Mauro Ferreira no G1

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quarta-feira, 11 de maio de 2011

Morto há 30 anos, Marley é ícone pop que transcende a praia do reggae

Morto há exatos 30 anos, em 11 de maio de 1981, Bob Marley (1945 - 1981) permanece como um dos ícones mais sólidos do universo pop. Embora imediata e naturalmente associado ao reggae, a música de Marley transcende a praia do ritmo jamaicano que o compositor exportou para o mundo nos anos 70. Nascido em família pobre, o artista defendeu ideais de liberdade, justiça e igualdade social em obra enraizada nas tradições da música jamaicana. Contudo, para que o reinado de Marley fosse legitimado além das fronteiras da Jamaica, foi preciso que seu som adotasse linguagem pop e se comunicasse com a juventude consumidora de rock. A travessia foi feita a partir do álbum Catch a Fire gravado por Marley com os Wailers (Bunny Wailer e Peter Tosh) e lançado pela Island Records em 1973. Foi o disco que trouxe Concrete Jungle e Stir It Up. O reggae de Marley começava a adquirir pegada mais pop. Na sequência, Natty Dread (1974) lançou a gravação original de estúdio de um tema que viria a se tornar um dos grandes sucessos de Marley, No Woman, no Cry, mas no registro ao vivo incluído no explosivo álbum Live! (1975). Síntese (parcial) de obra construída de acordo com os cânones da ideologia rastafari, Live! deu a Marley em escala mundial um justo sucesso comercial que mostrou que a Jamaica já estava pequena para o artista. Tanto que, mais tarde, já radicado na Inglaterra, Marley lançou dois álbuns que reiterariam a força de sua obra, Exodus (1977) e Kaya (1978). Sua morte precoce - aos 36 anos, vítima de câncer - tratou de alimentar o mito em torno da obra e da figura de Bob Marley. Definitivamente entronizado como o Rei do Reggae, o cantor e compositor nunca traiu a ideologia de seu povo e de sua música, mas teve que adotar linguagem pop para propagar seus ideais humanitários em escala planetária. E foi justamente por isso que, 30 anos após sua morte, Bob Marley permanece sendo um ícone pop.

4 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Morto há exatos 30 anos, em 11 de maio de 1981, Bob Marley (1945 - 1981) permanece como um dos ícones mais sólidos do universo pop. Embora imediata e naturalmente associado ao reggae, a música de Marley transcende a praia do ritmo jamaicano que o compositor exportou para o mundo nos anos 70. Nascido em família pobre, o artista defendeu ideais de liberdade, justiça e igualdade social em obra enraizada nas tradições da música jamaicana. Contudo, para que o reinado de Marley fosse legitimado além das fronteiras da Jamaica, foi preciso que seu som adotasse linguagem pop e se comunicasse com a juventude consumidora de rock. A travessia foi feita a partir do álbum Catch a Fire gravado por Marley com os Wailers (Bunny Wailer e Peter Tosh) e lançado pela Island Records em 1973. Foi o disco que trouxe Concrete Jungle e Stir It Up. O reggae de Marley começava a adquirir pegada mais pop. Na sequência, Natty Dread (1974) lançou a gravação original de estúdio de um tema que viria a se tornar um dos grandes sucessos de Marley, No Woman, no Cry, mas no registro ao vivo incluído no explosivo álbum Live! (1975) - bela síntese de uma obra construída de acordo com os cânones da ideologia rastafari. Live! deu a Marley em escala mundial um justo sucesso comercial que mostrou que a Jamaica já estava pequena para o artista. Tanto que, mais tarde, já radicado na Inglaterra, Marley lançou dois álbuns que reiterariam a força de sua obra, Exodus (1977) e Kaya (1978). Sua morte precoce - aos 36 anos, vítima de câncer - tratou de alimentar o mito em torno da obra e da figura de Bob Marley. Definitivamente entronizado como o Rei do Reggae, o cantor e compositor nunca traiu a ideologia de seu povo e de sua música, mas teve que adotar linguagem pop para propagar seus ideais humanitários em escala planetária. E foi justamente por isso que, 30 anos após sua morte, Bob Marley permanece sendo um ícone pop.

Luca disse...

Boa tese, Mauro. Você devia sair um pouco desse universo de cantoras para escrever mais sobre outros sons. Música não é só uma voz de mulher, na boa...

Anônimo disse...

Gosto muito de reggae e seus afluentes - dub, ragga...
Sendo assim, Marley é ídolo - musicalmente falando - pra mim.
O discurso humanitário é bonito, mas me incomoda o fundamentalismo religioso de sua obra.
Mas, sem problemas, a música passa por cima disso.
Não vou dizer que faz falta porque sua obra esta tão viva quanto há 30 anos.
Uma anedota:
Marley com a grana entrando comprou uma BMW e foi alvo dos patrulheiros - não da polícia, e sim, ideológicos. :>)
Ele saiu-se com humor, disse:
" Ué, comprei pelas letras. Bob Marley & Wailers" rsrsrsrs

PS: Primeiro(único?)ícone pop mundial do terceiro mundo na música.

Mauro Ferreira disse...

Luca, o blog é bem diversificado, embora tenha como centro as cantoras - como está escrito em meu perfil.
abs, MauroF