Ocorrida nesta quinta-feira, 16 de junho de 2011, a morte de Eduardo Gomes de Faria, o Ravel, repõe em pauta uma das duplas mais populares do começo dos anos 70, Dom & Ravel. Mas - diferentemente de seu irmão, Eustáquio Gomes de Faria, o Dom, morto em 2000 em decorrência de câncer no estômago - Ravel sai de cena, aos 64 anos, vítima de enfarte, já com a satisfação de ter o (ainda) controvertido envolvimento da dupla com o Governo Militar devidamente esclarecido no livro Eu Não Sou Cachorro, Não (2002). Neste estudo fundamental sobre a censura sofrida por artistas populares durante a ditadura, o autor Paulo César Araújo defende que, embora tenham se deixado usar pela propaganda do regime militar, os irmãos cearenses - nascidos em Itaiçaba (CE), mas radicados em São Paulo (SP) desde os anos 50 - também compuseram e gravaram temas que se opunham à ideologia deste mesmo regime. Mas nenhum com a repercussão de Eu te Amo, meu Brasil, composição ufanista de Dom & Ravel propagada na gravação do conjunto Os Incríveis e usada como propaganda do regime que amordaçou o Brasil entre 1964 e 1985. Por isso mesmo, Dom & Ravel não deixam saudades...
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4 comentários:
Se eles forem ufanistas, Jorge Ben também foi com País tropical.
Mauro, vc pegou pesado: "Por isso mesmo, Dom & Ravel não deixam saudades...". Apesar de não conhecê-los, eles devem deixar saudade pra alguém!
De extremo mau gosto e dispensável o comentário de você dizendo que a dupla não deixa saudades... Pode não deixar para você, mas deixa para todos os amantes da boa música, feita com a alma e coração... Uma dupla genial que as gravadoras e críticos como você fizeram e fazem questão de sepultar do cenário musical brasileiro. Em meio a tantos cantores e cantoras cretinos que tem surgido no cenário atual musical, Dom & Ravel é um verdadeiro oásis no deserto. Comentário infeliz seu em pleno dia da morte do cantor.
Obviamente o Mauro falou que não deixam saudades do ponto de vista musical.
Fazer música de encomenda pra milico não tem perdão - artisticamente falando.
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