Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Repertório sem peso do Boss in Drama diminui quilate do CD 'Pure Gold'

Resenha de CD
Título: Pure Gold
Artista: Boss in Drama
Gravadora: Vigilante / Deck
Cotação: * * 

Consta que Justin Timberlake fez elogios ao electro-pop do Boss in Drama, o projeto do cantor e compositor paranaense (radicado em São Paulo) Péricles Martins. Apesar da aura hype criada em torno do som do rapaz, o primeiro álbum do Boss in Drama, Pure Gold, não faz jus à expectativa artificialmente criada. A ode ao glamour da disco music dos anos 70 acaba soando repetitiva, diminuindo o quilate do CD Pure Gold. De caráter conceitual, o álbum exalta os festivos embalos noturnos dos sábados setentistas. Os grooves vibrantes de Pure GoldGravy, por exemplo, não fariam feio na pista do Studio 54. A questão é que nem sempre as músicas - feitas por Péricles sozinho ou em parceria com a cantora e compositora australiana Christel Escosa - estão à altura da proposta. Disco Karma - composta e cantada pelo artista com Escosa - é a melhor delas. A faixa é valorizada pelo vocal da parceira de Péricles, até porque este não consegue impressionar como cantor. Ao pôr voz em temas como Perfect Symphony (outra faixa cantada com Escosa), Péricles segue a pegada de Michael Jackson (1958 - 2009) sem ter a artilharia vocal do autoproclamado Rei do Pop. Talvez por isso ele tenha requisitado os reforços dos vocais de Escosa e de Laura Taylor, a cantora do Bonde do Rolê, convidada da menos envolvente Let me Be. Verdade seja dita, Pure Gold tem apelo pop - basta ouvir I Don't Want Money Tonight para perceber essa qualidade do disco - e, embora evoque toda a atmosfera festiva da disco music nas letras e nos grooves, não é trabalho enraizado somente no passado. Boss in Drama dialoga com a música eletrônica de seu tempo. Se Pure Gold não pesa tanto na balança, é pela irregularidade do repertório autoral. A primeira metade do álbum - na qual figuram I've Got Tonight e Body Rock (uma das faixas aditivadas com metais) - é bem superior à segunda. A festa do Boss in Drama vai ficando chata e repetitiva à medida em que avançam as 12 músicas de Pure Gold. Mesmo com todo hype, o ouro não é tão puro...

4 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Consta que Justin Timberlake fez elogios ao electro-pop do Boss in Drama, o projeto do cantor e compositor paranaense (radicado em São Paulo) Péricles Martins. Apesar da aura hype criada em torno do som do rapaz, o primeiro álbum do Boss in Drama, Pure Gold, não faz jus à expectativa artificialmente criada. A ode ao glamour da disco music dos anos 70 acaba soando repetitiva, diminuindo o quilate de Pure Gold. De caráter conceitual, o álbum exalta os festivos embalos noturnos dos sábados setentistas. Os grooves vibrantes de Pure Gold e Gravy, por exemplo, não fariam feito na pista do Studio 54. A questão é que nem sempre as músicas - feitas por Péricles sozinho ou em parceria com a cantora e compositora australiana Christel Escosa - estão à altura da proposta. Disco Karma - composta e cantada pelo artista com Escosa - é a melhor delas. A faixa é valorizada pelo vocal da parceira de Péricles, até porque este não consegue impressionar como cantor. Ao pôr voz em temas como Perfect Symphony (outra faixa cantada com Escosa), Péricles segue a pegada de Michael Jackson (1958 - 2009) sem ter a artilharia vocal do autoproclamado Rei do Pop. Talvez por isso ele tenha requisitado os reforços dos vocais de Escosa e de Laura Taylor, a cantora do Bonde do Rolê, convidada da menos envolvente Let me Be. Verdade seja dita, Pure Gold tem apelo pop - basta ouvir I Don't Want Money Tonight para perceber essa qualidade do disco - e, embora evoque toda a atmosfera festiva da disco music nas letras e nos grooves, não é trabalho enraizado somente no passado. Boss in Drama dialoga com a música eletrônica de seu tempo. Se Pure Gold não pesa tanto na balança, é pela irregularidade do repertório autoral. A primeira metade do álbum - na qual figuram I've Got Tonight e Body Rock (uma das faixas aditivadas com metais) - é bem superior à segunda. A festa do Boss in Drama vai ficando chata e repetitiva à medida em que avançam as 12 músicas de Pure Gold. Mesmo com todo hype, o ouro não é tão puro...

André Luís disse...

Baixei o álbum, realmente nada de mais, cansativo e pouco criativo.

* Mauro, corrige aí:
"não fariam feito" ("não fariam feio").

Mauro Ferreira disse...

Corrigido, André. Mais uma vez, obrigado! Abs, MauroF

Eduardo Cáffaro disse...

Acabei de ouvir inteiro ! Algumas vezes tive vontade de avançar. Achei chato depois da terceira já cansa. Prefiro músicas com mais melodia.