Mauro Ferreira no G1

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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

'New Blood' transforma 14 músicas de Peter Gabriel em peças de câmara

Resenha de CD
Título: New Blood
Artista: Peter Gabriel
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * * 1/2

Em seu álbum anterior, Scratch my Back (2010), Peter Gabriel abordou repertório alheio com arranjos orquestrais. Na turnê originada do disco, o maestro John Metcalfe deu o mesmo tratamento a músicas da lavra do cantor e compositor inglês. O resultado estimulou Gabriel a gravar em estúdio um álbum que aplica o conceito de Scratch my Back ao seu próprio repertório. Recém-lançado no Brasil pela EMI Music, New Blood injeta realmente sangue novo em 14 músicas do artista. Uma orquestra de 46 peças - conduzida pelo maestro Ben Foster com fidelidade aos arranjos concebidos por Metcalfe - transforma temas como The Rhythm of the Heat e Downside Up (faixa que ostenta vocais de Melanie Gabriel, filha de Peter) em intrincadas peças de câmara. Sem uso de guitarra, baixo e bateria, as composições perdem a pulsação pop roqueira dos registros originais e adentram outro universo com resultados quase sempre excelentes. Darkness, por exemplo, é envolvida em atmosfera soturna que cria clima de terror. Já Mercy Street foi recriada no tempo da delicadeza. Típicos de um concerto, os arranjos intrincados expõem nuances ocultas de temas como Red Rain. Há momentos em que a abordagem orquestral tornam as releituras ligeiramente enfadonhas - especialmente em In Your Eyes - mas New Blood aponta outros caminhos para a música de Gabriel, com direito a uma última faixa, Solsbury Hill, urdida com silêncios e sons de música ambiente. Boa viagem!!

Um comentário:

Mauro Ferreira disse...

Em seu álbum anterior, Scratch my Back (2010), Peter Gabriel abordou repertório alheio com arranjos orquestrais. Na turnê originada do disco, o maestro John Metcalfe deu o mesmo tratamento a músicas da lavra do cantor e compositor inglês. O resultado estimulou Gabriel a gravar em estúdio um álbum que aplica o conceito de Scratch my Back ao seu próprio repertório. Recém-lançado no Brasil pela EMI Music, New Blood injeta realmente sangue novo em 14 músicas do artista. Uma orquestra de 46 peças - conduzida pelo maestro Ben Foster com fidelidade aos arranjos concebidos por Metcalfe - transforma temas como The Rhythm of the Heat e Downside Up (faixa que ostenta vocais de Melanie Gabriel, filha de Peter) em intrincadas peças de câmara. Sem uso de guitarra, baixo e bateria, as composições perdem a pulsação pop roqueira dos registros originais e adentram outro universo com resultados quase sempre excelentes. Darkness, por exemplo, é envolvida em atmosfera soturna que cria clima de terror. Já Mercy Street foi recriada no tempo da delicadeza. Típicos de um concerto, os arranjos intrincados expõem nuances ocultas de temas como Red Rain. Há momentos em que a abordagem orquestral tornam as releituras ligeiramente enfadonhas - especialmente em In Your Eyes - mas New Blood aponta outros caminhos para a música de Gabriel, com direito a uma última faixa, Solsbury Hill, urdida com silêncios e sons de música ambiente. Boa viagem!