Resenha de álbum
Título: Elektra
Artista: RPM
Gravadora: Building Records
Cotação: * * * *
♪ Foram tantas idas e vindas ao longo dos anos 1990 e 2000 que ninguém levou mais fé quando o RPM anunciou que se reuniria neste ano de 2011 para gravar um álbum de inéditas - o primeiro com a formação clássica do quarteto desde 1988 - e sair em turnê com show igualmente inédito. Contudo, a disponibilização de quatro (ótimas) músicas inéditas do tal álbum Elektra no site oficial do grupo paulistano em 15 de maio - Dois olhos verdes (Paulo Ricardo e Luiz Schiavon), Crepúsculo (Paulo Ricardo e Luiz Schiavon), Muito tudo (Paulo Ricardo, Luiz Schiavon e Paulo P.A. Pagni) e Ela é demais (Pra mim) (Paulo Ricardo e Luiz Schiavon) - mostraram que o quarteto era digno de confiança de público e crítica. Enfim lançado neste mês de dezembro na forma de CD duplo, Elektra honra o histórico do RPM e situa a banda entre o tecnopop da década de 1980 - tão datado quanto irresistível quando se trata dos teclados de Luiz Schiavon, facilmente reconhecíveis na introdução de Muito tudo, tema que destila acidez por conta do excesso de informação insignificante que circula na vida e na rede - e os eletrônicos sons da noite contemporânea. Já perceptível em Crepúsculo, tal incursão noturna é feita também em temas como Pessoa X (Paulo Ricardo e Luiz Schiavon), faixa que versa sobre o universo festivo da night. Embora seja mais focado e coeso do que RPM (CBS( o álbum de 1988 que foi soterrado pelas expectativas de bisar o sucesso de seus antecessores Revoluções por minuto (CBS, 1985) e Rádio Pirata ao Vivo (CBS, 1986), Elektra funciona de certa forma como um anticlímax porque, a bem da verdade, suas quatro melhores músicas já são conhecidas desde maio. Ainda assim, o disco resulta sedutor pela alquimia da parceria de Paulo Ricardo com Luiz Schiavon, autores de todas as 12 músicas. Problema seu (Paulo Ricardo e Luiz Schiavon) é pop rock de tonalidade sombria em que o vocalista se revela perplexo e sem direção diante do estado atual das coisas em letra que pode versar tanto sobre a situação do Brasil como sobre um relacionamento amoroso dependendo da perspectiva em que for entendida. Deusa das águas (Paulo Ricardo e Luiz Schiavon) é balada de clima sensual, moldada para a voz lânguida de Paulo Ricardo. Aliás, balada por balada, a tristonha Vidro e cola tem mais jeito de hit radiofônico e tema de novela. E, sim, músicas como Cassino Royale (Paulo Ricardo e Luiz Schiavon) - tecnopop que arma jogo de sedução entre o vocalista e a mulher objeto de seu desejo - poderia figurar nos melhores discos do RPM. A sedução feminina é também o tema da menos inspirada Ninfa (Paulo Ricardo e Luiz Schiavon) e da deliciosa Ela é demais (Pra mim). "Música é o sexo dos anjos / E os anjos dizem amém", conclui Paulo Ricardo em versos de Santo Graal (Paulo Ricardo e Luiz Schiavon), faixa dançante que encerra Elektra no clima noturno e festivo que pontua boa parte do repertório inédito. O CD 2 inclui remixes de sete das 12 músicas do álbum - Dois olhos verdes, Ninfa, Deusa das águas, Muito tudo, Problema seu, Ela é demais (Pra mim) e Cassino Royale - e, até nisso, Elektra remete ao começo do RPM, pois foram em versões remixadas que Louras geladas e Olhar 43 estouraram nas rádios e nas pistas, abrindo caminho em 1985 para a irresistível invasão do tecnopop do quarteto. Os tempos são outros, mas o RPM (ainda) continua fiel a si mesmo entre flertes com os sons e mulheres da noite.
Foram tantas idas e vindas ao longo dos anos 1990 e 2000 que ninguém levava fé quando o RPM anunciou que se reuniria neste ano de 2011 para gravar um álbum de inéditas - o primeiro com a formação clássica do quarteto desde 1988 - e sair em turnê com show igualmente inédito. Contudo, a disponibilização de quatro (ótimas) músicas inéditas do tal álbum Elektra no site oficial do grupo em 15 de maio - Dois Olhos Verdes (Paulo Ricardo e Luiz Schiavon), Crepúsculo (Paulo Ricardo e Luiz Schiavon), Muito Tudo (Paulo Ricardo, Luiz Schiavon e Paulo P.A. Pagni) e Ela É Demais (Pra mim) (Paulo Ricardo e Luiz Schiavon) - mostraram que o quarteto era digno de confiança de público e crítica. Enfim lançado neste mês de dezembro na forma de CD duplo, Elektra honra o histórico do RPM e situa a banda entre o tecnopop da década de 80 - tão datado quanto irresistível quando se trata dos teclados de Luiz Schiavon, facilmente reconhecíveis na introdução de Muito Tudo, tema que destila acidez por conta do excesso de informação insignificante que circula na vida e na rede - e os eletrônicos sons da noite contemporânea. Já perceptível em Crepúsculo, tal incursão noturna é feita também em temas como Pessoa X (Paulo Ricardo e Luiz Schiavon), faixa que versa sobre o universo festivo da night. Embora seja mais focado e coeso do que RPM, o álbum de 1988 que foi soterrado pelas expectativas de bisar o sucesso de seus antecessores Revoluções por Minuto (1985) e Rádio Pirata ao Vivo (1986), Elektra funciona de certa forma como um anticlímax porque, a bem da verdade, suas quatro melhores músicas já são conhecidas desde maio. Ainda assim, o disco resulta sedutor pela alquimia da parceria de Paulo Ricardo com Luiz Schiavon, autores de todas as 12 músicas. Problema Seu (Paulo Ricardo e Luiz Schiavon) é pop rock de tonalidade sombria em que o vocalista se revela perplexo e sem direção diante do estado atual das coisas em letra que pode versar tanto sobre a situação do Brasil como sobre um relacionamento amoroso dependendo da perspectiva em que for entendida. Deusa das Águas (Paulo Ricardo e Luiz Schiavon) é balada de clima sensual, moldada para a voz lânguida de Paulo Ricardo. Aliás, balada por balada, a tristonha Vidro e Cola tem mais jeito de hit radiofônico e tema de novela. E, sim, músicas como Cassino Royale (Paulo Ricardo e Luiz Schiavon) - tecnopop que arma jogo de sedução entre o vocalista e a mulher objeto de seu desejo - poderia figurar nos melhores discos do RPM. A sedução feminina é também o tema da menos inspirada Ninfa (Paulo Ricardo e Luiz Schiavon) e da deliciosa Ela É Demais (Pra Mim). "Música é o sexo dos anjos / E os anjos dizem amém", conclui Paulo Ricardo em versos de Santo Graal (Paulo Ricardo e Luiz Schiavon), faixa dançante que encerra Elektra no clima noturno e festivo que pontua boa parte do repertório inédito. O CD 2 inclui remixes de sete das 12 músicas do álbum - Dois Olhos Verdes, Ninfa, Deusa das Águas, Muito Tudo, Problema Seu, Ela É Demais (Pra Mim) e Cassino Royale - e, até nisso, Elektra remete ao começo do RPM, pois foram em versões remixadas que Louras Geladas e Olhar 43 estouraram nas rádios e nas pistas, abrinho caminho em 1985 para a irresistível invasão do tecnopop do quarteto. Os tempos são outros, mas o RPM é fiel a si mesmo entre flertes com sons e mulheres da noite.
ResponderExcluirAchei esse CD novo do RPM muito bom! Só é desnecessário esse segundo CD de remixes (em minha opinião).
ResponderExcluirGostaria que esse novo álbum invadisse um pouquinho as rádios e as cabeças (de vento) da maioria dos jovens que pensam curtir Rock hoje em dia (com as péssimas bandas existentes). Apesar que o RPM está mais TecnoPop do que nunca no novo trabalho.
O Mauro é fã do Paulo...
ResponderExcluirA maior banda de rock de todos os tempos provou que desta vez o RPM veio p/ fikar.....
ResponderExcluirAchei um disco surpreendente. Baixei da internet e tenho ouvido sempre, estou me acostumando mas já da pra dizer que é algo muito bom. Tocar em rádio e vender hoje em dia é relativo, isso não tira a qualidade do trabalho.
ResponderExcluirrespeito esses caras, mas nao gosto nem um pouco, nao consigo ouvir a voz do PR nem por 30 segundos principalmente de 1995 em diante (sei lá, parece que ele canta pra dentro), mas reconheço a importancia da banda na história do rock brasileiro.
ResponderExcluirMais uma vez nada acontece.
ResponderExcluirCaetano tá precisando em alguma próxima entrevista rememorar ombros.
Ricardo Sérgio
Sei não...
ResponderExcluirNão consigo gostar...