Mauro Ferreira no G1

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sábado, 27 de agosto de 2011

Com Dave, Joss tangencia o rock em 'LP1' sem perder seu espírito soul

Resenha de CD
Título: LP1
Artista: Joss Stone
Gravadora: Stone'd Records / Surfdog / Sony Music
Cotação: * * *

O fato de Joss Stone ter produzido com Dave Stewart seu quinto álbum, LP1, a aproxima do rock, ou melhor, da energia do rock - algo evidente já na funkeada Karma, segunda das dez faixas do disco gravado em apenas seis dias em Nashville (EUA). Até porque a maior parte do repertório é assinado por Stone com Stewart. Mas a cantora e compositora inglesa não deixa de fazer pulsar o espírito soul que move seu canto - algo evidente também já na introdução de Newborn, a power balada que abre LP1. Primeira cantora britânica dos anos 2000 a beber da fonte da soul music norte-americana da década de 60, abrindo trilha seguida posteriormente por Amy Winehouse (1983 - 2011) e Adele, Joss Stone já gravou discos e repertórios mais inspirados. Contudo, a energia inerente ao seu canto janisjopliano valoriza seu repertório e faz baladas como Last One to Know parecerem melhores do que elas efetivamente são. Mas nem tal energia ameniza a sensação de que temas como a intimista balada Drive All Night são inferiores à cantora. A sorte é que até canções de alma country como Landlord (emoldurada por violões) e Take Good Care se conectam com o espírito soul que move o canto de Joss. Mas LP1 - cujo título parece indicar nova fase na obra fonográfica da artista, tal como Introducing Joss Stone (2007) - perde o pique em sua segunda metade e sinaliza que a cantora precisa de direção mais segura na condução de sua carreira. Curiosamente, quando era guiada por executivos de gravadoras, Joss gravou álbuns mais sedutores como The Soul Sessions (2003). Aos poucos, ele foi se libertando das amarras da indústria e tornou seu som mais pop - com direito a flertes com o universo do hip hop - mas tal liberdade não tem se mostrado benéfica para sua discografia. Como mostra este independente e - até certo ponto - decepcionante LP1.

2 comentários:

Mauro Ferreira disse...

O fato de Joss Stone ter produzido com Dave Stewart seu quinto álbum, LP1, a aproxima do rock, ou melhor, da energia do rock - algo evidente já na funkeada Karma, segunda das dez faixas do disco gravado em apenas seis dias em Nashville (EUA). Até porque a maior parte do repertório é assinado por Stone com Stewart. Mas a cantora e compositora inglesa não deixa de fazer pulsar o espírito soul que move seu canto - algo evidente também já na introdução de Newborn, a power balada que abre LP1. Primeira cantora britânica dos anos 2000 a beber da fonte da soul music norte-americana da década de 60, abrindo trilha seguida posteriormente por Amy Winehouse (1983 - 2011) e Adele, Joss Stone já gravou discos e repertórios mais inspirados. Contudo, a energia inerente ao seu canto janisjopliano valoriza seu repertório e faz baladas como Last One to Know parecerem melhores do que elas efetivamente são. Mas nem tal energia ameniza a sensação de que temas como a intimista balada Drive All Night são inferiores à cantora. A sorte é que até canções de alma country como Landlord (emoldurada por violões) e Take Good Care se conectam com o espírito soul que move o canto de Joss. Mas LP1 - cujo título parece indicar nova fase na obra fonográfica da artista, tal como Introducing Joss Stone (2007) - perde o pique em sua segunda metade e sinaliza que a cantora precisa de direção mais segura na condução de sua carreira. Curiosamente, quando era guiada por executivos de gravadoras, Joss gravou álbuns mais sedutores como The Soul Sessions (2003). Aos poucos, ele foi se libertando das amarras da indústria e tornou seu som mais pop - com direito a flertes com o universo do hip hop - mas tal liberdade não tem se mostrado benéfica para sua discografia. Como mostra este independente e - até certo ponto - decepcionante LP1.

Victor Moraes, disse...

Gostei do LP1. As músicas parecem muito mais cruas e soltas se comparadas ao album "Mind Body & Soul", mas muito mais situadas e em ordem coerente do que o "Colour Me Free!" - quando a cantora ainda estava presa à EMI.
O melhor do LP1 é a sensação do cenário em que as canções foram gravadas e que elas passam com seus cortes e som - por vezes - sujo.
O pior é que dessa vez a Joss não tem contratos e não sentiu a vontade de gravar músicas radiofônicas/chicletes.