Dez vozes femininas ainda pouco ouvidas pelo chamado grande público lançam discos neste mês de agosto de 2011, buscando atenção e um lugar ao sol no cada vez mais populoso país das cantoras. Carioca da Gávea, a cantora, compositora e pianista Ana Cristina debuta no mercado fonográfico via Biscoito Fino com o CD Acaso, de repertório essencialmente autoral. Avalizada por Roberto Menescal, convidado da faixa Queria, Ana apresenta temas próprios como Flerte Carioca e Plena Escuridão entre regravações de Dindi (Tom Jobim e Aloysio de Oliveira) e Dora (Dorival Caymmi). Natural de São Paulo (SP), mas até então radicada nos Estados Unidos, Joyce Cândido também lança seu disco pela gravadora Biscoito Fino. O Bom e Velho Samba Novo é, a rigor, o segundo CD da artista, mas é tratado como se fosse o primeiro. Entre clássicos do samba como Feitio de Oração (Noel Rosa e Vadico), gravado em dueto com a atriz e cantora bissexta Letícia Sabatella, Cândido dá voz a novos sambas como Beleza Pura (Claudio Jorge e Luiz Carlos da Vila) e o partido alto Sou do Samba (Alceu Maia e Xande de Pilares). Também lançado pela Biscoito Fino, o CD Roberta Nistra expõe a veia afro-brasileira que pulsa no repertório da homônima cantora, compositora e cavaquinista carioca que milita na efervescente cena da Lapa, celeiro da nova geração de instrumentistas e cantores ligados ao samba e ao choro. Entre sambas e ijexás, Nistra dá voz a temas como Mãe África (Sivuca e Paulo César Pinheiro), Afoxé de Oxalá (Marco Antonio Simas), Ogum de Ronda (Roque Ferreira) e Tupi Nagô (Edu Krieger e Henrique Band). Por sua vez, Karen Souza - cantora egressa do universo da dance music - migra para o circuito do pop jazz com o CD Essentials. No disco, editado pela Music Brokers, Karen rebobina em clima jazzy sucessos de Culture Club (Do You Really Want to Hurt me?), Radiohead (Creep), Police (Every Breath You Take) e U2 (New Year's Day), entre outros standards. Em rota nacional, Elisa Addor debuta no mercado fonográfico com Novos Tempos, disco editado pela indie Bolacha. Além de produzir o CD, Edu Krieger forneceu a inédito samba de gafieira que batiza o disco - parceria com Marcelo Caldi - e criou arranjos como o que transforma o samba Mar de Copacabana (Gilberto Gil) em choro-canção. Duas músicas de João Nogueira (1941 - 2000) - o ijexá De Amor É Bom (parceria com Edil Pacheco) e o maxixe Bons Tempos (composto com Ivor Lancellotti) - abrem e fecham, respectivamente, o CD da carioca Addor, outra voz lapidada na Lapa. Paulista radicada no Rio de Janeiro (RJ) há mais de 30 anos, Solange Pellegrini lança seu primeiro CD com produção de Gustavo Schroeter, arranjos de Perinho Santana e o aval de João Donato, autor (em parceria com Tavinho Paes) e convidado da inédita Tem que Ter Dendê. O repertório do CD Solange Pellegrini inclui músicas da MPB como Recado (Gonzaguinha) e A Rota do Indivíduo (Djavan e Orlando Morais). Já a pernambucana - radicada no Rio de Janeiro (RJ) desde os 13 anos - Célia Silva entra outra vez na roda do samba com seu quarto CD, Novamente. Ivone Lara é a convidada de Amor de Madeira (Ivone Lara, André Lara e João Martins). Já Velha Guarda da Portela (Rildo Hora e Sérgio Cabral) é reforçada pelo grupo de veteranos sambistas da escola azul-e-branca. Em linha ainda mais popular, Daniela Colla aposta em versões em italiano de sucessos de Roberto Carlos no CD Canzone Per Te, produzido por Sérgio Hinds (guitarrista do grupo O Terço) e editado pela gravadora Arlequim. Onestamente (Falando Sério) e Sogno Bello (Sonho Lindo) figuram entre as versões cantadas por Daniela Colla, descendente de italianos. Em tom mais íntimo, a brasileira Bianca Rossini - residente em Los Angeles (EUA) - cruza influências e elementos de jazz e bossa nova no CD Kiss of Brazil (BDM Records), produzido por Peter Roberts e dirigido sobretudo ao mercado norte-americano. Ipanema Paraíso e Tarde em Copacabana são duas músicas do repertório autoral, assinado por Bianca com diversos parceiros. Por fim, em suave tom de pop rock, Jozi Lucka apresenta repertório autoral em Pra te Pegar, disco produzido pela própria Jozi. A faixa-título é o destaque do CD desta carioca que luta para se fazer ouvir no (populoso) país das cantoras.
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20 comentários:
Dez vozes femininas ainda pouco ouvidas pelo chamado grande público lançam discos neste mês de agosto de 2011, buscando atenção e um lugar ao sol no cada vez mais populoso país das cantoras. Carioca da Gávea, a cantora, compositora e pianista Ana Cristina debuta no mercado fonográfico via Biscoito Fino com o CD Acaso, de repertório essencialmente autoral. Avalizada por Roberto Menescal, convidado da faixa Queria, Ana apresenta temas próprios como Flerte Carioca e Plena Escuridão entre regravações de Dindi (Tom Jobim e Aloysio de Oliveira) e Dora (Dorival Caymmi). Natural de São Paulo (SP), mas até então radicada nos Estados Unidos, Joyce Cândido também lança seu disco pela gravadora Biscoito Fino. O Bom e Velho Samba Novo é, a rigor, o segundo CD da artista, mas é tratado como se fosse o primeiro. Entre clássicos do samba como Feitio de Oração (Noel Rosa e Vadico), gravado em dueto com a atriz e cantora bissexta Letícia Sabatella, Cândido dá voz a novos sambas como Beleza Pura (Claudio Jorge e Luiz Carlos da Vila) e o partido alto Sou do Samba (Alceu Maia e Xande de Pilares). Também lançado pela Biscoito Fino, o CD Roberta Nistra expõe a veia afro-brasileira que pulsa no repertório da homônima cantora, compositora e cavaquinista carioca que milita na efervescente cena da Lapa, celeiro da nova geração de instrumentistas e cantores ligados ao samba e ao choro. Entre sambas e ijexás, Nistra dá voz a temas como Mãe África (Sivuca e Paulo César Pinheiro), Afoxé de Oxalá (Marco Antonio Simas), Ogum de Ronda (Roque Ferreira) e Tupi Nagô (Edu Krieger e Henrique Band). Por sua vez, Karen Souza - cantora egressa do universo da dance music - migra para o circuito do pop jazz com o CD Essentials. No disco, editado pela Music Brokers, Karen rebobina em clima jazzy sucessos de Culture Club (Do You Really Want to Hurt me?), Radiohead (Creep), Police (Every Breath You Take) e U2 (New Year's Day), entre outros standards. Em rota nacional, Elisa Addor debuta no mercado fonográfico com Novos Tempos, disco editado pela indie Bolacha. Além de produzir o CD, Edu Krieger forneceu a inédito samba de gafieira que batiza o disco - parceria com Marcelo Caldi - e criou arranjos como o que transforma o samba Mar de Copacabana (Gilberto Gil) em choro-canção. Duas músicas de João Nogueira (1941 - 2000) - o ijexá De Amor É Bom (parceria com Edil Pacheco) e o maxixe Bons Tempos (composto com Ivor Lancellotti) - abrem e fecham, respectivamente, o CD da carioca Addor, outra voz lapidada na Lapa.
Paulista radicada no Rio de Janeiro (RJ) há mais de 30 anos, Solange Pellegrini lança seu primeiro CD com produção de Gustavo Schroeter, arranjos de Perinho Santana e o aval de João Donato, autor (em parceria com Tavinho Paes) e convidado da inédita Tem que Ter Dendê. O repertório do CD Solange Pellegrini inclui músicas da MPB como Recado (Gonzaguinha) e A Rota do Indivíduo (Djavan e Orlando Morais). Já a pernambucana - radicada no Rio de Janeiro (RJ) desde os 13 anos - Célia Silva entra outra vez na roda do samba com seu quarto CD, Novamente. Ivone Lara é a convidada de Amor de Madeira (Ivone Lara, André Lara e João Martins). Já Velha Guarda da Portela (Rildo Hora e Sérgio Cabral) é reforçada pelo grupo de veteranos sambistas da escola azul-e-branca. Em linha ainda mais popular, Daniela Colla aposta em versões em italiano de sucessos de Roberto Carlos no CD Canzone Per Te, produzido por Sérgio Hinds (guitarrista do grupo O Terço) e editado pela gravadora Arlequim. Onestamente (Falando Sério) e Sogno Bello (Sonho Lindo) figuram entre as versões cantadas por Daniela Colla, descendente de italianos. Em tom mais íntimo, a brasileira Bianca Rossini - residente em Los Angeles (EUA) - cruza influências e elementos de jazz e bossa nova no CD Kiss of Brazil (BDM Records), produzido por Peter Roberts e dirigido sobretudo ao mercado norte-americano. Ipanema Paraíso e Tarde em Copacabana são duas músicas do repertório autoral, assinado por Bianca com diversos parceiros. Por fim, em suave tom de pop rock, Jozi Lucka apresenta repertório autoral em Pra te Pegar, disco produzido pela própria Jozi. A faixa-título é o destaque do CD desta carioca que luta para se fazer ouvir no (populoso) país das cantoras.
Pô, Mauro, se elas não tem direito a uma resenha separada, aí fica difícil mesmo se fazerem ouvir... rolou uma preguiça aí da sua parte
As capas estão feias demais ! É preciso investir mais, pois uma capa bem produzida ajuda muito na divulgação.
A melhor capa é da Roberta Nistra, já a pior temos um empate: Célia Silva e Daniela Colla
Capas à parte (a da Roberta Nistra tá sinistra...), vou procurar ouvir algo de cada uma dessas cantoras. Até agora só ouvi (achei pra baixar) o álbum "Essentials" da Karen Souza, e devo dizer: fujam! É mais do mesmo, aquela velha "fórmula" de músicas pop internacionais (ou nacionais) em (des)arranjos de "Bossa Nova" que ferem a verdade do gênero, como também apagam o brilho das obras originais.
Que sono que a combinação "novas cantoras, mpb & regravações" me dá... Zzzzzz...
Eu fico com a Jozi e com a Joyce. :>)
A melhor capa é a da Karen. As outras são medonhas!! Qto ao conteúdo , espero que seja um pouco melhor...
Está uma praga mesmo de cantoras. Parece a época pós-Marisa Monte. Eu ou tão conservador, nem quero mesmo ouvir. Tenho ouvido cantoras novas e gostado de nenhum Sá, Gadu, dentre muitas outras, não gostei de nenhum. Dá preguiça de ouvir até. Prefiro ouvir Betânia, Gal, Zizi, Elba, Nana, Elis, Selma, Marisa, Virginia, Simone, Vânia, Daniela, Lee, Alcione, Clara, Clementina, Jovelina, Leci dentre muitas outras que não se fazem enjoar, não me cansam. Cada audição é uma surpresa, é um êxtase. Quem precisa de novidades?
Falar que todas as cantoras novas dão sono é apelar. Roberta Sá, CéU, Márcia Castro, Tulipa Ruiz, Ana Cañas, Mariana Baltar, Luísa Maita são boas sim. Elas podem não agradar o seus ouvidos, mas elas tentam trazer algo de novo, seja em composições, novos arranjos ou shows menos quadrados. Outras como a Gadú tem um cd até que tolerável, mas o ao vivo é sofrível, nunca vi um show tão chato. Outras como Verônica Ferriani e Ana Paula Lopes não trazem nada de novo, são afinas, mas é a mesmice de repertório.
Dessas só ouvi Karen Souza, e concordo com o amigo é deprimente.
Quanto a capa galera não se deixem enganar. As capas do cd da Dona Inah não tem grande qualidade, mas o repertório dela é fabuloso!!
Deixem de ser musicalmente preconceituosos!!
Que bom que gostaram da minha capa! podem vê-la melhor por aqui: http://www.fotolog.com.br/robertanistra/44978606
bjos, Roberta Nistra
Que bom que gostaram da capa. A arte grafica do meu cd foi feito pela Branca Escobar, da Biscoito Fino. Paraverem melhor, cliquem no link do Site da Biscoito fino, que é esse: http://www.biscoitofino.com/bf/cat_produto_cada.php?id=693
Bjs, boa noite a todos.
Roberta Nistra
"Quem precisa de novidades?"
Nossa, que frase triste, cara.
Sem novidades a Terra deixa de rodar.
Quanto as capas, ahhhh eu fico com as da Jozi e a Joyce. rsrrs
PS: Caio, acrescenta aí a Anelis Assumpção, o disco dela é bem bom.
Recomendo.
é muita cantora pra pouco tempo disponível pra ouvir. Ja que o foco aqui ficou nas capas,gostei da Ana Cristina, Roberta Nistra e Elisa Addor
Gente, em tempos de blogs e redes sociais, achamos que por sermos anônimos podemos dizer tudo que vier na cabeça, mas devemos ter respeito com o trabalho das pessoas. Uma pode ter a capa menos elaborada, a outra pode ter regravações de bossa-nova já manjadas, mas elas são melhores que artistas fábricados e duplas sertanejas que vemos por aí. Pena que na minha cidade (Juiz de Fora-MG) tem uma rádio adulta conteporânea, mas só tocam músicas antigas dos anos 60, 70 e 90. Precisamos de mais rádios boas pelo Brasil. Basta de Luans, Ivetes, Paulas e coisas do gênero. O povo anceia por uma música de qualdiade.
Gosta da Anelis tb Zé Henrique...é um dos discos que mais ouvi nesse ano. gosto do trabalho dela desde o tempo de DonaZica!!
Zé, não seja leviano. O mundo não vai parar de "rodar" por falta de cantoras novas. Você realmente não pensa antes de escrever. Em qual teoria física ou metafísica você se fundamenta para afimar uma sandice dessa?
Eu afirmo o que disse e penso que ficou bem claro para qualquer um com cérebro em dia que eu me referia a novidades musicais. Não apele.
Estou ouvindo "A Beira e o Mar" Maria Bethânia, 1984. Recomendo. A capa é fraca, mas que diferença faz uma capa quando se tem no disco "Na Primeira Manhã"?
Depois de Virgínia Rodrigues, Maria Rita e Mariene de Castro, nada mais de novo me interessou na MPB feminina. Dá licença de não gostar nenhum um pouquinho só?
Nervosinho o rapaz...
Claro que pára por falta de novas cantoras!
O mundo é velho, gosta de capim novo.
A teoria não é física nem metafísica, é popular mesmo.
Até porque...
Lembrei dessa:
"O que é que a ciência tem? Tem lápis de calcular. Que mais que a ciência tem? Borracha pra depois apagar. Vc já se olhou no espelho, nêgo? Não? Então vá"
Raul Seixas
Ouvi Roberta Nistra e Solange Pellegrini. A primeira adorei vira e mexe ouço Francisco de Oxum e Mãe Africa (regravação da Clara Nunes). Já a segunda não me agradou, mas não é um álbum ruim!
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