Mauro Ferreira no G1

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sábado, 30 de julho de 2011

Seu Jorge acerta o ponto popular das primeiras 'Músicas Para Churrasco'

Resenha de CD
Título: Músicas para Churrasco Vol. 1
Artista: Seu Jorge
Gravadora: Universal Music
Cotação: * * * 1/2

Primeiro título de trilogia que retoma a pegada popular do álbum América Brasil - O Disco (2007), Músicas para Churrasco Vol. 1 acerta o ponto do balanço negro de Seu Jorge. Não é um disco de samba-rock nos moldes ortodoxos do gênero, embora haja todo um clima de samba-rock em temas como Vizinha, faixa pontuada pela cuíca de Pretinho da Serrinha, coautor da maioria das 10 músicas do repertório inteiramente inédito e autoral, quase todo assinado por Jorge com Gabriel Moura, Rogê e o citado Pretinho. Tampouco Músicas para Churrasco Vol. 1 é um disco de samba, embora a levada da introdução de Amiga da Minha Mulher diga o contrário. O fato de o cavaquinho do onipresente Pretinho da Serrinha conduzir o ritmo de músicas como Véia e Dois Beijinhos (uma das seis faixas adornadas com metais arranjados por Joey Altruda em Los Angeles) aproxima o disco do universo do samba. Contudo, a rigor, as músicas para churrasco são temperadas pelo suingue black de Jorge, com molho feito com pitadas de samba, funk, charm e samba-rock. Nessa farofa de sabor carioca, faixas como A Doida e Meu Parceiro parecem naturalmente preparadas para o sucesso. Escritas de forma direta, as letras retratam personagens da periferia do Rio de Janeiro (RJ) e soam como crônicas dos costumes da vida nos subúrbios, morros e favelas, evocando as letras dos pagodes da turma que despontou nos anos 80 sob a liderança de Zeca Pagodinho e Almir Guineto. A mixagem feita por Mario Caldato Jr. é o tempero adicional que garante o ponto exato do churrasco. E, se em determinado momento, o disco parece repetitivo é porque o groove de músicas como Dia de Comemorar e Japonesa não contagiam tanto quanto a pegada festiva de Olê, Olê, destaque do repertório autoral. No fim, Quem Não Quer Sou Eu esboça a levada de um rhythm and blues à moda brasileira, se diferenciando de todo o restante deste disco em que Seu Jorge se dirige ao chamado povão em rota distante do trabalho feito com os músicos da Nação Zumbi no disco Almaz. O churrasco desce bem - se for degustado sem gula...

3 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Primeiro título de trilogia que retoma a pegada popular do álbum América Brasil - O Disco (2007), Músicas para Churrasco Vol. 1 acerta o ponto do balanço negro de Seu Jorge. Não é um disco de samba-rock nos moldes ortodoxos do gênero, embora haja todo um clima de samba-rock em temas como Vizinha, faixa pontuada pela cuíca de Pretinho da Serrinha, coautor da maioria das 10 músicas do repertório inteiramente inédito e autoral, quase todo assinado por Jorge com Gabriel Moura, Rogê e o citado Pretinho. Tampouco Músicas para Churrasco Vol. 1 é um disco de samba, embora a levada da introdução de Amiga da Minha Mulher diga o contrário. O fato de o cavaquinho do onipresente Pretinho da Serrinha conduzir o ritmo de músicas como Véia e Dois Beijinhos (uma das seis faixas adornadas com metais arranjados por Joey Altruda em Los Angeles) aproxima o disco do universo do samba. Contudo, a rigor, as músicas para churrasco são temperadas pelo suingue black de Jorge, com molho feito com pitadas de samba, funk, charm e samba-rock. Nessa farofa de sabor carioca, faixas como A Doida e Meu Parceiro parecem naturalmente preparadas para o sucesso. Escritas de forma direta, as letras retratam personagens da periferia do Rio de Janeiro (RJ) e soam como crônicas dos costumes da vida nos subúrbios, morros e favelas, evocando as letras dos pagodes da turma que despontou nos anos 80 sob a liderança de Zeca Pagodinho e Almir Guineto. A mixagem feita por Mario Caldato Jr. é o tempero adicional que garante o ponto exato do churrasco. E, se em determinado momento, o disco parece repetitivo é porque o groove de músicas como Dia de Comemorar e Japonesa não contagiam tanto quanto a pegada festiva de Olê, Olê, destaque do repertório autoral. No fim, Quem Não Quer Sou Eu esboça a levada de um rhythm and blues à moda brasileira, se diferenciando de todo o restante deste disco em que Seu Jorge se dirige ao chamado povão em rota distante do trabalho feito com os músicos da Nação Zumbi no disco Almaz. O churrasco desce bem - se for degustado sem gula...

Antonio Gauderio disse...

Cansativo perde pra esse disco. Seu Jorge às vezes quer ser "cabeça" às vezes quer ser popular, na segunda alternativa sempre se dá mal, basta ouvir aquele "ótimo" projeto com a Ana Carolina ao Vivo

Leandro disse...

A capa, na minha opinião, é infeliz. Chega a dar medo ver o Jorge em close com espetos de churrasco sobre a sua cabeça...