Título: Para Seguir Minha Jornada - Chico Buarque
Autor: Regina Zappa
Editora: Nova Fronteira
Cotação: * * * 1/2
Para Seguir Minha Jornada - Chico Buarque, o livro sobre Chico Buarque que a editora Nova Fronteira pôs no mercado neste fim de 2011, não é exatamente uma biografia do cantor e compositor carioca. Mas, de todo modo, reconstitui a maioria dos passos fundamentais da vida e obra do artista através de fotos (muitas inéditas, colhidas pela autora Regina Zappa no acervo pessoal de Chico), de reproduções de reportagens publicadas desde a década de 60 até os anos 2000 e de textos escritos com citações de documentos, críticas e depoimentos sobre o autor de Roda Viva. A estrutura de Para Seguir Minha Jornada é parecida com a de um almanaque, formato tão ao gosto do mercado editorial brasileiro nos últimos anos. Contudo, Zappa - jornalista e escritora que ora publica seu terceiro livro sobre Chico Buarque - escapa da superficialidade do gênero por conta de seu texto consistente (bem fundamentado e rico em informações) e da própria história do artista, farta de acontecimentos que se confundem com a história recente do Brasil. Muitos já são conhecidos por quem acompanha a jornada do compositor desde os tempos dos festivais até o recente lançamento do álbum Chico (2011), também abordado nessa espécie de biografia ilustrada. Outras histórias e curiosidades tinham caído logo no esquecimento. É o caso, por exemplo, da origem da música Bastidores (1980), composta por Chico para sua irmã, Cristina Buarque, mas propagada pelo vozeirão grave de Cauby Peixoto, que recebeu o tema após a gravação de Cristina. Como o disco de Cauby saiu antes, o cantor ficou com a primazia de ter lançado e inspirado Bastidores. Mas a história verdadeira da música é a contada por Chico à extinta revista Manchete em dezembro de 1980, em depoimento reproduzido por Zappa. São muitas as histórias, mas, como Para Seguir Minha Jornada foi estruturado sem o rigor e a preocupação documental de uma biografia, discos recentes do artista - como Paratodos (1993), As Cidades (1998) e Carioca (2006) - são ignorados na parte final do livro em favor da controvertida obra literária do escritor. Como o almanaque foi revisado pelo próprio Chico, a jornada acaba sendo contada - de certa forma - sob ótica oficial. O que não altera o valor de Para Seguir Minha Jornada diante da fartura do sedutor material fotográfico, das reportagens e do (alto) nível dos textos escritos para o livro.
6 comentários:
Para Seguir Minha Jornada - Chico Buarque, o livro sobre Chico Buarque que a editora Nova Fronteira pôs no mercado neste fim de 2011, não é exatamente uma biografia do cantor e compositor carioca. Mas, de todo modo, reconstitui a maioria dos passos fundamentais da vida e obra do artista através de fotos (muitas inéditas, colhidas pela autora Regina Zappa no acervo pessoal de Chico), de reproduções de reportagens publicadas desde a década de 60 até os anos 2000 e de textos escritos com citações de documentos, críticas e depoimentos sobre o autor de Roda Viva. A estrutura de Para Seguir Minha Jornada é parecida com a de um almanaque, formato tão ao gosto do mercado editorial brasileiro nos últimos anos. Contudo, Zappa - jornalista e escritora que ora publica seu terceiro livro sobre Chico Buarque - escapa da superficialidade do gênero por conta de seu texto consistente (bem fundamentado e rico em informações) e da própria história do artista, farta de acontecimentos que se confundem com a história recente do Brasil. Muitos já são conhecidos por quem acompanha a jornada do compositor desde os tempos dos festivais até o recente lançamento do álbum Chico (2011), também abordado nessa espécie de biografia ilustrada. Outras histórias e curiosidades tinham caído logo no esquecimento. É o caso, por exemplo, da origem da música Bastidores (1980), composta por Chico para sua irmã, Cristina Buarque, mas propagada pelo vozeirão grave de Cauby Peixoto, que recebeu o tema após a gravação de Cristina. Como o disco de Cauby saiu antes, o cantor ficou com a primazia de ter lançado e inspirado Bastidores. Mas a história verdadeira da música é a contada por Chico à extinta revista Manchete em dezembro de 1980, em depoimento reproduzido por Zappa. São muitas as histórias, mas, como Para Seguir Minha Jornada foi estruturado sem o rigor e a preocupação documental de uma biografia, discos recentes do artista - como Paratodos (1993), As Cidades (1998) e Carioca (2006) - são ignorados na parte final do livro em favor da controvertida obra literária do escritor. Como o almanaque foi revisado pelo próprio Chico, a jornada acaba sendo contada - de certa forma - sob ótica oficial. O que não altera o valor de Para Seguir Minha Jornada diante da fartura do sedutor material fotográfico, das reportagens e do (alto) nível dos textos escritos para o livro.
ccccccccccccccc
Caro amigo KLB.
Sua ideia é muito boa, mas já foi concretizada pela cantora paraibana Letícia Amorim, no CD/DVD "Nas portas dos Cabarés", com big band e tudo mais, formada pelos músicos da Spok Frevo Orquestra (do Recife) e da Brazilian Trombone Ensemble (de João Pessoa).
Você chegou tarde!
Talvez um dos primeiros livros surpreendentes a sair sobre Chico Buarque. Vale como documento pelos textos e imagens raras.
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