Título: Hell: The Sequel
Artista: Bad Meets Evil
Gravadora: Shady Records / Universal Music
Cotação: * * * 1/2
O fato de Eminem ter refeito com seu ex-desafeto Royce da 5'9'' a dupla Bad Meets Evil - formada originalmente em 1997 - é prova da personalidade forte e independente do mais bem-sucedido rapper branco dos Estados Unidos. Teria sido mais cômodo para Marshall Mathers dar sequência ao som de Recovery (2010), o revigorante álbum que lhe devolveu a força comercial no mercado norte-americano sob a batuta do produtor Dr. Dre. Mas Eminem se reuniu com Royce - velho companheiro das batalhas de rap de Detroit (EUA), origem da dupla - e Bad Meets Evil volta à cena com Hell: The Sequel, interessante CD que se situa na tênue fronteira entre um EP e um álbum. São apenas nove faixas, suficientes para que os rappers rimem como nos velhos tempos. "Eu disse que a gente ia voltar", já exulta, triunfante, Royce em verso da faixa inicial, Wellcome 2 Hell. A batida poderosa - produzida por Havoc - dá o tom caloroso e agressivo do disco, promovido de início pelo demolidor single Fastlane. Tanto Bad (Royce) como Evil (Eminem) são íntimos dos subterrâneos da sociedade norte-americana e, por isso, destilam raiva na politizada Above the Law, faixa produzida por Mr. Porter. Mas cabe ressaltar que a política da dupla não faz a mínima questão de ser correta. Em I'm Everything on, Eminem e Royce rimam sem moralismos sobre a questão das drogas. Em The Reunion, tema pesado, Bad Meets Evil desanca as mulheres em versos irados que soam gratuitos, mas convém lembrar que tal assunto é recorrente na obra de Eminem, efeito da relação turbulenta e mal-resolvida com sua mãe. É é justamente por Hell: The Sequel ser disco tão verdadeiro e tão honesto com as convicções dos rappers que não dá para entender a entrada de Bruno Mars - o hitmaker do momento - em Lighters. Essa faixa pop destoa da contundência do CD, que reverencia a velha escolha do rap e traz o grupo Slaughterhouse na faixa Loud Noises. Seja como for, Bad Meets Evil é dupla infernal que, uma vez reativada, tem tudo para tirar Royce da 5'9'' do underground ao qual ele estava confinado até essa (oportuna) reunião com Eminem.
2 comentários:
O fato de Eminem ter refeito com seu ex-desafeto Royce da 5'9'' a dupla Bad Meets Evil - formada originalmente em 1997 - é prova da personalidade forte e independente do mais bem-sucedido rapper branco dos Estados Unidos. Teria sido mais cômodo para Marshall Mathers dar sequência ao som de Recovery (2010), o revigorante álbum que lhe devolveu a força comercial no mercado norte-americano sob a batuta do produtor Dr. Dre. Mas Eminem se reuniu com Royce - velho companheiro das batalhas de rap de Detroit (EUA), origem da dupla - e Bad Meets Evil volta à cena com Hell: The Sequel, interessante CD que se situa na tênue fronteira entre um EP e um álbum. São apenas nove faixas, suficientes para que os rappers rimem como nos velhos tempos. "Eu disse que a gente ia voltar", já exulta, triunfante, Royce em verso da faixa inicial, Wellcome 2 Hell. A batida poderosa - produzida por Havoc - dá o tom caloroso e agressivo do disco, promovido de início pelo demolidor single Fastlane. Tanto Bad (Royce) como Evil (Eminem) são íntimos dos subterrâneos da sociedade norte-americana e, por isso, destilam raiva na politizada Above the Law, faixa produzida por Mr. Porter. Mas cabe ressaltar que a política da dupla não faz a mínima questão de ser correta. Em I'm Everything on, Eminem e Royce rimam sem moralismos sobre a questão das drogas. Em The Reunion, tema pesado, Bad Meets Evil desanca as mulheres em versos irados que soam gratuitos, mas convém lembrar que tal assunto é recorrente na obra de Eminem, efeito da relação turbulenta e mal-resolvida com sua mãe. É é justamente por Hell: The Sequel ser disco tão verdadeiro e tão honesto com as convicções dos rappers que não dá para entender a entrada de Bruno Mars - o hitmaker do momento - em Lighters. Essa faixa pop destoa da contundência do CD, que reverencia a velha escolha do rap e traz o grupo Slaughterhouse na faixa Loud Noises. Seja como for, Bad Meets Evil é dupla infernal que, uma vez reativada, tem tudo para tirar Royce da 5'9'' do underground ao qual ele estava confinado até essa (oportuna) reunião com Eminem.
Não tenho paciência para a falação do Eminem, não
Postar um comentário