terça-feira, 22 de novembro de 2011

'Música crocante' guia os Autoramas com coerência pela trilha do 'indie' rock

Resenha de CD
Título: Música crocante
Artista: Autoramas
Gravadora: Coqueiro Verde
Cotação: * * * 1/2

♪ Novamente ligado na tomada, depois de gravar ao vivo o acústico CD / DVD MTV apresenta Autoramas desplugado (Trama Virtual, 2009), o som da banda carioca Autoramas volta a ganhar peso em Música crocante, sexto álbum de valente discografia iniciada há onze anos com a edição de Stress, depressão & síndrome de pânico (Astronauta Discos, 2000). Rocks simples e diretos como Abstrai (Gabriel Thomaz), Lugar errado (Flávia Couri) e Verdade absoluta (Gabriel Thomaz) - destaques da safra de inéditas - emergem neste disco que reitera o apego da banda à surf music, ora imersa na batida paraense do carimbó que move Guitarrada II (Gabriel Thomaz), tema instrumental de suingue irresistível. Viabilizado graças a uma campanha de financiamento que mobilizou fãs do grupo para angariar verbas para a gravação do CD, Música crocante guia o Autoramas com coerência por trilha indie roqueira que já rendeu discos como Teletransporte (Independente, 2007). Primeiro álbum de estúdio gravado com a baixista Flávia Couri (autora de Superficial), Música crocante mostra a sintonia do baterista Bacalhau com o guitarrista e vocalista Gabriel Thomaz, alma dessa banda que já sofreu sucessivas alterações na formação desde que surgiu em 1997, mas que preserva ainda a personalidade. Com repertório eventualmente composto além das fronteiras do Brasil, Música crocante marca as conexões do Autoramas com o rock da América do Sul. Máquina é parceria de Thomaz com o grupo uruguaio The Supersónicos enquanto o rock Verdugo tem versos em espanhol escritos pelo jornalista e radialista argentino Maxi Martina. Da lavra nacional, Domina - tema da lavra de Ruben Jacobina - se impõe pela leveza pop crocante. No fim, personalíssimo cover instrumental de uma das músicas mais populares do repertório do grupo inglês New Order, Blue monday (Gillian Gilbert, Peter Hook, Stephen Morris e Bernard Summer, 1983), atesta a identidade do indie rock do Autoramas neste disco autoral de certo peso.

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