Resenha de show
Título: ...E a Gente Sonhando
Artista: Milton Nascimento (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Via Funchal (São Paulo, SP)
Data: 18 de junho de 2011
Cotação: * * * 1/2
Show em cartaz na casa Vivo Rio, no Rio de Janeiro (RJ), em 6 de agosto de 2011
"A vida tem de ser comunhão", sentencia Fernando Brant em verso de Comunhão, música de 1977, pouco conhecida no repertório de Milton Nascimento, mas sintomaticamente incluída no roteiro do show ...E a Gente Sonhando, cuja turnê já está em rotação pelo Brasil desde março de 2011. Sob a direção de Luiz Antônio Pillar, o cantor reparte palco, fé e sonhos com o mesmo espírito gregário que moveu a criação do CD ...E a Gente Sonhando. Tal comunhão acaba agregando valor e emoção a um show que começa extremamente frio - com abordagem natimorta de Encontros e Despedidas (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1981), mas vai ganhando vida à medida em que Milton vai puxando o fio de sonhos e reminiscências afetivas dos tempos de juventude. Tal como o disco homônimo que o gerou, ...E a Gente Sonhando é show impregnado de fraternidade, lírismo e certa nostalgia da modernidade. E, se as vozes soam individualmente sem viço (inclusive a do generoso anfitrião, sábio ao reviver sucessos como Caçador de mim no tempo da delicadeza), juntas elas ganham brilho. A união faz a força no palco-casa de Milton. Não por acaso, os picos de emoção do show acontecem quando - a partir do quinto número, Amor de Céu, Amor de Mar (Flávio Henrique e Milton Nascimento, 2010) - entra em cena o coral de vozes trespontanas. Vozes que iluminam O Sol (Antônio Julio Anastácia, 2003), que emocionam em Ânima (Zé Renato e Milton Nascimento, 1982) e que dão sentido a Comunhão (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1977). Nessa espiral de emoções oníricas, o show alterna números totalmente dispensáveis e destoantes - como a participação excessiva (embora vivaz) de Pedrinho do Cavaco) e a abordagem nada sedutora de Adivinha o quê (Lulu Santos, 1983) - com canções e momentos que roçam o sublime, unificando sentimentos na plateia e na(s) voz(es). São os casos do lírico tema Eu, Pescador (Cleyton Prósperi e Haroldo Jr.) - com o piano de Cleyton - e de O Ateneu (Milton Nascimento e Fernando Brant, 2010), destaque entre as inéditas autorais do CD ...E a Gente Sonhando. O belo arranjo da faixa-título, aliás, reproduz no palco o clima onírico que rege disco e show. Em contrapartida, músicas como Olhos do Mundo (Marco Elizeo e Heitor Branquinho, 2010) e Do Samba, do Jazz, do Menino, do Bueiro (Ismael Tiso Jr. e Miller Sol, 2010) - esta mais para o samba do que para o jazz - resultam pálidas em cena. Contudo, a sequência final - com O Ateneu, Estrela Estrela (Vítor Ramil, 1981) e Espelho de Nós (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1989) - reconduzem a emoção à cena com as vozes do coro e a reiteração do espírito lírico e gregário que anima o show e a música de Milton. No bis, o coro - agora da plateia, em intervenção feita a pedido do cantor - em Canção da América (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1979) reforça novamente o elo fraterno que amarra o roteiro deste espetáculo no todo cativante. Para Milton Nascimento, a vida e a música são comunhão.
"A vida tem de ser comunhão", sentencia Fernando Brant em verso de Comunhão, música de 1977, pouco conhecida no repertório de Milton Nascimento, mas sintomaticamente incluída no roteiro do show ...E a Gente Sonhando, cuja turnê já está em rotação pelo Brasil desde março de 2011. Sob a direção de Luiz Antônio Pillar, o cantor reparte palco, fé e sonhos com o mesmo espírito gregário que moveu a criação do CD ...E a Gente Sonhando. Tal comunhão acaba agregando valor e emoção a um show que começa extremamente frio - com abordagem natimorta de Encontros e Despedidas (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1981), mas vai ganhando vida à medida em que Milton vai puxando o fio de sonhos e reminiscências afetivas dos tempos de juventude. Tal como o disco homônimo que o gerou, ...E a Gente Sonhando é show impregnado de fraternidade, lírismo e certa nostalgia da modernidade. E, se as vozes soam individualmente sem viço (inclusive a do generoso anfitrião, sábio ao reviver sucessos como Caçador de mim no tempo da delicadeza), juntas elas ganham brilho. A união faz a força no palco-casa de Milton. Não por acaso, os picos de emoção do show acontecem quando - a partir do quinto número, Amor de Céu, Amor de Mar (Flávio Henrique e Milton Nascimento, 2010) - entra em cena o coral de vozes trespontanas. Vozes que iluminam O Sol (Antônio Julio Anastácia, 2003), que emocionam em Ânima (Zé Renato e Milton Nascimento, 1982) e que dão sentido a Comunhão (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1977). Nessa espiral de emoções oníricas, o show alterna números totalmente dispensáveis e destoantes - como a participação excessiva (embora vivaz) de Pedrinho do Cavaco) e a abordagem nada sedutora de Adivinha o quê (Lulu Santos, 1983) - com canções e momentos que roçam o sublime, unificando sentimentos na plateia e na(s) voz(es). São os casos do lírico tema Eu, Pescador (Cleyton Prósperi e Haroldo Jr.) - com o piano de Cleyton - e de O Ateneu (Milton Nascimento e Fernando Brant, 2010), destaque entre as inéditas autorais do CD ...E a Gente Sonhando. O belo arranjo da faixa-título, aliás, reproduz no palco o clima onírico que rege disco e show. Em contrapartida, músicas como Olhos do Mundo (Marco Elizeo e Heitor Branquinho, 2010) e Do Samba, do Jazz, do Menino, do Bueiro (Ismael Tiso Jr. e Miller Sol, 2010) - esta mais para o samba do que para o jazz - resultam pálidas em cena. Contudo, a sequência final - com O Ateneu, Estrela Estrela (Vítor Ramil, 1981) e Espelho de Nós (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1989) - reconduzem a emoção à cena com as vozes do coro e a reiteração do espírito lírico e gregário que anima o show e a música de Milton. No bis, o coro - agora da plateia, em intervenção feita a pedido do cantor - em Canção da América (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1979) reforça novamente o elo fraterno que amarra o roteiro deste espetáculo no todo cativante. Para Milton Nascimento, a vida e a música são comunhão.
ResponderExcluirmoral da história: o show tem momentos lindos e outros chatérrimos, foi isso que o Mauro quis dizer mas náo disse para não melindrar o Milton
ResponderExcluirMilton está tão cafona.
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