Mauro Ferreira no G1

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sábado, 5 de novembro de 2011

'Liebe' recicla com frescor e vozes as faixas de 'Paradiso', álbum de 1997

Resenha de CD
Título: Liebe Paradiso
Artista: Celso Fonseca e Ronaldo Bastos
Gravadora: Pimba / Dubas Música
Cotação: * * * *

Segundo disco da trilogia que sedimentou a parceria de Celso Fonseca com Ronaldo Bastos, situado entre Sorte (1994) e Juventude / Slow Motion Bossa Nova (2002), Paradiso (1997) teve seu repertório repaginado e reciclado pela dupla com gravações adicionais que geraram um outro álbum, Liebe Paradiso, neste ano de 2011. Sob a batuta do engenheiro carioca Duda Mello, escalado para produzir o disco, foram acrescentados instrumentos e vozes que renovam o repertório original sem desconfigurá-lo. Out of Blue, por exemplo, teve sua suave pulsação alterada pela inserção do vibrafone de Jota Moraes e da percussão minimalista de Armando Marçal. Ela Vai pro Mar ganhou a voz de Luiz Melodia em registro já ouvido na trilha sonora da novela Insensato Coração (2011). O resultado é um disco superior ao original pelos climas, pelas novas interpretações - uma desde já antológica: a de Nana Caymmi em Flor da Noite - e pela harmonia entre o material original e as gravações adicionais. Com direito a duas faixas inteiramente inéditas (uma, O Tempo Não Passou, foi gravada por Adriana Calcanhotto com os barulhinhos bons de Alberto Continentino e Domenico Lancellotti), Liebe Paradiso insere poema recitado por Antonio Cícero (Minos) na faixa que aglutina as músicas Quanto Tempo e Vento Azul. Se Denise Bandeira continua na cadência bonita do samba com as inserções do órgão Hammond de Jorjão Barreto e os loops do tecladista Sacha Amback (postos sobre a voz original de Celso Fonseca), Você Não Sacou ostenta a pegada pop roqueira do titã Paulo Miklos enquanto Polaroides ganha suingue e perde brilho com a voz (já sem o viço e o vigor de outrora) de Sandra de Sá. No todo, Liebe dá belo tratamento ao repertório de alto nível poético e melódico lançado em Paradiso, jogando outros sons e luzes sobre obra que se impôs na música brasileira ao longo dos anos 2000 pela beleza jovial. Vale a pena ouvir de novo.

5 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Segundo disco da trilogia que sedimentou a parceria de Celso Fonseca com Ronaldo Bastos, situado entre Sorte (1994) e Juventude / Slow Motion Bossa Nova (2002), Paradiso (1997) teve seu repertório repaginado e reciclado pela dupla com gravações adicionais que geraram um outro álbum, Liebe Paradiso, neste ano de 2011. Sob a batuta do engenheiro carioca Duda Mello, escalado para produzir o disco, foram acrescentados instrumentos e vozes que renovam o repertório original sem desconfigurá-lo. Out of Blue, por exemplo, teve sua suave pulsação alterada pela inserção do vibrafone de Jota Moraes e da percussão minimalista de Armando Marçal. Ela Vai pro Mar ganhou a voz de Luiz Melodia em registro já ouvido na trilha sonora da novela Insensato Coração (2011). O resultado é um disco superior ao original pelos climas, pelas novas interpretações - uma desde já antológica: a de Nana Caymmi em Flor da Noite - e pela harmonia entre o material original e as gravações adicionais. Com direito a duas faixas inteiramente inéditas (uma, O Tempo Não Passou, foi gravada por Adriana Calcanhotto com os barulhinhos bons de Alberto Continentino e Domenico Lancellotti), Liebe Paradiso insere poema recitado por Antonio Cícero (Minos) na faixa que aglutina as músicas Quanto Tempo e Vento Azul. Se Denise Bandeira continua na cadência bonita do samba com as inserções do órgão Hammond de Jorjão Barreto e os loops do tecladista Sacha Amback (postos sobre a voz original de Celso Fonseca), Você Não Sacou ostenta a pegada pop roqueira do titã Paulo Miklos enquanto Polaroides ganha suingue e perde brilho com a voz (já sem o viço e o vigor de outrora) de Sandra de Sá. No todo, Liebe dá belo tratamento ao repertório de alto nível poético e melódico lançado em Paradiso, jogando outros sons e luzes sobre obra que se impôs na música brasileira ao longo dos anos 2000 pela beleza jovial. Vale a pena ouvir de novo.

Luca disse...

O problema das músicas do Celso é o próprio Celso, que não canta nada

lurian disse...

Gosto da sofisticação do Celso. A música cantada por Nana Caymmi está realmente lindissima!.

CN disse...

Um projeto que deve ser sentido integralmente. Detalhes preciosos que dialogam e somam. Letras urdidas de Ronaldo, coração puro, melodias doces, incisivas de Celso, interpretações vocais e instrumentais que transbordam alma e coração. Atemporal, ousado....tocante. INSTIGANTE. Parabéns a todos. Viva o amor! Carlos Navas

noca disse...

Não é que as participações especiais Nana,a pelo menos dez anos,tem sido bem superiores ao seus discos de carreira?É quando se solta de sua zona de conforto.Essa interpretação dela é algo bem além do sublime.E o disco do Ronaldo e do Celso,também.