Resenha de filme - Festival do Rio 2011 (Mostra Midnight Música)
Título: Troubadours - The Rise of Singer-Songwriter (Estados Unidos, 2011)
Direção: Morgan Neville
Cotação: * * * *
Documentário em cartaz no Rio de Janeiro (RJ) em quatro sessões do Festival do Rio 2011
Na virada dos anos 60 para os 70, o sonho acabou. O rock - antes tão efervescente e donatário das modas e costumes do universo pop - deu sinais de cansaço. Foi nesse exato momento, antes da onda progressiva e da explosão punk, que uma leva de cantautores mais íntimos do folk se estabeleceu no mercado. É sobre essa cena - às vezes subestimada por parte da crítica - que o cineasta Morgan Neville dirige seu foco em Troubadours - The Rise of Singer-Songwriter, filme em cartaz no Rio de Janeiro (RJ) em quatro sessões do Festival do Rio 2011. Com sensibilidade, o documentário perfila nomes como James Taylor e Carole King, presenças dominantes na narrativa por terem sido os maiores expoentes do gênero nascido e cultuado no clube The Troubadour, fundado em 1957 por Doug Weston (1926 - 1999) em Los Angeles (EUA). Entre 1967 e 1975, o Troubador foi o elo entre os trovadores solitários e intimistas. Costurando depoimentos recentes com cenas de arquivo, com destaque para os número em que os então jovens Carole King e James Taylor cantam suas respectivas músicas (You Make me Feel Like) A Natural Woman e Fire and Rain, Troubadours tem estrutura tradicional, mas envolvente. Sem maquiar os fatos ou endeusar os artistas e a própria cena. "(Cantar no Troubadour) era uma forma de atrair a atenção das garotas", simplifica um sincero David Crosby. O mergulho de alguns trovadores nas drogas (de início a maconha e, depois, a cocaína) - sobretudo o de Taylor - também é enfocado. Embora o foco principal do filme repouse compreensivelmente em Taylor e King, astros dos shows que celebrararam a era do Troubadour a partir de 2007, o documentário também lembra que a canadense Joni Mitchell foi celebrada por expor em sua obra uma visão de fora da sociedade norte-americana da época e que o britânico Elton John era um estranho naquele ninho californiano. Troubadours recorda ainda que Elton foi uma das vítimas dos contratos leoninos impostos pelo egocêntrico Doug Weston para artistas iniciantes que buscavam um lugar no Troubadour no auge da casa. Na reta final, o filme adquire ar nostálgico e reflexivo ao documentar a volta de Taylor e King à casa na qual fizeram seus nomes. No todo, Troubadours cativa por retratar sem firulas uma cena que marcou época e que, por isso mesmo, merece sempre ser (re)avaliada com isenção.
Na virada dos anos 60 para os 70, o sonho acabou. O rock - antes tão efervescente e donatório das modas e costumes do universo pop - deu sinais de cansaço. Foi nesse exato momento, antes da onda progressiva e da explosão punk, que uma leva de cantautores mais íntimos do folk se estabeleceu no mercado. É sobre essa cena - às vezes subestimada por parte da crítica - que o cineasta Morgan Neville dirige seu foco em Troubadours - The Rise of Singer-Songwriter, filme em cartaz no Rio de Janeiro (RJ) em quatro sessões do Festival do Rio 2011. Com sensibilidade, o documentário perfila nomes como James Taylor e Carole King, presenças dominantes na narrativa por terem sido os maiores expoentes do gênero nascido e cultuado no clube The Troubadour, fundado em 1957 por Doug Weston (1926 - 1999) em Los Angeles (EUA). Entre 1967 e 1975, o Troubador foi o elo entre os trovadores solitários e intimistas. Costurando depoimentos recentes com cenas de arquivo, com destaque para os número em que os então jovens Carole King e James Taylor cantam suas respectivas músicas You Make me Feel (Like a Natural Woman) e Fire and Rain, Troubadours tem estrutura tradicional, mas envolvente. Sem maquiar os fatos ou endeusar os artistas e a própria cena. "(Cantar no Troubadour) era uma forma de atrair a atenção das garotas", simplifica um sincero David Crosby. O mergulho de alguns trovadores nas drogas (de início a maconha e, depois, a cocaína) - sobretudo o de Taylor - também é enfocado. Embora o foco principal do filme repouse compreensivelmente em Taylor e King, astros dos shows que celebrararam a era do Troubadour a partir de 2007, o documentário também lembra que a canadense Joni Mitchell foi celebrada por expor em sua obra uma visão de fora da sociedade norte-americana da época e que o britânico Elton John era um estranho naquele ninho californiano. Troubadours recorda ainda que Elton foi uma das vítimas dos contratos leoninos impostos pelo egocêntrico Doug Weston para artistas iniciantes que buscavam um lugar no Troubadour no auge da casa. Na reta final, o filme adquire ar nostálgico e reflexivo ao documentar a volta de Taylor e King à casa na qual fizeram seus nomes. No todo, Troubadours cativa por retratar sem firulas uma cena que marcou época e que, por isso mesmo, merece sempre ser (re)avaliada com isenção.
ResponderExcluirparece interessante!
ResponderExcluirEsse documentário é imperdível tanto para os fãs dos artistas que participam (principalmente Taylor & King, claro) quanto para os amantes do cancioneiro pop norte-americano em geral. É uma aula de história da música americana contemporânea. Tô tentado a ver para me certificar como ficou a legendagem, uma vez que o DVD não traz legenda em nenhuma língua.
ResponderExcluirEm tempo, Mauro: o título da música de Carole King deve ser grafado como "(You Make Me Feel Like) A Natural Woman" (Gerry Goffin/Carole King/Jerry Wexler). Da maneira como foi grafado dá a entender que a música se chama "You Make Me Feel", quando na verdade é "A Natural Woman". Apenas um detalhe...
Excelente que esse filme esteja no Festival!!!
Detalhe importante, Alexandre, que tinha me passado despercebido. Abs, obrigado, MauroF
ResponderExcluir