Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Pharrell joga Estefan na trivial pista do dance pop em 'Miss Little Havana'

Resenha de CD
Título: Miss Little Havana
Artista: Gloria Estefan
Gravadora: Crescent Moon Records / Verve Forecast
Cotação: * *

Em seu 14º álbum de estúdio, o primeiro desde 90 Millas (2007), Gloria Estefan se deixa conduzir na pista mais trivial do pop dance pela pegada de Pharrell Williams, metade da dupla norte-americana The Neptunes, uma das grifes da indústria fonográfica dos Estados Unidos. Primeiro álbum em inglês da cantora cubana em oito anos, Miss Little Havana se distancia da linha introspectiva adotada pela artista no anterior Unwrapped (2003) e representa tentativa de conciliar o som dance com a efervescente  latinidade que identifica Estefan no universo pop. Mas a mistura ficou sem aquele molho fresco dos tempos áureos da cantora. Temas assinados por Pharrell - como I Can't Believe, Make me Say Eyes, Heat e a faixa-título, Miss Little Havana - soam artificiais, sem a alma de Estefan. Pharrell filtra a latinidade da artista por seus padrões habituais sem levar em conta o histórico e a identidade da cantora e compositora radicada nos Estados Unidos. O resultado é um álbum de som sintetizado que torna Estefan uma espécia de Ke$ha do pop latino. Mesmo em faixas que evocam a tal efervescência latina da obra da artista, caso da acelerada Wepa, Miss Little Havana derrapa em batidas de dance pop que diluem a levada habitual da música de Estefan. Say Ay e So Good (de ritmo caribenho) também seguem por esse duvidoso caminho, deixando o álbum às vezes até linear. A bissexta balada Time Is Ticking também pouco faz por Miss Little Havana. Fica a sensação de que Pharrell Williams atuou além da conta na confecção do álbum, sobretudo como compositor. É sintomático que uma das poucas faixas realmente interessantes de Miss Little Havana - Hotel Nacional, de latinidade realmente moderna - seja uma das poucas assinadas por Gloria e Emilio Estefan sem a colaboração do Neptune. No fim, o single Wepa reaparece em remix no qual figura o rapper Pitbull, aumentando a sensação de que algo está fora da ordem nesse modernoso 14º álbum de Estefan. Não, Gloria Estefan não é Ke$ha...

7 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Em seu 14º álbum de estúdio, o primeiro desde 90 Millas (2007), Gloria Estefan se deixa conduzir na pista mais trivial do pop dance pela pegada de Pharrell Williams, metade da dupla norte-americana The Neptunes, uma das grifes da indústria fonográfica dos Estados Unidos. Primeiro álbum em inglês da cantora cubana em oito anos, Miss Little Havana se distancia da linha introspectiva adotada pela artista no anterior Unwrapped (2003) e representa tentativa de conciliar o som dance com a efervescente latinidade que identifica Estefan no universo pop. Mas a mistura ficou sem aquele molho fresco dos tempos áureos da cantora. Temas assinados por Pharrell - como I Can't Believe, Make me Say Eyes, Heat e a faixa-título, Miss Little Havana - soam artificiais, sem a alma de Estefan. Pharrell filtra a latinidade da artista por seus padrões habituais sem levar em conta o histórico e a identidade da cantora e compositora radicada nos Estados Unidos. O resultado é um álbum de som sintetizado que torna Estefan uma espécia de Ke$ha do pop latino. Mesmo em faixas que evocam a tal efervescência latina da obra da artista, caso da acelerada Wepa, Miss Little Havana derrapa em batidas de dance pop que diluem a levada habitual da música de Estefan. Say Ay e So Good (de ritmo caribenho) também seguem por esse duvidoso caminho, deixando o álbum às vezes até linear. A bissexta balada Time Is Ticking também pouco faz por Miss Little Havana. Fica a sensação de que Pharrell Williams atuou além da conta na confecção do álbum, sobretudo como compositor. É sintomático que uma das poucas faixas realmente interessantes de Miss Little Havana - Hotel Nacional, de latinidade realmente moderna - seja uma das poucas assinadas por Gloria e Emilio Estefan sem a colaboração do Neptune. No fim, o single Wepa reaparece em remix no qual figura o rapper Pitbull, aumentando a sensação de que algo está fora da ordem nesse modernoso 14º álbum de Estefan. Não, Gloria Estefan não é Ke$ha...

Eduardo Cáffaro disse...

Puxa que pena. Sempre gostei da Glória e estava aguardando um trabalho novo cheio de percussão latina ... A capa já dá a notícia de cara ... música pras baladinhas de 2012 ... depois gaveta. Esperarei mais uns 2 anos pelo próximo. rsrsrs

Eduardo Cáffaro disse...

Aliás a Capa tá meio Axé né ? rsrs
O Netinho participa ? ( hehe )

KL disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
André Luís disse...

A Gloria insiste em gravar discos em inglês que não funcionam. Ela é divina quando está "em casa", cantando em sua língüa pátria, com toda sua latinidade. Seus melhores discos, claro, são em espanhol. "Mi Tierra" (1993) é obra-prima; "Abriendo Puertas" (1995) é ótimo, segue a mesma trilha; "Alma Caribeña" (2000) e "90 Millas" (2007) também são muito bons. De resto, sua discografia em inglês patina bastante, com algumas exceções. Esse novo aí, ouvi o primeiro single outro dia, e não quero saber do resto do álbum...

Eduardo Cáffaro disse...

Acabei de baixar inteiro, ta disponivel no 4shared. A mais legal é mesmo Hotel nacional. O 1º single WEPA é dançante, mas aquela coisa da música toda quase no mesmo tom enjoa. Se for para jogar Glória nas pistas, vai depender muito de versões remixadas, pois os arranjos do album não tem peso pras baladas.
Prefiro os mesmos albuns que o andré citou. abs

Meu Caro Vinho disse...

Vem cá...Esta capa não está parecida com a sessão de fotos do álbum Gloria! de 98, que inclusive, possui a mesma fórmula deste, com a junção de produtores da moda (na época Wyclef Jean)?
Ainda em tempo...A arte gráfica desta capa me lembra algo da Diana Ross "Force Behind The Power".