Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Karen Souza mostra classe e (certa) linearidade em seu show pop 'jazzy'

Resenha de show
Título: Karen Souza
Artista: Karen Souza (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Teatro Bradesco (São Paulo, SP)
Data: 29 de agosto de 2011
Cotação: * * *

Na maior parte da apresentação que fez em São Paulo (SP) na noite de segunda-feira, 29 de agosto de 2011, a cantora  Karen Souza cantou com os olhos dirigidos ao pianista do Coltrane Quartet, Hernan Fernandez Miguez, e não ao público que encheu a maior parte das cadeiras do Teatro Bradesco. Tal atitude mostra a interação da artista com o trio de músicos que a acompanham em cena. Voz do Coltrane Quartet, Karen Souza nasceu na Argentina, mas o inglês é o idioma que usa para se dirigir à plateia, reforçando a impressão de que se está diante de uma cantora norte-americana de pop jazz. No caso, de jazz bem pop. Ou de pop de clima jazzy. Adequada  à atmosfera cool que ambienta o show da artista, a voz de Karen exala sensualidade detectável logo no primeiro número cantado, Lie to me, uma das inéditas autorais que a compositora promove enquanto divulga seu CD Essentials, recém-lançado no Brasil pela Music Brokers. Por ora, entretanto, a voz de Karen Souza está mais identificada com standards do universo pop, repaginados por ela em clima jazzy. Foi nesse estilo que a cantora começou a ganhar alguma projeção ao gravar faixas para a série de compilações Jazz and the '70s, Jazz and the '80s e Jazz and the '90s. Foi nesse estilo que a cantora desenvolveu sua apresentação no belo teatro de São Paulo (SP). No show, Karen Souza mostra classe, musicalidade e uma certa linearidade em suas interpretações. Ao pôr sua musicalidade em absoluto primeiro plano, a intérprete dilui - por exemplo - toda a angústia contida nos versos de Creep, o clássico do Radiohead (abordado com mais sensibilidade por Marina Lima em apresentações do show Clímax). Talvez por isso temas naturalmente mais suaves, como Corcovado (Antonio Carlos Jobim), caiam melhor na voz quase lânguida da cantora. Quanto mais se distancia do jazz (como em Every Breath You Take, sucesso do grupo inglês The Police),  mais banalizado soa o canto de Karen Souza. Sorte é que o repertório inédito da compositora é de bom nível. What If the Only Night? - sensual número em que as luzes piscam, sugerindo o ambiente de um cabaré -  é destaque nessa seara autoral. Já Why Don’t You do Right?- standard de 1936 propagado por vozes como a de Peggy Lee (1920 - 2002) - ressalta a pulsação do baixo de Jorge Lagos. Na sequência, todo o Coltrane Quartet cresce em cena ao transitar com segurança pelo ritmo suingante de Steppin' Out with my Baby, um dos clássicos do repertório do compositor Irving Berlin (1888 - 1989). No bis, uma surpresa: entram em cena dois violonistas, Ivan Mendes e Germando Leite, para acompanhar a cantora em Bette Davis Eyes, sucesso de Kim Carnes em 1981. Distante da atmosfera cool do show, o número até flui bem. Contudo, vale repetir: Karen Souza seduz (muito) mais quando se afasta do pop.

Notas Musicais viajou a São Paulo (SP) para ver o show de Karen Souza a convite da Music Brokers

Voz do Coltrane Quartet, Karen Souza une inéditas e 'standards' em show

A cantora e compositora argentina Karen Souza pisa no terreno do jazz mais pop desde que deu voz a alguns dos sucessos mundiais reunidos na série de coletâneas Jazz and the '70s, Jazz and the '80s e Jazz and the '90s, editadas ao longo dos anos 2000 pela Music Brokers. Neste ano de 2011, a mesma Music Brokers põe no mercado brasileiro Essentials, compilação de releituras feitas por Karen para essa série comercialmente bem-sucedida. O repertório de Essentials foi o mote do show que Karen fez no Teatro Bradesco, em São Paulo (SP), na noite de segunda-feira, 29 de agosto. Contudo, entre standards como Every Breath You Take e Bette Davis Eyes, a artista inseriu no roteiro inéditas autorais como Delectable You e What If the Only Night. A cantora - vista em foto de Mauro Ferreira - se apresentou à frente do Coltrane Quartet, integrado por Karen ao lado do pianista Hernan Fernandez Miguez, do baixista Jorge Lagos e do baterista Leandro Peiranos. No bis, os violonistas Ivan Mendes e Germando Leite acompanharam a intérprete em Bette Davis Eyes e depois se juntaram ao quarteto. Eis o roteiro seguido por Karen Souza no cool show apresentado no Teatro Bradesco:

1. Intro (tema do filme Amelie) - solo do pianista Hernan Fernandez Miguez
2. Lie to me (Karen Souza, Dany Tomas e Pamela Philips Oland)
3. Black Hol Sun (Chris Cornell)
4. Full Moon (Karen Souza, Dany Tomas e Ferras AlQalsl)
5. Corcovado (Antônio Carlos Jobim)
6. Summertime (George Gershwin)
7. Delectable You (Karen Souza, Dany Tomas, Pamelas Philps Oland e Marcelo Cáceres)
8. Creep (Thom Yorke)
9. Do You Really Want to Hurt me? (Michael Craig, Roy Hay, Jon Moss e George O'Dowd)
10. Wake up and Make Love with me (Dury e Jankel)
11. Cantalope - Número instrumental
12. Softly as a Morning Sunrise - Número instrumental
13. Tainted Love (Ed Cobb) 
14. Every Breath You Take (Sting)
15. What If the Only Night? (Karen Souza e Dany Tomas)
16. Why Don’t You do Right? (Kansas Joe McCoy)
17. Steppin' Out with my Baby (Irving Berlin)
18. Do You Think I´m Sexy? (Rod Stewart e Carmine Appice)
Bis:
19. Bette Davis Eyes (Donna Weiss e Jackie DeShannon)
20. Space Cowboy (Jason Kay)

Notas Musicais viajou a São Paulo (SP) para ver o show de Karen Souza a convite da Music Brokers

Digno, Chili Peppers sobrevive sem Frusciante no álbum 'I'm With You'

Resenha de CD
Título: I'm With You
Artista: Red Hot Chili Peppers
Gravadora: Warner Music
Cotação: * * *

Décimo álbum de estúdio do Red Hot Chili Peppers, lançado esta semana em escala mundial via Warner Music, I'm With You não é o primeiro disco do grupo norte-americano sem o guitarrista John Frusciante, que deixou a banda pela segunda vez em 2009. Mas I'm With You é o primeiro disco feito pelo Red Hot Chili Peppers sem Frusciante após série de três álbuns - Californication (1999), By the Way (2002) e Stadium Arcadium (2006) - que catapultaram a banda do baixista Flea ao estrelato e aos estádios. Pois I'm With You mostra que o Red Hot sobrevive bem sem Frusciante. Josh Klinghoffer segura a onda pop-rock-funk da banda - proeza perceptível já nas duas primeiras faixas do CD, Monarchy of Roses e Factory of Faith. Repetindo a parceria com o produtor Rick Rubin, o Red Hot alterna baladas com rocks de batida funkeada em mais um álbum que acena para as multidões que lotam estádios. Opção que torna até curiosa a inclusão no disco de balada, Brendan's Death Song, em tributo a Brendan Mullen (1949 - 2009), pioneiro fomentador da cena punk de Los Angeles (EUA) por conta da abertura da casa The Masque - a mesma Los Angeles citada em verso de Happiness Loves Company. E por falar em baladas, Annie Wants a Baby - alocada como a quinta das 14 faixas - soa meio cansativa,  dando a impressão de que I'm With You não vai se sustentar até o fim. Mas tal pista é falsa. Na sequência, o álbum já começa a retomar seu pique com a funkeada Look Around, cresce com o single The Adventures of Rain Dance Maggie e atinge grande momento com Did I Let You Know, tema embebido em latinidade que evoca até o som de Santana. Entre a vivacidade de temas como o rock Goodbye Hooray e a serenidade meio apática de canções como Police Station (um dos pontos mais baixos do disco), I'm With You termina em tom festivo com Dance, Dance, Dance. Música que - assim como as faixas dançantes deste álbum digno - deverão crescer ao serem apresentadas em estádios e arenas.

Literalmente lúcidas, 12 cantoras repaginam a modernidade de Marina Lima

Resenha de CD
Título: Literalmente loucas - As Canções de Marina Lima
Artista: Vários
Gravadora: Joia Moderna
Cotação: * * * 

 O cancioneiro de Marina Lima tem assinatura tão pessoal e intransferível que é preciso boa dose de loucura e coragem para arriscar releitura das músicas dessa compositora de origem piauiense, mas alma carioca. Daí o acerto de Literalmente loucas - As canções de Marina Lima, projeto lançado pela gravadora Joia Moderna neste mês de agosto de 2011. Idealizado pelo DJ Zé Pedro e concretizado por Patricia Palumbo, o disco apresenta regravações de 12 músicas pouco ouvidas de Marina Lima nas vozes de 12 cantoras da nova geração indie do pop nacional. A unidade estética do disco surpreende, já que cada intérprete teve autonomia para fazer sua gravação como (e com quem) bem entendesse. Literalmente lúcidas, elas reprocessam a modernidade da obra de Marina em tom contemporâneo. A rigor, as canções reunidas em Literalmente loucas não são as mais inspiradas da artista. Mas muito do charme do disco vem dessa opção pelo lado B - o que evita comparações, já que os registros originais de Marina não estão vivos na memória. Aliás, Memória fora de hora (Marina Lima e Antonio Cícero, 1979) é a música que abre o disco na voz de Tulipa Ruiz. Em sintonia com a letra que cita o Rio de Janeiro ("Cidade entre morro e mar" na definição de um dos versos de Cícero), a cantora-sensação de 2010 envolve o tema em atmosfera que remete ao batidão do funk carioca sem exalar o frescor do canto de Tulipa. Na sequência, Andreia Dias aborda Quem é esse rapaz (Marina Lima e Antonio Cícero, 1981) em registro pontuado por guitarras que evocam o som kitsch cunhado por Fernando Catatau em vários discos dos anos 2000. Esse som é, de certa forma, o elo entre algumas faixas, aparecendo também na guitarra posta por Junior Boca em Por querer (Todas) (Marina Lima, Nico Rezende e Antonio Cícero, 1975). Música entregue a Bárbara Eugenia, Por querer (Todas) resultou em faixa de tom explicitamente pop que evoca o som sintetizado dos anos 80, uma das marcas da música de Marina Lima a partir do álbum Fullgás (1984). Meu doce amor (Marina Lima e Duda Machado, 1977) - a primeira música de Marina gravada em disco, no caso por Gal Costa no álbum Caras e bocas (1977) - sangra no canto passional de Márcia Castro. Confessional (Marina Lima, 1987) se destaca no disco mais pela textura impressa no disco pelo grupo Tono na faixa do que pela interpretação em si de Karina Zeviani. Já Bobagens, meu filho, bobagens (Marina Lima e Antonio Cícero, 1983) - música que chegou a ser gravada por Thalma de Freitas para o projeto, mas que acabou sendo incluída no CD no registro feito na última hora por Graziela Medori - passa batido porque, a rigor, a música é das mais fracas da lavra de Marina, a ponto de nunca ter sido gravada pela autora. À meia voz (Marina Lima e Antonio Cícero,  1996) se revela mais sedutora no tributo por conta das estranhezas da gravação de Anelis Assumpção. Já O meu sim (Marina Lima e Antonio Cícero, 1991) cai bem no tom suave de Nina Becker enquanto Tão fácil (Marina Lima e Antonio Cícero, 1979) faz pulsar a veia roqueira que move parte da obra de Marina. A gravação - uma das melhores do disco - é de Karina Buhr, integrante do atual time de parceiros da compositora carioca. Já Iara Rennó reaviva Alma caiada (Marina Lima e Antonio Cícero, 1979) - música lançada por Zizi Possi, mas originalmente dada a Maria Bethânia, impedida pela censura de a registrar no álbum Pássaro proibido (1976) - sem jamais evocar o espírito de Marina Lima. Espírito que reaparece nítido no registro de Seu nome (Marina Lima e Antonio Cícero, 1981), feito por Joana Flor em ritmo de samba, mas no tom contemporâneo do projeto. Por fim, Claudia Dorei radicaliza ao refazer O solo da paixão (Marina Lima e Antonio Cícero, 1996) em clima eletrônico de trip-hop. No todo, Literalmente loucas - As canções de Marina Lima se revela coeso e dilui a impressão de que a gravadora Joia Moderna é casa que abriga somente grandes cantoras veteranas já sem teto em um mercado fonográfico literalmente louco. Devidamente repaginado, mesmo que de modo eventualmente irregular, o lado B (de inspiração também irregular...) de Marina Lima reitera a modernidade atemporal da artista.

Albarn revela faixas de 'Kinshasa', álbum gravado na República do Congo

Mentor dos grupos Blur e Gorillaz, Damon Albarn vai lançar em 7 de novembro de 2011 o primeiro álbum de seu DRC Music Project, Kinshasa One Two. DRC é a sigla de Democratic Republic of Congo. Já o título do CD se refere a Kinshasa, capital da República Democrática do Congo, na África, onde Albarn gravou o disco com as colaborações de músicos africanos e de nomes como Marc Antoine e o produtor Dan the Automator. O álbum tem caráter beneficente. A renda será integralmente doada à instituição Oxfam. Eis as 14 faixas de Kinshasa One Two:

* Hallo - com Tout Puissant Mukalo e Nelly Liyemge
* K-Town - com N’Gotshima and Bebson

* African Space Anthem (A.S.A) - com Ewing Sima of Tout Puissant Mukalo
* Love - com Love

* Lingala - com Bokatola System e Evala Litongo
* Lourds - com Yende Bongongo of Okwess International

* Respect Of The Rules - com Loi X Liberal
* We Come From The Forest - com Bokatola System

* Customs - com Bokatola System
* Virginia - com Magakala Virginia Yollande e Yowa Hollande

* Ah Congo - com Jupiter Bokondji e Bokatola System
* Three Piece Sweet Part 1 & 2 - com Bebson

* If You Wish to Stay Awake - com Washiba
* Departure - com Bokatola System

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Eis a capa de 'Elo', o quarto álbum de Maria Rita, nas lojas em setembro

Esta é a capa de Elo, o quarto álbum de estúdio de Maria Rita. nas lojas na segunda quinzena de setembro de 2011 via Warner Music. O single Pra Matar Coração - samba de Pedro Baby e Daniel Jobim - está sendo lançado nas rádios de todo o Brasil nesta terça-feira, 30 de agosto.

Álbum inédito dos Beach Boys, 'Smile' vai enfim ser lançado em outubro

Gravado entre 1966 e 1967, o lendário e inédito álbum Smile - arquitetado pelo grupo norte-americano  Beach Boys para ser o sucessor de Pet Sounds (1966), mas arquivado e nunca lançado - vai enfim ser editado, 45 anos após o início das gravações. Produzida pela Capitol Records, com aval dos músicos do grupo, a edição de Smile vai ter distribuição mundial da EMI Music. Programado para 31 de outubro de 2011, o lançamento de Smile foi detalhado pela gravadora nesta terça-feira, 30 de agosto. A arte gráfica do disco - criada pelo artista beat-pop Frank Holmes - e seu repertório completo nunca tinham sido revelados desde o abrupto arquivamento das sessões de gravação. Smile vai ser lançado em diversos formatos físicos e digitais. No Brasil, a EMI vai disponibilizar Smile somente em box com dois CDs. No exterior, vai sair também uma edição expandida do box The SMiLE Sessions, com as faixas do álbum e mais quatro CDs come áudio adicional das sessões, um set em vinil duplo e dois singles em vinil de 7 polegadas. Esta edição luxuosa do box vai embalar ainda livro de capa dura com 60 páginas de fotos raras e inéditas, memorabilia da banda e ensaios escritos pelos integrantes originais dos Beach Boys - Al Jardine, Mike Love, Brian Wilson e Bruce Johnston - e por Domenic Priore, historiador que acompanha a trajetória do grupo, além de outros especialistas.

Discografia do grupo Jesus and Mary Chain vai ser novamente relançada

Esta é a capa da reedição tripla de Psychocandy (1985), primeiro álbum do grupo escocês The Jesus and Mary Chain. O box integra a coleção que vai repor em catálogo, entre setembro e outubro de 2011, todos os seis álbuns da banda de rock projetada na onda do pós-punk que agitou os anos 80. Os seis álbuns voltam ao catálogo em combos triplos que inclui o disco original, CD-bônus com gravações raras e DVD. Os relançamentos serão feitos em ordem cronológica. A partir de 19 de setembro, as lojas venderão Psychocandy (1985) e Darklands (1987). Uma semana mais tarde, em 26 de setembro, Automatic (1989) e Honey's Dead (1992) serão relançados. Por fim, em 3 de outubro, voltam ao catálogo Stoned & Dethroned (1994) e Munki (1998). Vale lembrar que, em 2006, a Rhino Records relançou a obra de Jesus and Mary Chain, um ano antes da reativação do grupo, que se dissolvera em 1999. É para fãs!

Zélia prepara CD com a obra de Itamar enquanto interpreta Tatit no teatro

Mal lançou o CD, DVD e blu-ray Pelo Sabor do Gesto em Cena, Zélia Duncan já prepara seu nono álbum de estúdio. A artista - vista em foto de Emanuelle Bernard - vai dedicar o disco inteiramente à obra de Itamar Assumpção (1949 - 2003), compositor paulista presente com regularidade na discografia da cantora desde o álbum Intimidade (1996). O lançamento do álbum está previsto para o primeiro semestre de 2012 porque, além de continuar com a turnê do show Pelo Sabor do Gesto até o fim de 2011, a cantora se exercita como atriz no espetáculo Totatiando, em que aborda de forma teatral as canções do compositor paulista Luiz Tatit. O espetáculo estreia no próximo sábado, 3 de setembro, no Sesc Belenzinho em São Paulo (SP), ficando em cena até 18 de setembro. Totatiando vai ser filmado pelo diretor Hugo Prata na temporada, mas, por enquanto, o registro do espetáculo em DVD não está garantido.

Ana grava show 'Ensaio de Cores' sob direção de José Henrique Fonseca

Ana Carolina vai fazer a gravação ao vivo do show Ensaio de Cores no Rio de Janeiro (RJ) em apresentação programada para o próximo sábado, 3 de setembro de 2011, na casa Citibank Hall. Caberá ao cineasta José Henrique Fonseca dirigir o registro que vai ser editado em blu-ray, DVD e CD ao vivo. No show Ensaio de Cores, que estreou em 30 de julho e 2010 no Citibank Hall de São Paulo (SP), a cantora e compositora expõe a interação de sua música com sua pintura, dividindo a cena com trio feminino formado por Délia Fischer (piano), LanLan (percussão e bateria) e Gretel Paganinin (violoncelo). É provável que a artista inclua no roteiro músicas inéditas como Problemas, composta com seus parceiros Dudu Falcão e Chiara Civello. 

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Histórica coletânea do punk nacional, 'Sub' ganha nova reedição em CD

Histórica coletânea do punk rock brasileiro, montada com gravações inéditas feitas em 1982 e lançada originalmente em 1983 no formato de LP pelo selo Estúdios Vermelhos (de Redson, guitarrista e vocalista do grupo Cólera), Sub ganha nova reedição em CD neste ano de 2011 com distribuição da Voice Music. Considerada tão importante quanto a pioneira Grito Suburbano (1982), Sub reúne registros seminais dos grupos Ratos de Porão (ainda sem João Gordo na formação), Cólera, Psykoze e Fogo Cruzado. Quatro bandas pioneiras no punk nativo.

Ratos de Porão
1. Parasita
2. Vida Ruim
3. Poluição Atômica
Cólera
4. X.O.T.
5. Bloqueio Mental
6. Quanto Vale a Liberdade
Psykoze
7. Terceira Guerra Mundial
8. Buracos Suburbanos
9. Fim do Mundo
Fogo Cruzado
10. Desemprego
11. União entre Punks do Brasil
12. Delinqüentes
Ratos de Porão
13. Não Podemos Falar
14. Realidades da Guerra
15. Porquê?
Cólera
16. Histeria
17. Zero Zero
18. Sub-ratos
Psykoze
19. Vítimas da Guerra
20. Alienação do Homem
21. Desilusão
Fogo Cruzado
22. Inimizade
23. Punk Inglês
24. Terceira Guerra

Strokes já preparam seu quinto álbum de estúdio, o sucessor de 'Angles'

Talvez motivado pela controvertida recepção obtida por seu quarto álbum de estúdio, Angles, lançado em março deste ano de 2011, o grupo norte-americano The Strokes já começou a preparar seu quinto álbum. A banda já está em estúdio para (tentar) acelerar o processo de composição do repertório. Em sua grande maioria, as músicas ainda não estão finalizadas. Mas efetivamente já começou a gestação do sucessor de Angles. É possível que o CD saia em 2012.

Discos de Criolo, Camelo, Jeneci, NX Zero e Cavalera disputam o VMB

Os álbuns Blunt Force Trauma (Cavalera Conspiracy), Nó na Orelha (Criolo), Toque Dela (Marcelo Camelo), Feito pra Acabar (Marcelo Jeneci) e Projeto Paralelo (NX Zero) disputam o prêmio de Melhor Disco do VMB 2011. O vencedor vai ser conhecido em 20 de outubro, em cerimônia de premiação realizada nos Estúdios Quanta, em São Paulo (SP), e transmitida ao vivo pela MTV. A votação começa nesta segunda-feira, 29 de agosto. Contudo, o público vai poder votar somente em quatro das onze categorias. Os vencedores das outras sete - inclusive o da categoria Melhor Disco - serão eleitos pela Academia da MTV através de júri formado por jornalistas, artistas, cineastas e formadores de opinião de áreas como moda e artes plásticas.

VMA 2011 consagra Katy Perry e relega a Adele (três) prêmios técnicos

Coroando o sucesso de seu álbum Teenage Dream (2010), que já lhe rendeu cinco músicas no topo da da parada Billboard em proeza até então conseguida somente por Michael Jackson com Bad (1987), Katy Perry ganhou o prêmio máximo do VMA 2011, cuja cerimônia de entrega aconteceu na noite de domingo, 28 de agosto, em Los Angeles (EUA). Perry - vista em foto da Getty Images extraída do site oficial da MTV - levou o Astronauta de Prata de Clipe do Ano pelo vídeo de Firework. A consagração de Perry reitera a tendência do VMA a premiar artistas norte-americanos. Sensação de 2011, a britânica Adele - presente na festa que homenageou Amy Winehouse (1993 - 2011) - tinha sete indicações, mas foi contemplada somente com três prêmios técnicos, angariados pelo clipe de Rolling in the Deep. Com seu apurado senso midiático, Lady Gaga soube se destacar no evento ao receber o prêmio de Clipe Feminino - pelo vídeo de Born This Way - caracterizada como Jo Calderone, seu alterego masculino. Foo Fighters e Justin Bieber também levaram troféus no evento. Eis os vencedores do VMA 2011:

Clipe do Ano - Firework (Katy Perry)
Clipe Feminino - Born This Way (Lady Gaga)
Clipe Masculino - U Smile (Justin Bieber)
Clipe Pop - Till The World Ends (Britney Spears)
Clipe de Rock - Walk (Foo Fighters)
Clipe de Hip Hop - Super Bass (Nicki Minaj)
Colaboração - E.T. (Katy Perry com Kanye West)
Revelação - Yonkers (Tyler, The Creator)
Clipe com Mensagem - Born This Way (Lady Gaga)
Direção de Arte - Rolling in the Deep (Adele)
Coreografia - Run the World (Girs) (Beyoncé)
Fotografia - Rolling in the Deep (Adele)
Direção - Make Some Noise (Beastie Boys)
Edição - Rolling in the Deep (Adele)
Efeitos Especiais - E.T. (Katy Perry com Kanye West)

Wayne lança 'Tha Carter IV' com adesões de Drake, Nas, Mars e Legend

Nono álbum de estúdio do rapper norte-americano Lil Wayne, Tha Carter IV - quarto título da série iniciada em 2004 - está sendo lançado nesta segunda-feira, 29 de agosto de 2011, em edição da Cash Money Records distribuída pela Universal Music. Repleto de participações especiais, Tha Carter IV agrega Drake (em She Will e It's Good), John Legend (em So Special, tema de tom funky), T-Pain (em How to Hate), Nas (Outro, faixa em que figuram também Shine, Busta Rhymes e Bun B), Cory Gunz (em 6 Foot 7 Foot, primeiro dos quatro singles, lançado ainda em 2010) e Bruno Mars (Mirror, música disponível somente na Deluxe Edition de Tha Carter IV). Detalhe: entre Tha Carter III (2008) e Tha Carter IV, Lil Wayne apresentou nada menos do que dois álbuns, Rebirth e I'm Not a Human Being, ambos editados em 2010.

domingo, 28 de agosto de 2011

Show sensual de Ricky cativa mais pelo jogo de cena do que pela música

Resenha de show
Título: Música+Alma+Sexo World Tour
Artista: Ricky Martin (em foto de Rodrigo Amaral)
Local: Citibank Hall (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 27 de agosto de 2007
Cotação: * * * 1/2
Show em cartaz no Ginásio Gigantinho, em Porto Alegre (RS), em 30 de agosto de 2011

É preso a correntes que Ricky Martin aparece, em vídeo, para seu público na abertura do show da Música+Alma+Sexo World Tour ao som de baticum gringo que tenta clonar a batida do samba. Ao se libertar das tais correntes, o cantor aparece em cena no alto da estrutura metálica que compõe o cenário do espetáculo. Símbolo da coragem do artista de se assumir homossexual, a libertação das correntes é a senha para o entendimento do show, marcado pela postura mais honesta do cantor perante a vida e o público. Já sem amarras, o astro porto-riquenho começa a dar propriamente seu show em explosão de sensualidade que seduz o público mais pelo jogo de cena do que pela música em si. Longe da originalidade, o som de Ricky alterna baladas melosas com músicas turbinadas com padronizada latinidade. Contudo, o show se revela vibrante. Em cena, Música+Alma+Sexo World Tour expõe um verdadeiro popstar, que canta, dança (muito, em interação sensual com os oito bailarinos do show), representa (dizendo textos ensaiados que criam aura de simpatia que, por mais que seja sincera, é alimentada de acordo com os cânones mercadológicos) e sai vitorioso no jogo de sedução armado no palco. Os figurinos exploram a sensualidade do artista e evocam o universo gay, mote do show. A cada intervalo para troca de figurino, aliás, integrantes da trupe e o próprio Ricky Martin dão seus testemunhos em favor da aceitação da homossexualidade. "Vou deixar minha alma aqui neste palco esta noite", avisa o cantor em fala artificial ao cantar a tristonha balada Vuelve, acompahada em coro pelo público. Que se deixa seduzir - ou finge se deixar seduzir... - pelo discurso amistoso do astro. Sedução facilitada pela pegada irresistível de hits mundiais como Livin' la Vida Loca e She Bangs, alocados lado a lado no segundo dos quatro blocos do show. Na sequência, queimando quase todos seus cartuchos musicais, o cantor revive María, tema propagado no Brasil em 1996 pela novela Salsa e Merengue. Neste número, o popstar se aventura a tocar percussão. A atmosfera caliente destes números dançantes é o prenúncio do bloco erotizado que culmina com número em que o cantor simula orgia sexual com os bailarinos ao som de I'Am / I Don't Care. São cartadas extra-musicais que fazem com o que o artista saia sempre vitorioso no jogo de cena. Mas, justiça seja feita, o show preserva seu pique naturalmente, sem recorrer explicitamente à sensualidade, quando vem o bloco mais latino com salsa, merengue e ritmos afins, aquecidos com trio de metais em brasa. É quando o popstar encarna o guia turístico e convida o público a conhecer as belezas naturais e sonoras de Porto Rico. No fim, La Copa de la Vida anima a torcida entusiasta e cúmplice que faz com que Ricky Martin pareça estar jogando em casa. "Tira os pés do chão", pede o popstar várias vezes em seu desenvolto português. Acaba o show. Mas, claro, tem o bis, que termina com outro baticum gringo de samba. Festa mais para os olhos do que para os ouvidos, o show da Música+Alma+Sexo World Tour reitera o carisma de Ricky Martin com altas doses de sensualidade. Entretanto, a mise-en-scène cativa mais do que a música em si.

Ricky segue o padrão pop latino no roteiro do show 'Música+Alma+Sexo'

Entre baladas românticas como Vuelve (cantada em coro pelo público) e músicas dançantes compostas no compasso rápido dos ritmos que animam Porto Rico, o roteiro do show feito por Ricky Martin na Música+Alma+Sexo World Tour - ora em passagem pelo Brasil em rota que termina em Porto Alegre (RS) na próxima terça-feira, 30 de agosto - segue os padrões do pop latino. O artista porto-riquenho - visto em foto de Rodrigo Amaral na estreia carioca do show - alterna músicas de seu recém-lançado álbum Música+Alma+Sexo (2011) com hits inevitáveis como Livin' la Vida Loca e She Bangs. Eis o roteiro seguido por Martin na apresentação que eletrizou o público que encheu o Citibank Hall do Rio de Janeiro (RJ) em 27 de agosto de 2011:

1. Será Será (Too Late Now)
2. Dime que me Quieres
3. It's Alright
4. Vuelve
5. Livin' la Vida Loca
6. She Bangs
7. Shake your Bon-Bon
8. Loaded
9. María
10. I Am  / I Don't Care
11. Frío
12. Más
13. Lola, Lola
14. Por Arriba, Por Abajo
15. The Cup of Life / La Copa de la Vida
Bis:
16. Lo Mejor de mi Vida Eres Tú
17. María

Fora do armário, Ricky exalta orgulho gay no show 'Música+Alma+Sexo'

Tirada na boa estreia carioca do show Música+Alma+Sexo, de Ricky Martin, a foto de Rodrigo Amaral capta bem a vibe gay da turnê que ora passa pelo Brasil. "I'm gay and I'm ok with it", conclui um dos textos que acompanham as imagens projetadas no telão enquanto o cantor porto-riquenho faz uma das (muitas) trocas de figurinos do espetáculo, que chegou ao Rio de Janeiro (RJ) na noite de sábado, 27 de agosto de 2011, em apresentação no Citibank Hall. A vibe gay era detectável tanto no palco - em especial nos números em que Ricky interage sensualmente com o corpo de bailarinos, cabendo um trocadilho na palavra corpo - quanto na plateia que encheu as pistas da casa carioca. Do Rio, o artista parte com Música+Alma+Sexo para Porto Alegre (RS), em apresentação agendada para 30 de agosto, no Ginásio Gigantinho.

Reedição em CD expõe os (subestimados) poderes da 'feiticeira' Marília Pêra

Resenha de reedição de CD
Título: Feiticeira
Artista: Marília Pêra
Gravadora da edição original de 1975: Som Livre
Gravadora da reedição em CD de 2011: Joia Moderna
Cotação: * * * *

 Em 1975, Marília Pêra teve a primazia de lançar o cantor e compositor carioca Eduardo Dussek em disco. Então ilustre desconhecido, Dussek teve sua marchinha Alô alô Brasil gravada com esfuziante alegria pela atriz-cantora e incluída no álbum de estúdio em que registrava as composições do espetáculo Feiticeira. Com mistura de música, poesia e teatro, Feiticeira foi fracasso histórico na trajetória gloriosa de atriz. A mistura - urdida em roteiro assinado pelo diretor Fauzi Arap com Nelson Motta, sob a direção de Aderbal Jr. - descontentou o público, à época mais seduzido por espetáculos engajados (o próprio Nelson Motta considera hoje que o tom íntimo e pessoal do espetáculo era inadequado para aqueles tempos de resistência). Mas o fato é que o disco é bom. A oportuna chegada de Feiticeira ao CD - em reedição produzida por Thiago Marques Luiz para a gravadora Joia Moderna, do DJ Zé Pedro, fã do disco - atesta que os poderes musicais de Feiticeira foram subestimados por público e crítica em 1975. Ouvido 36 anos após a fracassada edição original, o disco resiste bem ao tempo e se revela até visionário pela reunião na ficha técnica de talentos emergentes. Com interpretação precisa da atriz, que expõe a fragilidade e a  força aparente do narrador da letra, a paranoica O medo - uma das poucas músicas que expressava o sentimento da face mais consciente de um Brasil então amordaçado pela ditadura - evoca algo dos cantadores nordestinos e, não por acaso, é da lavra de Alceu Valença, então pouco conhecido, apesar de na época já ter no currículo dois álbuns, um deles dividido com Geraldo Azevedo,  adaptador do repente A natureza (Zé Vicente da Paraíba e Passarinho do Norte). Também em início de carreira, Azevedo toca violão na faixa, uma das melhores do disco, como enfatiza com razão o DJ Zé Pedro no texto que escreveu sobre Feiticeira para o encarte da reedição. O disco foi produzido por Guto Graça Mello e Nelson Motta, autores de cinco das 13 músicas do álbum. A melhor delas é o bolero A cara do espelho, que - também não por acaso - passaria 23 anos depois pelo crivo severo de Nana Caymmi, que reviveu o tema no álbum Resposta ao Tempo (EMI, 1998). Já Dança da feiticeira é valorizada pela participação de Walter Franco, então no auge criativo, enquanto o rock Avô do Jabor - assinado somente por Nelson - teve a pegada anos 50 realçada na gravação feita por Marília com o lendário Vímana, grupo que incluía Lobão, Lulu Santos e Ritchie, três nomes que o Brasil ouviria com atenção a partir da década de 1980. Mas os tempos eram outros e Estado de choque capta a agonia dos porões sangrentos do país em gravação pontuada pelo trompete de Márcio Montarroyos (1949 - 2007). Parceria de Jards Macalé com Duda Machado que tinha sido lançada por Macalé em compacto duplo de 1970, Sem essa reverbera essa mesma tensão típica dos claustrofóbicos anos 1970. Mas Feiticeira tem também leveza. É com suavidade vocal que Marília Pêra caía no Samba dos animais (Jorge Mautner, 1974) e que ressaltava o clima bucólico de Bem-te-vi, tema da dupla Luhli e Lucina, convidada da faixa. Em contrapartida, a atriz-cantora abria a voz e a veia histriônica ao reviver Canção para inglês ver (1931( com toda a verve exigida pela música de Lamartine Babo (1904 - 1963). Enfim, Feiticeira tinha, sim, poderes musicais que foram (injustamente) desprezados em 1975, mas que saltam aos ouvidos nesta bem-vinda reedição de 2011. Não os subestime de novo...

Banda carioca Azuis debuta em disco com 'II', editado em CD e em vinil

II é o título do primeiro álbum da banda carioca de rock Os Azuis. A ironia tem razão de ser. Em ascensão na cena indie do Rio de Janeiro (RJ), o grupo passou mais de um ano gravando o que seria seu primeiro disco. Mas o selo carioca que editaria o disco cozinhou e abortou o lançamento. Editado neste mês de agosto de 2011 em vinil e em CD, distribuídos nas lojas pela Tratore, II é o álbum que Tomé Lavigne (voz e guitarra), Greco Blue (voz e guitarra), Tomás Bastos (baixo) e Lucas Memede (bateria) gravaram por própria conta e risco em maio deste ano de 2011. A produção é do próprios Azuis. Com afiada veia pop, o quarteto enfileira em II rocks como Vadia, O Carinha e Hey Hey Hey. A música Não Adianta Negar já é bem conhecida pelos fãs angariados pela banda no circuito carioca de shows, pois o clipe do tema já totaliza mais de 50 mil visualizações no YouTube. Detalhe luxuoso: a (ótima) masterização de II foi realizada por Dave McNair no conceituado estúdio Sterling Sound, em Nova York (EUA).

sábado, 27 de agosto de 2011

Dois últimos álbuns individuais de Raul são reeditados na série 'Bilogia'

Série criada pela Microservice dentro do projeto de revitalização do acervo da Copacabana, Bilogia vai relançar - embalados em box duplo e vendidos conjuntamente - dois álbuns da discografia de artistas que passaram pelo elenco da extinta gravadora carioca. O primeiro título da série é dedicado a Raul Seixas (1945 - 1989). Voltam ao catálogo os dois últimos álbuns individuais do roqueiro, Uah-Bap-Lu-Bap-Lah-Béin-Bum! (1987) e A Pedra do Gênesis (1988). O primeiro foi gravado em 1986, ano em que Raul já enfrentava os problemas de saúde que iriam tirá-lo definitivamente de cena em agosto de 1989. Com repertório centrado nas parcerias de Raul com Cláudio Roberto, Uah-Bap-Lu-Bap-Lah-Béin-Bum! fez sucesso. No rastro da boa execução da faixa Cowboy Fora da Lei, propagada na trilha sonora da novela Brega-Chique (1988), músicas como Cantar e Quando Acabar o Maluco Sou Eu se tornaram relativamente conhecidas. Disco de cunho mais filosófico, perceptível em faixas como Areia da AmpulhetaA Lei,  A Pedra do Gênesis obteve repercussão mais reduzida ao ser lançado em setembro de 1988. Um dos destaques foi a releitura de Lua Bonita (Zé do Norte e Zé Martins).

EMI edita no Brasil segundo álbum de Sabrina Starke, 'Bags & Suitcases'

Segundo álbum da cantora e compositora Sabrina Starke, lançado no exterior em 2010 pela gravadora Blue Note, Bags & Suitcases ganha edição no Brasil via EMI Music neste mês de agosto de 2011. Gravado em Miami (Flórida, EUA), com produção de Pete Walace, o sucessor de Yellow Brick Road (2008) traz músicas autorais como Brand New, Different People, Sunny Days e Jasmine. Natural do Suriname, Sabrina Starke transita por folk, soul, r & b, pop e jazz.

Com Dave, Joss tangencia o rock em 'LP1' sem perder seu espírito soul

Resenha de CD
Título: LP1
Artista: Joss Stone
Gravadora: Stone'd Records / Surfdog / Sony Music
Cotação: * * *

O fato de Joss Stone ter produzido com Dave Stewart seu quinto álbum, LP1, a aproxima do rock, ou melhor, da energia do rock - algo evidente já na funkeada Karma, segunda das dez faixas do disco gravado em apenas seis dias em Nashville (EUA). Até porque a maior parte do repertório é assinado por Stone com Stewart. Mas a cantora e compositora inglesa não deixa de fazer pulsar o espírito soul que move seu canto - algo evidente também já na introdução de Newborn, a power balada que abre LP1. Primeira cantora britânica dos anos 2000 a beber da fonte da soul music norte-americana da década de 60, abrindo trilha seguida posteriormente por Amy Winehouse (1983 - 2011) e Adele, Joss Stone já gravou discos e repertórios mais inspirados. Contudo, a energia inerente ao seu canto janisjopliano valoriza seu repertório e faz baladas como Last One to Know parecerem melhores do que elas efetivamente são. Mas nem tal energia ameniza a sensação de que temas como a intimista balada Drive All Night são inferiores à cantora. A sorte é que até canções de alma country como Landlord (emoldurada por violões) e Take Good Care se conectam com o espírito soul que move o canto de Joss. Mas LP1 - cujo título parece indicar nova fase na obra fonográfica da artista, tal como Introducing Joss Stone (2007) - perde o pique em sua segunda metade e sinaliza que a cantora precisa de direção mais segura na condução de sua carreira. Curiosamente, quando era guiada por executivos de gravadoras, Joss gravou álbuns mais sedutores como The Soul Sessions (2003). Aos poucos, ele foi se libertando das amarras da indústria e tornou seu som mais pop - com direito a flertes com o universo do hip hop - mas tal liberdade não tem se mostrado benéfica para sua discografia. Como mostra este independente e - até certo ponto - decepcionante LP1.

Joanna joga luz correta sobre inspiração da obra musical de Pe. Zezinho

Resenha de CD
Título: Em Nome de Jesus Joanna Interpreta Pe. Zezinho, SCJ
Artista: Joanna
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * *

Joanna volta a pôr fé na música católica nove anos após seu primeiro álbum religioso, Joanna em Oração (2002). Gravado de junho a agosto de 2010, em meio a um período de turbulência na vida pessoal da artista, Em Nome de Jesus Joanna Interpreta Pe. Zezinho, SCJ vai surpreender positivamente os ouvintes que venha a arrebanhar fora do universo cristão. A cantora carioca joga correta luz sobre a obra de padre mineiro José Fernandes de Oliveira, o Pe. Zezinho, que está celebrando 70 anos de vida e 45 de sacerdócio neste ano de 2011. A surpresa vem do fato de que a vasta e melodiosa obra musical de Zezinho tem beleza incontestável - algo que seus milhões de fiéis católicos já sabem desde os anos 70. Fenômeno da música cristã, Zezinho foi um dos pioneiros a se utilizar da música para pregar os valores da religião católica. Joanna parece ter feito um best of do cancioneiro de Zezinho, gravando 12 músicas do padre compositor em seleção assinada pela cantora com Mário Carlos, produtor executivo do disco. Se o ouvinte for devoto de belas melodias, ele vai se deixar converter por temas como Oração pela Família e Amar Como Jesus Amou. Duas músicas se destacam no repertório - em essência, todo comovente por sua verdade e fé - pelo brilho dos arranjos. Um Certo Galileu é reapresentada em apropriada orquestração épica que vai crescendo em intensidade à medida que a faixa avança. Utopia - um dos muitos temas em que Zezinho prega a união da família - ganha a moldura de toada sertaneja à moda das duplas que seguem as boas tradições da música caipira brasileira. Em contrapartida, a singela canção Alô, Meu Deus peca pelo arranjo típico de balada romântica como tantas que Joanna  gravou ao longo de sua carreira. Há também teclados em demasia no arranjo criado por Tutuca Borba para a música que abre o disco, Foi em Nome de Jesus, regravada em dueto por Joanna com Zezinho. Contudo, no todo, Joanna acerta o tom de sua oração ao embalar com violas e violões (de João Lyra) temas como Águia Pequena. Há até alguma brejeirice nos arranjos das faixas Há um Barco Esquecido na Praia e Maria da Minha Infância. Enfim, por mais que as letras versem sempre os valores pregados pelo catolicismo, há beleza na obra musical de Pe. Zezinho. É até pecado renegar de antemão este segundo álbum religioso de Joanna por preconceito. Ponha fé!

Grupo vocal Dá o Tom festeja década de existência com seu primeiro CD

Grupo vocal criado no Rio de Janeiro (RJ) em 2001, Dá o Tom celebra sua primeira década de existência com a edição de seu primeiro álbum, Dá o Tom, produzido por seu diretor musical, Dalton Coelho. No disco, os 16 cantores do grupo soltam suas vozes em músicas como Paula e Bebeto (Milton Nascimento e Caetano Veloso), Caminho das Águas (Rodrigo Maranhão), Feijoada Completa (Chico Buarque), Qui Nem Jiló (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira), Segue o Seco (Carlinhos Brown), Baioque (Chico Buarque), A Casa (Vinicius de Moraes) - único tema cantado a capella - e Tá na Cara (Gonzaguinha). O percussionista Robertinho Silva figura entre os músicos que tocam no CD do Dá o Tom, editado de forma independente neste ano de 2011. 

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Discos de 'Fina Estampa' incluem Seu Jorge, Ed, Zeca, Arlindo e Vercillo

Nas lojas em setembro de 2011, em edição da gravadora Som Livre, o primeiro CD com a trilha sonora nacional de Fina Estampa - a novela estreada esta semana na TV Globo - vai incluir gravações de Ed Motta (Vamos Dançar), Filipe Catto (Recado, música de Gonzaguinha, ouvida na novela na voz do autor), Aline Calixto (Flor Morena), MC Perlla (Menina Chapa Quente) e MV Bill (Junto e Misturado), entre outros nomes Seu Jorge - visto em foto de Nana Moraes - figura na trilha com Quem Não Quer Sou Eu, o r & b que encerra seu recém-lançado álbum Músicas para Churrasco Volume 1, mas a música não faz parte do primeiro CD, assim como Memória do Prazer (Jorge Vercillo). Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz, Sombrinha fizeram e gravaram o samba O Nome Dela É Griselda, o tema da protagonista vivida por Lilia Cabral. Sozinho, Sombrinha canta o samba Agora Você Volta, de sua autoria. Ambos figuram no disco.

Eva grava álbum duplo CNRT (Conexão Nagô Rede Tambor) com inéditas

A Banda Eva retoma no início de setembro as gravações dos dois discos - Conexão Nagô e Rede Tambor - que vai lançar no fim deste ano de 2011. Trata-se do projeto duplo CNRT. Desde maio, o grupo tem se reunido em casa da Itapuã, bairro nobre da cidade de Salvador (BA), para compor as músicas do disco e burilar os arranjos. Mas as gravações são finalizadas, mixadas e masterizadas no estúdio Groove, também em Salvador (BA). O título do projeto, CNRT, juntas as iniciais dos nomes dos dois CDs. Conexão Nagô vai ter repertório de tom mais afro-baiano. Rede Tambor vai priorizar músicas de linguagem mais pop, com ênfase no romantismo. Sob a direção musical do tecladista da Eva, Adriano Gaiarsa, Saulo Fernandes e Cia. já formatam desde maio o repertório inteiramente inédito que inclui músicas como Sei, Óculos Azul, Circulou, Preta, Seu Amor de Volta, Isso É Bom, Papel Crepom, Negra Jô, Gratidão, Fica na Luz, Tudo Massa, Bom te Ver e Balanço Rede e Mar. Figuram entre os convidados do álbum duplo os baianos Márcio Victor (Psirico) e Adelmo Casé (Negra Cor), além do camaronês Blick Bass e do senegalês Dudu Rose - ambos convocados diretamente da África.

Com atraso, a trilha do filme 'Assalto ao Banco Central' é editada em CD

Em cartaz nos cinemas brasileiros desde julho de 2011, o filme de ação Assalto ao Banco Central  tem sua trilha sonora lançada em CD - com um mês de atraso - em edição da Music Brokers. Assinada e produzida por André Moraes, a trilha sonora combina temas orquestrais com bases típicas de rock. O rapper carioca Gabriel O Pensador rima versos no compasso do hip hop sobre instrumental roqueiro em Sim Não Indiferente, parceria do Pensador com André Moraes. Música que deu título ao último álbum de estúdio do Jota Quest, La Plata reaparece na trilha sonora com remix e arranjo criados por Moraes para a trilha. Que inclui gravações dos grupos Planta & Raiz (Eu Não Acredito no Sistema) e Dr. Sin (Think It Over) entre temas de autoria do guitarrista André Moraes como O Assalto, O Plano e Eu Mando, Vocês Obedecem.

Ora reeditado, '30 Anos' mostra o (bom) caminho que Vanusa não seguiu

Resenha de reedição de CD
Título: 30 Anos
Artista: Vanusa
Gravadora da edição original de 1977: Som Livre
Gravadora da reedição de 2011: Joia Moderna
Cotação: * * *

Em 1975, já popular em todo o Brasil por conta de sucessos como Manhãs de Setembro, Vanusa decidiu se aproximar da MPB com belo álbum, Amigos Novos e Antigos, em que lançou músicas de Belchior (Paralelas) e Luiz Melodia (Congênito). 30 Anos - seu álbum posterior, lançado em 1977 e ora reeditado pela gravadora Joia Moderna com produção de Thiago Marques Luiz - não é tão coeso quanto Amigos Novos e Antigos, mas trilhou o mesmo bom caminho, logo abandonado pela cantora na virada dos anos 70 para os 80, no que pode ser considerado o grande erro da artista na condução de sua carreira fonográfica. Em 1977, recém-casada com o diretor de TV Augusto César Vannucci (1934 - 1992), Vanusa tinha 30 anos e se aventurava como atriz, estrelando a novela Cinderela 77, exibida pela TV Tupi. 30 Anos, o disco, foi produzido com direção artística de Vannucci e Lincoln Olivetti, autor da maioria dos bons arranjos (a outra parte dos arranjos foi confiada a Sérgio Sá, coautor da bela balada Estado de Fotografia, único hit propriamente dito do álbum). Infelizmente, o repertório era irregular. Em nova conexão com Vanusa, Belchior forneceu balada, Brincando com a Vida, que tinha o d.n.a melódico do compositor cearense, mas não a ponto de se impor na sua obra visceral. Caetano Veloso contribuiu com a inédita Duas Manhãs, canção que permaneceu em (justo) esquecimento até ser revivida neste ano de 2011 pela cantora Cláudia em disco dedicado ao lado B do compositor. Já Zé Ramalho comparecia com Avohai, em arranjo cheio de violas. Detalhe: a gravação de Vanusa é tecnicamente a primeira da música do compositor paraibano, já que o primeiro álbum solo de Zé Ramalho - que apresentou o registro definitivo de Avohai - foi lançado somente em dezembro de 1977. Primazias à parte, Vanusa pecou em 30 Anos ao gravar canções românticas tão triviais quanto Desencontro (Lincoln Olivetti e Ronaldo Barcelos) e Problemas, parceria de Mauro Motta com Raul Seixas (1945 - 1989), creditado como Raulzito na música. Entre tantas novidades sem real peso na memória da MPB, 30 Anos soa mais sedutor quando apresenta músicas antigas extraídas da memória afetiva de Vanusa, casos da canção natalina Boas Festas (Assis Valente) - embalada em arranjo meio modernoso - e da interiorana Lá no Pé da Serra (Elpídio dos Santos), gravada por Vanusa com arranjo que remete às guarânias paraguaias. Entre fado abolerado (Só Nós Dois, de Joaquim Pimentel) e temas espiritualistas como a Prece de Caritas, adaptada pela própria Vanusa, 30 Anos quase não passa na peneira do tempo. Ainda assim, a reedição do álbum é oportuna por expor para novas gerações o canto de intérprete que marcou época no Brasil dos anos 70 e que viu sua carreira sair dos trilhos ao se desviar do caminho que pavimentou neste álbum de 1977.