Resenha de show
Título: Cauby Sings Sinatra
Artista: Cauby Peixoto (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Teatro Oi Casa Grande (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 7 de janeiro de 2011
Cotação: * * * 1/2
Há oito anos sem fazer show no Rio de Janeiro (RJ), cidade vizinha de sua Niterói natal, Cauby Peixoto fez valer a força do mito na volta aos palcos cariocas. Mas o cantor não se vale somente da aura mitológica alimentada em torno de seu nome e de sua figura desde sempre peculiar. Mesmo sem a extensão e o volume dos tempos áureos, a voz também mostra força. "Ganhei muitos graves", contabiliza Cauby em cena, orgulhoso, antes de cantar The World Is Knew (Over and Over), o menos conhecido dos temas do repertório de Frank Sinatra (1915 - 1998), base do roteiro explicitada já no título do show, Cauby Sings Sinatra, que lotou o Teatro Oi Casa Grande na noite de 7 de junho de 2011. Aos 80 anos, mesmo debilitado a ponto de ter que fazer o show sentado, Cauby Peixoto ainda é um senhor cantor! Seu senso rítmico se revelou aguçado quando cantou I've Got You Under my Skin em sintonia com a correta banda que o acompanhou nessa volta ao Rio. Seu suingue também se fez notar em Fly me to the Moon, número em que falou de si mesmo na terceira pessoa. Sob a direção de Thiago Marques Luiz, Cauby cantou Sinatra do seu jeito - exatamente como mostra o DVD lançado pela Lua Music em novembro de 2010. Um cantor ainda grande deu voz a grandes músicas - All the Way, All the Things You Are ("A bossa do Sinatra", conceituou), Strangers in the Night - associadas a um outro ícone do canto do século XX. Como Cauby é Cauby, até Something - o tema de George Harrison (1943 - 2001) que Sinatra gravou logo após os Beatles - foi ajustada ao tempo todo próprio do artista. Que se permitiu alguns arroubos vocais em Let me Try Again, mas não conseguiu realçar toda a beleza de Moon River. Cauby pareceu mais à vontade em Night and Day, um dos temas que exigiram o naipe de metais incluído no octeto. "Cantei muito isso lá, lá, lá... atrás", ressaltou a respeito da música de Cole Porter (1891 - 1964), para em seguida gracejar: "Eu cantava sem saber a letra, repetindo os versos como um papagaio. Mas eu cantava!". Na sequência, My Way e Theme From New York New York esboçaram um clima de gran finale. Mas o final do show se tornou mesmo grandioso no bis, quando Cauby - então a sós com o violão seguro de Ronaldo Rayol - saiu do repertório de Sinatra e cantou seis músicas em quadro idiomas diferentes. A inevitável Conceição abriu o set intimista, seguida por Yesterday (prévia do CD em que Cauby canta o repertório dos Beatles), versão em francês de Pra Dizer Adeus (Adieu, com versos fiéis ao sentido original da letra escrita pelo poeta Torquato Neto sobre melodia de Edu Lobo), Evergreen (tema do repertório de Barbra Streisand), Bastidores (incluída a pedido do público) e uma calorosa Granada (Agustín Lara) em tom flamenco. Em qualquer língua, Cauby Peixoto ainda é um senhor cantor.
Há oito anos sem fazer show no Rio de Janeiro (RJ), cidade vizinha de sua Niterói natal, Cauby Peixoto fez valer a força do mito na volta aos palcos cariocas. Mas o cantor não se vale somente da aura mitológica alimentada em torno de seu nome e de sua figura desde sempre peculiar. Mesmo sem a extensão e o volume dos tempos áureos, a voz também mostra força. "Ganhei muitos graves", contabiliza Cauby em cena, orgulhoso, antes de cantar The World Is Knew (Over and Over), o menos conhecido dos temas do repertório de Frank Sinatra (1915 - 1998), base do roteiro explicitada já no título do show, Cauby Sings Sinatra, que lotou o Teatro Oi Casa Grande na noite de 7 de junho de 2011. Aos 80 anos, mesmo debilitado a ponto de ter que fazer o show sentado, Cauby Peixoto ainda é um senhor cantor! Seu senso rítmico se revelou aguçado quando cantou I've Got You Under my Skin em sintonia com a correta banda que o acompanhou nessa volta ao Rio. Seu suingue também se fez notar em Fly me to the Moon, número em que falou de si mesmo na terceira pessoa. Sob a direção de Thiago Marques Luiz, Cauby cantou Sinatra do seu jeito - exatamente como mostra o DVD lançado pela Lua Music em novembro de 2010. Um cantor ainda grande deu voz a grandes músicas - All the Way, All the Things You Are ("A bossa do Sinatra", conceituou), Strangers in the Night - associadas a um outro ícone do canto do século XX. Como Cauby é Cauby, até Something - o tema de George Harrison (1943 - 2001) que Sinatra gravou logo após os Beatles - foi ajustada ao tempo todo próprio do artista. Que se permitiu alguns arroubos vocais em Let me Try Again, mas não conseguiu realçar toda a beleza de Moon River. Cauby pareceu mais à vontade em Night and Day, um dos temas que exigiram o naipe de metais incluído no octeto. "Cantei muito isso lá, lá, lá... atrás", ressaltou a respeito da música de Cole Porter (1891 - 1964), para em seguida gracejar: "Eu cantava sem saber a letra, repetindo os versos como um papagaio. Mas eu cantava!". Na sequência, My Way e Theme From New York New York esboçaram um clima de gran finale. Mas o final do show se tornou mesmo grandioso no bis, quando Cauby - então a sós com o violão seguro de Ronaldo Rayol - saiu do repertório de Sinatra e cantou seis músicas em quadro idiomas diferentes. A inevitável Conceição abriu o set intimista, seguida por Yesterday (prévia do CD em que Cauby canta o repertório dos Beatles), versão em francês de Pra Dizer Adeus (Adieu, com versos fiéis ao sentido original da letra escrita pelo poeta Torquato Neto sobre melodia de Edu Lobo), Evergreen (tema do repertório de Barbra Streisand), Bastidores (incluída a pedido do público) e uma calorosa Granada (Agustín Lara) em tom flamenco. Em qualquer língua, Cauby Peixoto ainda é um senhor cantor.
ResponderExcluiro melhor cantor brasileiro do momento.
ResponderExcluirAcho o Emílio quase tão bom quanto o Cauby, só que Cauby tem um "tempero", uma coragem no canto, que eu admiro muito, e por isso acho que é o maior.
ResponderExcluirUm dos grandes cantores brasileiros e lenda viva da nossa música!!! Grande Cauby!!! E esse ano ele lançará um álbum chamado "Caubytles", totalmente dedicado ao repertórios das belas canções de amor dos Beatles. Creio que ficou algo fantástico! Tomara que ele venha a BH com esse show, pois o CD é maravilhoso!
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