segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Rapture patina entre passado e presente em 'In the Grace of Your Love'

Resenha de CD
Título: In the Grace of Your Love
Artista: The Rapture
Gravadora: DFA / Modular
Cotação: * * *

Cinco anos após Pieces of the People We Love (2006), o grupo norte-americano The Rapture - um dos ícones do gênero rotulado como dance punk - retorna ao mercado fonográfico com seu quarto álbum, In the Grace of Your Love, lançado nesta segunda-feira, 5 de setembro de 2011. Já reduzido a um trio por conta da saída do baixista Matt Safer em 2009, o grupo parece se debater entre o (seu) passado e o presente ao longo das 11 faixas de In The Grace of Your Love. Para começar, o álbum marca o retorno da banda à DFA Records, gravadora por onde The Rapture lançou seu segundo álbum, Echoes (2003), que inclui o festejado single House of Jealous Lovers. Com certa irregularidade no repertório inédito, In the Grace of Your Love não desenvolve o som da banda, urdido com misto de guitarras e sintetizadores. A música-título e Come Back to me (faixa pontuada por um sintetizado acordeom) sinalizam que o Rapture quer inserir sua house na atual cena dance. Contudo, os (fortes) ecos do passado predominam em In the Grace of Your Love, álbum não tão bom quanto faz supor seu primeiro single, How Deep Is Your Love? (tema homônimo da balada lançada pelo trio australiano The Bee Gees em 1977).  O disco começa bem com Sail Away (tema cheio de energia com vibe de disco music e vocais resplandecentes de Luke Jenner) e termina mal com It Takes Time To Be a Man (balada inócua que indica que a energia  detectada no início de In the Grace of Your Love parece ter se dissipado ao longo do CD). Entre a boa abertura e o fim quase melancólico, Children mostra que The Rapture também domina bem o idioma pop e Miss You expõe veia roqueira que pulsa fraca no álbum.  Paira a sensação de que os produtores Philippe Zdar e Boom Bass não conseguiram amarrar bem as diversas tendências observadas em In the Grace of Your Love. Mesmo com alguns bons momentos, o disco flagra The Rapture sem direção segura, indeciso entre olhar para trás - na ânsia de reter o vigor inicial - e seguir em frente para alcançar novamente o trem da modernidade. Nesse embate, o passado vence o presente.

Um comentário:

  1. Cinco anos após Pieces of the People We Love (2006), o grupo norte-americano The Rapture - um dos ícones do gênero rotulado como dance punk - retorna ao mercado fonográfico com seu quarto álbum, In the Grace of Your Love, lançado nesta segunda-feira, 5 de setembro de 2011. Já reduzido a um trio por conta da saída do baixista Matt Safer em 2009, o grupo parece se debater entre o (seu) passado e o presente ao longo das 11 faixas de In The Grace of Your Love. Para começar, o álbum marca o retorno da banda à DFA Records, gravadora por onde The Rapture lançou seu segundo álbum, Echoes (2003), que inclui o festejado single House of Jealous Lovers. Com certa irregularidade no repertório inédito, In the Grace of Your Love não desenvolve o som da banda, urdido com misto de guitarras e sintetizadores. A música-título e Come Back to me (faixa pontuada por um sintetizado acordeom) sinalizam que o Rapture quer inserir sua house na atual cena dance. Contudo, os ecos do passado predominam em In the Grace of Your Love, álbum não tão bom quanto faz supor seu primeiro single, How Deep Is Your Love? (tema homônimo da balada lançada pelo trio australiano The Bee Gees em 1977). O disco começa bem com Sail Away (tema cheio de energia com vibe de disco music e vocais resplandecentes de Luke Jenner) e termina mal com It Takes Time To Be a Man (balada inócua que indica que a energia detectada no início de In the Grace of Your Love parece ter se dissipado ao longo do CD). Entre a boa abertura e o fim quase melancólico, Children mostra que The Rapture também domina bem o idioma pop e Miss You expõe veia roqueira que pulsa fraca no álbum. Paira a sensação de que os produtores Philippe Zdar e Boom Bass não conseguiram amarrar bem as diversas tendências observadas em In the Grace of Your Love. Mesmo com alguns bons momentos, o disco flagra The Rapture sem direção segura, indeciso entre olhar para trás - na ânsia de reter o vigor inicial - e seguir em frente para alcançar novamente o trem da modernidade. Nesse embate, o passado vence o presente.

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