Título: A Voz do Violão
Artista: Cauby Peixoto
Gravadora: Lua Music
Cotação: * * *
Aos 80 anos, Cauby Peixoto traz a vida na voz, como ressalta através de verso de Minha Voz, Minha Vida (Caetano Veloso), uma das 14 músicas registradas pelo cantor em A Voz do Violão, um dos três álbuns inéditos embalados na caixa O Mito - 60 Anos de Música, lançada pela Lua Music neste mês de novembro de 2011, a tempo de festejar as seis décadas de carreira fonográfica do artista, iniciada em 1951. Se a voz é a de Cauby, o violão é o de Ronaldo Rayol, autor dos arranjos do disco produzido por Thiago Marques Luiz. Ícone do canto mais exacerbado, Cauby traz vida intensa na voz projetada na era de ouro do rádio brasileiro. Contudo, pelos limites impostos pelo tempo, hoje acerta mais quando adota tons comedidos ao interpretar músicas como Guerreiro Menino (Gonzaguinha, 1983) e Todo o Sentimento (Chico Buarque e Cristovão Bastos, 1987). Tal contenção faz de A Voz do Violão o melhor dos três títulos da caixa. Sem brilho especial, os arranjos de Rayol vão de apropriado clima seresteiro - como na valsa Eu Sonhei que Tu Estavas Tão Linda (Lamartine Babo e Francisco Matoso, 1941) e em As Vitrines (Chico Buarque, 1982) - à efervescência caliente do flamenco, evocada em Granada (Agustín Lara, 1932). Granada, a propósito, é ponto baixo do CD porque, ao entoar a canção espanhola, Cauby tenta reviver o cantor que já não tem potência vocal para arroubos de interpretação. Quanto mais Cauby intensifica o tom da interpretação, como em O Que Tinha de Ser (Tom Jobim e Vinicius de Moraes, 1959) e em Viola Enluarada (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle, 1968), mais o CD A Voz do Violão se afasta da elegância que ainda pauta o canto do artista. Que assina versão em francês de Pra Dizer Adeus (Edu Lobo e Torquato Neto, 1967), Adieu, grafada erroneamente na ficha técnica como Adie. No todo, mesmo oscilante, a aveludada voz do professor Cauby Peixoto ainda carrega muita vida.
2 comentários:
Aos 80 anos, Cauby Peixoto traz a vida na voz, como ressalta através de verso de Minha Voz, Minha Vida (Caetano Veloso), uma das 14 músicas registradas pelo cantor em A Voz do Violão, um dos três álbuns inéditos embalados na caixa O Mito - 60 Anos de Música, lançada pela Lua Music neste mês de novembro de 2011, a tempo de festejar as seis décadas de carreira fonográfica do artista, iniciada em 1951. Se a voz é a de Cauby, o violão é o de Ronaldo Rayol, autor dos arranjos do disco produzido por Thiago Marques Luiz. Ícone do canto mais exacerbado, Cauby traz vida intensa na voz projetada na era de ouro do rádio brasileiro. Contudo, pelos limites impostos pelo tempo, hoje acerta mais quando adota tons comedidos ao interpretar músicas como Guerreiro Menino (Gonzaguinha, 1983) e Todo o Sentimento (Chico Buarque e Cristovão Bastos, 1987). Tal contenção faz de A Voz do Violão o melhor dos três títulos da caixa. Sem brilho especial, os arranjos de Rayol vão de apropriado clima seresteiro - como na valsa Eu Sonhei que Tu Estavas Tão Linda (Lamartine Babo e Francisco Matoso, 1941) e em As Vitrines (Chico Buarque, 1982) - à efervescência caliente do flamenco, evocada em Granada (Agustín Lara, 1932). Granada, a propósito, é ponto baixo do CD porque, ao entoar a canção espanhola, Cauby tenta reviver o cantor que já não tem potência vocal para arroubos de interpretação. Quanto mais Cauby intensifica o tom da interpretação, como em O Que Tinha de Ser (Tom Jobim e Vinicius de Moraes, 1959) e em Viola Enluarada (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle, 1968), mais o CD A Voz do Violão se afasta da elegância que ainda pauta o canto do artista. Que assina versão em francês de Pra Dizer Adeus (Edu Lobo e Torquato Neto, 1967), Adieu, grafada erroneamente na ficha técnica como Adie. No todo, mesmo oscilante, a aveludada voz do professor Cauby Peixoto ainda carrega muita vida.
RONALDO RAYOL. QUE VIOLÃO HEIN!. É TUDO DE BOM.
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