segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Imerso no blues, mestre da guitarra Clapton faz show dos deuses no Rio

Resenha de show
Título: Eric Clapton Turnê 2011
Artista: Eric Clapton (em foto de Mauro Ferreira)
Local: HSBC Arena (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 9 de outubro de 2011
Cotação: * * * * *
Em cartaz no Rio de Janeiro (RJ) em 10 de outubro e em São Paulo (SP) em 12 de outubro

Foi um show dos deuses, tecnicamente perfeito do começo ao fim, com solos inebriantes, não somente de guitarra, mas dos surpreendentes teclados pilotados por Tim Carmon. Imerso no blues, sobretudo no blues made in Chicago, Eric Clapton fez apresentação arrebatadora que contagiou o público que encheu a HSBC Arena, no Rio de Janeiro (RJ), na noite de 9 de outubro de 2011. Era a volta de Clapton ao Brasil e ao Rio após hiato de dez anos - e o mestre da guitarra fez jus à alta expectativa. O blues Going Down Slow (James Burke St. Louis Jimmy Oden, 1941) já deu na abertura o tom pesado da parte inicial do show. Na sequência, Key to the Highway (Charlie Segar, 1940) manteve a pressão e ostentou um dos muitos solos de guitarra que reiteraram a genialidade atemporal de Clapton no toque do instrumento que o consagrou em carreira que já caminha para os 50 anos. Aos 66 anos, o guitarrista conserva a maestria no toque da guitarra ao mesmo tempo em que a voz, embora já não tão volumosa como em tempos idos, se preserva especial por carregar todo o sentimento que há em temas como Old Love, balada romântica do álbum Journey Man (1990). Cada solo espetacular - e foram muitos ao longo das 1h50m do show - foi alvo de merecida ovação, às vezes até de pé, como no blues Hoochie Coochie Man (Willie Dixon, 1954), tributo a Muddy Waters (1915 - 1983). Surpresa da primeira das duas apresentações do guitarrista na arena carioca, I Shot the Sheriff - o reggae de Bob Marley 91945 - 1981) que Clapton tomou para si  já em 1974 - ampliou a atmofera de alegria proporcionada pelo show e abriu caminho para a leveza do set acústico, iniciado com Driftin' Blues, número que Clapton - sentado - tocou violão.  Na sequência, Nobody Knows You When You're Down and Out e Lay Down Sally (em tom country) ganharam o coro do público que unia gerações enquanto When Somebody Thinks You're Beautiful foi ambientada em clima de cabaré. O sucesso Layla - remodelado pelo arranjo mais lento - foi a deixa para o bloco pop no qual figuraram Badge e a melodiosa e sensual balada Wonderful Tonight. Na sequência, Before You Accuse me retomou a pegada de blues do início. Foi a partir desse momento que as atenções do show começaram a se dividir entre Clapton e o tecladista Tim Carmon, responsável pelos lancinantes solos de Little Queen of Spades (Robert Johnson, 1937) e da inevitável Cocaine, que fechou o grande show. No bis, o blues Crossroads arrematou a apresentação com a mesma maestria que pautou os 16 números. Deus foi dez!!!!

5 comentários:

  1. Foi um show dos deuses, tecnicamente perfeito do começo ao fim, com solos inebriantes, não somente de guitarra, mas dos surpreendentes teclados pilotados por Tim Carmon. Imerso no blues, sobretudo no blues made in Chicago, Eric Clapton fez apresentação arrebatadora que contagiou o público que encheu a HSBC Arena, no Rio de Janeiro (RJ), na noite de 9 de outubro de 2011. Era a volta de Clapton ao Brasil e ao Rio após hiato de dez anos - e o mestre da guitarra fez jus à alta expectativa. O blues Going Down Slow (James Burke St. Louis Jimmy Oden, 1941) já deu na abertura o tom pesado da parte inicial do show. Na sequência, Key to the Highway (Charlie Segar, 1940) manteve a pressão e ostentou um dos muitos solos de guitarra que reiteraram a genialidade atemporal de Clapton no toque do instrumento que o consagrou em carreira que já caminha para os 50 anos. Aos 66 anos, o guitarrista conserva a maestria no toque da guitarra ao mesmo tempo em que a voz, embora já não tão volumosa como em tempos idos, se preserva especial por carregar todo o sentimento que há em temas como Old Love, balada romântica do álbum Journey Man (1990). Cada solo espetacular - e foram muitos ao longo das 1h50m do show - foi alvo de merecida ovação, às vezes até de pé, como no blues Hoochie Coochie Man (Willie Dixon, 1954), tributo a Muddy Waters (1915 - 1983). Surpresa da primeira das duas apresentações do guitarrista na arena carioca, I Shot the Sheriff - o reggae de Bob Marley 91945 - 1981) que Clapton tomou para si já em 1974 - ampliou a atmofera de alegria proporcionada pelo show e abriu caminho para a leveza do set acústico, iniciado com Driftin' Blues, número que Clapton - sentado - tocou violão. Na sequência, Nobody Knows You When You're Down and Out e Lay Down Sally (em tom country) ganharam o coro do público que unia gerações enquanto When Somebody Thinks You're Beautiful foi ambientada em clima de cabaré. O sucesso Layla - remodelado pelo arranjo mais lento - foi a deixa para o bloco pop no qual figuraram Badge e a melodiosa e sensual balada Wonderful Tonight. Na sequência, Before You Accuse me retomou a pegada de blues do início. Foi a partir desse momento que as atenções do show começaram a se dividir entre Clapton e o tecladista Tim Carmon, responsável pelos lancinantes solos de Little Queen of Spades (Robert Johnson, 1937) e da inevitável Cocaine, que fechou o grande show. No bis, o blues Crossroads arrematou a apresentação com a mesma maestria que pautou os 16 números. Deus foi dez!!!!

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  2. Não adianta: esse daí é um dos mestres quando o assunto é guitarra. Não cabe discussão.

    Tem nego aí que dava as mãos para compor um solo com o sentimento que tem o da introdução de "Wonderful Tonight" - isso para ficar em um exemplo.

    Felipe dos Santos Souza

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  3. Como assim nao cantou os maiores hits? Change The World e Tears in Heaven

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  4. E o de Layla então, Felipe.
    Dariam as mãos e os pés.
    Clapton é um mito vivo.

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  5. Em entrevista ao Jornal da Globo, Clapton disse que "adoraria tocar com João Gilberto. Assisti a um show dele e ele é fantástico".

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