Título: Watch the Throne
Artista: Kanye West e Jay-Z
Gravadora: Roc-a-Fella / Universal Music
Cotação: * * * * 1/2
Um, Jay-Z, é o mestre das rimas no reino do hip hop norte-americano, no qual ganhou terreno pela habilidade de versar com destreza e pegada pop. O outro, Kanye West, é o mestre das experimentações, tendo lançado álbuns bem produzidos que promoveram alguma revolução nesse reino fechado como um gueto. Ambos, arrogantes e egocêntricos, se consideram reis. Daí a expectativa gerada com o anúncio - feito por West em 2010 - de que os dois rappers iriam gravar um disco juntos. Foram tantos rumores e adiamentos desde o lançamento do primeiro single (o decepcionante H.A.M.) em janeiro deste ano de 2011 que parecia que o álbum jamais sairia. Mas Watch the Throne saiu em agosto e cumpre plenamente a expectativa, coroando a parceria iniciada há uma década, quando Jay-Z convidou West para produzir faixa de seu álbum The Blueprint (2001). Sim, Watch the Throne garante a permanência dos autoproclamados reis do hip hop no trono. O disco concilia na medida certa a habilidade pop de Jay-Z com as experiências de West, sem pender para nenhum dos dois lados. O resultado é um disco ousado que jamais soa hermético. Difícil resistir às batidas nada usuais de temas como No Church in the Wild (com os vocais de Frank Ocean), Gotta Have It e Who Gon Stop me. A pegada de Lift Off - a faixa na qual figura a voz poderosa de Beyoncé - é outro exemplo da maestria dos rappers. Da crueza de Niggas in Paris ao calor da voz do cantor de soul Otis Redding (1941 - 1967), ouvida em Otis através do sample de Try a Little Tenderness, West e Jay-Z combinam criatividade, egocentrismo e até alguma humanidade (nas rimas de New Day) em CD primoroso que estende seu governo no disputado reino do rap.
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Um, Jay-Z, é o mestre das rimas no reino do hip hop norte-americano, no qual ganhou terreno pela habilidade de versar com destreza e pegada pop. O outro, Kanye West, é o mestre das experimentações, tendo lançado álbuns bem produzidos que promoveram alguma revolução nesse reino fechado como um gueto. Ambos, arrogantes e egocêntricos, se consideram reis. Daí a expectativa gerada com o anúncio - feito por West em 2010 - de que os dois rappers iriam gravar um disco juntos. Foram tantos rumores e adiamentos desde o lançamento do primeiro single (o decepcionante H.A.M.) em janeiro deste ano de 2011 que parecia que o álbum jamais sairia. Mas Watch the Throne saiu em agosto e cumpre plenamente a expectativa, coroando a parceria iniciada há uma década, quando Jay-Z convidou West para produzir faixa de seu álbum The Blueprint (2001). Sim, Watch the Throne garante a permanência dos autoproclamados reis do hip hop no trono. O disco concilia na medida certa a habilidade pop de Jay-Z com as experiências de West, sem pender para nenhum dos dois lados. O resultado é um disco ousado que jamais soa hermético. Difícil resistir às batidas nada usuais de temas como No Church in the Wild (com os vocais de Frank Ocean), Gotta Have It e Who Gon Stop me. A pegada de Lift Off - a faixa na qual figura a voz poderosa de Beyoncé - é outro exemplo da maestria dos rappers. Da crueza de Niggas in Paris ao calor da voz do cantor de soul Otis Redding (1941 - 1967), ouvida em Otis através do sample de Try a Little Tenderness, West e Jay-Z combinam criatividade, egocentrismo e até alguma humanidade (nas rimas de New Day) em CD primoroso que estende seu governo no disputado reino do rap.
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