravadora: Selo Cooperativa / Tratore
Cotação: * * * 1/2

Cantor e compositor catarinense, radicado em São Paulo (SP), Luiz Gayotto pisa no terreno da experimentação em seu quarto CD solo, Proponhomix. O artista cria sonoridades diversas para as nove músicas que compõem o repertório autoral do álbum produzido por Estevan Sinkovitz com unidade estética até surpreendente em se tratando de um disco que propõe o uso de elementos diversos - com ênfase na percussão corporal (Gayotto já integrou o grupo Barbatuques). A mistura de sons acústicos e eletrônicos resulta sempre azeitada. Já as experimentações oscilam. No lamento Chorocanto (Luiz Gayotto), o artista soa original ao evocar no canto o som de um choro. Num Avião (Luiz Gayotto) alça voo inventivo ao reproduzir o som das turbinas de uma aeronave. O canto do intérprete parece de fato suspenso no ar.  Já Broto Bruto (Luiz Gayotto e Luiz Pinheiro) remete demais à colagem de vozes e instrumentos feita por Arnaldo Antunes na fase mais experimental de sua carreira solo. No entanto, Proponhomix mostra que, como compositor, Gayotto por vezes se revela tão inspirado que dispensa experimentações. Inventar (Luiz Gayotto e Flávio Boaventura) e Pra Quê? (Luiz Gayotto e Luiz Pinheiro) - esta incrementada com o piano de Marcelo Jeneci - são belas canções devidamente acomodadas em cama de sons minimalistas. Hit imediato caso virasse tema de um casal de vilões em qualquer novela global, Aventureiros (Luiz Gayotto e Flávio Boaventura) é delícia pop urdida com teclados bregas à moda dos anos 80. Enfim, Proponhomix - sucessor de O Catarina (1997), Viver e o Amor na Cidade Grande (2000) e Fragmentos de Música Livre e Espontânea (2004) - expõe um compositor eventualmente inspirado e um artista sempre inquieto que merece mais atenção no insano mercado da música.

Um comentário:

Mauro Ferreira disse...

Cantor e compositor catarinense, radicado em São Paulo (SP), Luiz Gayotto pisa no terreno da experimentação em seu quarto CD solo, Proponhomix. O artista cria sonoridades diversas para as nove músicas que compõem o repertório autoral do álbum produzido por Estevan Sinkovitz com unidade estética até surpreendente em se tratando de um disco que propõe o uso de elementos diversos - com ênfase na percussão corporal (Gayotto já integrou o grupo Barbatuques). A mistura de sons acústicos e eletrônicos resulta sempre azeitada. Já as experimentações oscilam. No lamento Chorocanto (Luiz Gayotto), o artista soa original ao evocar no canto o som de um choro. Num Avião (Luiz Gayotto) alça voo inventivo ao reproduzir o som das turbinas de uma aeronave. O canto do intérprete parece de fato suspenso no ar. Já Broto Bruto (Luiz Gayotto e Luiz Pinheiro) remete demais à colagem de vozes e instrumentos feita por Arnaldo Antunes na fase mais experimental de sua carreira solo. No entanto, Proponhomix mostra que, como compositor, Gayotto por vezes se revela tão inspirado que dispensa experimentações. Inventar (Luiz Gayotto e Flávio Boaventura) e Pra Quê? (Luiz Gayotto e Luiz Pinheiro) - esta incrementada com o piano de Marcelo Jeneci - são belas canções devidamente acomodadas em cama de sons minimalistas. Hit imediato caso virasse tema de um casal de vilões em qualquer novela global, Aventureiros (Luiz Gayotto e Flávio Boaventura) é delícia pop urdida com teclados bregas à moda dos anos 80. Enfim, Proponhomix - sucessor de O Catarina (1997), Viver e o Amor na Cidade Grande (2000) e Fragmentos de Música Livre e Espontânea (2004) - expõe um compositor eventualmente inspirado e um artista sempre inquieto que merece mais atenção no insano mercado da música.