Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Cheio de 'groove', Wonder faz show para ficar na história do 'Rock in Rio'

Resenha de show - Rock in Rio 2011
Título: Stevie Wonder
Artista: Stevie Wonder
Local: Cidade do Rock (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 30 de setembro de 2011
Foto: Rock in Rio 2011 / Daniel Terrentini
Cotação: * * * * *

É fato que o Red Hot Chili Peppers fez apresentação memorável na segunda noite do Rock in Rio 2011, em roteiro que incluiu Higher Ground, uma das pérolas negras do repertório autoral de Stevie Wonder. Mas o show que entra para a história da quarta edição carioca do festival é o feito por Wonder na madrugada desta sexta-feira, 30 de setembro. Em apresentação de quase duas horas, que culminou com a participação inesperada de Janelle Monáe no funk roqueiro Superstition e em Another Star, o mestre do groove mostrou na Cidade do Rock toda a força atemporal de obra que é uma das pedras fundamentais do pop norte-americano. Wonder já contabiliza 61 anos, mas - contrariando o que já sentenciou Mick Jagger em Time Waits for No One (1974) - o tempo parece excepcionalmente esperar pelo cantor, compositor e músico, ele também de caráter excepcional. A voz continua potente, viçosa, atingindo os tons altos dos anos 70, década em que a carreira de Wonder alcançou pico de criatividade e popularidade. A maestria na criação dos grooves, aliada à força do cancioneiro do artista, resultou em show perfeito, arrasador, histórico. O balanço do mestre já ficou evidente no início quando, pilotando um keytar (misto de teclado e guitarra), Wonder reviveu How Sweet It Is (To Be Loved by You) - tema de 1964 lançado por  Marvin Gaye (1939-1984) e regravado por James Taylor - e My Eyes Don't Cry (número performático em que o artista até se deitou para tocar o keytar). Na sequência, ele assumiu os teclados sem deixar volta e meia de recorrer à inconfundível gaita, ouvida durante a simpática inclusão de Garota de Ipanema (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes), cantada em inglês por Aisha Morris - filha de Wonder e vocalista de sua banda - e acompanhada em coro pelo público em português, num daqueles momentos que ficam na memória. Sim, Wonder tem toda a bossa do mundo. Não fez feio nem ao cair no samba em Você Abusou (Antônio Carlos e Jocafi), mas brilhou mesmo é quando lapidou em cena o suingue funky de temas como Higher Ground, destaque entre os muitos destaques do roteiro. Higher Ground é clássico lançado por Wonder em Innervisions, álbum politizado de 1973 do qual ele extraiu também Living for the City e Visions para montar o roteiro de seu belo show no Rock in Rio 2011. Sucesso de 1970 que sobreviveu ao tempo, Signed, Sealed, Delivered I'm Yours enfatizou o peso dos sopros na arquitetura sonora do show. Interagindo o tempo todo com a plateia embevecida (embora o fato de a apresentação transcorrer em alta madrugada tenha feito parte do público debandar ao longo do show), Wonder queria agradar. E agradou. Até porque poucos compositores no mundo podem enfileirar no roteiro músicas que atingiram a perfeição pop como Overjoyed, You Are the Sunshine of my Love, I Just Called to Say I Love YouIsn't She Lovely? e My Cherie Amour. Todas marcaram presença em show que banhou a Cidade do Rock com ondas de energia positiva, inclusive na homenagem a outro rei negro do pop, Michael Jackson (1958 - 2009), prestada de forma sensível (e nada óbvia) com a balada The Way You Make me Feel. Stevie Wonder mostrou no Rock in Rio 2011 que a música criada com alma, identidade e inspiração (soberana, no caso dele) é capaz de desafiar a ditadura do tempo e se tornar eterna. A música e o balanço de Stevie Wonder já são eternos.

Wonder toca 'Garota de Ipanema' e volta ao samba 'Você Abusou' no Rio

Em apresentação magistral, que atestou a força de seu groove e de sua voz (ainda nos tons altos do auge de sua carreira), Stevie Wonder encerrou a quarta noite do festival Rock in Rio com show feito já na madrugada desta sexta-feira, 30 de setembro de 2011. No show, o cantor prestou homenagem a Michael Jackson (1958 - 2009) com a balada The Way You Make me Feel e afagou o ego do público brasileiro ao tocar Garota de Ipanema (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1963), um dos clássicos mundiais da Bossa Nova. Neste momento bossa in Rio, coube a filha de Wonder - Aisha Morris, vista com o pai na foto de Michael Menezes, da equipe divulgação do Rock in Rio - cantar a Garota de Ipanema em inglês. No que foi seguida pelo coro do público em... português. Na sequência, Wonder cantou Você Abusou, samba de 1971 que ocasionalmente faz parte de seu repertório. De autoria de Antônio Carlos & Jocáfi, dupla baiana que esteve muito em evidência nas paradas brasileiras da primeira metade da década de 70, Você Abusou ultrapassou as fronteiras nacionais logo após ser lançada pela dupla em gravação que alavancou seu primeiro álbum, Mudei de Idéia (1971).

Jamiroquai aciona máquina de ritmos para deixar o público ligado no Rio

Resenha de show - Rock in Rio 2011
Título: Jamiroquai
Artista: Jamiroquai
Local: Cidade do Rock (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 29 de setembro de 2011
Foto: Divulgação Rock in Rio 2011 / Cintia Orth
Cotação: * * *

A forte associação do Jamiroquai com o funk e sua habilidade com os grooves são os dois únicos possíveis traços de união entre o som dançante do grupo britânico e a música nobre de Stevie Wonder. Mesmo assim, ambos habitam galáxias diferentes no universo musical. Mas quis a organização do Rock in Rio 2011 que a banda de Jay Kay se apresentasse na mesma noite de Wonder. Eficiente, o Jamiroquai acionou sua máquina de ritmos e deixou o público ligado. Cosmic Girl foi uma das músicas que criaram atmofera de disco music na Cidade do Rock na quarta noite do festival. Mas o som de Jay Kay - que entrou em cena com o habitual cocar na cabeça - transcende os bons tempos da discoteca, triturando em liquidificador sonoro pedaços generosos de funk e acid jazz. Mesmo em dose mais rala, o rock também se fez presente em Deeper Underground, um dos trunfos do final. Enfim, a banda fez o que estava ao seu alcance para entreter um público que - em sua maior parte - estava ali na ânsia de ver Stevie Wonder.

Dois álbuns da série 'Descendo o Morro', de Roberto Silva, são reeditados

Antes de Paulinho da Viola, houve outro Príncipe do Samba. Tal título de nobreza foi dado informalmente a Roberto Silva - cantor carioca projetado na era do rádio brasileiro - por sua elegância e por sua destreza na divisão dos sambas que interpretava. Um dos pontos altos da discografia de Silva, a série Descendo o Morro - que totalizou quatro volumes - volta ao catálogo pela metade, permitindo que novas gerações conheçam as habilidades do cantor. Dando continuidade ao processo de revitalização do catálogo da extinta gravadora carioca Copacabana, a Microservice reedita na série Bilogia os dois primeiros volumes de Descendo o Morro. Embora vendidos juntos em box, Descendo o Morro (1958) e Descendo o Morro nº 2 (1959) ganham edições separadas, diferentemente do que havia acontecido em 1999, ano em que os discos foram relaçados pela EMI na série Dois em Um. No primeiro volume de Descendo o Morro, Silva dá voz e leveza a sambas como Juracy (Antonio Almeida e Cyro de Souza), Oh! Seu Oscar (Wilson Baptista e Ataulfo Alves), Seu Libório (João de Barro e Alberto Ribeiro), Falsa Baiana (Geraldo Pereira), Emília (Haroldo Lobo e Wilson Baptista) e A Voz do Morro (Zé Kéti), entre outros sambas. Em Descendo o Morro nº 2, Silva mantém a linha com repertório que inclui Aos Pés da Cruz (Marino Pinto e Zé da Zilda), Se Acaso Você Chegasse (Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins), Cabelos Brancos (Herilveto Martins e Marino Pinto), Escurinho (Geraldo Pereira) e Rugas (Nelson Cavaquinho, Augusto Garcez e Ary Monteiro). Biscoitos finos!

Após 'Elixir', Claudia Leitte lança 'Preto', música inédita do segundo DVD

Na sequência da divulgação de Elixir, música inédita gravada por Claudia Leitte com o grupo afro-baiano Olodum, a cantora lança nesta sexta-feira, 30 de setembro de 2011, Preto, outra inédita de seu segundo DVD solo. Preto foi composta pela própria Claudia Leitte em parceria com seu diretor musical, Luciano Pinto. Com repertório essencialmente inédito, o DVD vai ser gravado em duas etapas. A primeira vai ser captada em 23 de novembro, em show intimista no Teatro Castro Alves, em Salvador (BA). A segunda parte da gravação está agendada para 17 de dezembro em show em São Paulo (SP) de dimensões bem maiores. O DVD vai sair em 2012.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Marsalis & Clapton tocam blues com orquestra de jazz do Lincoln Center

Lançado pela Warner Music neste mês de setembro de 2011, o kit de CD e DVD Wynton Marsalis & Eric Clapton Play the Blues - Live From Jazz at Lincoln Center perpetua o show em que o trompetista de jazz se uniu ao guitarrista - ambos acompanhados pela Orquestra de Jazz do Lincoln Center - para cantar onze temas que filtram o blues pelo jazz (em especial o de New Orleans). Com exceção de Layla, incluída no roteiro por sugestão do baixista Carlos Henriquez, o repertório foi selecionado por Clapton e arranjado por Marsalis. Com apropriado requinte, a gravação ao vivo foi feita em 7, 8 e 9 de abril em apresentações do show no Lincoln Center, em Nova York (EUA). Em roteiro que evoca a era do swing em Ice Cream e a do boogie woogie em Kidman Blues, Marsalis e Clapton recebem o bluesman Taj Mahal em Just a Closer Walk with TreeCorrine, CorrinaStagger Lee (faixa incluída apenas do DVD). 

Poderosa mistura étnica e sonora não faz de 'SuperHeavy' um superdisco

Resenha de CD
Título: SuperHeavy
Artista: SuperHeavy
Gravadora: Universal Music
Cotação: * * *

É difícil rotular o ritmo de Warring People, uma das quatro faixas-bônus da Deluxe Edition do álbum de estreia do SuperHeavy. Warring People começa em clima de pop indiano, adquire na sequência pegada roqueira e - até o fim de seus cinco minutos e cinco segundos - incorpora elementos de ragga e o fraseado soul do canto de Joss Stone. A mistura étnica e sonora é inusitada como a formação do SuperHeavy, supergrupo formado, além de Joss, por Mick Jagger, Dave Stewart, Damian Marley e A.R. Rahman. Criado sigilosamente em 2009, a partir de ideia de Stewart (metade do desativado duo inglês Eurythmics), o SuperHeavy apresenta dois anos depois um álbum de estreia que, embora bom, não justifica tanta expectativa pela grandeza dos nomes envolvidos no grupo. SuperHeavy, o CD, não é um superdisco. Algo parece ter se perdido na soma de tantos talentos individuais. Para quem espera disco com a pegada roqueira dos Rolling Stones pela simples presença de Jagger no supergrupo, a decepção vai ser certa. O rock deixa sua marca em uma ou outra faixa, como I Can't Take It no More, mas a dose de reggae e de ragga (o reggae aditivado com rap) é mais alta no coquetel rítmico de SuperHeavy. E, por isso mesmo, Damian Marley - o mais talentoso dos filhos de Bob Marley (1945 - 1981) - tem presença mais destacada no álbum, conduzindo no estilo ragga duas das melhores faixas, Energy e Beautiful People. Tal como em Warring People, a mistura étnica e sonora soa homogênea em Rock me Gently, uma das músicas em que sobressai o canto enérgico de Joss Stone, facilmente identificável também em One Day One Night e em Miracle Worker, reggae eleito o primeiro single do álbum. A boa dose do pop de Bollywood posta no coquetel dão um sabor de world music a temas como Satyameva Jayathe - faixa cantada em sânscrito por um Jagger mais disposto a experimentar do que o visto nos últimos anos dos Stones - e Mahiya (outra faixa-bônus da Deluxe Edition). Sem abrir mão de baladas como I Don't Mind e Never Gonna Change, SuperHeavy não chega a contagiar. Há energia no disco - música que encerra a Deluxe EditionHey Captain é exemplo dessa energia ocasional que contagia e deve crescer no palco se o grupo sair em turnê - mas atravessa as 16 faixas a sensação de que o álbum de estreia do SuperHeavy poderia ser mais do que efetivamente é pelo envolvimento de tantos talentos. Não, não espere um superdisco...

Sem o peso de disco de carreira, 'Elo' costura bem história de Maria Rita

Resenha de CD
Título: Elo
Artista: Maria Rita
Gravadora: Warner Music
Cotação: * * * *

Já nas lojas com expressiva tiragem inicial de 100 mil cópias, Elo não seria o quarto disco de Maria Rita. A cantora idealizara um álbum de inéditas para 2012. Só que a gravadora de Rita, a Warner Music, cobrou da intérprete o sucessor de Samba Meu (2007), CD lançado já há quatro anos. Elo foi a saída encontrada pela artista para satisfazer a gravadora e o público que também lhe cobrava um disco e o registro de músicas que haviam ficado dispersas em carreira que já se aproxima dos dez anos. Mesmo sem ter na obra fonográfica de Maria Rita o peso de um disco de carreira, Elo costura bem - e com unidade - momentos distintos da história da artista. Se fosse CD de cantora sem a tarimba vocal de Maria Rita, Elo talvez passasse despercebido. Mas Elo é o disco de uma cantora que já nasceu grande e, como tal, ele transcende o status banal de mera coletânea de sucessos, até porque apresenta três músicas inéditas em seu repertório. E sobretudo porque  suas gravações são inéditas, com exceção de Coração em Desalinho (Monarco e Ratinho), o samba que Rita gravou para a abertura da novela Insensato Coração (2011) com sonoridade que remete a Samba Meu, seu disco mais popular. O samba, aliás, se faz presente em Elo, mas em tom mais cool no caso do primeiro single do álbum, Pra Matar meu Coração, joia fina da lavra de Daniel Jobim e Pedro Baby. Outro samba, Coração a Batucar (Davi Moraes e Alvinho Lancellotti), também inédito, se situa entre o fundo dos quintais cariocas e o escurinho das boates dos anos 60 onde se tocava e cultuava o samba-jazz. Mesmo urdida em época e tom diversos, A Outra - música de Marcelo Camelo, compositor já recorrente na discografia da cantora - também se ajustaria a um canto de boate pelo intimismo dramático impresso por Maria Rita neste tema lançado pelo desativado grupo carioca Los Hermanos no álbum Ventura (2003). Por ter sido formatada essencialmente com trio de piano (o de Tiago Costa), baixo (o acústico pilotado por Sylvinho Mazzucca) e bateria (a pilotada por Cuca Teixeira), a sonoridade de Elo reconecta a cantora ao seus dois primeiros álbuns, Maria Rita (2003) e Segundo (2005). Escorada nessa base sólida, a artista vai da leveza de Só de Você (música de Rita Lee e Roberto de Carvalho que a intérprete já cantava em seus primeiros shows, antes de gravar seu  disco de estreia) ao peso de Perfeitamente, inédita densa de Fred Martins e Francisco Bosco, sobra de Segundo. Perfeitamente foi incluída por Maria Rita no show intimista que concebeu em maio de 2010 e que estreou em junho daquele ano na casa paulista Tom Jazz. Desse show, que cresceu e ainda está em turnê que somente vai terminar em dezembro deste ano de 2011, Rita rebobina também Conceição dos Coqueiros (Lula Queiroga, Alexandre Bicudo e Lulu Oliveira) e Santana (Junio Barreto e João Araújo) em interpretações seguras. A introdução tensa de Conceição dos Coqueiros - uma das mais belas músicas do cancioneiro de Lula Queiroga - já abre o disco em tom impactante, mostrando a que veio Elo. Dona de canto preciso, do tipo que valoriza o sentido de cada verso, Rita consegue atrair atenção até para músicas já habitualmente revisitadas como A História de Lily Braun (Chico Buarque e Edu Lobo), tema teatral que entrou no meio da turnê do álbum Maria Rita (2003). Cool, a cantora navega com gosto e com tranquilidade nas belas águas melódicas de Menino do Rio (Caetano Veloso), música já associada definitivamente à voz de Baby do Brasil - então Baby Consuelo - para quem viveu em 1980. Já Nem Um Dia (Djavan) talvez seja a música que mais se ressente da comparação com o registro original, feito por Djavan em 1996, mas rebobinado em recente reprise da novela Por Amor em canal de TV fechada. Comparações às vezes inevitáveis à parte, Elo é disco em que grandes músicas encontram (ou reencontram) a voz de grande cantora. Por isso, Elo já se impõe entre os bons discos de 2011, ainda que seu teor de novidade seja relativamente baixo para quem segue a carreira de Maria Rita. Na definição da própria cantora, Elo é CD para fã.

Coletânea dupla associa canto de Ângela Maria à MPB em 28 gravações

Enquanto finaliza na Lua Music seu primeiro álbum em oito anos, Eu Voltei, Ângela Maria tem lançada a coletânea dupla Ângela Popular Brasileira, produzida pela Microservice com a reunião de 28 fonogramas recolhidos no acervo da  Copacabana, extinta gravadora carioca que abrigou a Sapoti em seu elenco de 1953 a 1960 e, numa segunda fase, de 1966 a 1977. A ideia foi mostrar que, embora esteja identificada no imaginário nacional com o sentimento exacerbado e folhetinesco dos boleros e sambas-canções em voga nos dourados anos 50, a cantora também pôs sua voz em músicas de compositores da MPB surgida na era dos festivais e também em sucessos de compositores da era pré-Bossa Nova como Dorival Caymmi (1914 - 2008) e Noel Rosa (1910 - 1937). O repertório foi selecionado por este blogueiro, autor do longo texto do encarte que contextualiza as 28 gravações na trajetoria irregular da intérprete. Eis a seleção do CD Ângela Popular Brasileira, que cobre um período que vai de 1956 a 1975:

CD 1
1. Gente Humilde (Garoto, Vinicius de Moraes e Chico Buarque)
    Fonograma do álbum Ângela de Todos os Temas (1970)
2. Pérola Negra (Luiz Melodia)
    Fonograma do álbum Ângela (1972)
3. Os Argonautas (Caetano Veloso)
    Fonograma do álbum Ângela de Todos os Temas (1970)
4. Saveiros (Dori Caymmi e Nelson Motta)
    Fonograma do compacto Copacabana 0619 (1967)
5. Dora (Dorival Caymmi) 
    Fonograma do álbum Quando os Maestros se Encontram com Ângela Maria (1957)
6. Se Todos Fossem Iguais a Você (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes)
    Fonograma do álbum Para Você Ouvir e Dançar (1958)
7. Pra Dizer Adeus (Edu Lobo e Torquato Neto)
    Fonograma do álbum Ângela de Todos os Temas (1970)
8. Saia do Caminho (Custódio Mesquita e Evaldo Ruy)
    Fonograma do álbum Quando os Maestros se Encontram com Ângela Maria  (1957)
9. Viola Enluarada (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle)
    Fonograma do álbum Ângela de Todos os Temas (1970)
10. O Amor É o meu País (Ivan Lins e Ronaldo Monteiro de Souza)
     Fonograma do compacto duplo Copacabana 3585 (1970)
11. Atrás da Porta (Francis Hime e Chico Buarque)
     Fonograma de compacto (1973)
12. Carinhoso (Pixinguinha e João de Barro)
      Fonograma do álbum Quando os Maestros se Encontram com Ângela Maria (1957)
13. Velha Amiga (Toquinho e Vinicius de Moraes) 
      Fonograma do álbum Ângela (1971)
14. Por Causa de Você (Antonio Carlos Jobim e Dolores Duran)
      Fonograma do álbum Para Você Ouvir e Dançar (1958)

CD 2
1. Valsinha (Chico Buarque e Vinicius de Moraes)
    Fonograma do álbum Ângela (1971)
2. Na Baixa do Sapateiro (Ary Barroso)
    Fonograma do álbum Quando os Astros se Encontram (1958)
3. Último Desejo (Noel Rosa)
    Fonograma do álbum Ângela de Todos os Temas (1970)
4. João Valentão (Dorival Caymmi)
    Fonograma do álbum Sucessos de Ontem na Voz de Hoje (1956)
5. Duas Contas (Garoto)
    Fonograma do álbum Pra Você Ouvir e Dançar (1958)
6. Universo do teu Corpo (Taiguara)
    Fonograma do compacto duplo Copacabana 3585 (1970)
7. Feitio de Oração (Noel Rosa e Vadico)
    Fonograma do álbum Ângela (1971)
8. Marina (Dorival Caymmi)
    Fonograma do álbum Ângela (1975)
9. Fala Mangueira (Mirabeau e Milton Oliveira)
    Fonograma do compacto Copacabana 5524 (1956)
10. Risque (Ary Barroso)
     Fonograma do álbum Quando os Maestros se Encontram com Ângela Maria (1956)
11. Canta Brasil (Alcyr Pires Vermelho e David Nasser)
      Fonograma do álbum Quando os Maestros se Encontram com Ângela Maria (1957)
12. Fogo no Morro (Monsueto e José Batista) - com Monsueto
      Fonograma do álbum O Samba Vem Lá de Cima (1966)
13. Noite de Temporal (Dorival Caymmi)
      Fonograma do álbum Ângela de Todos os Temas (1970)
14. Luzes (Taiguara)
      Fonograma do álbum Ângela (1972)

Com Malard, Tiso segue trilha de filmes em 'Outras Canções de Cinema'

Nas lojas a partir de 30 de setembro de 2011, com distribuição da gravadora Biscoito Fino, o álbum Outras Canções de Cinema repõe Wagner Tiso na trilha dos filmes - desta vez na companhia do violoncelista Marcio Malard, convidado deste disco em que o pianista e maestro mineiro rebobina temas como O Primeiro Filme (da trilha sonora do filme O Toque do Oboé), Diário de Helena, Pai Francisco (ambos criados originalmente para o filme Vida de Menina), Fernanda (de Duas Mulheres), Os Desafinados e Choro Cromático (do filme Os Desafinados). Tiso e Malard montam relicário afetivo que costura influências de jazz, bolero e valsa. Além de Malard, o álbum Outras Canções de Cinema conta com as adesões de músicos virtuosos como o guitarrista Victor Biglione (ao violão) e o percussionista Mingo Araújo. Disco é biscoito fino...

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Catto inflama paixão e personalidade em 'Fôlego', álbum de fogo (muito) alto

Resenha de CD
Título: Fôlego
Artista: Filipe Catto
Gravadora: Universal Music
Cotação: * * * *

♪ Ao debutar no mercado fonográfico em 2009 com a edição independente do EP Saga, Filipe Catto já mostrou ser intérprete passional que arde no fogo das paixões exauridas em ritmos quentes. Dois anos depois, o jovem cantor e compositor gaúcho estreia na Universal Music com seu primeiro álbum, Fôlego, para tentar a travessia para o mainstream. Com sua voz de contratenor, herdeira da linhagem aberta na música brasileira por Ney Matogrosso, Catto inflama paixão e personalidade em álbum que, embora filtrado pela visão de dois produtores aparentemente fora de sintonia com o universo dramático do artista (Dadi e Paul Ralphes), mantém o canto do rapaz em ponto de fervura. Remanescentes do EP de 2009, o tango Saga (Filipe Catto) e o samba-choro Crime passional (Filipe Catto) foram reaproveitados em Fôlego sem diluir o teor de novidade do álbum, cujo repertório mistura inéditas autorais - das quais Adoração (Filipe Catto) se insinua como a mais bem acabada e vocacionada para as paradas - com seis regravações bem sacadas. Ave de prata (Zé Ramalho, 1979) alça voo alto e surpreendente 32 anos após ter batizado o primeiro LP de Elba Ramalho. Tema gravado por Lila Downs para a trilha sonora do filme norte-americano Frida (2002), Alcoba azul (Herman Bravo Varela) ronda o universo do tango e evoca a latinidade efervescente que pontuava o EP Saga. Um dos maiores sucessos do cantor e compositor pernambucano Reginaldo Rossi, Garçom (1987) - tema da lavra do próprio Rossi - ganha densidade, ajustada ao tom  incandescente do repertório de Catto. Que já dialoga naturalmente com o universo kitsch da canção sentimental brasileira em músicas como Gardênia branca (Filipe Catto). A chama das letras inflamadas não se apaga nem quando o intérprete cai no samba com Roupa do corpo (Filipe Catto), outro tema do EP de 2009 rebobinado em Fôlego. Aliás, em Juro por Deus (de versos como "Juro por Deus, já pensei até mesmo / Em provar do extremo / De misturar sonrisal, guaraná / Rum, cachaça e veneno"), o samba é retratado como a válvula de escape de relação já envenenada em verso cantado justamente quando a música entra na cadência bonita do ritmo que identifica o Brasil. Mas Catto extravasa rótulos e ritmos. Ao tirar Dia perfeito (Marcelo Gross, 2001) do universo roqueiro do grupo gaúcho Cachorro Grande, o intérprete leva o blues para um universo de cabaré habitado também por Johnny, Jack & Jameson (Filipe Catto). Em tom mais denso, Rima rica / Frase feita (1988) - música da lavra de outro conterrâneo de Catto, Nei Lisboa - reforça a intensidade de Fôlego. Nem mesmo temas autorais menos inspirados como a balada Redoma (Filipe Catto) e uma regravação fora do tom inflamado do álbum - 2 perdidos (2006) bela, delicada e tristonha canção de Dadi com Arnaldo Antunes que deixa a impressão incômoda de ter entrado no disco somente pelo fato de o Leãozinho Dadi ser um dos produtores de Fôlego - apagam o fogo alto de Filipe Catto, intérprete de fôlego e provável futuro.

Morto há 20 anos, Miles é visto em DVD que coleta shows em Montreux

Faz exatos 20 anos nesta quarta-feira, 28 de setembro de 2011, que saiu de cena Miles Davis (1926 - 1991), um dos gênios do jazz. Para quem quiser ver o revolucionário trompetista em ação, uma opção é o DVD Miles Davis Live at Montreux Highlights 1973-1991, lançado este mês no Brasil pela ST2. Miles era figura fácil no line up do Montreux Jazz Festival, o tradicional evento suíço. O DVD compila dez números feitos pelo músico em Montreux ao longo de exatos 18 anos.  A seleção começa com Ife - captado em show de 8 de julho de 1973 - e termina com Solea, número de apresentação feita por Miles em 8 de julho de 1991, menos de três meses antes de sua morte. Entre um e outro, há temas como That's What Happened (1984), Code MD (1985), Jean-Pierre (1986), Heavy Metal Prelude (1988), Jo Jo (1989) e Hannibal (1990).

Voz pacifista do Cólera, o pioneiro punk nativo Redson sai de cena aos 49

O universo punk brasileiro está de luto. Saiu de cena na noite de ontem, 27 de setembro de 2011, Edson Pozzi, o Redson. Morto aos 49 anos, vítima de parada cardíaca, Redson foi um dos pioneiros do punk nacional, tendo formado o grupo Cólera - do qual era vocalista e guitarrista - em 1979, em São Paulo (SP). No rastro da explosão punk britânica de 1976 e 1977, Redson criou o Cólera com seu irmão Pierre - nome artístico do baterista Carlos Pozzi - com o diferencial de o grupo adotar discurso pacifista na contramão da ira destilada por nove entre dez bandas punks. A discografia da banda totaliza sete álbuns de estúdio se incluído na conta o seminal 1.9.9.2. (1984), lançado somente no formato de cassete. Os dois álbuns do Cólera editados pelo selo independente Ataque Frontal - Tente Mudar o Amanhã (1984) e Pela Paz em Todo o Mundo (1986) - são os títulos clássicos de obra que se mostrou coerente quando, na sequência, o grupo editou pela Devil Discos trabalhos como Verde, Não Devaste! (1989), Mundo Mecânico, Mundo Eletrônico (1991) e - já em CD - Caos Mental Geral (1998).

Kleiton & Kledir disponibilizam para audição seu CD infantil 'Par ou Ímpar'

Já nas lojas em edição do selo Biscoitinho, da gravadora Biscoito Fino, o primeiro disco infantil de Kleiton & Kledir, Par ou Ímpar, foi disponibilizado para audição no site oficial da dupla gaúcha. Além de ouvir o disco, o site possibilita a leitura dos comentários sobre as 12 músicas do CD. Essencialmente autoral, o repertório inclui A Bruxa (a primeira música composta por Kleiton, ainda em seus tempos de menino) e Lindinha (acalanto que Kledir compôs quando nasceu sua filha Júlia). Fora da seara autoral, Kledir verte para o português dois temas da compositora e poeta argentina Maria Elena Walsh (1930-2011), O Cão Salsicha e Margarida, a Tartaruga, títulos de obra popularizada entre os chicos latinoamericanos dos países de língua espanhola. Walsh morreu em janeiro deste ano. Eis as músicas de Par ou Ímpar, produzido por Kleiton & Kledir com direção musical feita pela dupla com o multiinstrumentista Caio Fonseca:

1. O Mágico Estrambólico (Kleiton Ramil & Kledir Ramil)
2. O Pirulito Esquisito (Kleiton Ramil & Kledir Ramil)
3. Formiga Atômica (Kleiton Ramil & Kledir Ramil)
4. Bicho Gente (Kleiton Ramil)
5. Par ou Ímpara (Kleiton Ramil & Kledir Ramil)
6. Planeta Poft (Pery Souza e Ricardo Silvestrin)
7. Trova do Guri e da Guria (Kleiton Ramil & Kledir Ramil) - com Fabiana Karla
8. O Cão Salsicha (Maria Elena Walsh em versão de Kledir Ramil)
9. Margarida, a Tartaruga (Maria Elena Walsh em versão de Kledir Ramil)
10. Pé de Pilão - A Turma do Pé Quente (Vitor Ramil e Kledir Ramil)
- Tema inspirado na obra do escritor Mário Quintana e criado para a opereta Pé de Pilão
11. A Bruxa (Kleiton Ramil)
12. Lindinha (Kledir Ramil)

Com Deodato, Aznavour cai no samba em 'Toujours' sem sair de seu tom

Resenha de CD
Título: Toujours
Artista: Charles Aznavour
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * *

Aos 87 anos, Charles Aznavour já está eternizado como um dos ícones da canção francesa. Toujours - seu recém-lançado álbum do estúdio, editado no Brasil neste mês de setembro de 2011 - dá sequência a uma carreira fonográfica que, a despeito da idade já avançada do artista, tem se mantido regular. Parte do viço e da potência vocal do intérprete já se foi, mas nem por isso Aznavour perde a classe. Com a voz que lhe resta, o cantor se confirma um intérprete sempre refinado. Para fiéis admiradores da obra deste senhor da canção francesa, Toujours oferece pelo menos um belo tema romântico, Tu Ne M'Aimes Plus, à altura dos clássicos do repertório do artista. Contudo, Toujours é álbum em que Aznavour se aventura além do universo da canção francesa. Escorado em arranjos do pianista e maestro brasileiro Eumir Deodato, o cantor cai até no samba em Viens m'Emporter e em Ce Printemps-Là. É samba à moda de gringo, claro, sendo que o balanço mais intimista de Ce Printemps-Là se ajusta mais a um clima de boate. O suingue do piano de Deodato envolve também Les Jours em atmosfera de leveza. Em outra latitude, mas ainda fora das fronteiras da França, o disco evoca um dos ritmos mais populares da música espanhola em Flamenca Flamenco, fluida faixa conduzida pelo maestro Yvan Cassar. Descontadas tais faixas mais curiosas, Toujours é  álbum orquestrado com cordas à moda clássica de Aznavour. Que faz expansivo dueto com Thomas Dutronc em Elle entre temas tristonhos como Va. Enfim, Toujours apresenta Aznavour nos dias de hoje e, entre uma e outra aventura rítmica, o cantor volta ao seu universo tradicional.

CD com música de Dori sobre poesia de Pinheiro brilha na terra e no mar

Resenha de CD
Título: Poesia Musicada
Artista: Dori Caymmi
Gravadora: Acari Records
Cotação: * * * *

"Estrela que me incendeia / Acende na terra / Acende na mata / Acende no mar, Candeia", entoa Dori Caymmi com seu canto denso e profundo que parece emergir do fundo do mar ou vir de dentro das matas. Os poéticos versos são de Estrela de Cinco Pontas, belíssimo tema que abre o CD Poesia Musicada, lançado pela Acari Records neste mês de setembro de 2011. A poesia é de Paulo César Pinheiro, autor das 13 letras inéditas musicadas por Dori - seu parceiro desde 1969, ano em que os compositores fizeram juntos Evangelho, música gravada por Dori em 1972 - para este álbum afinado que navega sempre em águas tradicionalistas. Conta Dori em breve texto escrito por ele para o encarte que o disco nasceu em junho de 2010, quando achou em seus guardados uma poesia de Pinheiro, Rede, musicada naquele mesmo instante. "Parece que ele gostou porque outras doze a seguiram e o resultado está aqui, Poesia Musicada, que acabou sendo a maneira perfeita para comemorar nossos 42 anos de parceria", conclui Dori no minitexto do CD, gravado em maio no Rio de Janeiro (RJ) e finalizado em junho nos Estados Unidos. A data não é redonda como a poesia de Pinheiro e a música de Dori. Mas isso pouco importa. Ambas - música e poesia - brilham no mar e na terra. Herdeiro das tradições de seu pai, um certo Dorival Caymmi (1914 - 2008), Dori enfileira canções praieiras como Marinhagem (a mais bonita da safra marítima, arranjada pelo artista com flautas de Teco Cardoso que remetem às orquestrações feitas por Dori em 1975 para a trilha sonora da novela Gabriela), Dona Iemanjá, Vereda, Canto Praieiro (outro destaque do repertório marítimo), Estrela Verde e Velho do Mar (Meu Pai), além da citada Rede. Da safra da terra, o maior trunfo de Poesia Musicada é Violeiro, toada seresteira, linda de doer. Outra toada, Projeto de Vida, é pontuada por imagens poéticas de idealizado cenário rural e pela sanfona de Toninho Ferragutti. Em paisagem mais cinzenta, Barco navega por águas mais bravias sem que Pinheiro perca o controle do leme poético. "Canoeiro, me perdoa, / Poesia é peixe não / Mas se pesca de canoa / Na maré do coração", ensina o poeta da música no refrão de Estrela Verde. Já Música no Ar tem seu clima seresteiro realçado na parte final pelos cavaquinhos de Luciana Rabello e Ana Rabello. Conceitual pela unidade estética dos versos de Pinheiro e das melodias de Dori, Poesia Musicada expõe o fino acabamento dessa parceria em que a música se harmoniza com a letra com tal precisão que parecem emergir da inspiração de um só compositor. É fato que o alto nível de inspiração melódica exibido por Dori na primeira metade do disco nem sempre se repete na segunda. Mas nem por isso Poesia Musicada deixa de ser álbum à altura do histórico da parceria já quarentona. "Porque a vida para / Para quem não cria", sentencia Dori em versos alocados pelo poeta ao fim da letra de Violeiro. Eles criam.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Duo de Pitty, Agridoce lança compacto em vinil com música em francês

Enquanto finaliza seu primeiro álbum, a ser lançado selo Vigilante (da gravadora Deck), o duo Agridoce - formado por Pitty com o guitarrista Martin Mendezz - lança compacto no formato de vinil com a música Ne Parle Pas, único tema em francês do repertório da dupla. À venda na loja aberta pela fábrica de vinil Polysom na Cidade do Rock, local do Rock in Rio, o compacto traz a música na versão original e em remix assinado por Tejo, integrante do coletivo Instituto.

Single de Bruno Mars puxa trilha de 'Amanhecer', nas lojas em novembro

Já em rotação na internet, a romântica balada It Will Rain - composta e interpretada por Bruno Mars, um dos hitmakers mais requisitados atualmente pela indústria fonográfica norte-americana - puxa o CD com a trilha sonora do filme Breaking Dawn - Part 1, quarto título da Saga Crepúsculo. Com lançamento agendado para dez dias antes da estreia do filme nos cinemas, o disco vai estar nas lojas a partir de 8 de novembro de 2011 - em distruição mundial orquestrada pela Warner Music - com trilha sonora que, pela primeira vez na história da saga, não inclui música do grupo Muse. Eis as faixas do álbum que traz a trilha sonora de Amanhecer:

1. End Tapes – The Joy Formidable
2. Love Will Take You – Angus & Julia Stone
3. It Will Rain – Bruno Mars
4. Turning Page – Sleeping At Last
5. From Now On – The Features
6. A Thousand Years – Christina Perri
7. Neighbors – Theophilus London
8. I Didn’t Mean It – The Belle Brigade
9. Sister Rosetta (versão 2011) – Noisettes
10. Northern Lights – Cider Sky
11. Flightless Bird, American Mouth (versão casamento) – Iron & Wine
12. Requiem on Water – Imperial Mammoth
13. Cold – Aqualung & Lucy Schwartz
14. Llovera – Mia Maestro
15. Love Death Birth – Carter Burwell
16. Like a Drug  – Hard-Fi
17. Turning Page (Instrumental) – Sleeping at Last
18. Eclipse (All Yours) – Kevin Teasley
19 It Will Rain (versão editada) – Bruno Mars 

Parceira de Jesse Harris, Gadú canta Black e Guedes no segundo álbum

Composição de Dani Black e Luisa Maita, Axé Acappella é uma das músicas do segundo álbum de inéditas de Maria Gadú. Já gravado, com produção de Rodrigo Vidal, o disco vai ser lançado no fim de outubro de 2011 pela gravadora Som Livre. O repertório inclui regravações de Amor de Índio - parceria de Beto Guedes com Ronaldo Bastos que deu título ao segundo álbum de Guedes, lançado em 1978 - e Oração ao Tempo, música de Caetano Veloso, lançada pelo autor em 1979 e revivida por Gadú em registro feito para a abertura da novela A Vida da Gente, já em exibição na TV Globo. Bem antes de gravar o disco no Rio de Janeiro (RJ), Gadú - vista em foto de Marcos Hermes - fez algumas gravações nos Estados Unidos, onde se tornou parceira do compositor norte-americano Jesse Harris, autor de Don't Know Why, o maior sucesso da cantora norte-americana Norah Jones. Tais registros nos Estados Unidos contaram com a participação da cantora, compositora e baixista norte-americana de jazz Esperanza Spalding.

Tulipa lança 'Efêmera' em vinil e põe no ar o clipe da faixa-título do álbum

Primeiro incensado álbum da cantora e compositora paulista Tulipa Ruiz, Efêmera (2010) está sendo lançado em vinil, já à venda por R$ 50 no site oficial da Vinyland. Destaque do ano fonográfico de 2010, Efêmera sai em vinil após ter tido cerca de nove mil cópias vendidas no formato de CD em comercialização artesanal comandada pela própria Tulipa. Paralelamente, a cantora põe no ar o clipe da melhor música do disco - a faixa-título, Efêmera - em parceria com a MTV, emissora que vai exibir o vídeo a partir de segunda-feira, 3 de outubro de 2011.

Milton grava show '...E a Gente Sonhando' em Juiz de Fora em dezembro

Em rotação pelo Brasil desde março deste ano de 2011, o show ...E a Gente Sonhando, de Milton Nascimento, vai ganhar registro ao vivo em CD, DVD e blu-ray que serão lançados em 2012 pela EMI Music em parceria com o Canal Brasil, a Nascimento Música e a empresa MP,B. A gravação vai ser feita em 3 e 4 de dezembro em apresentações de ...E a Gente Sonhando no Cine-Theatro Central, em Juiz de Fora (MG). No show, sob a direção de Luiz Antônio Pillar, Milton - visto em cena na estreia paulista na foto de Mauro Ferreira - é movido pelo mesmo espírito gregário do CD ...E a Gente Sonhando (2010) e reparte palco, fé e sonhos com cerca de 25 músicos, cantores e compositores de Três Pontas (MG), a cidade onde Milton foi criado.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

EMI relança álbuns de Pink Floyd no Brasil e importa a caixa 'Discovery'

Nesta segunda-feira, 26 de setembro de 2011, a EMI Music deu o pontapé inicial no projeto de reedições da discografia do Pink Floyd. Intitulado Why Pink Floyd...?,  o projeto inicia com as reedições dos 14 álbuns de estúdio do grupo inglês, vendidos separadamente ou embalados na caixa Discovery. A gravadora vai importar o box para o mercado nacional, mas lança no Brasil as reedições avulsas dos 14 títulos. O mais famoso deles, The Dark Side of the Moon (1973), vai estar disponível nas edições Experience (álbum duplo com o disco original e CD ao vivo com registro de show feito pelo Pink Floyd em 1974 no estádio de Wembley) e Immersion (seis discos com material inédito, expansão do conteúdo original do álbum e itens de memorabilia para colecionadores). Na sequência, em 7 de novembro, o projeto Why Pink Floyd...? tem continuidade com o lançamento da inédita coletânea A Foot In The Door – The Best of Pink Floyd e das edições Experience e Immersion do cultuado álbum Wish You Were Here (1975).

'Best of' do R.E.M. inclui três gravações inéditas feitas com Jacknife Lee

São três as gravações inéditas incluídas na primeira coletânea póstuma do R.E.M. (1980-2011), grupo que anunciou seu fim na última quarta-feira, 21 de setembro de 2011. As músicas We All Go Back to Where We Belong, A Month of Saturdays e Hallelujah foram gravadas este ano pelo trio sob a batuta do produtor Jacknife Lee na cidade natal do trio norte-americano - Athens, na Georgia - após o lançamento do 15º e derradeiro álbum de estúdio da banda, Collapse Into Now (2011). Nas lojas a partir de 14 de novembro, a compilação dupla R.E.M. Part Lies, Part Heart, Part Truth, Part Garbage 1982–2011 tem 40 faixas. Eis as músicas:

Disco 1:
Gardening at Night
Radio Free Europe
Talk About the Passion
Sitting Still
So. Central Rain
(Don’t Go Back To) Rockville
Driver 8
Life and How to Live It
Begin the Begin
Fall on me
Finest Worksong
It’s the End of the World As We Know It (And I Feel Fine)
The One I Love
Stand
Pop Song 89
Get Up
Orange Crush
Losing my Religion
Country Feedback
Shiny Happy People


Disco 2:
The Sidewinder Sleeps Tonite
Everybody Hurts
Man on the Moon
Nightswimming
What’s The Frequency, Kenneth?
New Test Leper
Electrolite’
At my Most Beautiful
The Great Beyond
Imitation of Life
Bad Day
Leaving New York
Living Well Is The Best Revenge
Supernatural Superserious
Überlin
Oh my Heart
Alligator Aviator Autopilot Antimatter
A Month of Saturdays
We All Go Back to Where We Belong
Hallelujah

Com piano de Moura, Mona se perde na praia da canção cearense dos 70

Resenha de CD
Título: Praia Lírica - Um Tributo à Canção Cearense dos Anos 70
Artista: Mona Gadelha
Gravadora: Brazilbizz Music
Cotação: * * 1/2

Mona Gadelha gravou músicas de autores cearenses em seus quatro discos anteriores. No seu quinto recém-lançado álbum, Praia Lírica - Um Tributo à Canção Cearense dos Anos 70, a cantora radicada em São Paulo (SP) mergulha mais fundo no universo da música cearense produzida na década que projetou compositores como Belchior e Fagner. Mas Mona emerge com CD que resulta somente mediano pelo fato de ser um trabalho de voz & piano (o de Fernando Moura, autor dos arranjos). Moura domina bem seu instrumento e faz o que pode, mas o piano se revela insuficiente para evocar a riqueza rítmica da música nordestina da época. Embora limitador, o formato de Praia Lírica acaba se ajustando ao propósito de enfatizar o lirismo dos versos de músicas como Flor da Paisagem (Robertinho de Recife e Fausto Nilo) e Astro Vagabundo (Raimundo Fagner e Fausto Nilo). Contudo, boa parte das 12 músicas já ganhou registros definitivos nas vozes dos compositores e de intérpretes como Amelinha. E o fato é que o disco quase afunda nas injustas, mas inevitáveis, comparações das interpretações de Mona com as gravações originais. A cantora não consegue fazer com que o ouvinte escute Noturno (Caio Silvio e Graco), por exemplo, sem esquecer do registro rascante feito por Fagner em 1979. Da mesma forma, Mona revive Galos, Noites e Quintais (Belchior) e cruza a melodia de Paralelas (Belchior) sem roçar a força das interpretações de Belchior e Vanusa - tarefa a que nem mesmo Elba Ramalho conseguiu êxito ao reviver Paralelas no vigoroso álbum Baioque (1997). Se Manga Rosa (Ednardo) soa sem sabor, Retrato Marrom (Rodger Rogério e Fausto Nilo) fica esmaecido em Praia Lírica. Retrato Marrom brilha mais com o canto preciso de Ney Matogrosso, intérprete original de outro dos temas menos batidos do disco de Mona, Sensual, título bem obscuro do cancioneiro de Belchior. Outra pérola rara, La Condessa (Ribamar Vaz, Ricardo Bezerra e Brandão) acaba sendo a faixa mais interessante do CD por afastar de Praia Lírica o fantasma da comparação com registros anteriores de músicas como Terral, um dos clássicos de Ednardo, compositor de quem Mona também rebobina Longarinas (bom fecho para o disco, com o piano de Moura evocando sons percussivos). Enfim, a ideia é ótima, só que o álbum e a cantora não fazem jus ao repertório.

Chegam ao Brasil reedições (com bônus) de 'McCartney' e 'McCartney II'

Dando sequência à revitalização do catálogo de Paul McCartney, iniciada em 2010 com reedição turbinada do álbum Band on the Run (1973), a Universal Music põe nas lojas do Brasil edições especiais duplas de McCartney (1970) e McCartney II (1980). Os discos passaram por um novo processo de remasterização. Primeiro álbum gravado por Paul após a dissolução dos Beatles, sem grande repercussão, McCartney volta com sete faixas adicionais de bônus. Já McCartney II - o primeiro álbum gravado por Paul após sua fase com os Wings - ganha oito faixas-bônus.

Bônus de McCartney:
1. Suicide [out-take]
2. Maybe I'm Amazed [de One Hand Clapping]
3. Every Night [ao vivo em Glasgow, 1979]
4. Hot As Sun [ao vivo em Glasgow, 1979]
5. Maybe I’m Amazed [ao vivo em Glasgow, 1979]
6. Don't Cry Baby [Out-take]
7. Women Kind [demo em mono]

Bônus de McCartney II:
1. Blue Sway [com orquestração de Richard Niles]
2. Coming Up [ao vivo em Glasgow, 1979]
3. Check my Machine [versão editada]
4. Bogey Wobble
5. Secret Friend
6. Mr H Atom / You Know I'll Get You Baby
7. Wonderful Christmastime [versão editada]
8. All You Horse Riders / Blue Sway

Melodia grava Geraldo para CD e DVD que documentam obra de Sargento

Luiz Melodia gravou dois sambas de Geraldo Pereira (1918 - 1955) na companhia do cantor e compositor carioca Nelson Sargento. As gravações foram feitas para o CD e DVD Nelson Sargento - Baluarte do Samba, segundo título do projeto Memória do Samba. CD e DVD virão encartados em livro de capa dura com cerca de 160 páginas. O DVD exibe show de Sargento e também um documentário sobre a vida e a obra do bamba da escola de samba Mangueira. As gravações de Sargento com Melodia - vistos em foto de Daniel Cardoso - foram feitas na escadaria da Igreja da Penha, no subúrbio do Rio de Janeiro (RJ). Melodia cantou Cabritada Mal Sucedida (Geraldo Pereira) acompanhado por Sargento. Já Ministério da Economia (Arnaldo Passos e Geraldo Pereira) foi cantada por Sargento com acompanhamento feito por Melodia. Nelson Sargento - Baluarte do Samba é direcionado a escolas e bibliotecas.