Resenha de CD
Título: Zé Ramalho Canta Beatles
Artista: Zé Ramalho
Gravadora: Discobertas
Cotação: * * *
A rigor, Zé Ramalho canta Beatles desde os anos 60, quando fez parte de bandas que animavam os bailes de sua Paraíba natal com o rock projetado naquela década de efervescência pop. Com capa charmosa que parodia a imagem do segundo álbum do grupo inglês, With the Beatles (1963), Zé Ramalho Canta Beatles é previsível acerto de contas com esse passado roqueiro. Editado por Marcelo Fróes por seu selo Discobertas, o disco combina gravações feitas neste ano de 2011 com faixas registradas entre 1999 e 2000 para CD em tributo aos Beatles que acabou abortado por Ramalho. Em qualquer época, Zé canta Beatles como Zé Ramalho - tal como cantou Raul Seixas (1945 - 1989) e Bob Dylan em discos anteriores. A sanfona ouvida no arranjo lento de If I Fell (John Lennon e Paul McCartney) delimita a origem nordestina do artista - tanto quanto o sotaque do inglês com que o trovador entoa temas como I Need You (George Harrison), canção revivida em compasso ternário em interpretação de tom dylanesco. Emoldurado por sanfonas e violas, pilotadas pro Zé e por Dodô de Moraes (diretor musical do disco), o Messias do sertão nordestino reprocessa temas como In my Life (John Lennon e Paul McCartney). Às vezes, a abordagem do cancioneiro dos Fab Four por Ramalho soa trivial, como em A Day in the Life (John Lennon e Paul McCartney), quase transformada num xote. Em contrapartida, há faixas em que o artista se permite ousadias estilísticas como a transmutação de Your Mother Should Know (John Lennon e Paul McCartney) num bolerão. O d.n.a. do artista está impresso em todas as faixas. O clima épico da introdução de Dear Prudence (John Lennon e Paul McCartney) e o tom cavernoso do canto do artista em Carry the Weight (John Lennon e Paul McCartney) - emendada, como de praxe, com Golden Slumbers (John Lennon e Paul McCartney) - não deixa dúvidas de que Zé canta Beatles com total fidelidade ao seu universo musical. Opção reiterada pelo compasso agalopado de sua releitura de While My Guitar Gently Weeps (George Harrison). Mesmo quando diminui acertadamente o passo, como em The Long and Winding Road (John Lennon e Paul McCartney), Zé Ramalho trilha sem tropeços - mas também sem um brilho especial... - a estrada pop nordestina da qual foi um dos desbravadores na década de 70.
A rigor, Zé Ramalho canta Beatles desde os anos 60, quando fez parte de bandas que animavam os bailes de sua Paraíba natal com o rock projetado naquela década de efervescência pop. Com capa charmosa que paradoia a imagem do segundo álbum do grupo inglês, With the Beatles (1963), Zé Ramalho Canta Beatles é previsível acerto de contas com esse passado roqueiro. Editado por Marcelo Fróes por seu selo Discobertas, o disco combina gravações feitas neste ano de 2011 com faixas registradas entre 1999 e 2000 para CD em tributo aos Beatles que acabou abortado por Ramalho. Em qualquer época, Zé canta Beatles como Zé Ramalho - tal como cantou Raul Seixas (1945 - 1989) e Bob Dylan em discos anteriores. A sanfona ouvida no arranjo lento de If I Fell (John Lennon e Paul McCartney) delimita a origem nordestina do artista - tanto quanto o sotaque do inglês com que o trovador entoa temas como I Need You (George Harrison), canção revivida em compasso ternário em interpretação de tom dylanesco. Emoldurado por sanfonas e violas, pilotadas pro Zé e por Dodô de Moraes (diretor musical do disco), o Messias do sertão nordestino reprocessa temas como In my Life (John Lennon e Paul McCartney). Às vezes, a abordagem do cancioneiro dos Fab Four por Ramalho soa trivial, como em A Day in the Life (John Lennon e Paul McCartney), quase transformada num xote. Em contrapartida, há faixas em que o artista se permite ousadias estilísticas como a transmutação de Your Mother Should Know (John Lennon e Paul McCartney) num bolerão. O d.n.a. do artista está impresso em todas as faixas. O clima épico da introdução de Dear Prudence (John Lennon e Paul McCartney) e o tom cavernoso do canto do artista em Carry the Weight (John Lennon e Paul McCartney) - emendada, como de praxe, com Golden Slumbers (John Lennon e Paul McCartney) - não deixa dúvidas de que Zé canta Beatles com total fidelidade ao seu universo musical. Opção reiterada pelo compasso agalopado de sua releitura de While My Guitar Gently Weeps (George Harrison). Mesmo quando diminui acertadamente o passo, como em The Long and Winding Road (John Lennon e Paul McCartney), Zé Ramalho trilha sem tropeços - mas também sem um brilho especial... - a estrada pop nordestina da qual foi um dos desbravadores na década de 70.
ResponderExcluire essa capa feia é o cúmulo da falta de criatividade.
ResponderExcluirGosto desse blog, mas ficar lendo os comentários do público é deprimente!
ResponderExcluirEngraçado como as pessoas aqui gostam de por ponto final nas suas opiniões como verdade absoluta. Acabei de ouvir, a tão mal falada por aqui, Karina Buhr - inclusive a nova música - e achei ela muito boa. Pode não fazer o estilo de muitos, mas engraçado isso de as querer falar por todo mundo... fazem pose de supercultos mas na verdade só têm suas mentes fechadas. Vou parar de ler a opinião dos comentaristas daqui que eu ganho mais.
Olá, Mauro. ADOREI a resenha. AMO Zé! Só uma correçãozinha a um deslize de digitação...não seria "Parodia", ao invés de "paradoia" no início do texto?
ResponderExcluirAbs,
Grato, Guima, por me avisar do erro de digitação, já corrigido. Abs, MauroF
ResponderExcluirDC,
ResponderExcluirQuem faz "pose de supercultos, mas só têm suas mentes fechadas" são esses que você tanto cultua, que mal sabem assinar o próprio nome e se aventuram a compor. O resultado você já sabe: uma piada. mas não me espantará se, por exemplo, a canção Bala Juquinha, for eleita a melhor do século 21. E, pelo que sei, o ponto final quem dá aqui é o dono do blog. Se ele quiser vetar meus comentários, não há problema; quem sabe assim você consiga acreditar, de fato, que uma dessas "divas" de hoje valha 3 preciosos minutos do nosso tempo para escutar cançonetas tão complexas quanto o diário de uma adolescente fã de Britney Spears.
Au revoir.
Fiquei na ânsia por escutar e adorei a capa. Contrariando comentários anteriores achei a foto muito criativa. Espero a mesma levada que ele no clássico 'Força Verde' (pra mim, um dos melhores trabalhos de Zé)
ResponderExcluirp.s.: e olha que eu amo a Britney Jean Spears
Zé é um cara fantástico, uma genialidade feroz. Uma voz profética, teatral. Não ouvi esse disco, mas como adoro Beatles e adoro Zé, não duvido que seja ótimo.
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