Título: Elo
Artista: Maria Rita
Gravadora: Warner Music
Cotação: * * * *
Já nas lojas com expressiva tiragem inicial de 100 mil cópias, Elo não seria o quarto disco de Maria Rita. A cantora idealizara um álbum de inéditas para 2012. Só que a gravadora de Rita, a Warner Music, cobrou da intérprete o sucessor de Samba Meu (2007), CD lançado já há quatro anos. Elo foi a saída encontrada pela artista para satisfazer a gravadora e o público que também lhe cobrava um disco e o registro de músicas que haviam ficado dispersas em carreira que já se aproxima dos dez anos. Mesmo sem ter na obra fonográfica de Maria Rita o peso de um disco de carreira, Elo costura bem - e com unidade - momentos distintos da história da artista. Se fosse CD de cantora sem a tarimba vocal de Maria Rita, Elo talvez passasse despercebido. Mas Elo é o disco de uma cantora que já nasceu grande e, como tal, ele transcende o status banal de mera coletânea de sucessos, até porque apresenta três músicas inéditas em seu repertório. E sobretudo porque suas gravações são inéditas, com exceção de Coração em Desalinho (Monarco e Ratinho), o samba que Rita gravou para a abertura da novela Insensato Coração (2011) com sonoridade que remete a Samba Meu, seu disco mais popular. O samba, aliás, se faz presente em Elo, mas em tom mais cool no caso do primeiro single do álbum, Pra Matar meu Coração, joia fina da lavra de Daniel Jobim e Pedro Baby. Outro samba, Coração a Batucar (Davi Moraes e Alvinho Lancellotti), também inédito, se situa entre o fundo dos quintais cariocas e o escurinho das boates dos anos 60 onde se tocava e cultuava o samba-jazz. Mesmo urdida em época e tom diversos, A Outra - música de Marcelo Camelo, compositor já recorrente na discografia da cantora - também se ajustaria a um canto de boate pelo intimismo dramático impresso por Maria Rita neste tema lançado pelo desativado grupo carioca Los Hermanos no álbum Ventura (2003). Por ter sido formatada essencialmente com trio de piano (o de Tiago Costa), baixo (o acústico pilotado por Sylvinho Mazzucca) e bateria (a pilotada por Cuca Teixeira), a sonoridade de Elo reconecta a cantora ao seus dois primeiros álbuns, Maria Rita (2003) e Segundo (2005). Escorada nessa base sólida, a artista vai da leveza de Só de Você (música de Rita Lee e Roberto de Carvalho que a intérprete já cantava em seus primeiros shows, antes de gravar seu disco de estreia) ao peso de Perfeitamente, inédita densa de Fred Martins e Francisco Bosco, sobra de Segundo. Perfeitamente foi incluída por Maria Rita no show intimista que concebeu em maio de 2010 e que estreou em junho daquele ano na casa paulista Tom Jazz. Desse show, que cresceu e ainda está em turnê que somente vai terminar em dezembro deste ano de 2011, Rita rebobina também Conceição dos Coqueiros (Lula Queiroga, Alexandre Bicudo e Lulu Oliveira) e Santana (Junio Barreto e João Araújo) em interpretações seguras. A introdução tensa de Conceição dos Coqueiros - uma das mais belas músicas do cancioneiro de Lula Queiroga - já abre o disco em tom impactante, mostrando a que veio Elo. Dona de canto preciso, do tipo que valoriza o sentido de cada verso, Rita consegue atrair atenção até para músicas já habitualmente revisitadas como A História de Lily Braun (Chico Buarque e Edu Lobo), tema teatral que entrou no meio da turnê do álbum Maria Rita (2003). Cool, a cantora navega com gosto e com tranquilidade nas belas águas melódicas de Menino do Rio (Caetano Veloso), música já associada definitivamente à voz de Baby do Brasil - então Baby Consuelo - para quem viveu em 1980. Já Nem Um Dia (Djavan) talvez seja a música que mais se ressente da comparação com o registro original, feito por Djavan em 1996, mas rebobinado em recente reprise da novela Por Amor em canal de TV fechada. Comparações às vezes inevitáveis à parte, Elo é disco em que grandes músicas encontram (ou reencontram) a voz de grande cantora. Por isso, Elo já se impõe entre os bons discos de 2011, ainda que seu teor de novidade seja relativamente baixo para quem segue a carreira de Maria Rita. Na definição da própria cantora, Elo é CD para fã.
31 comentários:
Já nas lojas com expressiva tiragem inicial de 100 mil cópias, Elo não seria o quarto disco de Maria Rita. A cantora idealizara um álbum de inéditas para 2012. Só que a gravadora de Rita, a Warner Music, cobrou da intérprete o sucessor de Samba Meu (2007), CD lançado já há quatro anos. Elo foi a saída encontrada pela artista para satisfazer a gravadora e o público que também lhe cobrava um disco e o registro de músicas que haviam ficado dispersas em carreira que já se aproxima dos dez anos. Mesmo sem ter na obra fonográfica de Maria Rita o peso de um disco de carreira, Elo costura bem - e com unidade - momentos distintos da história da artista. Se fosse CD de cantora sem a tarimba vocal de Maria Rita, Elo talvez passasse despercebido. Mas Elo é o disco de uma cantora que já nasceu grande e, como tal, ele transcende o status banal de mera coletânea de sucessos, até porque apresenta três músicas inéditas em seu repertório. E sobretudo porque suas gravações são inéditas, com exceção de Coração em Desalinho (Monarco e Ratinho), o samba que Rita gravou para a abertura da novela Insensato Coração (2011) com sonoridade que remete a Samba Meu, seu disco mais popular. O samba, aliás, se faz presente em Elo, mas em tom mais cool no caso do primeiro single do álbum, Pra Matar meu Coração, joia fina da lavra de Daniel Jobim e Pedro Baby. Outro samba, Coração a Batucar (Davi Moraes e Alvinho Lancellotti), também inédito, se situa entre o fundo dos quintais cariocas e o escurinho das boates dos anos 60 onde se tocava e cultuava o samba-jazz. Mesmo urdida em época e tom diversos, A Outra - música de Marcelo Camelo, compositor já recorrente na discografia da cantora - também se ajustaria a um canto de boate pelo intimismo dramático impresso por Maria Rita neste tema lançado pelo desativado grupo carioca Los Hermanos no álbum Ventura (2003). Por ter sido formatada essencialmente com trio de piano (o de Tiago Costa), baixo (o acústico pilotado por Sylvinho Mazzucca) e bateria (a pilotada por Cuca Teixeira), a sonoridade de Elo reconecta a cantora ao seus dois primeiros álbuns, Maria Rita (2003) e Segundo (2005). Escorada nessa base sólida, a artista vai da leveza de Só de Você (música de Rita Lee e Roberto de Carvalho que a intérprete já cantava em seus primeiros shows, antes de gravar seu disco de estreia) ao peso de Perfeitamente, inédita densa de Fred Martins e Francisco Bosco, sobra de Segundo. Perfeitamente foi incluída por Maria Rita no show intimista que concebeu em maio de 2010 e que estreou em junho daquele ano na casa paulista Tom Jazz. Desse show, que cresceu e ainda está em turnê que somente vai terminar em dezembro deste ano de 2011, Rita rebobina também Conceição dos Coqueiros (Lula Queiroga, Alexandre Bicudo e Lulu Oliveira) e Santana (Junio Barreto e João Araújo) em interpretações seguras. A introdução tensa de Conceição dos Coqueiros - uma das mais belas músicas do cancioneiro de Lula Queiroga - já abre o disco em tom impactante, mostrando a que veio Elo. Dona de canto preciso, do tipo que valoriza o sentido de cada verso, Rita consegue atrair atenção até para músicas já habitualmente revisitadas como A História de Lily Braun (Chico Buarque e Edu Lobo), tema teatral que entrou no meio da turnê do álbum Maria Rita (2003). Cool, a cantora navega com tranquilidade nas belas águas melódicas de Menino do Rio (Caetano Veloso), música já associada definitivamente à voz de Baby do Brasil - então Baby Consuelo - para quem viveu em 1980. Já Nem Um Dia (Djavan) talvez seja a música que mais se ressente da comparação com o registro original, feito por Djavan em 1996, mas rebobinado em recente reprise da novela Por Amor em canal de TV fechada. Comparações às vezes inevitáveis à parte, Elo é disco em que grandes músicas encontram (ou reencontram) a voz de grande cantora. Por isso, Elo já se impõe entre os bons discos de 2011, ainda que seu teor de novidade seja relativamente baixo para quem segue a carreira de Maria Rita. Na definição da própria cantora, Elo é CD para fã.
Discordo que "Elo" seja disco "para fã". Também, claro, mas com certeza é muito mais atraente para quem não é. A "decepção" vem justamente de quem acompanha Maria Rita e não recebeu um disco com ar de novidade.
Agora, Maria Rita já pode ter a liberdade de ser uma artista livre, né. Aliás, já passou da hora.
Apesar de "Elo" não ser um disco mal feito ou ruim, ela poderia perfeitamente não tê-lo gravado, como pretendia. Uma artista da grandeza que ela é ficar refém de gravadora é foda.
Acabei de baixar e ouvir...
Quando o Mauro listou as músicas parecia que o bicho era tão feio que ao ouvir ele me pareceu até bonitinho.
Portanto, turbino, mas não rebobino o que disse antes.
É um bom disco e Maria tá cantando cool que é como eu acho que mais rende.
Linda voz, ótima cantora.
Aguardemos o próximo.
Sou fã e não recebi esse CD como "presente"!
Achei chato e preguiçoso!
Prefiro a "Santana" e a "Lily Braun" da Gal;
a "Conceição dos Coqueiros" da Elba;
"Menino do Rio" da Baby ou a revigorada versão do Caetano;
"A Outra" com o dono dela mesmo;
"Nem um dia" é do e para o Djavan.
Até o título é morno: "Elo" também foi título de cd do Jorge Vercilo e nem faz tanto tempo.
Resumindo: Salvam-se as 3 inéditas e os arranjos babacudos feitos com competência pelo trio de base.
Por isso leva 4 mangos mas fica devendo troco!
Quanta preguiça, hein!
Tá faltando um pedaço nesse trabalho; tem três Corações e ainda não bate tão forte.
Sou fã até demais da MR, porém da preguiça de ouvir o cd todo.
Aguardarei novidades da mesma.
Maria Rita é uma senhora cantora, portanto se o disco é menos ou mais que o esperado não importa, ouvir seu canto preciso faz a gente esquecer os percalços desse disco de transição
"uma cantora que já nasceu grande".
bingo ... está aí o maior desafio da Maria Rita ... seu alto grau de consagração!!! Parece que fãs e críticos sempre serão insatisfeitos com qualquer coisa q ela produzir musicalmente! Impuseram a ela um nivel de perfeicao e inteligencia artistica q MR não consegue corresponder! Todos esses discos gravados lhe geraram premios e polêmicas! Porque?
Eu não considero um disco de carreira. Parece que foi fieto pra tapar uma lacuna, mas mesmo assim eu gostei muito. Gosto das músicas, independente se é melhor com X ou Y, gostei dos arranjos e adoro a voz e as interpretações da Maria Rita. Sai daquela coisa blase modernosa que hoje impera nessas novatas pra lá de chatas. MR tem suingue, voz e energia na voz.
Concordo totalmente Mauro, disse tudo!
Pode haver todos os argumentos intelectuais contra esse CD, mas o fato é que eu não consigo parar de ouvir...
Emocionalmente, essa mulher me pega sempre, não tem jeito. Timbre lindo, afinação impecável, interpretações próprias, dizendo cada verso das canções com a dose certa de emoção e precisão... enfim...
Gosto bastante de algumas outras cantoras atuais, mas MR é a melhor, especialmente no palco, que é o que realmente conta.
Nas entrevistas que deu ela deixou claro que esse disco foi uma imposição por ela lançar algo ainda esse ano, (querendo ou não, quando se está numa gravadora, é necessário às vezes fazer concessões) mas que ela está com um projeto de inéditas sendo trabalhado, que não está maduro pra lançar, a ideia era que fosse lançado ano que vem(quem sabe ainda não lança).
Ela acabou optando por fazer um registro das canções que ela vinha apresentando no show, que os fãs gostavam, mas que ela não tinha feito nenhum registro oficial. Enfim, é um disco de passagem do que, a princípio, era pra ser só um show de transição. Ficou um disco agradável, e sem pretensão de ser um grande disco. Eu gostei, dá pra curtir enquanto não sai o outro que ela estava trabalhando, são músicas que eu já gostava de ouvir ela nas gravações não oficiais.
É isso aí Felipe!! Não entendo pq fazem um tratado de mil páginas e mil teorias complicadas e chatas por causa desse lançamento da MR. Quem não gosta , q vá ouvir outras sem sal , que tem aos montes por aí!!! :)
Digo o mesmo que o " Amigos das Bibliotecas"
Mesma coisa aconteceu com Maria Bethânia e o cd 'As canções que você fez pra mim'
Eu gosto de MR, acompanho seu trabalho e seus cds. Comprei o Elo ontém, ouvi varias vezes. E acho que qualquer artista tem o direito de fazer suas releituras, mas tb saber que comparações serão inevitáveis. Ao meu gosto é um cd fraco, para ouvir de vez em quando. Para mim o Primeiro CD é ótimo tem 5 estrelas. O segundo é chato demais 2 estrelas. O 3º Samba meu é muito bom 5 estrelas. E o 4º - Elo -fraquinho 2 estrelas. Portanto , desconfio que o próximo venha com tudo pra ser um grande CD.
O pior cd do ano, péssimo e desnecessário. Tudo bem precisava fazer um cd forçado, só para ganhar dinheiro? Faça direito... faça igual a Vanessa da Mata que aproveitou a imposição do projeto Natura Musical e fez em 3 meses um cd já premiado pelo PMB e indicado ao Grammy2011,com todas canções inéditas compostas pela própria e sem precisar regravar nada, com arranjos e ritmos diferentes dos demais trabalhos que ela já havia lançado. Maria Rita definitivamente só pensa no bolso dela. Depois do pagode Meu, mais esta porcaria. FATO!!! Nota zero para este cd.
O cd é insosso. Não se toma café requentado. Nada mais a declarar.
MAIS UM DISCO DE RITA QUE LOGO LOGO VAI ENTRAR NAS BACIADAS DE OFERTAS.
Esse nome do cd é igual a de um do jorge vercilo "ELO"...
Ok, o disco é tapa buraco. Aliás, dito pela própria.
Mas não se pode por causa disso negar as belas interpretações da moça dessa bolachinha.
Maria Rita tem o ônus e bônus de ser filha de quem é.
Pra mim tem a voz mais bonita que a da mãe.
O primeiro disco de MR já é um clássico, mas depois dele foi só ladeira abaixo, apesar da rejuvenescida que o samba deu na carreira dela. Elo deixa claro que estamos diante de uma grande cantora sim, mas pouco inteligente. Este disco, enquanto proposta artística, é desprezível e preguiçoso. MR não sabe NADA sobre escolha de repertório e, mesmo quando está com grandes canções nas mãos, fica somente nesse climinha jazzy. Se ela não virar o disco e se jogar numa produção ousada no próximo (como fez feito Mariana Aydar no seu estupendo cd novo), vou ter que manda-la pro meu limbo de cantoras...
Pô o Henrique Nascimento fez um ótimo comentário... gostei. A Vanessa da Mata também não tinha intenção de lançar cd este ano, mas o fez em apenas três meses. E o cd é belo, com letras gostosas e arranjos maravilhosos. Maria Rita com todo o potencial que tem não deveria se curvar a gravadoras e fazer um cd nas "coxas", como diz o ditado.
"Maria Rita tá cantando mal, com tiques insuportáveis." (2)
Nunca tive tanto desprazer em ouvir uma cantora que me alegrou tanto com o 1º disco...
O canto de Maria Rita, atualmente, faz insuportável a audição de qualquer música, até mesmo às gravadas no citado 1º CD, nas interpretações ao vivo.
Muito bom ter ouvido esse "Elo" antes de gastar meu dinheiro pro show que ela fará aqui em Salvador.
deixo aqui meu apelo pras cantoras brasileiras pararem de regravar "A história de Lilly Braun".
Não leva a nada, não acrescenta nada na carreira de nenhuma delas. Pelo contrário, mostra como Gal continua imbatível.
Certas canções, não tem jeito. Não tem como fazer melhor. É perda de tempo. O grande circo místico é cheio dessas canções. Mas todo mundo tenta...
Eu estava superansioso para ouvir "Nem um dia".
o problema de maria rita é que ela começa a cantar bem no início das músicas e, da metade pro final,é um tal de berrar, de gritar e abusar nos vibratos que, ngm merece! parece querer mostrar "Q sabe cantar" e, aí, fica cheia de firulas e cai no esilto "ana carolina over de ser".
Gosto dela quando começa a cantar de forma cool... mas,,,, dura pouco... aí vem os berros, a respiração ofegante, a roquidão premiditada e ficar over, over e over!
Gosto, mas passo.
"a histótiria de lily..." começa ótima e, depois, os berros tomam conta e a música fica horrível.
"pra matar meu coração" é linda! e a interpretação é muito, muito boa! ouvir a respiração dela e aquele jeito cool de cantar é bem bonito!
PEDRO,
Eu, particularmente, adoro ouvir regravações. E não acho que o fato de uma cantora regravar uma música, tenha, necessariamente, a intenção ou a pretensão de fazer uma versão melhor.
As pessoas gostam das músicas, se identificam e podem sim regravá-las. Aliás, devem regravá-las. É uma forma da música, também, se manter viva. Atual na voz de novas gerações.
As músicas não têm essa "propriedade". Se fosse assim, não deveriam ser lançadas ao mundo, com esta conotação “exclusiva”.
Gente, mas de todo mundo que gravou só fez besteira com a música. E fora que já está saturada de tanta "lembrança" que ninguém aguenta ouvir.
Maria Rita sempre repetitiva, perdida, berrante e irritante. O talento dela ficou lá no SEGUNDO cd, agora para ela só basta ganhar grana.
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