Mauro Ferreira no G1

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quinta-feira, 2 de junho de 2011

Inspirado pelo rock de Young, 'Give Till It's Gone' ressoa a dor de Harper

Resenha de CD
Título: Give Till It's Gone
Artista: Ben Harper
Gravadora: Virgin / EMI Music
Cotação: * * *

Dois acontecimentos na vida de Ben Harper tiveram marcante influência na concepção e gravação do décimo álbum de estúdio do cantor norte-americano, Give Till It's Gone, seu primeiro trabalho solo desde o plural Both Sides of the Gun (2006). O primeiro foi sua ruidosa separação da atriz Laura Dern. Em faixas confessionais como Don't Give up on me Now e I Will Not Be Broken, o disco ressoa a dor de amor sofrida pelo artista. Harper, que vem de álbuns politizados divididos com as bandas Innocent Criminals e Relentless7, se permitiu fazer um disco de caráter mais pessoal sem  perda da contundência. O segundo acontecimento decisivo na construção de Give Till It's Gone foi Harper ter aberto show de Neil Young na Inglaterra. Inspirado pela atitude e pela performance roqueira de Young, o parceiro de Vanessa da Mata em Boa Sorte / Good Luck decidiu compor Rock'n'Roll Is Free, uma das melhores faixas deste CD que não chega, de fato, a encantar. A influência de Young pode ser sentida também na suja Dirty Little Lover. Musicalmente, Give Till It's Gone pode ser definido como um disco de rock. Se Clearly Severely evoca a atmosfera pós-punk, Get There From Here - uma das duas faixas compostas e gravadas com o beatle Ringo Starr - exercita a liberdade do rock com direito a improvisos. Já Spilling Faith se perde na selva psicodélica e joga o disco para baixo. Para o público radiofônico, Give Till It's Gone oferece a melodiosa balada Feel Love, quase um alien neste confessional disco de pegada roqueira, gerado pela dor de cotovelo.

2 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Dois acontecimentos na vida de Ben Harper tiveram marcante influência na concepção e gravação do décimo álbum de estúdio do cantor norte-americano, Give Till It's Gone, seu primeiro trabalho solo desde o plural Both Sides of the Gun (2006). O primeiro foi sua ruidosa separação da atriz Laura Dern. Em faixas confessionais como Don't Give up on me Now e I Will Not Be Broken, o disco ressoa a dor de amor sofrida pelo artista. Harper, que vem de álbuns politizados divididos com as bandas Innocent Criminals e Relentless7, se permitiu fazer um disco de caráter mais pessoal sem perda da contundência. O segundo acontecimento decisivo na construção de Give Till It's Gone foi Harper ter aberto show de Neil Young na Inglaterra. Inspirado pela atitude e pela performance roqueira de Young, o parceiro de Vanessa da Mata em Boa Sorte / Good Luck decidiu compor Rock'n'Roll Is Free, uma das melhores faixas deste CD que não chega, de fato, a encantar. A influência de Young pode ser sentida também na suja Dirty Little Lover. Musicalmente, Give Till It's Gone pode ser definido como um disco de rock. Se Clearly Severely evoca a atmosfera pós-punk, Get There From Here - uma das duas faixas compostas e gravadas com o beatle Ringo Starr - exercita a liberdade do rock com direito a improvisos. Já Spilling Faith se perde na selva psicodélica e joga o disco para baixo. Para o público radiofônico, Give Till It's Gone oferece a melodiosa balada Feel Love, quase um alien neste confessional disco de pegada roqueira, gerado pela dor de cotovelo.

Fernando Moraes disse...

Achei que esta review fez pouco caso do disco. Pra baixo ou não, eu achei um dos melhores da discografia de Ben Harper.

Faltou comentar que a dor de cotuvelo "Don't Give Up On Me Now" é um hit em pontencial, de refrão bem radiofonico também, apesar de nada se parecer com "Fell Love".