Mauro Ferreira no G1

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domingo, 14 de agosto de 2011

Com (alguma) bossa, Teresa cai no samba de Menescal em show no Rio

Resenha de show
Título: A Bossa do Samba
Artistas: Roberto Menescal e Teresa Cristina (em foto de Rodrigo Amaral)
Local: Teatro do Oi Futuro Ipanema (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 13 de agosto de 2011
Cotação: * * * 1/2
Show em cartaz somente até este domingo, 14 de agosto de 2011, no Oi Futuro Ipanema

"A Bossa Nova nasceu da nossa vontade de aprender a tocar o samba", sintetizou Roberto Menescal no palco do teatro do Oi Futuro Ipanema, antes de receber Teresa Cristina no inédito show apresentado neste fim-de-semana, no Rio de Janeiro (RJ), dentro do projeto A Bossa do Samba, idealizado e dirigido por Solange Kafuri. Ao longo deste mês de agosto de 2011, um ícone da Bossa Nova vai se encontrar no palco com um nome da atual geração do samba carioca para enfatizar que a já cinquentenária bossa é, em essência, apenas uma forma de tocar samba com influência do jazz. E foi isso que Menescal fez antes de convidar Teresa para entrar em cena. Com músicos do naipe do baixista Jorge Helder do saxofonista Zé Canuto, Menescal fez O Barquinho (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli) - também já cinquentenário - navegar por águas sempre novas, enfatizou as quebradas de seu menos conhecido Balansamba (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli) e viajou por outras bossas ao revisitar Bye Bye Brasil (Roberto Menescal e Chico Buarque). Na sequência, com alguma bossa, Teresa entrou em cena para cair no samba de Menescal. De início, a cantora se mostrou insegura e leu a letra do pouco inspirado samba Japa (Roberto Menescal e Paulo César Feital). Essa insegurança foi perceptível até O Brasil Precisa Balançar (Roberto Menescal e Paulo César Pinheiro), embora não tenha saltado tanto aos olhos e aos ouvidos ao longo do dueto com Menescal em Você (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli). No entanto, aos poucos, a cantora foi se acomodando no banquinho da Bossa Nova - literalmente, aliás, quando sentou para interpretar lindamente Medo de Amar (Vinicius de Moraes), ponto alto do show - e terminou o show à vontade, encarando o suingue de Só Danço Samba (Tom Jobim e Vinicius de Moraes) no bis com uma bossa já perceptível em seu gestual. Em seu set individual, Teresa defendeu bem samba obscuro de Geraldo Pereira (1918 - 1955), Mais Cedo ou Mais Tarde, e mostrou em Pra Cobrir a Solidão - parceria da compositora com Zé Renato - que seu samba bebe da fonte densa da obra de Paulinho da Viola, influência explícita do tema. A partir da citada Medo de Amar, número arrebatador no qual Teresa foi acompanhada pela guitarra de Menescal, a dupla voltou a se reunir em cena. Foi quando, com leveza, a cantora provou que, sim, tem bossa para encarar sambas do porte de A Banca do Distinto (Billy Blanco) e É Com Esse Que Eu Vou (Pedro Caetano). No fim, após várias tiradas bem-humoradas de Menescal, a dupla reiterou seu entrosamento e seu suingue ao encerrar o show com Tem Dó (Baden Powell e Vinicius de Moraes). E todo mundo pediu bis! Tem bossa no samba de Teresa Cristina e Roberto Menescal!

2 comentários:

Mauro Ferreira disse...

"A Bossa Nova nasceu da nossa vontade de aprender a tocar o samba", sintetizou Roberto Menescal no palco do teatro do Oi Futuro Ipanema, antes de receber Teresa Cristina no inédito show apresentado neste fim-de-semana, no Rio de Janeiro (RJ), dentro do projeto A Bossa do Samba, idealizado e dirigido por Solange Kafuri. Ao longo deste mês de agosto de 2011, um ícone da Bossa Nova vai se encontrar no palco com um nome da atual geração do samba carioca para enfatizar que a já cinquentenária bossa é, em essência, apenas uma forma de tocar samba com influência do jazz. E foi isso que Menescal fez antes de convidar Teresa para entrar em cena. Com músicos do naipe do baixista Jorge Helder do saxofonista Zé Canuto, Menescal fez O Barquinho (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli) - também já cinquentenário - navegar por águas sempre novas, enfatizou as quebradas de seu menos conhecido Balansamba (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli) e viajou por outras bossas ao revisitar Bye Bye Brasil (Roberto Menescal e Chico Buarque). Na sequência, com alguma bossa, Teresa entrou em cena para cair no samba de Menescal. De início, a cantora se mostrou insegura e leu a letra do pouco inspirado samba Japa (Roberto Menescal e Paulo César Feital). Essa insegurança foi perceptível até O Brasil Precisa Balançar (Roberto Menescal e Paulo César Pinheiro), embora não tenha saltado tanto aos olhos e aos ouvidos ao longo do dueto com Menescal em Você (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli). No entanto, aos poucos, a cantora foi se acomodando no banquinho da Bossa Nova - literalmente, aliás, quando sentou para interpretar lindamente Medo de Amar (Vinicius de Moraes), ponto alto do show - e terminou o show à vontade, encarando o suingue de Só Danço Samba (Tom Jobim e Vinicius de Moraes) no bis com uma bossa já perceptível em seu gestual. Em seu set individual, Teresa defendeu bem samba obscuro de Geraldo Pereira (1918 - 1955), Mais Cedo ou Mais Tarde, e mostrou em Pra Cobrir a Solidão - parceria da compositora com Zé Renato - que seu samba bebe da fonte densa da obra de Paulinho da Viola, influência explícita do tema. A partir de Medo de Amar, número arrebatador no qual Teresa foi acompanhada pela guitarra de Menescal, a dupla voltou a se reunir em cena. Foi quando, com leveza, a cantora provou que, sim, tem bossa para encarar sambas do porte de A Banca do Distinto (Billy Blanco) e É Com Esse Que Eu Vou (Pedro Caetano). No fim, após várias tiradas bem-humoradas de Menescal, a dupla reiterou seu entrosamento e seu suingue ao encerrar o show com Tem Dó (Baden Powell e Vinicius de Moraes). Tem bossa no samba de Teresa Cristina e Roberto Menescal.

Luca disse...

Mauro, você ñaõ disse quais os outros shows do projeto, será que chega aqui em sp?