Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


domingo, 31 de julho de 2011

Tulipa apresenta o terceiro álbum de Pélico, 'Que Isso Fique Entre Nós'

Com menos guitarra e mais cordas, o terceiro álbum do cantor e compositor paulistano Pélico, Que Isso Fique Entre Nós, está sendo lançado neste mês de julho de 2011 pela gravadora YB Music. Produzido por Jesus Sanchez, baixista da banda de Pélico, o disco se afasta do tom roqueiro de seu antecessor, O Último Dia de um Homem sem Juízo (2008), na busca por som despudoramente romântico. O detalhe é que o texto de apresentação de Que Isso Fique Entre Nós é assinado por ninguém menos do que Tulipa Ruiz. A cantora descobriu Pélico na internet, ouviu a música do artista e gostou a ponto de escrever texto que situa corretamente o disco, apontando influências como o compositor gaúcho Lupicínio Rodrigues (1914 - 1974) e o escritor Nelson Rodrigues (1912 - 1980). Eis o ótimo texto de Tulipa sobre Que Isso Fique Entre Nós:

"A primeira vez que trombei com o som de Pélico foi na internet. Seu perfil denunciava que ele não tinha ganho nenhum festival, não era filho de ninguém e justamente por isso estava "pronto para o estrelato". Achei divertido e isso me levou a clicar em todas suas músicas e vídeos. Gostei muito do que ouvi e passei a acompanhá-lo.

Como cantora, fico impressionada com a voz de Pélico. Minha sensação foi a de que ele teve muito tempo para entender o que fazer com a própria voz e deu um jeito de experimentá-la de diversas regiões. Quando o conheci pessoalmente foi difícil associar seu rosto a todas aquelas vozes. Ele precisaria ter mil caras para justificar o que eu tinha ouvido.

"Que Isso Fique Entre Nós"

Para nosso desfrute, o Pélico fez um disco novo. Com todas as suas vozes. "Menos esquizofrênico", diz ele. Duvido. Pélico esquizofreniza o amor no terceiro álbum. As boas línguas dizem que ele ouviu Ataulfo, Lupicínio, leu Nelson Rodrigues, rasgou o coração e fez um disco. "Menos guitarras e outros instrumentos", anuncia. Vieram tubas, trompetes, trombones, clarinetas e fagotes para firular o nostálgico cenário d'amour.

Produzido por Jesus Sanchez (Los Pirata), o disco traz elegantes arranjos de sopros e violinos feitos por Bruno Bonaventura e músicos poderosos como Régis Damasceno (Cidadão Instigado), Richard Ribeiro (SP Underground), João Erbetta (Los Pirata), Tony Berchmans e Guilherme Kastrup.


São dezesseis músicas de amor. Ou melhor, desamor. Não, de solidão. Quer dizer, de esperança. Ou melhor, desapego. Ou pior, de saudade. Minto, de verdades.

Com vocês, cinquenta minutos do novo Pélico. E que isso não fique apenas entre nós."


Tulipa Ruiz

3 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Com menos guitarra e mais cordas, o terceiro álbum do cantor e compositor paulistano Pélico, Que Isso Fique Entre Nós, está sendo lançado neste mês de julho de 2011 pela gravadora YB Music. Produzido por Jesus Sanchez, baixista da banda de Pélico, o disco se afasta do tom roqueiro de seu antecessor, O Último Dia de um Homem sem Juízo (2008), na busca por som despudoramente romântico. O detalhe é que o texto de apresentação de Que Isso Fique Entre Nós é assinado por ninguém menos do que Tulipa Ruiz. A cantora descobriu Pélico na internet, ouviu a música do artista e gostou a ponto de escrever texto que situa corretamente o disco, apontando influências como o compositor gaúcho Lupicínio Rodrigues (1914 - 1974) e o escritor Nelson Rodrigues (1912 - 1980). Eis o ótimo texto de Tulipa sobre Que Isso Fique Entre Nós:

"A primeira vez que trombei com o som de Pélico foi na internet. Seu perfil denunciava que ele não tinha ganho nenhum festival, não era filho de ninguém e justamente por isso estava "pronto para o estrelato". Achei divertido e isso me levou a clicar em todas suas músicas e vídeos. Gostei muito do que ouvi e passei a acompanhá-lo.

Como cantora, fico impressionada com a voz de Pélico. Minha sensação foi a de que ele teve muito tempo para entender o que fazer com a própria voz e deu um jeito de experimentá-la de diversas regiões. Quando o conheci pessoalmente foi difícil associar seu rosto a todas aquelas vozes. Ele precisaria ter mil caras para justificar o que eu tinha ouvido.

"Que Isso Fique Entre Nós"
Para nosso desfrute, o Pélico fez um disco novo. Com todas as suas vozes. "Menos esquizofrênico", diz ele. Duvido. Pélico esquizofreniza o amor no terceiro álbum. As boas línguas dizem que ele ouviu Ataulfo, Lupicínio, leu Nelson Rodrigues, rasgou o coração e fez um disco. "Menos guitarras e outros instrumentos", anuncia. Vieram tubas, trompetes, trombones, clarinetas e fagotes para firular o nostálgico cenário d'amour.

Produzido por Jesus Sanchez (Los Pirata), o disco traz elegantes arranjos de sopros e violinos feitos por Bruno Bonaventura e músicos poderosos como Régis Damasceno (Cidadão Instigado), Richard Ribeiro (SP Underground), João Erbetta (Los Pirata), Tony Berchmans e Guilherme Kastrup.

São dezesseis músicas de amor. Ou melhor, desamor. Não, de solidão. Quer dizer, de esperança. Ou melhor, desapego. Ou pior, de saudade. Minto, de verdades.

Com vocês, cinquenta minutos do novo Pélico. E que isso não fique apenas entre nós."

Tulipa Ruiz

ADEMAR AMANCIO disse...

Adorei o texto de Tulipa.

ADEMAR AMANCIO disse...

Estou ouvindo o Álbum,muito bom,indicação de Zuza Homem de Mello.'Recado',segundo ele é uma das melhores,e eu concordo.