Título: 4 Faces do Amor
Texto: Eduardo Bakr
Música: Ivan Lins (com versos de Abel Silva, Celso Viáfora, Claudio Lins, Ronaldo
Monteiro de Souza e Vítor Martins)
Direção: Tadeu Aguiar
Elenco: Adriana Quadros, Cristiano Gualda, Gottsha e Maurício Baduh
Local: Teatro das Artes (Rio de Janeiro, RJ)
Cotação: * * 1/2
Em cartaz às segundas-feiras e terças-feiras no Teatro das Artes, no Rio de Janeiro (RJ)
Pautada por harmonias requintadas, a música de Ivan Lins tem várias faces. A romântica - moldada por algumas das mais belas canções de amor já compostas no Brasil - é o foco do musical 4 Faces do Amor, em cartaz no Teatro das Artes, no Rio de Janeiro (RJ). Dezesseis músicas do compositor - criadas com versos de Abel Silva, Celso Viáfora, Claudio Lins, Ronaldo Monteiro de Souza e Vítor Martins - são o mote da narrativa criada por Eduardo Bakr, autor do texto que põe em cena dois casais que alternam personagens para expor no palco várias faces e lances do jogo do amor. Sob a direção musical de Liliane Secco, vista e ouvida em cena com seu piano, o quarteto entrelaça vozes para realçar a sofisticada moldura harmônica de canções como Pontos Cardeais (Ivan Lins e Vítor Martins) e Acaso (Ivan Lins e Abel Silva), apresentadas com o auxílio do violino de Kelly Davis e do violoncelo de Fabio Almeida. Exceto por eventuais ousadias estilísticas, como o entrelaçamento de Bilhete (Ivan Lins e Vítor Martins) com Iluminados (Ivan Lins e Vítor Martins), o cancioneiro do compositor é abordado de forma reverente e quase sempre linear - como a estrutura do musical, aliás. Em tons plácidos, o elenco desfia repertório romântico que, embora não tenha sido composto para o palco, serve bem às situações românticas (de caráter universal) encadeadas no texto. Não há arroubos vocais na exposição de temas como Vieste (Ivan Lins), O Tempo me Guardou Você (Ivan Lins e Celso Viáfora) e Os Olhos do meu Amor (Ivan Lins e Celso Viáfora). Por isso mesmo, o público não tem como perceber a supremacia vocal de Gottsha no elenco deste musical simpático que culmina com a abordagem, sob viés romântico, da ufanista O Amor É o Meu País (Ivan Lins e Ronaldo Monteiro de Souza), retrato inicial de obra que ganharia contornos e significados políticos sem jamais perder o terno olhar romântico exposto no espetáculo 4 Faces do Amor.
4 comentários:
Pautada por harmonias requintadas, a música de Ivan Lins tem várias faces. A romântica - moldada por algumas das mais belas canções de amor já compostas no Brasil - é o foco do musical 4 Faces do Amor, em cartaz no Teatro das Artes, no Rio de Janeiro (RJ). Dezesseis músicas do compositor - criadas com versos de Abel Silva, Celso Viáfora, Claudio Lins, Ronaldo Monteiro de Souza e Vítor Martins - são o mote da narrativa criada por Eduardo Bakr, autor do texto que põe em cena dois casais que alternam personagens para expor no palco várias faces e lances do jogo do amor. Sob a direção musical de Liliane Secco, vista e ouvida em cena com seu piano, o quarteto entrelaça vozes para realçar a sofisticada moldura harmônica de canções como Pontos Cardeais (Ivan Lins e Vítor Martins) e Acaso (Ivan Lins e Abel Silva), apresentadas com o auxílio do violino de Kelly Davis e do violoncelo de Fabio Almeida. Exceto por eventuais ousadias estilísticas, como o entrelaçamento de Bilhete (Ivan Lins e Vítor Martins) com Iluminados (Ivan Lins e Vítor Martins), o cancioneiro do compositor é abordado de forma reverente e quase sempre linear - como a estrutura do musical, aliás. Em tons plácidos, o elenco desfia repertório romântico que, embora não tenha sido composto para o palco, serve bem às situações românticas (de caráter universal) encadeadas no texto. Não há arroubos vocais na exposição de temas como Vieste (Ivan Lins), O Tempo me Guardou Você (Ivan Lins e Celso Viáfora) e Os Olhos do meu Amor (Ivan Lins e Celso Viáfora). Por isso mesmo, o público não tem como perceber a supremacia vocal de Gottsha no elenco deste musical simpático que culmina com a abordagem, sob viés romântico, da ufanista O Amor É o Meu País (Ivan Lins e Ronaldo Monteiro de Souza), retrato inicial de obra que ganharia contornos e significados políticos sem jamais perder o terno olhar romântico exposto no espetáculo 4 Faces do Amor.
Em 4 faces do amor, o texto, as letras das canções de Ivan Lins e as melodias encontram uma equalização raríssima em musicais.
Se normalmente as canções entram como comentários ou um show a parte - seja para mostrar o virtuosismo do ator/cantor, seja para enfatizar a grandiloquência cênica, resultando em intervenção fake -, em 4 faces do amor, há uma organicidade realmente surpreendente: como se aquilo não pudesse ser dito de outra forma senão cantado, ou falado, daquele modo.
E aqui merecem destaques tanto o texto de Eduardo Bakr, dono de um labor apaixonado e lúcido sobre o material cancional utilizado, quanto a direção musical de Liliane Secco.
Sem esquecer a direção geral de Tadeu Aguiar, responsável pelas marcações exatas: promotoras do jogo cênico e do embaralhamento saboroso das possibilidades do amor - o mesmo em várias faces.
O texto cria vozes plurais para o amor, permitindo a identificação do espectador com alguma das vozes, ao mesmo tempo em que efetua o deslizamento de uma voz a outra aprofundando o multifacetamento, a palheta infinita de cores, do afeto.
Inícios, meios, fins e recomeços atravessam a história, as canções, transbordam nas interpretações dos atores em cena e enchem o palco de festa, tesão e desejo de enfrentar o trabalho gostoso (agridoce) que só o amor - o desejo de colar para somar - pode proporcionar.
Há uma intimidade tão intensa entre as personagens, vinda do trabalho excepcional de Gottsha, Maurício Baduh, Adriana Quadros e Cristiano Gualda, que a plateia não pode ter outra reação senão o aplauso caloroso ao fim de cada ato, de cada cena.
4 faces do amor é uma ode à vida, ao teatro. Uma oportuna possibilidade de discussão dos sentimentos contemporâneos.
4 faces do amor é a grande surpresa deste final de 2011. Um espetáculo imperdível.
deve ser chatíssimo...
Achei o espetáculo incrível! O texto é interessante, dinâmico, desafiador para o espectador, em virtude das constantes trocas de personagens. A harmonia musical é belíssima - na escolha das músicas, nos arranjos, nas vozes dos atores. Amei!
Assisti ao musical ontem, pelo Circuito Sesi Cultural que trouxe a peça a Nova Friburgo.
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