Título: O Que Você Quer Saber de Verdade
Artista: Marisa Monte
Gravadora: Phonomotor / EMI Music
Cotação: * * * *
Cantora incensada pelas ousadias estilísticas e movimentos estéticos que moldam cada um de seus discos, Marisa Monte põe o pé no freio - sem perder a pose e a aura hype - em seu oitavo álbum solo, O Que Você Quer Saber de Verdade. Em seu disco de tom mais popular, a artista filtra o pop romântico e a canção dita brega por sua musicalidade chique, moderna e arejada. A embalagem cosmopolita do repertório de O Que Você Quer Saber de Verdade envolve canções inéditas ou recentes em atmosfera de leveza e felicidade que já haviam sido detectadas nos singles Ainda Bem (Marisa Monte e Arnaldo Antunes) - delícia que vicia por roçar a perfeição pop com referência ao mariachi mexicano - e O Que Você Quer Saber de Verdade (Marisa Monte, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes), este em registro zen que dá vida e cor à música, tornando instantaneamente esmaecida a gravação original feita por Arnaldo Antunes em 2006 para seu álbum Qualquer. Cantora-Midas, Marisa tem o dom de transformar em ouro o que, em vozes menos refinadas, soaria como mera bijuteria. Em tempos de discos pautados por conceitos e sonoridades, em que a música em si é posta em segundo plano, a artista carioca apresenta um disco com melodias cantaroláveis e munição certeira para as rádios e a trilha sonora de nossas vidas românticas. Duas músicas em especial - Depois (Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte) e O Que se Quer (Rodrigo Amarante e Marisa Monte, em sua primeira parceria) - se destacam no repertório como prováveis sucessos nacionais, daqueles que irmanam todas as classes e tribos numa só voz. Com letra que encara com otimismo o fim de um amor, Depois poderia estar em qualquer disco do Roberto Carlos dos anos 70, assinada por ele ou por qualquer um dos compositores que forneciam repertório para o Rei em sua década mais romântica. Introduzida por bandolim tocado por Dadi, coprodutor do disco, O Que se Quer é pop perfeito que se ambienta em leve clima forrozeiro por conta do acordeom de Waldonys. O dueto de Marisa com Amarante prima por combinação de vozes tão harmoniosa quanto a arquitetura vocal de Amar Alguém (Arnaldo Antunes, Dadi e Marisa Monte), balada que ministra em versos como "Amar alguém só pode fazer bem" a receita de bem-viver recorrente nas letras às vezes pueris de O Que Você Quer Saber de Verdade. Embebido em atmosfera cosmopolita, O Que Você Quer Saber de Verdade atenua a brasilidade detectada em álbuns anteriores de Marisa - a partir de Verde Anil Amarelo Cor de Rosa e Carvão (1994) - pelo envolvimento crescente da cantora com o samba. O traço de brasilidade mais marcante no novo álbum é a pegada forrozeira de Hoje Eu Não Saio, Não (Arnaldo Antunes, Betão, Chico Salém e Marcelo Jeneci), já que a incursão pela obra de Jorge Ben Jor em Descalço no Parque (Jorge Ben Jor) está em sintonia com a atmosfera pop romântica do disco. Bissexta na obra do Zé Pretinho, a melancolia deste tema de 1964 é destilada com elegância pelas cordas tocadas e orquestradas pelo maestro norte-americano Miguel Atwood Ferguson. No mesmo tom elegante, Gustavo Mozzi - integrante do coletivo argentino Café de Los Maestros - repagina e atenua a dramaticidade kitsch do tango Lencinho Querido, versão de Wagner Maugeri Neto para El Pañuelito, tema de Juan Dios Filiberto e Gabino Coria Peñaloza. Contudo, por mais que o universo pop gire ao redor de Marisa Monte em O Que Você Quer Saber de Verdade, a personalidade forte da cantora e compositora se impõe sobre tudo e todos. Tanto que o tempero da cozinha da Nação Zumbi - recorrente em seis das 14 músicas do CD - nem é sentido no coquetel (pop)ular que tangencia o universo sertanejo em Aquela Velha Canção (Carlinhos Brown e Marisa Monte) - outro provável sucesso retumbante do disco - e reitera a inspiração de André Carvalho, autor de Nada Tudo, toada pop que evoca o regionalismo sulista por conta do acordeom de Waldonys. Se a balada Era Óbvio (Marisa Monte e Arnaldo Antunes) resulta no momento menos inspirado do disco pela melodia mais trivial, Verdade, Uma Ilusão (Carlinhos Brown, Marisa Monte e Arnaldo Antunes) ressurge como singela valsa (distante da praia do reggae em que foi jogada por Brown na gravação que fez em 2010 para seu álbum Diminuto) enquanto Seja Feliz (Marisa Monte, Dadi e Arnaldo Antunes) pede remixes com seu baticum pop que pode animar pistas e seu trompete à moda dos mariachis. "Tão curta a vida / Curta a vida", receita com trocadilho Marisa em manual de autoajuda. No fim, Bem Aqui - parceria de Dadi e Arnaldo Antunes, já gravada por Dadi em CD feito para o mercado japonês - reitera o clima zen de O Que Você Quer Saber de Verdade ao esboçar clima etéreo. Enfim, Marisa Monte fez um disco simples (em que pese a arquitetura refinada das canções) e acessível sem perder a pose de diva de sua geração pop. É difícil resistir ao charme dessas memórias, crônicas e declarações de felicidade e amor à vida...
44 comentários:
Cantora incensada pelas ousadias estilísticas e movimentos estéticos que moldam cada um de seus discos, Marisa Monte põe o pé no freio - sem perder a pose e a aura hype - em seu oitavo álbum solo, O Que Você Quer Saber de Verdade. Em seu disco de tom mais popular, a artista filtra o pop romântico e a canção dita brega por sua musicalidade chique, moderna e arejada. A embalagem cosmopolita do repertório de O Que Você Quer Saber de Verdade envolve canções inéditas ou recentes em atmosfera de leveza e felicidade que já haviam sido detectadas nos singles Ainda Bem (Marisa Monte e Arnaldo Antunes) - delícia que vicia por roçar a perfeição pop com referência ao mariachi mexicano - e O Que Você Quer Saber de Verdade (Marisa Monte, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes), este em registro zen que dá vida e cor à música, tornando instantaneamente esmaecida a gravação original feita por Arnaldo Antunes em 2006 para seu álbum Qualquer. Cantora-Midas, Marisa tem o dom de transformar em ouro o que, em vozes menos refinadas, soaria como mera bijuteria. Em tempos de discos pautados por conceitos e sonoridades, em que a música em si é posta em segundo plano, a artista carioca apresenta um disco com melodias cantaroláveis e munição certeira para as rádios e a trilha sonora de nossas vidas românticas. Duas músicas em especial - Depois (Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte) e O Que se Quer (Rodrigo Amarante e Marisa Monte, em sua primeira parceria) - se destacam no repertório como prováveis sucessos nacionais, daqueles que irmanam todas as classes e tribos numa só voz. Com letra que encara com otimismo o fim de um amor, Depois poderia estar em qualquer disco do Roberto Carlos dos anos 70, assinada por ele ou por qualquer um dos compositores que forneciam repertório para o Rei em sua década mais romântica. Introduzida por bandolim tocado por Dadi, coprodutor do disco, O Que se Quer é pop perfeito que se ambienta em leve clima forrozeiro por conta do acordeom de Waldonys. O dueto de Marisa com Amarante prima por combinação de vozes tão harmoniosa quanto a arquitetura vocal de Amar Alguém (Arnaldo Antunes, Dadi e Marisa Monte), balada que ministra em versos como "Amar alguém só pode fazer bem" a receita de bem-viver recorrente nas letras às vezes pueris de O Que Você Quer Saber de Verdade. Embebido em atmosfera cosmopolita, O Que Você Quer Saber de Verdade atenua a brasilidade detectada em álbuns anteriores de Marisa - a partir de Verde Anil Amarelo Cor de Rosa e Carvão (1994) - pelo envolvimento crescente da cantora com o samba.
O traço de brasilidade mais marcante no novo álbum é a pegada forrozeira de Hoje Eu Não Saio, Não (Arnaldo Antunes, Betão, Chico Salém e Marcelo Jeneci), já que a incursão pela obra de Jorge Ben Jor em Descalço no Parque (Jorge Ben Jor) está em sintonia com a atmosfera pop romântica do disco. Bissexta na obra do Zé Pretinho, a melancolia deste tema de 1964 é destilada com elegância pelas cordas tocadas e orquestradas pelo maestro norte-americano Miguel Atwood Ferguson. No mesmo tom elegante, Gustavo Mozzi - integrante do coletivo argentino Café de Los Maestros - repagina e atenua a dramaticidade kitsch do tango Lencinho Querido, versão de Wagner Maugeri Neto para El Pañuelito, tema de Juan Dios Filiberto e Gabino Coria Peñaloza. Contudo, por mais que o universo pop gire ao redor de Marisa Monte em O Que Você Quer Saber de Verdade, a personalidade forte da cantora e compositora se impõe sobre tudo e todos. Tanto que o tempero da cozinha da Nação Zumbi - recorrente em seis das 14 músicas do CD - nem é sentido no coquetel (pop)ular que tangencia o universo sertanejo em Aquela Velha Canção (Carlinhos Brown e Marisa Monte) - outro provável sucesso retumbante do disco - e reitera a inspiração de André Carvalho, autor de Nada Tudo, toada pop que evoca o regionalismo sulista por conta do acordeom de Waldonys. Se a balada Era Óbvio (Marisa Monte e Arnaldo Antunes) resulta no momento menos inspirado do disco pela melodia mais trivial, Verdade, Uma Ilusão (Carlinhos Brown, Marisa Monte e Arnaldo Antunes) ressurge como singela canção (distante da praia do reggae em que foi jogada por Brown na gravação que fez em 2010 para seu álbum Diminuto) enquanto Seja Feliz (Marisa Monte, Dadi e Arnaldo Antunes) pede remixes com seu baticum pop que pode animar pistas e seu trompete à moda dos mariachis. "Tão curta a vida / Curta a vida", receita com trocadilho Marisa em manual de autoajuda. No fim, Bem Aqui - parceria de Dadi e Arnaldo Antunes, já gravada por Dadi em CD feito para o mercado japonês - reitera o clima zen de O Que Você Quer Saber de Verdade ao esboçar clima etéreo. Enfim, Marisa Monte fez um disco simples (em que pese a arquitetura refinada das canções) e acessível sem perder a pose de diva de sua geração pop. É difícil resistir ao charme dessas memórias, crônicas e declarações de felicidade e amor à vida...
Sabia... Marisa pode gravar o que quiser que o Mauro sempre vai dar um jeito de elogiar...
Com todo respeito à sua opinião, Mauro (se não fosse assim, eu não seria um leitor diário do blog), mas não entendo o que vc quer dizer com "cosmopolita". Ficha técnica internacional não garante essa qualidade não! "Seja feliz", por exemplo,tem a sonoridade daqueles temas da Copa da África do Sul, somada à letra que, ao unir "curta a vida" com "a vida é curta", não tem nada de antenada. No geral, apesar das belas "O que se quer" (a melhor do disco), "Amar alguém" e até mesmo "O que você quer saber de verdade" e "Nada tudo" (essas ultimas me lembraram muito os bons tempos de Cor de Rosa e do disco de estudio do Barulhinho Bom), acho fraca essa tentativa de conexão com a canção popular romântica com roupagem chique e moderna. Ou, de outro ponto de vista: meramente "poser". Nesse sentido, Memorias, Cronicas e Declarações foi muito mais eficiente, menos estilizado, com refrões grudentos e muita dor de cotovelo sincera. A impressão é que temos aquele conceito suavizado pela a sonoridade do Infinito Particular. Pra mim, ficou parecendo um disco transitório e sem sabor. Foi lançado ontem e não sobreviverá no meu mp3 até o fim de semana. Esperemos mais 5 anos pelo próximo. Se eu ainda tiver paciência...
Ah, esqueci de dizer: o disco brasileiro mais cosmopolita do ano é o "Cavaleiro selvagem, aqui te sigo", da Mariana Aydar.
Achei o disco apenas mediano, aquela coisa fofa, sem peso, sem densidade... salvo duas boas músicas: a belíssima "Depois" (que você teve a mesmissima impressão de Roberto Carlos que eu) e a marcha-ciranda "O Que se Quer"...as outras... ouvirei raramente.
Quero saber do disco da "GAL", Mauro!!! O que aconteceu? Não era pra ser lançado nesta primeira semana de Novembro? Porque ninguém fala mais nada?
"Regionalismo sulista"?
Pelo que eu saiba, Waldonys é cearense.
Gostei muito! É viciante...
O disco nem é tão ruim quanto eu pensava. As músicas "Ainda Bem" e "O Que Vc Quer Saber de Verdade" serviram como o bode da sala.
Gostei das faixas: Depois(realmente, RC anos 70 total), Lencinho Querido, Aquela Velha canção, Nada Tudo e Bem Aqui.
Mas é muito pouco pra quem já foi a número um e demora tanto pra gravar.
Triste ver a Nação Zumbi passar em brancas nuvens.
Agora, em um disco pautado por conceito a música em si fica em segundo plano?
Só se o sinônimo para música seja pop ralo.
PS: O Mauro me surpreendeu, pensei que daria cinco estrelas. :>)
Crítica do Mauro para a obra da Marisa é café com leite. É muita admiração.
O que é normal, já que falamos de música e de uma cantora presente na vida e nas histórias de tantos.
Assim como eu não tenho a menor credibilidade para falar de Rita Lee, Bethânia ou da Ana Carolina. Poderão cantar um funk torpe qualquer que irei achar bom, pq elas conseguem deixar tudo perfeito, sempre.
Ouvi o disco incontáveis vezes. No repeat, desde que tive acesso, domingo ao meio-dia.
Está tocando agora, inclusive, enquanto escrevo esse comentário.
Admiro muito Marisa, e gosto de ouvi-la cantando que for. É Marisa, né!
O disco tem canções maravilhosas: "O que vc quer saber de verdade", as regravações de "descalço no parque" e "lencinho querido" , "Nada tudo", "Verdade, uma ilusão" e "bem aqui". Casos em que letras e melodias condizem com a grandiosidade e competência da Marisa.
Tive Dejà vú ouvindo "Depois" e "O que se quer". Poderia jurar que já tinha escutado as duas canções. Que são ótimas e têm, de fato, jeito de hit. Mas precisava viajar tanto? Procurar tanto? Durante tanto tempo, para acabar no tão dito mais do mesmo? É certo que esse mesmo é incrível e, logo, o mais também. Mas não é o que se espera de um novo disco de Marisa Monte; Sempre autêntica e inovadora.
Nunca imaginei marisa gravando uma música tão infantil e boba como "Amar alguém". Quase constrangedor ouvir os versos em sua voz. Fiquei com medo de até o fim do disco ter alguma rima de amor com dor. Sério.
E eu pensando que "Ainda bem" seria a pior letra do disco...
"Hoje eu não saio não" me lembrou "O Pequenez e o Pit Bull" (Gabriel Moura/Jovi Joviniano/Aranha), mesmo que em outro rítmo, o tema e os versos são muito parecidos e, por esse motivo, não me soou interessante.
A sertaneja "Aquela velha canção" mostra que Marisa deve passar longe do gênero, que a fez atingir o ápice da breguice no disco. Mas ficaria uma obra-prima nas vozes de Ch&X.
"Era óbvio" e "Seja feliz" completam a parte fraca do disco. Melodia e trocadilhos baratos, respectivamente.
Marisa é Marisa, e para alguns isso basta. Eu, esperava mais. Muito mais. Mas cá estou, ouvindo o disco, pela seilálésima vez, tentando gostar das canções para qual virei o nariz, e me deliciando com as demais, imaginando o show, onde tudo isso com certeza fará algum sentido.
Texto perfeito do Mauro, que está para a crítica musical como Marisa está para a música.
Um disco encantador, para deixar de bem com a vida aquele não estiver. E pra deixar ainda melhor a vida de quem tem fé na felicidade.
Marisa, obrigado por mais este trabalho! Tornou 2011 muito mais feliz.
"Seja feliz" é constrangedora de tão ruim. Poderá perfeitamente ser usada como jingle pelos candidatos da próxima eleição presidencial. A propósito, a aura de otimismo bocó e auto-ajuda permeia todo o álbum, a começar pela chatinha faixa-título, cujos acordes iniciais me remeteram à propaganda do Santander, o banco do "juntos".
Nem as bonitas "O que se quer" e "Nada tudo" salvam este disco do fiasco. Marisa precisa fazer valer sua marketagem bissexta. Não adianta ficar tanto tempo sem gravar e voltar com um trabalho tão anódino, que você ouve sem grandes sensações ou arrebatamentos. Achei perfeito o comentário do Guilherme sobre a sonoridade do álbum. Trata-se mesmo de "Memórias, crônicas e declarações de amor" suavizado pela sonoridade zen de "Infinito particular".
Já ouvi, não comprei mas irei sim!
Olha, eu acho que " Depois " já é uma das mais belas canções já gravadas por Marisa Monte.
O forró " Hoje eu não saio não " é a cara da vida (outsider) que ela leva. Pena que é curtinha ...
" Aquela velha canção " é mezzo Belchior mezzo Odair José. Ou seja, é ótima. O verso " eu não vou te mandar pro inferno porque eu não quero e porque fica muito longe daqui " já vale toda a faixa!
Gostei das levadas de " Nada Tudo " - com leves toques de milongas - e " Seja Feliz " tem intro tão acachapantes e ótimas percussões que letra e refrão viram detalhes.
Curti demais as regravaçõs de " Descalço no Parque ", " O que você quer saber de verdade " e " Lencinho Querido " - pena que essa última, apesar de densa, não lembra muito o tango dos nossos hermanos ...
" Bem aqui " é zen mas parece sobra do " Infinito Particular ". E de fato, " Amar Alguém " e " Ainda Bem " são as mais fracas/chatas do album.
Marisa, eu caso contigo quando você quiser,ok?
Um abraço a todos!
Estou ouvindo o CD pela segunda vez e acreditando q vou ouvi-lo um bocado. É leve, colorido, não ficará na história da música brasileira, mas é extremante audível, e ando enjoado destes discos 'modernos', autorais, sacadíssimos, q a gente até curte qdo compra, ouve quatro dias e esquece na prateleira, porque nos damos conta q eles têm quase tudo menos alma, e alma em arte é fundamental.
Algumas dessas canções (algumas melodias e nãnånãs), MM já cantou em outros cds, com os mesmos arranjos 'elegantes' e a voz meio anasalada escorrendo pelas notas, sem jamais rasgar a garganta, entretanto seu 'mais do mesmo' ainda me soa agradável, e eu quero é mais.
'É pra fazer doer no seu ouvido a nota melhor do nosso amor'; Reginaldo Rossi não diria melhor.
Os arranjos estão incríveis. A voz continua intacta (e cada vez mais bela!). A cama sonora de cada música é impecável: cordas, metais, barulhinhos, vocalises. E assim o disco cresce a cada audição.
O que tem de mais fraco são algumas letras: "Ainda bem", "Amar alguém" e "Bem aqui". Mas são tão bonitas as melodias as letras até passam, apesar de serem inocentes.
4 estrelas merecidas.
Marisa trouxe, sem dúvida, mais alegria pra minha vida com esse disco!
E como está cantando bem... uma perfeição. O quanto ela foi precisa no disco "Infinito Particular", mas tensa, de certa forma, com esse novo trabalho continuou precisa, mas, mais solta e leve, como o disco.
As que menos gostei foram "O que se quer" e "Verdade, uma ilusão", mas com uma canto desses, Marisa torna audível e prazerosa qualquer canção.
A resenha mais parece um release de tanta animação: toque de Midas, profecias de "sucesso nacional" e "sucesso retumbante"... Menos, Mauro, menos! (Se bem que o tal forrozinho pode até pegar) Não me pareceu um disco "simples", mas sim ralo. Marisa Monte parece ter estacionado numa zona de conforto e não quer mais sair de lá. Não "roça a perfeição" mas sim a repetição. Sensação de dejà vú total: parece que a todo momento a canção vai entrar em "Vilarejo" ou vai engata em "Não é proibido". Pra mim os melhores resultados estão nos momento intérprete (com exceção da faixa do Benjor): as músicas dela parecem todas iguais, por isso a necessidade de arranjos cheios de firulas e cosmopolotices. E tem letras que são de doer ("Amar alguém" é mesmo constrangedora como já foi dito num post aqui). Enfim, resisti ao charme de quase todo o disco, mas - devo confessar - acabei viciando em "Ainda bem", não por ser delícia pop perfeita, mas por ser delícia mesmo... Fazêoque...
É, pelo visto a mulher entende mesmo de é de "barulhinho". Música e letra é outra história.
Sou um grande admirador da Marisa e achei a capa linda desse disco, apesar de que esse visual meio pop moderno, meio Andy Warhol já foi muito explorado em outras capas de discos de cantores internacionais... Está meio batido capas de discos nesse estilo, mas ainda sim ficou bonita... Ainda não ouvi o álbum, mas estou na expectativa desse disco seja bom, como tudo o que a Marisa faz... Tenho a discografia dela quase que por completa, me faltando apenas alguns álbuns... A única coisa que eu acho ruim é que realmente Marisa demora por demais para lançar um disco... Mas para mim ela continua sendo uma grande cantora, uma grande compositora e uma grande intérprete também. Vamos ver o que esse álbum promete.
Acompanho todo o trabalho de MM e tenho todos os albuns. Ouvi inteiro 4 vezes ate agora e achei este cd bem fraco, com letras bobinhas, e Amar Alguém, é a pior de todas. Vou acabar escolhendo algumas que vou ouvir mais, e esquecendo das outras com certeza, sem nenhum amor/dor ! rsrs
Para mim 3 estrelas, e só porque é Marisa Monte, se fosse o mesmo repertório com outra, seria 1.
Tb achei a voz dela super em forma - tá mais límpida nesse disco.
Pena Marisa ter escolhido o caminho mais fácil.
Enfim, fechei a tampa.
PS: O disco fará um baita sucesso, mas Cláudia Leite tb faz.
O novo cd remete em alguns momentos a trabalhos anteriores de Marisa, mas nem por isso não deixa de ser encantador.
"O que vc quer saber de verdade", tem um que de "Vilarejo", mas é música alto astral, reflexiva...gostei.
"Descalço no parque" em um belissímo arranjo.
"Depois" é romântica e me lembrou "O que me importa" do cd Memórias. Marisa canta o amor como ninguém e para os que a acham brega por causa disso. Lembrem- se Bethânia já gravou "É o amor" (da dupla horrenda Zeze e Luciano" e o que dizer de Gal em "Chuva de Prata" e do Caetano em "Vc não me ensinou a te esquecer" e Los Hermanos cantando Odair José "Eu vou tirar vc deste lugar", não desmereço nenhum destes, apenas para lembrar que não é somente a Marisa que canta o "amor brega" e por sinal muito bem, outros também.
Do cd a que eu não gostei muito foi a "Bem Aqui", vai pelo mesmo caminho da lindissíma "Pelo tempo que durar" do cd Infinito.
As mais belas do cd são o "O que se quer" com o Amarante, um tiro certeiro (Marisa trabalha mais com o Amarante vai?). Tem a "Verdade, uma ilusão", fico pensando na versão do Carlinhos e vejo que a Marisa a transformou em ouro puro, ou como disse Guilherme Arantes: "tudo o que ela toca vira ouro", o arranjo é sem palavras.
"Nada tudo" é outra delicía de se ouvir. Já 'Aquela velha canção" é tem uma atmosfera de Jovem Guarda.
Gostei ainda do forró do Jeneci, Arnaldo e Salém, esta com certeza vai pro final do show.
No geral, Marisa mais uma vez prova que é a grande voz do país e vai levar muitos prêmios da música brasileira no próximo ano e sua turnê vai ser um tremendo sucesso, pois os shows dela são um capítulo a parte. Bem vinda de novo ao sucesso Marisa!!!
Marisa acabou fazendo uma grande homenagem aos seus ídolos: tem muito de Roberto, Tim, Novos Baianos e muito, muito de Gal, vide os discos "Índia" e "Cantar".
Quanto às letras das músicas de hoje em dia, os artistas, em sua maioria, têm usado linguagens mais simples, talvez para se aproximarem do nível educacional dos brasilieros, que, cada vez mais, desce ladeira. Uma pena, é o fim da poesia. Socorro, Maria Bethânia!!!! Rsrs
É vai fazer sucesso, vai vender disco, vai lotar os espaços de shows mundo afora. Inegavelmente a mulher faz parte do rol das "grandes" cantoras do país: Cláudia Leitte, Ivete Sangalo, Xuxa (sim, ela não vendo muito disco?!?!?!!?). Pelo menos a Mulher tem o diferencial de que realmente é cantora e/ou intérprete de precioso talento (justiça seja feita, a Ivete também tem um tanto - nem que seja um tantinho - disso, o repertório é que "lasca"!!!!), entretanto, nivelou-se por baixo com essa insistência autoral pueril (sobretudo a letrista) e pela fórmula fácil do tal famigerado pop cosmopolita (sei lá o que isso quer dizer?!?!?!?!).
Contudo, ela está certa, o negócio é arrecadar a grana, se tem quem pague pelo peixe, barcos ao mar. Eu não pago.
O Que se Quer - pra mim a melhor faixa - vai na veia, direto. A melodia tem a cara do Amarante. Espero que a parceria continue.
Acho que estou numa fase auto-ajuda, pensamento positivo ou meio carente porque diferentemente de algumas pessoas aqui eu adorei esse CD. :D
Salve Marisa! E curti a resenha, Mauro. O meu está a caminho; deve chegar nesta semana.
A capa é linda e o resto é recalque.
Concordo plenamente com o que o Fábio disse! O cd da Marisa Monte é perfeito desde a faixa que abre até a que encerra, e a sensação que ele me trouxe é de cura para algumas necessidades humanas, sabe aquela música que você acha que foi feita para você? Pois é, todas se encaixam perfeitamente comigo!
Não gostar e criticar é democrático e saudável, agora, tripudiar, falar de decadência e falta de caráter é muita apelação e ressentimento.
"No Brasil, sucesso é ofensa pessoal", já dizia o maestro maior.
Sem mais...
O disco é tropicalista (o que se quer, descalço no parque, nada tudo), romântico (depois, amar alguém, lencinho branco, aquela velha canção, era óbvio) e "colorido" (o q vc quer saber de verdade, hoje eu não saio não, seja feliz, bem aqui).
Ela acertou, dentro da simplicidade e sofisticação, mais uma vez. É a sua marca. É a sua “atitude”.
E não adianta se descabelar, espernear, xingar, criticar. Ela pode! Prestígio de Caetano e popularidade de Roberto... FATO.
Palmas pra ela.
Esta quase "Senhora"!
E, ainda, rainha de sua geração. Mais de 10 anos "causando", cantando muito, ultrapassando gerações e, sendo, AINDA, referência para muitas.
RESPEITO MUITO!
Concordo em tudo com o Jouber! Marisa Monte causa polemica sempre!
Engracado: nunca imaginei que gostar do disco dela seria nadar contra a corrente! Gosto dessa sensacao meio underground... O disco e pop, alegre, vibrante, simples... lindo! E musica, nao conceito! Mais um vez, DEZ!
OBS.: Perdao, mas escrevo de um teclado em espanhol! Vale a intencao
Acho que a frase do maestro soberano precisa ser contextualizada. Ele deve ter dito sucesso pensando em talento. Nos tempos dele - pré-durante-e pós bossa nova - sucesso tinha muito a ver com talento. Hoje certamente ele diria: "talento no Brasil é ofensa pessoal". Não nego, Marisa tem talento, para a música, para cantar, mas como letrista é "de doer". Rainha de uma geração perdida, que pena, ela poderia ser muito mais.
Marisa Monte é e sempre será uma referência para novas cantoras e inclusive já foi elogiada até pela Gal. Podem xingar a vontade e diminuir o trabalho dela, não adianta a grandiosidade dela é inabalavel.
Danilo, tb acho chato azedume. Aliás, ninguém gosta.
Desci o pau em Marisa, mas, acho, nunca transpareci isso.
A não ser para os fãs talibãs, mas esses não contam. São cáfé com leite.
J, a popularidade sem dúvida aumentou. Mas o prestígio, sem a menor dúvida tb, caiu bastante.
Breno, gostar hoje em dia de Marisa é nadar contra a corrente dependendo de que praia vc frequente, né?
Com esse novo disco e a rearfimação que seu novo(nem tanto) caminho é esse mesmo ela trocou definitivamente de público.
Em termos financeiros ótimo negócio já em termos artísticos, mau.
Marisa tá com quarenta e tantos anos e tem gravado e composto letras que se fosse a Sandy todo mundo zombaria.
Enfim, como diria seu amigo e gênio Paulinho da Viola:
Coisas do mundo, minha nêga.
Zé Henrique tu é muito chato cara! Pra vc só o que vem de Recife presta ou então Criolo com seu discurso elitista. Seja mais eclético.
Às vezes temos de ouvir algo mais de uma vez para que a música seja absorvida.
Da lama ao caos já era!
Flávio Herculano - Ouvi o CD de Marisa e na sequência em meu MP3 veio “Âmbar”, de Bethânia. Quanta diferença! Enfim, deixo essa coisa de “hipe”, “cosmopolita”, “moderna”, “presdestinada ao sucesso” para quem gosta – e muita gente gosta, não farei falta entre elas. Estou em outra e prefiro ficar onde estou.
Fãs talibãs e críticos talibãs...Já lemos algumas críticas algumas vezes, repetição é chato....
Marisa cresceu como artista. hoje não é mais apenas cantora. É cantora, produtora, compositora, toca vários instrumentos. não vejo cantora contemporânea com os mesmos atributos. Seus shows são sempre cheios de surpresas. é bom lembrar que Marisa não compõe sozinha. falar que ela parou no tempo ou morreu artisticamente não é verdade. Ser pop não é pecado. Algumas pessoas parecem gostar que seus artistas prediletos sejam queridos apenas por um meio intelectualizado, o que por vezes parece arrogante. Altos e baixos em qualquer carreira é completamente normal, de Caetano a Paulinho, de Gal a Betânia, de Rita a Gil. Marisa é uma grande artista. Acho que está em plena produção artistica....
É um disco despretensioso. Eu gostei muito da capa e do seu som. É pegar a estrada e curtir. Não tem drama, pseudo sambas, músicas atormentadas, enfim... um disco leve e de bem com a vida!!! Eu gostei! E tem gente q não gosta...e daí?? Tudo certo!!
Meu Deus, que disco lindoooooooooo! Na veia, Marisa!
E Mauro concordo em gênero, número e grau, Depois é das músicas mais bonitas que já ouvi nos últimos tempos.
Essa sua percepção foi precisa, pensei o mesmo ao ouvi-la (em referência as grandes músicas do Roberto dos anos 70).
Abs e agora é esperar o outro grande disco do ano, o de sambas da minha Rainha querida.
Abs,
Marcelo Barbosa
Disco delicioso!
Postar um comentário