Título: As Canções
Direção: Eduardo Coutinho
Cotação: * * *
Em cartaz nos cinemas de Brasília (DF), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP) desde 9 de dezembro de 2011
Em As Canções, documentário que angariou prêmios em festivais antes de entrar em circuito convencional em 9 de dezembro de 2011, o cineasta Eduardo Coutinho usa a música para moldar retratos da alma humana a partir de lembranças afetivas provocadas pelas canções do título. De certa forma, o diretor refaz seu jogo de cena - com a diferença de que, em As Canções, tudo é mesmo verdade. Ou, pelo menos, a verdade contada sob a ótica dos 18 entrevistados, cujos depoimentos formam a narrativa. Como em Jogo de Cena, Coutinho faz cinema filtrado pela estética teatral em As Canções. Acomodados em uma cadeira preta, diante do diretor-entrevistador, os 18 depoentes expiam dores de amores. A tristeza é senhora nos depoimentos, embora haja um ou outro caso feliz. Predonimam as histórias sobre namoros, casamentos e uniões que a vida se encarregou de desfazer. Mas há também a história de Ramon, que canta música de sua autoria, Dó, para pedir desculpas ao pai já falecido, ao qual não dava a devida atenção. A espontaneidade com que os entrevistados se expõem - mérito de Coutinho, hábil na condução das entrevistas - torna o filme atraente. Mas o fato é que, em um ou outro momento, As Canções parece adquirir tom monocórdio. Nem todas as histórias de vida são genuinamente cativantes. As dores, mágoas e saudades são recorrentes - assim como as canções de Roberto Carlos. Se Não se Esqueça de mim (Roberto Carlos e Erasmo Carlos, 1977) faz Déa recordar o amante, Olha (Roberto Carlos e Erasmo Carlos, 1975) embala as lembranças de Nilton e de Mária de Fátima, que a canta com a voz embargada porque a canção - caracterizada por ela como "profunda" - lhe traz à mente a traição do namorado. "De repente, a canção mais dela (a outra) do que minha e eu não sabia", conclui diante das lentes sensíveis de Coutinho. O choro também é recorrente no jogo de cena, às vezes provocado até por lembrança boa, caso da história de Gilmar, que desaba em lágrimas ao entoar Esmeralda, reminiscência da mãe, ainda viva e com saúde. Usando as canções como veículos para exposição de sentimentos humanos, Eduardo Coutinho apresenta documentário interessante - embora menos impactante do que seus últimos filmes no gênero.
4 comentários:
Em As Canções, documentário que angariou prêmios em festivais antes de entrar em circuito convencional em 9 de dezembro de 2011, o cineasta Eduardo Coutinho usa a música para moldar retratos da alma humana a partir de lembranças afetivas provocadas pelas canções do título. De certa forma, o diretor refaz seu jogo de cena - com a diferença de que, em As Canções, tudo é mesmo verdade. Ou, pelo menos, a verdade contada sob a ótica dos 18 entrevistados, cujos depoimentos formam a narrativa. Como em Jogo de Cena, Coutinho faz cinema filtrado pela estética teatral em As Canções. Acomodados em uma cadeira preta, diante do diretor-entrevistador, os 18 depoentes expiam dores de amores. A tristeza é senhora nos depoimentos, embora haja um ou outro caso feliz. Predonimam as histórias sobre namoros, casamentos e uniões que a vida se encarregou de desfazer. Mas há também a história de Ramon, que canta música de sua autoria, Dó, para pedir desculpas ao pai já falecido, ao qual não dava a devida atenção. A espontaneidade com que os entrevistados se expõem - mérito de Coutinho, hábil na condução das entrevistas - torna o filme atraente. Mas o fato é que, em um ou outro momento, As Canções parece adquirir tom monocórdio. Nem todas as histórias de vida são genuinamente cativantes. As dores, mágoas e saudades são recorrentes - assim como as canções de Roberto Carlos. Se Não se Esqueça de mim (Roberto Carlos e Erasmo Carlos, 1977) faz Déa recordar o amante, Olha (Roberto Carlos e Erasmo Carlos, 1975) embala as lembranças de Nilton e de Mária de Fátima, que a canta com a voz embargada porque a canção - caracterizada por ela como "profunda" - lhe traz à mente a traição do namorado. "De repente, a canção mais dela (a outra) do que minha e eu não sabia", conclui diante das lentes sensíveis de Coutinho. O choro também é recorrente no jogo de cena, às vezes provocado até por lembrança boa, caso da história de Gilmar, que desaba em lágrimas ao entoar Esmeralda, reminiscência da mãe, ainda viva e com saúde. Usando as canções como veículos para exposição de sentimentos humanos, Eduardo Coutinho apresenta documentário interessante - embora menos impactante do que seus últimos filmes no gênero.
Filme extraordinário que surpreende e emociona a todos. A quase unanimidade de canções do filme serem do repertório de Roberto Carlos, confirma que o Rei é a voz do Brasil ontem hoje e sempre
Eduardo Coutinho é muito imitado, mas nunca igualado.
Sem grandes pretensões, seu filme caminha bem, um dos melhores de 2011, mas pelo excesso de RC, deveria chamar-se AS CANÇÕES (QUE VOCE FEZ PRA MIM).
O filme é excelente. É parado porque os amores românticos são assim mesmo, chatinhos, só ficam bem em canções e filmes. Imagina contar aquilo tudo sem um trilha?...
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