Título: Caixa Eller - O Mundo Completo de Cássia Eller
Artista: Cássia Eller
Gravadora: Universal Music
Cotação: * * * *
Faz dez anos nesta quinta-feira, 29 de dezembro de 2011, que Cássia Rejane Eller (1962 - 2001) saiu precocemente de cena quando contabilizava apenas 39 anos de vida e 11 de carreira fonográfica. Posta este mês nas lojas pela gravadora Universal, a Caixa Eller acentua a falta que Cássia faz ao permitir a audição, sob a perspectiva do tempo, de seus oito álbuns oficiais e do póstumo 10 de Dezembro (2002) - todos devidamente analisados nos textos escritos pelo jornalista carioca Silvio Essinger para o libreto embalado na caixa. Decorridos dez anos de sua morte, a cantora continua única, insubstituível, singular em sua postura. A voz de trovão ressoava com atitude, cantasse um rock de raiz punk - como Não Sei o que Quero da Vida (Hermelino Neder e Arrigo Barnabé), destaque de seu primeiro álbum, o indomado Cássia Eller (1990) - ou uma canção romântica de Nando Reis como as incluídas no CD Com Você... Meu Mundo Ficaria Completo (1999), retrato de uma Cássia mais pop, de imagem mais feminina, moldada por sua gravadora. Sim, a indústria do disco nunca aceitou realmente a artista como ela era - livre, espontânea, marginal no melhor sentido do termo. A propósito, não é à toa que o segundo (e menos ouvido) álbum da cantora se chamou O Marginal (1992). Cássia gostava de transitar à margem do convencional, por vias alternativas da música e da vida. Mas tal postura é - salvo casos excepcionais - normalmente menos vendável. E foi por isso que, para sobreviver no mercado, a Leoa fingiu que se deixava domar a partir do terceiro álbum, Cássia Eller (1994), de pegada pop radiofônica. Ali surgiram as gravações originais de Malandragem (Frejat e Cazuza) e E.C.T. (Carlinhos Brown, Marisa Monte e Nando Reis), músicas que seriam rebobinadas no Acústico MTV (2001) que amplificou o sucesso da cantora. Entre um e outro, houve um registro de show - Cássia Eller ao Vivo (1996), gravado na turnê do show Violões, captado no DVD inserido na caixa - e encomendado tributo a Cazuza (1958 - 1990), Veneno Antimonotonia (1997), que ganhou peso no palco e gerou o imponente Veneno Vivo (1998), prova de que, no palco, ninguém domava a fera. Por reunir toda a discografia da intérprete, Caixa Eller expõe os vários tons da cantora. E todos são fortes, mesmo quando brandos. O que aumenta a saudade que o Brasil sente, e vai continuar sentindo, de Cássia Eller.
31 comentários:
Faz dez anos nesta quinta-feira, 29 de dezembro de 2011, que Cássia Rejane Eller (1962 - 2001) saiu precocemente de cena quando contabilizava apenas 39 anos de vida e 11 de carreira fonográfica. Posta este mês nas lojas pela gravadora Universal, a Caixa Eller acentua a falta que Cássia faz ao permitir a audição, sob a perspectiva do tempo, de seus oito álbuns oficiais e do póstumo 10 de Dezembro (2002) - todos devidamente analisados nos textos escritos pelo jornalista carioca Silvio Essinger para o libreto embalado na caixa. Decorridos dez anos de sua morte, a cantora continua única, insubstituível, singular em sua postura. A voz de trovão ressoava com atitude, cantasse um rock de raiz punk - como Não Sei o que Quero da Vida (Hermelino Neder e Arrigo Barnabé), destaque de seu primeiro álbum, o indomado Cássia Eller (1990) - ou uma canção romântica de Nando Reis como as incluídas no CD Com Você... Meu Mundo Ficaria Completo (1999), retrato de uma Cássia mais pop, de imagem mais feminina, moldada por sua gravadora. Sim, a indústria do disco nunca aceitou realmente a artista como ela era - livre, espontânea, marginal no melhor sentido do termo. A propósito, não é à toa que o segundo (e menos ouvido) álbum da cantora se chamou O Marginal (1992). Cássia gostava de transitar à margem do convencional, por vias alternativas da música e da vida. Mas tal postura é - salvo casos excepcionais - normalmente menos vendável. E foi por isso que, para sobreviver no mercado, a Leoa fingiu que se deixava domar a partir do terceiro álbum, Cássia Eller (1994), de pegada pop radiofônica. Ali surgiram as gravações originais de Malandragem (Frejat e Cazuza) e E.C.T. (Carlinhos Brown, Marisa Monte e Nando Reis), músicas que seriam rebobinadas no Acústico MTV (2001) que amplificou o sucesso da cantora. Entre um e outro, houve um registro de show - Cássia Eller ao Vivo (1996), gravado na turnê do show Violões, captado no DVD inserido na caixa - e encomendado tributo a Cazuza (1958 - 1990), Veneno Antimonotonia (1997), que ganhou peso no palco e gerou o imponente Veneno Vivo (1998), prova de que, no palco, ninguém domava a fera. Por reunir toda a discografia da intérprete, Caixa Eller expõe os vários tons da cantora. E todos são fortes, mesmo quando brandos. O que aumenta a saudade que o Brasil sente, e vai continuar sentindo, de Cássia Eller.
Saudades eternas,Cássia!!!
Saudades eternas de Cassia... Lamento mto a sua partida, até hj!!
As saudades existem mas a CAIXA ERA DISPENSÁVEL. Todo mundo já tinha todos os discos. DEVE ESTAR ENCALHADA NAS LOJAS. Recentemente perguntei a um vendedor da Livraria Cultura se esta caixa estava vendendo muito e a resposta foi que eu previa: ATÉ AGORA NÃO VI NENHUMA SENDO VENDIDA.
Se fosse uma caixa com os discos iniciais de EMÍLIO SANTIAGO, TUNAI E TANTOS OUTROS INÉDITOS, tenho certeza de que teria uma vendagem melhor do que o que já foi lançado, relançado, etc. VIDE GAL, BETHÂNIA E OUTROS. ENCALHADOS!!
É um pouco difícil entender as gravadoras.
Herdeira de uma linhagem dark romântica, de Nelson Cavaquinho, passando por Angela Ro Ro e principalmente Cazuza. Grupo singular e inimitável.
Gadus e afins deviam comprar esse box. Ou será que sempre tiveram ?
Cássia é e sempre será insubstituível, única, como diz a bela e emocionada resenha! Só que a caixa não está completa completa não. Faltam aí os DVDs "Com Você... Meu Mundo Ficaria Completo (2000), o "Acústico MTV" (2001)e o "Álbum MTV (2002). Eu sei que é uma caixa de CDs, mas se o DVD do show "Violões" entrou, porque não ter incluído os outros 3, ou pelos menos os dois primeiros, que são da Universal? Mas enfim, de fato as saudades de Cássia só aumentam com o tempo, num Brasil musical que ficou mais careta e sem atitude, com o passar de inacreditáveis 10 anos! VIVA CÁSSIA ELLER!!!
Não era fã.
Mas respeitava Cássia. Acho que foi a última cantora que criou um estilo na nossa música.
E sua morte me deixou triste. Porque vivia a grande fase de sua carreira. Já tinha respaldo de crítica, e conseguira o respaldo popular com o "Acústico MTV". Quando iria começar a surfar nessa onda boa, aconteceu o indesejável. Ficou a impressão de uma carreira que não aproveitou o apogeu merecido.
Mas, ainda que seja bom (a versão de "Relicário" ali contida é definitiva), o projeto desplugado é de caráter especial. Se alguém quiser saber o que Cássia era no palco, é bom ver o DVD do impecável show no Rock in Rio III. Ali, sim, a fera estava indomável. Como sempre foi.
Felipe dos Santos Souza
Uma das minhas cantoras brasileiras preferidas, junto com Elis Regina e Nana Caymmi.
Ela faz muita falta mesmo. Principalmente nessa época de tantas jovens cantoras tão pasteurizadas, retrógadas, caretas e dondocas.
Vida longa a Zélia Duncan, sua única sucessora ainda resistindo...
abraços tristes,
Denilson
Alô Universal Music
Vamos explorar melhor esse acervo que vocês tem aí. Algumas sugestões de boxes que poderiam ser produzidos em 2012:Emilio Santiago, MPB-4, Quarteto em Cy, Alcione, Sylvia Telles, Jackson do Pandeiro, Os Cariocas, etc...
Com todo respeito, não era um fã. A voz era única, áspera e bonita mas o canto em si era, por vezes, arrastado. E em 11 anos de carreira regravou " Malandragem " três vezes.
Eu quero essa caixa sem dúvidas...perdi os shows por ser pirralha demais...achei ótima idéia, como fizeram com a do Itamar.
Como disse o Mauro, a Cássia teve que se moldar as gravadoras.
Acho que isso fez muito mal a sua saúde mental.
Ela fez, por circunstância, mas no fundo, penso eu, não aceitava bem isso.
O mundo é complicado, quem tem mais que uma bela voz tem mais tormentos.
Parece ruim, mas no fundo é até melhor.
O preço de ser um(a) "virgem existencial", como diria Lobão, é mais caro.
PS: O acústico dela é o melhor que foi feito no Brasil.
O acústico de Cássia é sensacional! não era fã, mas gostava ainda gosto de algumas coisas na sua voz.
Do primeiro disco tem a versão definitiva de 'Por Enquanto' e a pérola 'Que o deus venha'.
Concordo com o pessoal, o acústico é impecável, um dos discos da minha vida; ele sintetíza o universo musical de Cássia. Destaque para 'Todo amor que houver nessa vida', para mim, outra versão definitiva.
A perda de Cássia foi a última grande desgraça para a música brasileira.
Saudades eternas...
Uma perda gigantesca. Cássia estava para o Brasil como Amy estava para o mundo. Duas perdas semelhantes, dias vozes raras, personalidades difíceis e musicalmente geniais.
Seus discos são mutio bons. O ao vivo de 96 é maravilhoso. Seu acústico é muito bom, mas não é o melhor feito no Brasil. Para mim o melhor é o de Gilberto Gil.
A grande cantora que surgiu pós-geração Elis, Gal e Bethânia. Depois dela, não surgiu nenhuma cantora marcante. Uma pena!
Ia colocar junto com o acústico do Gil, mas o disco do Gil mais parece uma coletânea. O da Cássia é bem mais audacioso.
PS: Milton, a Marisa Monte, pese os últimos lançamentos, entra nesse hall fácil.
Marisa Monte pra mim é a melhor cantora da geração dela ou seja, dos anos 90 com todo respeito a Cássia, Calcanhotto e Zélia. PS: Zé Henrique, quando você diz pese os últimos lançamentos além do disco atual, você inclui os gêmeos lançados em 2006 Infinito e Universo? Poxa, eu gostei dos dois principalmente do Universo Particular.
Mas Zé, eu estou enganado ou a ideia, o conceito do Acústico, tanto aqui como nos EUA não é justamente ser uma revisão dos sucessos da carreira em versão acústica? Foi assim com o do Gil, da Gal, dentre outros. Não foi?
Oba, Mary, me referia aos Tribalistas ao Infinito(o da capa preta) e esse último.
Acho o Universo ao Meu Redor(o de samba) um discaço.
É um disco de samba contemporâneo, bem a cara dela.
Quer dizer, nem sei mais a cara que ela tem. hehehhe
Os três que citei acima como ruins têm lá seus bons momentos, claro. Mas no todo são bem fraquinhos.
Por exemplo, acho Carnavália que está nos Tribalistas uma linda música.
Marisa, acho que na ânsia de se livrar da pecha de elitizada, diluiu bastante seu som.
Pena.
PS: Tb a acho a melhor dos últimos 20 anos, pese a acentuada queda de qualidade. Acontece nas melhores famílias. Os próprios Stones do post aí de cima, se brincar, tem mais de 10 discos que vc pode jogar pela janela. hhehe
É muito difícil artistas com carreiras irretocáveis.
Mas o que me espanta no caso da Marisa é a neo babaquice.
É um ótimo argumento Gill.
Então, o Gil seguio a idéia a risca e a Cássia foi além dela.
Penso eu.
Eu ia citar o acústico do Gil, cara, juro, mas esse diferencial do acústico da Cássia me fez deixá-lo em segundo lugar.
Mas sem dúvida o do seu xará é top 3 dos acústicos brasileiros.
Rs... artistas antes de tudo são seres humanos podem errar e acertar acho isso normal.. alguns albuns são antológicos, outros são apenas de carreira no caso de Marisa na minha opnião ela errou a mão nesse disco atual quando pôs o "pezinho" no brega e nas letras das canções a maioria muito fracas lembram muito as da época do Tribalistas ainda sim, gostei de algumas músicas e das regravações que ela fez também sinto falta da Marisa "erudita". PS: "Universo ao Meu Redor" é um discaço mesmo entra pro meu hall de discos prediletos dela ao lado dos quatro primeiros de sua carreira.
O pé no brega não tem bronca, Mary.
Ela sempre fez isso. Aliás, muito bem. Tipo um Caetano de saias.:>) Desde "Sonhos" do Peninha que está no primeiro DVD, passando por "Vc Não Serve Pra Mim" do segundo DVD.
Em uma determinada turnê chegou a cantar Gretchen. Acho massa!
O problema dela hoje em dia, como vc bem observou, é o conteúdo ralo/raso tanto das músicas quanto das letras. Salvo poucas exceções.
Enfim, em 2012 eu prometo que não falo no nome dela. rsrsrs
Ahh, assino embaixo do seu PS.
PS: Na resposta que dei ao Gill aí em cima, leia-se: Seguiu.
Feliz 2012 pra vc, Mary. E para o Gill tb.
Zé Henrique,Feliz 2012 pra você também! Ahhhh em maio começa a tunê pô como deixar de falar dela? hehehe Abraços.
Que bom que concordamos e independentemente do repertório, o acústigo do Gil me transmite uma paz gigantesca. Sempre o ouço quando estou tenso, nervoso. É como ouvir Mozart, me acalma demais. Bem que dizem que música acalma os animais, kkk
Gill, faz bem a alma ouvir seu xará - seja acústico ou não.
Considero o baiano uma das pessoas mais sábias que já vi.
Um mistura de monje tibetano com um orixá. :>)
Ouvir Gil faz a gente ter a certeza que o mundo e o ser humano valem a pena.
PS: Mary, em 2012 tô fora de Marisa. Quem tem fixação é doido. rrsrsrsrs
Zé Henrique, vai no show rapaz! deixa de besteira rsrsrsrs é brincadeira viu? quanto ao Gilberto Gil, sou fã !sempre achei ele um artista muito a frente do seu tempo.
Sou mais um que não vai comprar essa caixa. Tenho tudo já! Acho, aliás, que a maioria dos fãs de Cássia já têm tudo também. Deveriam lançar as tantas coisas inéditas que existem.
www.cassiaellerrelicario.blogspot.com
Gente, tem que pensar no pessoal que não nasceu a tempo de ser fã da Cássia. Eu, por exemplo, me tornei fã de MPB com 14 anos, mas tinha apenas 16 quando Cássia morreu. Tenho conhecido a obra fantástica dela ao longo desses dez anos, mas aqui em Portugal não é fácil encontrar os discos dela! Essa caixa vai ser minha salvação!
Acho boa ideia. Eu, por exemplo, só tenho dois discos da Cássia, que não estão na Caixa, e vou comprar, pois na maior parte das lojas, seja em mostruário físico ou virtual, o único CD disponível é o Acústico, que eu gosto, mas acho que é apenas uma introdução rasa à verdadeira essência de Cássia.
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